DaVita Saúde

PÍLULAS DE INFORMAÇÃO SOBRE A COVID-19

3. Diante de sintomas respiratórios, quando procurar um hospital?

De acordo com o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Infectologia, a recomendação de buscar um serviço médico de emergência se aplica apenas aos pacientes com febre alta (acima de 39oC) e falta de ar. Também chamada de dispneia, a falta de ar corresponde a um desconforto respiratório ao fazer atividades corriqueiras, como tomar banho, arrumar a cama e cozinhar – ou seja, em ações que, em circunstâncias normais, não dificultariam a respiração. 

Pessoas com sintomas respiratórios, ainda que leves, e com doenças crônicas, como diabetes, afecções cardiovasculares e câncer, além de idosos, também devem receber atenção médica imediata, pelo maior risco de evolução grave do quadro. Nesses casos, de qualquer forma, vale fazer primeiramente um contato com o médico que acompanha cada paciente e pedir orientações.

Agora, quem tiver manifestações como obstrução nasal, dor de garganta e tosse, sem febre ou mesmo com febre baixa ou estado febril (37,8oC), deve ficar em casa e se isolar. Em 80% dos casos, a infecção pelo novo coronavírus não evolui com gravidade, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Ademais, caso vá a um serviço de emergência médica com sintomas leves, que podem até ser de um resfriado comum, a pessoa corre o risco de contrair a Covid-19 na sala de espera, se não estiver contaminada ou, ainda, de infectar os demais pacientes que ali estejam por outras queixas e mesmo os profissionais de saúde, se estiver com a infecção pelo novo coronavírus. 

Como a doença ainda não tem vacina nem tratamento, a testagem pelo exame molecular (PCR) não traz benefício imediato. Mesmo porque, no atual momento, quem vai para o hospital numa situação não emergencial pode não conseguir fazer o teste, que tem sido reservado a casos graves, ou, ainda que o faça, só receberá o resultado em alguns dias, sendo liberado para casa com medicamentos sintomáticos. Contudo, a situação pode mudar com outros tipos de testes, que, em breve, estarão disponíveis em serviços públicos e privados. Mas esse é um assunto para outra pílula de informação.

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22/10/2021
Saúde da Mulher

Benefícios da Mamografia

Desde que realizada periodicamente, a mamografia diminui a mortalidade por câncer de mama em 40% e até mesmo a incidência do tipo mais letal desse tumor.    Benefícios da Mamografia O câncer de mama é o segundo mais incidente entre as brasileiras, ficando atrás apenas do tumor de pele não melanoma. Até o fim deste ano, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que haverá 66,2 mil casos no Brasil.  A doença também responde pelo maior número de mortes por tumores malignos no sexo feminino em nosso país. De acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer, 18.295 mulheres morreram por essa causa em 2019.  Diferentemente de outros cânceres, cuja prevenção depende muito de mudanças no estilo de vida, o de mama ocorre com mais frequência à medida que a mulher envelhece – após a menopausa, a partir dos 50 anos – e está relacionado não apenas com fatores comportamentais, que podem ser modificados, mas também com fatores reprodutivos, hormonais e genéticos, sobre os quais quase sempre não há como interferir. Diagnóstico precoce Dessa forma, a estratégia que melhor funciona para salvar vidas femininas é a detecção precoce do tumor mamário, ou seja, quando a lesão ainda se encontra em estágio inicial e, por conseguinte, têm elevada probabilidade de cura.  Para essa finalidade, utiliza-se como triagem um exame chamado mamografia, uma espécie de radiografia das mamas que consegue reconhecer alterações milimétricas, sugestivas de câncer, antes mesmo que a paciente ou o médico percebam um nódulo pelo toque.  De acordo com o Inca, trata-se do único método diagnóstico com eficácia comprovada na diminuição da mortalidade por tumor mamário, desde que feita periodicamente, conforme orientação médica.  Para ter uma ideia, um estudo sueco publicado no ano passado na revista Cancer, da Associação Americana de Câncer, mostrou que, nas pacientes diagnosticadas com a doença, a realização de mamografias regulares reduziu a mortalidade por câncer de mama em 41% nos dez anos que se seguiram após o diagnóstico.  O levantamento, que analisou dados de 30% da população feminina sueca elegível para o estudo mamográfico, apontou que o exame ainda se provou útil para diminuir em 25% a incidência de tumor mamário avançado, o mais letal.  Início do rastreamento No Brasil, as entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Mastologia e o Colégio Brasileiro de Radiologia, recomendam iniciar o rastreamento periódico com mamografia preventiva a partir dos 40 anos de idade e o Ministério da Saúde, a partir dos 50 anos.  Como o exame precisa de pedido médico, na prática vale mesmo a prescrição do ginecologista ou mastologista consultado, até porque cada paciente traz um universo de fatores de risco (veja boxe). O intervalo até a próxima mamografia costuma ser de um ano, mas é possível que seja menor, dependendo dos achados do último exame.  A mamografia pode incomodar um pouco, o que varia muito de mulher para mulher, conforme a densidade da mama, principalmente, mas não chega a doer. Para aquelas que estão em idade reprodutiva, recomenda-se agendar o exame após o período menstrual para torná-lo menos desconfortável, uma vez que as mamas ficam doloridas antes e durante a menstruação.  Marque aqui sua consulta com ginecologista ou mastologista e mantenha seu rastreamento mamográfico em dia.    Boxe Fatores de risco para o câncer de mama   Ambientais e comportamentais: - Obesidade e sobrepeso - Inatividade física - Consumo de bebidas alcoólicas - Exposição frequente à radiação (proveniente de tratamentos ou exames) - Tabagismo   Reprodutivos e hormonais - Primeira menstruação antes dos 12 anos - Primeira gravidez após os 30 anos - Não aleitamento - Ausência de gestações - Uso de anticoncepcionais hormonais - Uso de terapia de reposição hormonal por mais de cinco anos   Genéticos e hereditários - História familiar de câncer de ovário - História de parentes com câncer de mama antes dos 50 anos - História de homens com câncer de mama na família - Presença de mutações em genes associados ao tumor de mama, sobretudo BRCA1 e BRCA2

16/09/2021
Prevenção

Conheça melhor a psoríase

Resultante de um ataque do sistema imunológico às células da pele, associado a fatores externos e genéticos, a psoríase compromete a qualidade de vida, mas tem tratamento.   Conheça melhor a Psoríase Doença inflamatória da pele a Psoríase não é contagiosa, caracteriza-se por lesões avermelhadas e descamativas que surgem em diferentes partes do corpo.  Tem evolução crônica, com ciclos de remissão e exacerbação; geralmente as lesões permanecem localizadas, mas pode ocorrer generalização em uma minoria dos casos. A afecção afeta cerca de 2 milhões de brasileiros, em ambos os sexos, conforme dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Veja o que está por trás da condição.  Por que as lesões aparecem? A doença envolve um ataque indevido do sistema imunológico à pele, o que começa quando os linfócitos T liberam substâncias inflamatórias e formadoras de vasos no maior órgão do corpo humano. O organismo responde a essa agressão com a dilatação dos vasos sanguíneos locais e a infiltração da pele por neutrófilos, além de passar a produzir mais células cutâneas, aumentando a velocidade de seu ciclo evolutivo, o que resulta numa grande produção de células imaturas. Como o corpo não consegue eliminá-las, elas ficam acumuladas na superfície da pele e originam as placas avermelhadas que caracterizam a psoríase.   O que causa esse processo? A causa exata não está bem esclarecida, mas os especialistas defendem que a psoríase decorra de uma combinação de fatores. Além do processo autoimune descrito anteriormente, com as células de defesa atacando as células da pele, existem vários gatilhos externos para as crises, tanto ambientais quanto comportamentais, como estresse, exposição ao frio, obesidade, infecções, tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas, entre outros. E quem possui histórico familiar da doença, para completar, tem entre 30% e 40% de chance de também vir a apresentar lesões ao longo da vida.   A doença se manifesta sempre da mesma forma? Há várias apresentações. A mais comum é a psoríase em placas, também conhecida como psoríase vulgar, que representa 90% dos casos e envolve cotovelos, joelhos, dorso e couro cabeludo. As lesões são avermelhadas e elevadas, com escamas esbranquiçadas, que se desprendem e se espalham por roupas e objetos da pessoa. A doença tem ainda outras formas que podem afetar exclusivamente unhas, tronco e membros, couro cabeludo e dobras, como axilas e virilhas, além daquelas que cursam com bolhas de pus, com inflamação nas articulações e com manchas por todo o corpo.  Além das lesões, há outros sintomas? As manifestações variam conforme o tipo da doença e podem incluir pequenas manchas claras ou escuras, como residuais das lesões ativas, ressecamento da pele, descamação das placas que pode até desencadear sangramento local, coceira é muito frequente, além de queimação, alterações visíveis nas unhas, inclusive com descolamento, e até acometimento articular com dor, inchaço e rigidez nas articulações.  Como é feito o diagnóstico da condição? Apenas com um exame clínico, um dermatologista consegue identificar as manchas e sinais característicos da doença, embora em alguns casos possa precisar de uma biópsia de pele para distinguir o quadro de outras doenças cutâneas.  A psoríase tem cura? Como é o tratamento? A doença não pode ser curada, mas o tratamento permite o controle da doença e das crises e proporciona ao paciente uma melhor qualidade de vida. Nos casos leves, usam-se cremes e pomadas tópicas, hidratantes para a pele e banhos de sol no início da manhã ou fim da tarde. Para casos moderados e graves, a primeira opção de tratamento é a exposição à luz ultravioleta, em cabines, sob supervisão médica (fototerapia). Caso o paciente não melhore com essa estratégia, recorre-se a medicamentos de ação sistêmica. Se não der certo, entram em cena os biológicos, feitos a partir de células vivas cultivadas em laboratório. Esses fármacos imunossupressores agem sobre as moléculas inflamatórias envolvidas na doença ou mesmo sobre proteínas que desencadeiam os sintomas.  É possível prevenir a doença? A psoríase não pode ser prevenida, mas, para quem já é portador, mitigar os fatores externos que levam ao surgimento das lesões contribui para evitar as crises. Recomenda-se ficar longe do cigarro e das bebidas alcoólicas, manter o peso, controlar o estresse e o estado emocional, fazer atividade física, hidratar a pele e se expor ao sol antes nos horários de menor incidência dos raios ultravioleta. O acompanhamento periódico com o dermatologista é fundamental, mesmo na ausência de lesões. Marque aqui sua consulta. 

13/09/2021
Bem-estar

Tempo de controlar o Estresse

 A atual conjuntura sanitária, econômica e social do nosso país tem contribuído para uma vida ainda mais estressante. Saiba como contra-atacar a tensão e se manter saudável nesse caos.    Tempo de controlar o Estresse Responda rápido: a pandemia deixou você mais estressado? Considerando a dificuldade de conciliar vida profissional e pessoal das pessoas que trabalharam e ainda trabalham em sistema de home office, a árdua luta para salvar a vida dos acometidos pela Covid-19 entre os profissionais de saúde e as dificuldades imensas vividas pelos mais de 14,7 milhões de brasileiros que estão desempregados, a probabilidade de a resposta a essa pergunta ter sido afirmativa é grande.  Mesmo com o ritmo da vacinação se acelerando, vale assinalar, ainda estamos vivendo em um país com mais de 700 vidas perdidas diariamente para a Covid-19, mais de 17 meses após o início da pandemia no Brasil. Como se não bastasse, a variante delta do vírus, que faz subir o número de infectados mesmo nos continentes que já tinham o problema como vencido, está circulando em nosso território e sinaliza como distante o dia em que poderemos finalmente colocar um epílogo nessa história.   Com tantas variáveis diferentes, o estresse, que serve para o corpo se preparar para uma adversidade, ficou crônico para muita gente, que, assim, tem convivido com níveis elevados de cortisol, o chamado hormônio do estresse, dia após dia. Isso tem um preço para o organismo, já que, em volume sempre elevado, essa substância patrocina altas concentrações de glicose no sangue, subida da pressão arterial, aumento do apetite, com consequente ganho de peso e todas as complicações que o excesso de gordura corporal implica, e queda da imunidade, entre outras condições clínicas importantes. Para não sofrer com a tensão do momento, infelizmente não existe botão de liga e desliga. Ao contrário: é preciso investir cotidianamente em atitudes que aumentem o bem-estar e criem uma certa blindagem contra as contrariedades da rotina e o atual contexto de incertezas e reveses. A DaVita selecionou algumas dicas para ajudar você nesse sentido. Confira e comece agora a combater o estresse!   Medidas antiestresse  - Organize-se. Se estiver em home office, estabeleça horário para começar e parar de trabalhar, procure planejar antes o almoço e o jantar – se for responsável por essa tarefa – e reserve tempo para o convívio em família e o lazer. Caso bata cartão presencialmente, o planejamento também vale para sair mais cedo de casa e evitar trânsito, assim como o respeito rigoroso aos horários do expediente.   - Converse com seus gestores sobre metas, expectativas, prazos e limites de atuação. Desdobrar-se uma vez ou outra para entregar um serviço de última hora é colaboração. Se isso vira rotina, algo está errado nos processos e quem pode pagar a conta é sua saúde.   - Reserve alguns minutos para a meditação, que pode preparar você para lidar melhor com situações estressantes. Há vários aplicativos para aprender a dominar essa técnica, que baixa o hormônio do estresse, a pressão arterial e a frequência cardíaca.    - Pratique atividade aeróbica três vezes por semana, por cerca de 30 minutos. A regularidade do exercício promove a remoção da glicose da circulação, melhora a qualidade do sono e aumenta o metabolismo. A corrida, em particular, produz endorfinas, neurotransmissores que conferem sensação de bem-estar. Se nada disso for viável, sobretudo em tempos de Covid-19, ande em casa. Um contador de passos pode ser útil para mostrar sua evolução.   - Ouça música ao longo do dia, desde que, evidentemente, a natureza de suas atividades o permita. Escutar suas canções preferidas funciona como um potente redutor do estresse, seja porque exercem um efeito relaxante, no caso das lentas, seja porque levantam o ânimo, no caso das mais animadas.   - Tenha um ou mais hobbies. Cozinhe, colecione objetos, cultive uma mini-horta, desenhe, pinte ou borde... Vale o que sua imaginação mandar. No momento em que estiver ocupado com sua atividade predileta, você se desligará dos problemas e receios da vida cotidiana.   - Tome menos café e outras bebidas com cafeína, já que essa substância faz aumentar os níveis de cortisol no organismo. Chás de ervas, a exemplo de camomila, erva-cidreira, erva-doce e hortelã, são bons substitutos. Aposte neles!   - Inclua no cardápio peixes como salmão, sardinha, arenque, anchova e truta, ricos em ômega-3, uma gordura boa que também contribui com a saúde cardiovascular. Invista ainda em fontes de vitamina C, como frutas cítricas e vegetais alaranjados, que dão uma ajuda à imunidade, e em alimentos fermentados, caso do iogurte e da kombucha, que colaboram para diminuir as concentrações do hormônio do estresse.   - Tenha cuidado com dietas restritivas e pouco calóricas, que causam irritabilidade e potencializam a tensão para lidar com os perrengues cotidianos. Não passe mais de três horas em jejum, sempre ingerindo lanches saudáveis entre as refeições principais. Se deseja emagrecer, consulte um endocrinologista e um profissional de nutrição para perder peso sem comprometer a saúde nem elevar o estresse.   - Procure ter disciplina e respeite as horas que seu corpo e sua mente precisam para recarregar as baterias. Uma noite mal dormida, afinal, fatalmente patrocina um dia seguinte estressante. Se tiver dificuldade para dormir, crie uma rotina antes de se deitar, preparando o ambiente para o descanso, e evite distrações – celular, tevê... Se não funcionar, vale conversar com um médico especializado em distúrbios do sono.   - É verdade que a pandemia tornou bem difícil a programação de férias em um local agradável, realmente desestressante, em contato com a natureza. Na falta disso, organize-se para caminhar em áreas arborizadas ou na praia vazia, quando tiver oportunidade, de forma leve e despreocupada. Fuja dos horários de pico, que não só favorecem a contaminação pelo novo coronavírus, como também jogam por terra seu intuito de relaxar.    - Não se acostume com o isolamento social, o que, por si só, constitui fator de tensão. Ainda é complicado reunir um grande número de pessoas num ambiente interno. No entanto, ao ar livre, seguindo as medidas de distanciamento e usando máscara, já é possível começar a se reencontrar com amigos e parentes para colocar os últimos acontecimentos em dia.  Se, mesmo após tentar essas dicas, você ainda se sentir muito estressado no dia a dia, procure auxílio profissional. Um médico de família pode orientar os primeiros passos rumo a mais qualidade de vida e bem-estar. Marque sua consulta com a equipe de Medicina de Família e Comunidade da DaVita. 

09/09/2021
Bem-estar

Precisamos falar sobre Suicídio

Na maioria das pessoas que decidem tirar a própria vida, existe um problema psiquiátrico de fundo, que pode ser tratado e acompanhado para evitar esse desfecho tão triste.    Precisamos falar sobre Suicídio De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os anos há mais mortes por suicídio do que por doenças extremamente prevalentes, tais como câncer, complicações de HIV/aids e malária, e até mais do que as causadas por guerras e homicídios. Em 2019, último levantamento divulgado pela OMS, 700 mil óbitos foram provocados ao redor do mundo, especialmente em homens. Embora tenham caído globalmente no período de 2010 a 2019, nas Américas as taxas de suicídio cresceram 17% nesse intervalo. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que 12 mil pessoas tirem a vida todos os anos, ou seja, um episódio a cada 46 minutos, que envolve principalmente crianças, adolescentes e adultos jovens, entre 10 e 29 anos. Em São Paulo, desde 2011 o número de casos passa dos 2 mil casos anuais. Em 2019, 2.365 pessoas morreram dessa forma no Estado. É um dado estarrecedor. Em mais de 90% dos envolvidos, existe uma doença psiquiátrica por trás dessa decisão extremada, sobretudo entre os de menor idade, com destaque para depressão, transtorno de bipolaridade e abuso de drogas, além de vários fatores de risco (veja boxe). A boa notícia é que também em nove de cada dez pessoas com tendências suicidas o desfecho pode ser evitado.  Identificar e tratar Em primeiro lugar, evidentemente, é necessário identificar o comportamento/ideação suicida e, nesse aspecto, família e amigos têm grande relevância. Pessoas em risco transmitem a ideia de que a vida não vale a pena, seja afirmando com todas as letras que preferem morrer, seja exibindo extrema desesperança, seja adotando atitudes inconsequentes e perigosas, entre outros sinais. Não, elas não estão querendo chamar a atenção nessas situações – precisam realmente de ajuda. No meio desse poço sem fundo, é possível que apareçam repentinamente alegres depois de meses se arrastando. Alerta máximo: podem já ter decidido tomar a saída mais triste do mundo. Uma medida de emergência é oferecer os ouvidos ou, ainda melhor, o apoio bastante eficiente do Centro de Valorização da Vida, o CVV, no telefone 188, serviço que conta com pessoas treinadas para escutar os problemas do interlocutor com respeito, sem julgamento e de forma sigilosa, levando-o a perceber que há esperança. A providência seguinte é procurar um profissional especializado para uma intervenção terapêutica imediata, sempre tendo em mente que a pessoa com essa ideação não deve ter à mão meios de subtrair a vida – medicamentos, armas e venenos – nem ficar sozinha diante de janelas ou espaços de grande altitude sem grades de proteção. Políticas de prevenção Preocupada com o avanço dessa epidemia trágica e silenciosa, ainda mais em tempos de pandemia de Covid-19, quando os fatores de risco para esses casos aumentaram – desemprego, perda de pessoas queridas para a infecção pelo novo coronavírus, isolamento social e dificuldades econômicas –, a OMS está orientando os países a intensificar os esforços para prevenir o suicídio – hoje, apenas 38 nações trabalham nesse sentido. Um dos caminhos que a entidade lançou para conquistar esse objetivo é a abordagem Live life, que inclui estratégias como limitar o acesso a métodos usados para tirar a vida, como armas de fogo e pesticidas, educar a mídia para a promoção de coberturas responsáveis de suicídio, sobretudo de personalidades, desenvolver habilidades socioemocionais nos adolescentes e, para pessoas já acometidas por comportamentos suicidas, ações de identificação precoce, avaliação, gestão e acompanhamento. Por sua vez, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), que lançou recentemente uma diretriz sobre o tema, sustenta que, em relação aos jovens, a família e a sociedade devem se pautar pelos fatores que os protegem dessa atitude derradeira, o que inclui uma conexão saudável com a escola, boas horas de sono para garantir o adequado funcionamento dos neurônios, resiliência para encarar melhor as adversidades da vida e alguma espiritualidade para que o dia a dia tenha um sentido maior. Além disso, a ABP defende que se faça um trabalho de posvenção sobre os núcleos em volta de um caso de suicídio, já que, segundo estimativas dos especialistas, cada episódio impacta fortemente pelo menos seis pessoas. Quem convive com alguém que escolheu essa via necessita de apoio para não ficar também sob risco – e o apoio pode ser profissional e vir também de familiares, de amigos e de grupos na escola ou trabalho. Não é deixando de falar sobre o assunto que o evitamos. Enfim, essa preocupação não pode ser adiada ou deixada de lado. Se você vive com alguém que tem ideações suicidas ou acha que esse risco pode residir em seu íntimo, procure ajuda. A DaVita tem um equipe de psiquiatras e psicólogos bastante preparados para a abordagem desses casos. Marque aqui sua consulta.   Boxe Fique atento aos fatores de risco - Tentativa anterior de suicídio - Mau relacionamento familiar - Transtornos de humor, como depressão e bipolaridade - Violência na comunidade - Abuso de drogas (lícitas e ilícitas) - Histórico de suicídio entre familiares e pessoas próximas - Transtornos de imagem corporal - Histórico de maus-tratos na infância - Automutilação - Dores crônicas e intensas - Obesidade - Sono curto e não reparador - Estresse pós-traumático - Doenças psiquiátricas, como esquizofrenia

13/08/2021
Prevenção

Como garantir a segurança no retorno ao trabalho presencial

No início de julho, a Prefeitura de São Paulo determinou que os funcionários públicos já imunizados contra a Covid-19 em regime de home office retornassem ao trabalho presencial. O decreto permitiu inclusive que pessoas acima de 60 anos, portadoras de deficiência ou do grupo de risco para complicações da doença novamente fossem escaladas para bater o ponto, desde que já tivessem o registro da primeira dose da vacina – ou da dose única. As exceções ficaram por conta das gestantes e das lactantes. Cerca de duas semanas depois, o Governo do Estado de São Paulo também anunciou a suspensão do trabalho remoto para os servidores estaduais que estavam cumprindo o expediente a distância. De acordo com o governador João Doria, a decisão vale para todos os indivíduos saudáveis, independentemente de já terem recebido ou não algum imunizante, mesmo porque, argumentou Doria, todos os maiores de 18 anos deverão ser imunizados com a primeira dose até 20 de agosto em São Paulo, segundo o calendário do Estado. Os funcionários do grupo de risco, como na Prefeitura, só voltarão depois de vacinados com, ao menos, uma dose. O fato é que cada vez mais se tem notícia de serviços públicos e privados que voltam às repartições e aos escritórios. Uma pesquisa recente feita pela consultoria KPMG confirmou a tendência, ao revelar que 66,2% das empresas brasileiras já retomaram o trabalho presencial ou estão planejando fazê-lo ainda em 2021, à medida que a vacinação contra a Covid-19 avança no País. Evidentemente, a regra é flexível em muitas companhias justamente para evitar aglomerações, para manter a economia obtida – muitas diminuíram custos com os escritórios fechados ou reduzidos – e para atender a questões pessoais dos colaboradores. Tanto é assim que, no mesmo levantamento da consultoria, 87% das organizações afirmaram que adotam ou pretendem adotar a forma mista, com trabalho presencial e home office. Tudo indica, portanto, que muito em breve haverá ainda mais gente saindo para trabalhar nas capitais e grandes cidades do Brasil.   Sempre alerta Uma vez que o controle real sobre uma pandemia só se atinge com mais de 70% da população vacinada – hoje ainda não chegamos a 20%, convém frisar –, todo o cuidado continua sendo pouco para evitar o contágio pelo novo coronavírus e sua transmissão, visto que ainda temos muitos brasileiros desprotegidos e que a variante delta do vírus, surgida na Índia e altamente transmissível, já circula por aqui e em mais de 110 países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).  Esse recado vale sobretudo para os imunizados. As vacinas hoje disponíveis, quaisquer que sejam, podem até reduzir a chance da infecção, mas não impedem totalmente que ela ocorra. Em outras palavras, é possível pegar Covid-19 após ter recebido as duas doses da vacina e mesmo depois de ter tido uma vez a doença e já ter sido vacinado – como ocorreu com o próprio governador de São Paulo recentemente. O papel do imunizante, que fique claro, é prevenir formas graves da infecção e, por consequência, as mortes por essa causa, como vem demonstrando, em todo mundo, a queda no percentual de ocupação de leitos de UTI e a redução no número de óbitos. Portanto, ao sair para trabalhar, cuide-se como se fosse o primeiro dia da pandemia.   Com o que se preocupar no trabalho no novo normal Imunidade contra a Covid-19 Em primeiro lugar, considere-se plenamente vacinado somente 15 dias depois de receber a segunda dose das vacinas CoranaVac, da AstraZeneca ou da Pfizer ou a dose única da Janssen, por enquanto as únicas usadas em nosso país. E sempre tenha em mente que você ainda pode pegar e transmitir a infecção sem os devidos cuidados, mesmo estando imunizado. Máscaras Use máscaras de qualidade, de preferência PFF2 ou N95, por todo o tempo em que estiver fora de casa. Caso não seja possível, opte pela cirurgia, mas tenha cuidado para não deixar lacunas sobre o nariz ou na lateral. Uma boa saída é combiná-la com uma máscara de pano, o que, segundo o Center for Diseases Control, dos EUA, apresenta uma capacidade de bloquear até 96% das partículas. De qualquer modo, diferentemente da PFF2, que dispensa troca durante o dia, a cirúrgica e a de pano precisam ser trocadas/descartadas sempre que estiverem úmidas. Distanciamento social Cuidado ao almoçar em restaurantes ou refeitórios com colegas. Afinal, trata-se do momento em que todos estarão comendo, sem máscara. Convém levar ou pedir uma refeição e manter um distanciamento estratégico – cada um em um canto do ambiente – ou mesmo um escalonamento na hora do almoço. Se for inevitável, prefira restaurantes ao ar livre e seja breve. Evite reuniões de longa duração com um grande número de participantes em espaços pequenos. Caso seja imprescindível reunir muitas pessoas, opte por ambientes externos da empresa ou, então, remonte às práticas de conferência on-line usadas nos momentos mais críticos da pandemia. Não dá para arriscar. Mãos limpas Lave bem as mãos ou desinfete-as com álcool em gel ao longo de todo o dia e sempre que tocar as superfícies do escritório que são frequentemente manipuladas, como maçanetas, máquinas de café, impressoras... Pense bem, a lista é grande.  Atente-se especialmente à higiene das mãos após usar transporte coletivo. Uma pesquisa da Fiocruz de Pernambuco demonstrou que os locais com maior risco de contrair a infecção são os terminais de ônibus, que chegam a ter mais vírus que os arredores de hospitais (48,7% ante 26,8%). Os pesquisadores colheram amostras de áreas como torneiras, maçanetas, vasos sanitários, interruptores de luz, leitores de biometria, catracas e corrimão de escadas. Assim, não é exagero extrapolar os dados para estações de trem e metrô.  Se você vai trabalhar de carro e o deixa em estacionamento com manobrista, tome os mesmos cuidados. Surgimento de sintomas Se as variantes que predominavam no Brasil até agora muitas vezes começavam com perda de olfato e paladar ou mesmo evoluíam rapidamente para manifestações pulmonares, a variante delta causa manifestações mais brandas, como dor de cabeça, dor de garganta, coriza e febre. Parece um resfriado. O problema é que, segundo um estudo conduzido por pesquisadores da OMS e do Imperial College London, essa cepa tem taxa de transmissibilidade 97% maior que a da original, surgida na China em 2019. Assim, valorize esses sintomas ainda que você já tenha sido vacinado. Isole-se, faça o teste de Covid-19 e avise a empresa e seus colegas de trabalho para que as devidas medidas de precaução de contágio sejam tomadas. Na dúvida, procure seu médico de família ou conte com o Pronto Atendimento da DaVita, onde você pode passar por consulta e, se necessário, fazer o teste de PCR para Covid-19   A empresa também tem de fazer a lição de casa Já no ano passado, por conta da manutenção do funcionamento dos setores essenciais da economia, o Ministério Público do Trabalho publicou uma recomendação com instruções para a proteção do ambiente laboral e a redução dos riscos aos trabalhadores. O documento determina que os empregadores mantenham: - Protocolos de barreiras sanitárias para terceiros e visitantes das unidades, com triagem epidemiológica e controle de temperatura (com termômetro) ou de oxigenação (com oxímetro)  - Práticas de verificação diária de saúde dos funcionários, pessoal ou virtualmente, com triagem de sintomas ou de temperatura - Higienização constante do ambiente, incluindo superfícies, equipamentos e demais instrumentos de trabalho, assim como dos locais com grande circulação de pessoas - Busca ativa de casos em caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce - Políticas e práticas de distanciamento social no ambiente de trabalho - Instalação de equipamentos de proteção coletiva e fornecimento de equipamentos de proteção individual (como máscaras de qualidade) - Ventilação dos ambientes de trabalho e implementação do plano de manutenção, operação e controle de ar-condicionado, previsto numa lei específica de 2018

21/07/2021
Prevenção

Após 18 meses de pandemia, a visão pede socorro

Entre os importantes impactos da Covid-19 na qualidade de vida das pessoas no mundo todo está também o aumento – e mesmo o agravamento – das doenças oculares. A pandemia de Covid-19 está afetando de maneira indireta, mas bastante relevante, a saúde ocular. Os problemas ocorrem em três frentes no Brasil e em outras partes do mundo. A consequência mais imediata foi o cancelamento de cirurgias eletivas, que levou muitos idosos portadores de catarata e glaucoma a terem seus quadros agravados.  Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o Sistema Único de Saúde (SUS) deixou de realizar 6,7 mil cirurgias para tratar o glaucoma em 2020. Somando todos os tipos de procedimentos cirúrgicos ambulatoriais, de janeiro a maio do ano passado, o SUS fez 36% menos intervenções que no mesmo período de 2019.  Nos Estados Unidos, a perda do volume de atendimento oftalmológico geral, incluindo todos os serviços, ultrapassou 80% entre março e abril de 2020, em comparação ao mesmo bimestre do ano anterior, segundo dados da National Patient and Procedure Volume Tracker Analysis. O CBO ainda não possui números sobre os efeitos dessas reduções em nossa população, mas muitos oftalmologistas relatam que tiveram alguns pacientes que evoluíram para perda total ou parcial da visão por conta de tais adiamentos. Hoje, com as medidas de precaução de contágio bem estabelecidas nos serviços de saúde e o avanço da vacinação contra o Sars-CoV-2, as cirurgias eletivas já voltaram à rotina, se não totalmente na rede pública, pelo menos na rede suplementar. Os protocolos de segurança são bastante rígidos para as equipes médica e de enfermagem e os pacientes, por sua vez, precisam se submeter ao teste de Covid-19 por RT-PCR alguns dias antes de seu ingresso no centro cirúrgico.​ Debandada do consultório Além das cirurgias adiadas, muitas pessoas, por medo da Covid-19, sumiram do consultório oftalmológico e não voltaram mais a pensar no assunto. Com isso, diversas doenças que progridem para cegueira sem tratamento em tempo hábil não foram diagnosticadas, como a retinopatia diabética, que piora com o descontrole do diabetes – algo que vem acontecendo bastante entre esse grupo de pacientes na pandemia – e a degeneração macular relacionada à idade, apenas para citar algumas.  O glaucoma merece um capítulo à parte. De acordo com o CBO, o SUS deixou de fazer nada menos que 1,6 milhão de exames para detecção precoce da doença em 2020, o que representou uma redução de quase 30% em relação a 2019. Essas pessoas correm um risco importante de perda de visão, já que o aumento da pressão intraocular que caracteriza a condição ocorre silenciosamente e lesa o nervo óptico – responsável por transmitir as informações visuais para o cérebro – de forma irreversível. Muito tempo de tela Para completar, o mundo tem assistido a um expressivo crescimento dos casos de miopia em crianças e adolescentes devido ao isolamento social e ao consequente uso excessivo de gadgets, inclusive para aulas a distância.  Apenas para dar uma ideia, um estudo que analisou o comportamento de 120 mil crianças chinesas durante a quarentena, feito naquele que foi o primeiro país a sofrer com o Sars-CoV-2, encontrou um aumento de três vezes na incidência desse erro de refração, na comparação com os cinco anos anteriores, entre meninos e meninas de 6 a 8 anos de idade.  Apesar de todos os impactos da pandemia na saúde ocular, ainda dá para minimizar esses prejuízos e evitar problemas mais graves. O CBO estabeleceu protocolos de segurança não só para cirurgias, mas também para todos os atendimentos na área, de exames para medir a acuidade visual até procedimentos mais invasivos. Escolha o Oftalmologista da DaVita mais próximo de você e marque agora mesmo sua consulta. ​  

21/07/2021
Saúde da Mulher

Como cuidar da pele do rosto.

Incorporar a rotina de skincare é mais fácil do que você imagina. Antes de tudo, porém, vale consultar um dermatologista para entender as necessidades de sua pele. Para manter um rosto sempre saudável, os dermatologistas recomendam uma rotina de cuidados com a pele da região, mais conhecida pelo termo skincare. De modo geral, o processo exige pouco tempo e se compõe basicamente de limpeza, tonificação e hidratação, devendo ser precedido de remoção da maquiagem, quando for o caso. Cremes para tratamento, como antirrugas, clareadores e anti acne, por exemplo, entram na sequência. Durante o dia, a rotina se completa com a aplicação do filtro solar, sem o qual os cuidados ficam incompletos, já que a exposição solar cumulativa, sem proteção, além de causar câncer de pele, o mais frequente na população brasileira, responde por mais de 80% do envelhecimento da pele do rosto. Embora o mercado de cosméticos esteja coalhado de opções para todos os bolsos e gostos, é fundamental consultar primeiro um dermatologista para que ele possa identificar as necessidades de cada pele e prescrever, caso a caso, os produtos mais indicados, especialmente aqueles para tratamento, que devem possuir ativos farmacológicos – são os chamados dermocosméticos. Na tabela a seguir, a equipe de Dermatologia da DaVita explica o passo a passo da rotina de cuidados com a pele do rosto, que deve ser feita de manhã e à noite. Rotina de skincare Passos Resultado Como fazer Dicas Se estiver usando maquiagem, antes de tudo, aplique demaquilante ou água micelar para remover os produtos 1º Limpeza Elimina impurezas e excesso de oleosidade   Lave bem o rosto com um produto adequado a seu tipo de pele: sabonete em gel para peles mistas a oleosas ou espuma de limpeza para peles normais a secas Se o sabonete for mais abrasivo, evite a área dos olhos 2º Tonificação Reequilibra o pH da pele e remove vestígios de maquiagem e de impurezas que ainda tenham restado da limpeza Umedeça um pedaço de algodão com o produto e passe-o por toda a superfície do rosto, evitando a área dos olhos Em peles mais sensíveis, a água micelar pode dar conta dessa etapa sem prejuízos 3ºHidratação Repõe a água e os nutrientes da pele, a fim de melhorar tanto o aspecto quanto a saúde do rosto Aplique um produto próprio para seu tipo de pele: um gel-creme ou sérum para peles mistas a oleosas ou um creme para peles normais a secas. Espalhe o hidratante por todo o rosto até que seja completamente absorvido pela pele Aproveite para massagear o rosto enquanto passa o hidratante 4ºTratamento Depende do objetivo e/ou necessidade de cada pessoa: tratar acne, eliminar rugas e marcas do tempo, clarear manchas e assim por diante Aplique o produto conforme recomendação do dermatologista – lembre-se de que geralmente se trata de dermocosméticos, com ativos farmacológicos que vão agir sobre a queixa apresentada  Alguns produtos, como os que contêm ácidos, são indicados somente à noite, enquanto aqueles com ação antioxidante, como os que contêm vitamina C, podem ser usados de manhã 5º Filtro solar Protege a pele da ação dos raios solares Use um filtro com fator de proteção solar 30, no mínimo, e aplique-o diariamente, pela manhã, faça chuva ou faça sol. Não se esqueça de reaplicar o filtro ao longo do dia Escolha um produto apropriado para a pele do rosto, que é mais leve que as fórmulas corporais   Clique aqui e marque uma consulta com um dermatologista da equipe da DaVita. 

21/06/2021
Saúde da Mulher

Todo cuidado é pouco para evitar a hepatite B na gestação

Entre os exames realizados no pré-natal estão os voltados para o diagnóstico de hepatite B, uma inflamação no fígado, causada pelo vírus HBV, que pode se resolver espontaneamente ou se tornar crônica, com risco de cirrose e câncer hepático. Mas o que uma doença no fígado tem a ver com a gravidez? Ocorre que a hepatite B é uma condição infecciosa que tem possibilidade de ser transmitida para o bebê durante a gestação, através da placenta, e no momento do nascimento, pelo contato da criança com o sangue materno no canal de parto. Dessa forma, já na primeira consulta de pré-natal, o obstetra precisa verificar se a mulher apresenta a infecção para poder tratá-la, muitas vezes em conjunto com um hepatologista e/ou infectologista, e assim prevenir o risco de transmissão vertical da doença, ou seja, da mãe para o bebê. Mesmo porque a hepatite B pode passar despercebida quando cursa sem sintomas, sobretudo na forma crônica. Vacinação: antes tarde do que nunca Está certo que hoje o risco de transmissão vertical da doença é um pouco menor porque a vacina contra a hepatite B faz parte do Programa Nacional de Imunizações e, portanto, muitas mulheres em idade fértil já foram vacinadas na infância. Ainda assim, de acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais de 2019, emitido pelo Ministério da Saúde, o Brasil registrou 1.301 casos da hepatite B em grávidas no ano de 2018, a maioria na faixa dos 20 aos 39 anos. Na hora do pré-natal, portanto, além de se certificar de que a gestante está livre da infecção, o obstetra tem de levantar seu histórico vacinal. Caso não tenha recebido o imunizante, ou mesmo não tenha o registro dessa informação, a gestante deve ser vacinada já no primeiro trimestre gestacional. Tratamento com antivirais A hepatite B aguda é tratada com repouso, hidratação e alimentação pobre em gordura, medidas que ajudam o fígado a se recuperar da inflamação. Já o tratamento da hepatite B crônica pode requerer medicamentos para evitar lesões hepáticas. De qualquer forma, o Ministério da Saúde preconiza o uso de um antiviral, o tenofovir, entre 28 e 32 semanas de gestação para reduzir o risco de transmissão da doença da mãe para o bebê. Qualquer que seja a forma da hepatite B, todos os recém-nascidos de mães infectadas precisam receber, logo nas primeiras horas de vida, a primeira dose da vacina e também a imunoglobulina humana anti-hepatite B, um tipo de proteína que ajuda a prevenir a infecção em pessoas expostas ao vírus. Todos esses cuidados se justificam porque o risco de contrair a forma crônica da hepatite B chega a 90% quando a infecção ocorre até os 6 meses de idade. Além disso, entre as pessoas que adquirem a doença na infância, cerca de 25% acabam desenvolvendo cirrose ou câncer hepático. Um prognóstico negativo, que, porém, tem tudo para ser evitado com um pré-natal adequado.

21/06/2021
Saúde da Mulher

O que você precisa saber sobre o câncer de colo do útero

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, o câncer de colo do útero responde pela morte de 35,7 mil mulheres latino-americanas a cada ano – no Brasil, a doença causou 6,5 mil mortes em 2019, segundo dados do Atlas de Mortalidade por Câncer. A estimativa da entidade é que os óbitos pelo tumor cheguem a mais de 51,5 mil, em 2030, na América Latina e no Caribe. Se, muitas vezes, não é possível lutar contra a biologia de cada indivíduo para evitar uma doença maligna, que cursa com a multiplicação desordenada de células anormais, esse não é o caso do tumor de colo uterino, que pode ser perfeitamente prevenido por um conjunto de informação, acesso à assistência médica periódica e, mais recentemente, vacinação. Confira alguns fatos importantes sobre a doença. Causa Terceiro tumor maligno mais frequente no sexo feminino no Brasil, com mais de 16,5 mil casos registrados a cada ano, o câncer de colo do útero decorre da infecção persistente por alguns tipos do papilomavírus humano, o HPV. O agente é tão comum que, segundo os especialistas, afeta mais de 80% das pessoas sexualmente ativas em algum momento da vida. Transmissão do HPV O vírus HPV é transmitido por via sexual, por meio de abrasões mínimas na mucosa do colo uterino ou mesmo em qualquer ponto da pele da região genital. Dessa forma, o preservativo – sempre indicado em todas as relações, vale assinalar – não consegue impedir totalmente o contato com o vírus e não basta prevenir a infecção pelo vírus. Papel do papanicolau Felizmente, as alterações celulares causadas pelo HPV podem ser descobertas pelo exame preventivo das células do colo uterino, a colpocitologia oncótica, também chamada de papanicolau. Quando essas lesões pré-cancerígenas são detectadas e tratadas de forma precoce, não evoluem para câncer em 100% dos casos. População-alvo da testagem Para contribuir efetivamente com a prevenção do câncer de colo uterino, recomenda-se que o papanicolau seja feito por mulheres com idade entre 25 e 64 anos, a partir do início de sua vida sexual. A periodicidade do exame é definida pelo médico, conforme os resultados encontrados. Vacinação Outra forma mais recente de prevenir a doença é a vacina quadrivalente contra o HPV, que cobre dois dos principais tipos de HPV associados ao câncer, o 16 e 18, responsáveis por 70% de todos os casos. Para maior eficácia, o imunizante tem de ser aplicado em duas doses, com intervalo de seis meses, antes do início da atividade sexual, razão pela qual faz parte do Calendário Nacional de Vacinação para meninas de 9 a 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos. Prevenção combinada A vacina não substitui o rastreamento de lesões precursoras de câncer porque existem outros tipos de HPV, além do 16 e do 18, capazes de provocar alterações celulares e, em longo prazo, doenças malignas. Portanto, mesmo mulheres vacinadas devem fazer papanicolau periodicamente. Sintomas Quando se pensa em câncer de colo do útero, não dá para esperar sua manifestação para tomar alguma atitude, pois a doença tem desenvolvimento lento e, no estágio inicial, nem sempre produz incômodos. Os sintomas costumam surgir em fase mais avançada e incluem sangramento leve entre o período menstrual e o não menstrual na idade reprodutiva, mancha ou sangramento na pós-menopausa, sangramento após relação sexual, aumento do corrimento vaginal, às vezes com odor desagradável, e dor abdominal associada a queixas urinárias e/ou intestinais. Fatores de risco A infecção pelo HPV está relacionada a todos os casos de câncer de colo uterino, mas há outros fatores que predispõem uma mulher ao desenvolvimento da doença, como início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros, uso prolongado de contraceptivos orais e tabagismo. Todos esses pontos também podem ser alvo de orientação e promoção de saúde, especialmente em adolescentes e jovens adultas.

21/06/2021
Sexo

Tratamento contra HIV impede a transmissão do vírus

Se, na década de 1980, o diagnóstico de HIV/aids soava como sentença de morte, já que os fármacos que se usavam então não conseguiam controlar a doença, hoje, apesar de ainda não haver uma cura para a condição, as pessoas que fazem a terapia antirretroviral não apenas vivem muito bem com o vírus, como também deixam de transmiti-lo, de modo que os especialistas consideram o tratamento igualmente uma grande forma de prevenção. Para isso, no entanto, é necessário atingir o que se chama de carga viral indetectável – quando o HIV está no organismo, porém numa quantidade tão inexpressiva que mesmo os métodos laboratoriais mais precisos não são capazes de flagrar sua presença. Esse status se consegue em apenas alguns meses de tratamento, o qual combina três medicamentos antirretrovirais, que agem nos mecanismos de multiplicação do vírus e impedem que ele infecte as células de defesa do paciente. Já se observava que gestantes vivendo com HIV em tratamento e com carga viral indetectável não passavam o vírus a seus bebês, desde que tomados alguns cuidados no parto e orientada a não amamentação. Contudo, a certeza de que o tratamento impede a transmissão por via sexual só veio depois de pesquisas com casais sorodivergentes, ou seja, quando uma pessoa tem o vírus e a outra, não. Diversos estudos diferentes analisaram mais de 160 mil relações sexuais desprotegidas em países distintos, incluindo o Brasil, dos quais resultou a constatação de que indivíduos com carga viral indetectável, em tratamento antirretroviral, não contaminam seus respectivos parceiros, independentemente de sua orientação sexual. Os pesquisadores apenas orientam que o paciente deve estar recebendo acompanhamento médico e ter a carga viral do HIV indetectável há, pelo menos, seis meses. Segundo especialistas, a certeza de não transmitir o vírus funciona ainda como mais um fator de adesão ao tratamento. Os pacientes, afinal, temem passar a doença para seus parceiros e querem levar uma vida normal, por exemplo, ter filhos sem risco. Evidentemente, o uso do preservativo permanece sendo incentivado, sobretudo para a prevenção de outras doenças sexualmente transmissíveis, a exemplo da sífilis, que costuma ser bastante devastadora para todo o organismo. Diagnósticos em queda Para iniciar a terapia antirretroviral e se beneficiar dos seus efeitos (veja boxe), o diagnóstico precoce da presença do HIV é fundamental. Em 2020, porém, com a pandemia de Covid-19, o número de notificações de casos diagnosticados caiu 68,3% no Brasil, de acordo com dados do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Essa queda não se deveu a alguma diminuição na incidência da doença, conforme esclarecem os especialistas, tampouco à falta de testes na rede pública, mas a uma baixa procura dos pacientes por serviços de testagem em vista do receio de contágio com o novo coronavírus. Como a pandemia continua, existe recomendação unânime de que as pessoas voltem a se preocupar com o HIV. Testar é a única forma de permitir o diagnóstico precoce de HIV/aids, iniciar rapidamente o tratamento – que, no Brasil, é oferecido pelo Sistema Único de Saúde –, aumentar a expectativa de vida e diminuir a transmissão da doença. Quando testar? Toda pessoa deve fazer o teste de HIV ao menos uma vez na vida. Entretanto, em caso de suspeita de exposição ao vírus numa relação desprotegida, o Ministério da Saúde orienta que a pessoa espere cerca de 30 dias para se testar, uma vez que, nesse intervalo de tempo, ocorre a produção de anticorpos no sangue. Na dúvida, converse com um médico de sua confiança ou procure uma Unidade Básica de Saúde. Benefícios do tratamento com antirretrovirais- Permite a frequente recuperação do sistema imunológico (da imunidade)- Baixa a carga viral de HIV a níveis indetectáveis- Impede a transmissão do vírus por via sexual - Evita o desenvolvimento da aids (manifestação da infecção pelo HIV)- Aumenta a expectativa e a qualidade de vida do paciente

04/06/2021
Saúde da Mulher

SAIBA MAIS SOBRE CÂNCER DE MAMA HEREDITÁRIO

Uma pequena parte dos casos de câncer de mama está associada a mutações germinativas em determinados genes, herdadas dos pais, e pode afetar os familiares, inclusive os homens. Uma herança nada fortuita Assim como qualquer outra doença maligna, o câncer de mama se deve a um defeito genético de origem desconhecida, que leva as células mamárias a se multiplicarem de forma rápida e desordenada, formando uma lesão infiltrativa, ou seja, com capacidade de invadir inclusive outros órgãos e tecidos do corpo. Na grande maioria dos casos, o defeito genético ocorre ao longo da vida em decorrência do envelhecimento e de fatores externos e hormonais principalmente, mas também pode ser herdado dos pais. Nessas situações, temos o tumor de mama hereditário, que representa de 5% a 7% de todos os casos, segundo especialistas. Essa forma de câncer de mama está associada a mutações germinativas – presentes em todas as células, desde o nascimento – nos genes BRCA1 e BRCA2, os mais estudados, além de TP53, PTEN, ATM, STK11, CDH1 e LKB1, entre outros que têm sido implicados mais recentemente nesse contexto. Além disso, apresenta um comportamento mais agressivo, com alta chance de se espalhar para outros órgãos, resultando em alta taxa de mortalidade. Testes genéticos podem flagrar essas mutações nas pessoas numa amostra de sangue ou saliva, mas só estão indicados em casos que atendem às características particulares de incidência da doença: história pessoal ou familiar de câncer em idade abaixo de 50 anos, tumor mamário em homens da família, tumor nas duas mamas simultaneamente ou em um curto intervalo de tempo e acometimento de múltiplas gerações familiares – não só pelo câncer de mama, mas também de próstata e outros mais raros, como de pâncreas, de ovário e melanoma. É claro que o encontro das mutações nos genes não significa que a pessoa necessariamente vai desenvolver tumor de mama, mas aumenta muito o risco da ocorrência. Uma mulher sem nenhum fator de risco apresenta probabilidade de 12% de ter a doença em algum momento, ao passo que, se for de uma família portadora de mutação nos genes BRCA1 e BRCA2, a chance de o câncer surgir sobe para 80% até os 70 anos de idade. Quando se preocupar Muitas mulheres pensam que estão fadadas a ter câncer de mama porque parentes de primeiro grau foram acometidas pela doença, como mãe, tia e irmã, achando, enfim, que qualquer forma de câncer pode ser hereditária. De fato, não é raro em uma mesma família reunir alguns casos desse tumor porque se trata mesmo de uma condição bastante frequente na população feminina. Contudo, para que se caracterize como hereditário, o câncer familiar precisa ter se manifestado da maneira acima descrita ou, ao menos, ter surgido numa pessoa que sabidamente possui mutações em algum gene associado à doença. Apenas com uma história pessoal ou familiar desse tipo é que se deve cogitar a possibilidade de haver um risco genético mais pronunciado para a doença. Para tanto, deve-se procurar um médico, de preferência geneticista, para que ele avalie se há indicação de proceder à testagem para os genes de suscetibilidade a câncer. Se os exames forem feitos e vierem positivos, outros membros da família podem ser orientados a também realizar os testes. A melhor maneira de diminuir radicalmente o risco de câncer de mama em pacientes com mutação genética associada à doença é a mastectomia preventiva, como fez a atriz Angelina Jolie para evitar o surgimento do tumor que matara sua mãe, aos 56 anos, que era portadora de alteração germinativa em BRCA1. Com a mesma mutação, Angelina depois removeu também os ovários, já que o defeito nesse gene igualmente eleva o risco de tumor nesses órgãos. Em geral, recomenda-se a realização das cirurgias de retirada de mamas e ovários depois que a mulher tem filhos e amamenta, mas não antes dos 30 anos. Até lá, como se trata de pacientes de alto risco para câncer, essas pessoas precisam ser submetidas a exames periódicos de rastreamento, com mamografia e ressonância magnética, exame que consegue fazer uma avaliação mais detalhada da região à procura de nódulos e de outras alterações. Decisão difícil Evidentemente, essa decisão não é fácil, uma vez que traz alguns prejuízos, como a menopausa precoce, decorrente da falta de produção hormonal pelos ovários. Ademais, existem os riscos inerentes a quaisquer intervenções cirúrgicas. Para muitas mulheres, no entanto, viver praticamente sem medo de o câncer surgir compensa qualquer outro problema. Angelina, por exemplo, afirmou que não gostaria de passar pelo mesmo que sua mãe nem que seus filhos tivessem medo de perdê-la para a doença. No que concerne à parte estética, vale lembrar que hoje os procedimentos de mastectomia estão bem melhores –remove-se a parte central das mamas, onde se encontra local de início do câncer, com preservação de toda a pele que as recobre, inclusive aréola e mamilo. A cirurgia termina com a colocação de uma prótese de silicone atrás do músculo peitoral maior. Quem apresenta mutações nos genes de suscetibilidade a câncer e não tem vontade de remover as mamas, podem optar por medicação que reduz o risco do câncer de mama, além disso, precisa se submeter a um acompanhamento médico muito estrito, com consultas e exames de rastreamento, a fim de flagrar qualquer sinal muito precoce de câncer, além de conviver de forma muito próxima com uma possibilidade elevada de detectar a doença. De qualquer modo, vale sempre aquela máxima: quanto antes seja feito o diagnóstico, melhor o prognóstico, ainda que se trate de um câncer mais agressivo.

04/06/2021
Prevenção

Um novo horizonte para os portadores de fibrose cística

Há cerca de dois anos, uma notícia trouxe mais esperança para os portadores de fibrose cística, doença genética causada por um defeito no gene CFTR, herdado dos genitores, que produz falhas na fabricação de uma proteína de mesmo nome. Localizada na superfície das células, essa proteína é fundamental para a liberação da água usada para a produção de secreções do corpo. Com isso, os diferentes fluidos orgânicos tornam-se mais espessos, causando diversas repercussões à saúde, sobretudo para os pulmões, que sofrem com o acúmulo de muco e ficam mais predispostos a infecções, e o pâncreas, que não consegue secretar adequadamente as enzimas digestivas necessárias para a absorção dos nutrientes devido à obstrução de seus ductos por secreções mais densas. A boa-nova é que agora existem medicamentos que atuam diretamente na causa da fibrose cística – ao contrário do tratamento convencional, que foca nas consequências (veja boxe). Trata-se dos chamados moduladores de CFTR, que aumentam a função da proteína defeituosa ou, então, elevam sua expressão na superfície celular. Hoje, há três novos fármacos dessa categoria, mas cada um deles se volta para mutações específicas no gene CFTR. Portanto, só estão indicados para portadores da doença que sabidamente têm as respectivas alterações genéticas – o que é determinado por meio de testes genéticos. Esse fato, evidentemente, torna tais medicações mais restritas, porém especialistas e pacientes estão animados com a janela aberta pela novidade, uma vez que, nessa linha de desenvolvimento, outras drogas estão em teste ao redor do mundo. SUS já dispensa um medicamento A Agência Nacional de Vigilância Sanitária já deu aval para o uso de dois moduladores de CFTR no Brasil. Um deles, o ivacaftor, foi recentemente incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS), que passou a dispensá-lo para crianças a partir de 6 anos de idade com uma das seguintes mutações no gene CFTR – G551D, G1244E, G1349D, G178R, G551S, S1251N, S1255P, S549N ou S549R. Na prática, o medicamento mantém a proteína CFTR aberta na superfície das células por mais tempo, melhorando o transporte de sal e água através da membrana celular e contribuindo para hidratar e higienizar as vias respiratórias. Não se conhecem ainda dados sobre os efeitos dos novos fármacos no aumento da expectativa de vida das pessoas com fibrose cística, que hoje alcança pouco mais de 40 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Contudo, acredita-se que, ao reduzir a probabilidade de complicações pulmonares, que são a principal causa de morte nesse grupo, o uso de tais moduladores traga, sim, um prognóstico mais feliz para esses núcleos familiares, com maior sobrevida e melhor qualidade de vida para o portador da doença. Foco nas consequências Até o surgimento dessa nova classe terapêutica, o tratamento da fibrose cística só podia mirar em suas consequências: Para os pulmões, medicamentos orais e inalações para limpar e fluidificar as secreções, antibióticos para evitar pneumonias e tratar inflamações e também broncodilatadores para melhorar a função pulmonar. Para o combate aos problemas gerados no pâncreas, reposição das enzimas digestivas que o órgão não consegue disponibilizar. Para o fígado, que também pode sofrer lesões, um ácido presente na bile humana, a fim de prevenir cirrose hepática. Para a desnutrição e a melhora do quadro geral, reidratação, reposição de sódio, suplementação de vitaminas e dieta calórica.

28/12/2020
Prevenção

Veja o que diz o plano nacional de vacinação contra a Covid

O Ministério da Saúde anunciou, no último dia 12 de dezembro, um plano de imunização contra a Covid-19, ao qual fez algumas inclusões durante a cerimônia de apresentação do documento nessa quarta-feira, 16. O plano não traz datas e deixa pontos abertos, a exemplo das redes de frio para armazenar as vacinas, especialmente as que exigem temperaturas muito baixas. Contudo, ao menos mostra que a pasta e o governo federal parecem estar sintonizados com os governos estaduais em torno da ideia de não haver outra estratégia para combater a pandemia senão a vacinação. Confira os destaques: Quem será vacinado prioritariamente?O plano nacional de operalização da vacinação contra a COVID-19 do Ministério da Saúde publicado em 16/12/2020 optou pela seguinte ordem de priorização; - Trabalhadores da área da saúde; - Pessoas com mais de 75 anos; - Pessoas a partir de 60 anos institucionalizadas; - Comunidades ribeirinhas e quilombolas; - População indígena de áreas demarcadas; - Outros grupos que virão a seguir  incluem: populações em situação de rua, pessoas com doenças graves, trabalhadores da área de educação, trabalhadores do transporte coletivo,  Trabalhadores do transporte rodoviário de cargas,  Indivíduos privados de liberdade, Funcionários do sistema prisional e Profissionais das forças de segurança e salvamento. Quando começará a vacinação?O plano não define a data do início da campanha, mas diz que os grupos com prioridade serão imunizados ainda no primeiro semestre de 2021 durante quatro meses, em três fases, e os demais brasileiros, em 12 meses. O tempo total estimado pelo governo para imunizar nossa população contra a Covid é, portanto, de 16 meses. No entanto, um dia após a apresentação oficial do plano, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, cogitou que o Brasil pode começar a vacinar os grupos de maior risco em janeiro. Com que imunizantes a população será vacinada?O Ministério da Saúde diz estar negociando com diferentes empresas que têm vacinas em estudos de fase 3 para que possa oferecer a maior quantidade possível de doses à população brasileira. Além de mencionar a parceria com o AstraZeneca/Oxford, que prevê a transferência de tecnologia para a Fiocruz fabricar o produto no Brasil, e a adesão ao consórcio Covax, organizado pela Organização Mundial da Saúde (link para matéria de vacinas), que facilitará o acesso a nove imunizantes em desenvolvimento, o documento cita as seguintes possibilidades de acordo:- Pfizer/BioNTech (EUA/Alemanha)- Moderna (EUA)- Sinovac/Instituto Butantan (China)- Instituto Gamaleya (Rússia)- Janssen (Bélgica)- Bharat Biotech (Índia) Apesar de se mostrar aberto a todas essas frentes, o ministro da Saúde afirmou, em entrevista coletiva, que as vacinas fabricadas no Brasil, pelo Butantan, pela Fiocruz ou por qualquer outra empresa, terão prioridade no Sistema Único de Saúde. Como as vacinas serão distribuídas para os Estados?A logística ficará a cargo de empresa terceirizada, conforme detalha o plano. Há um complexo central ao lado do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), com sede também em Brasília, Rio de Janeiro e Recife. As vacinas seguirão por rodovia em caminhões refrigerados para Santa Catarina, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e outros Estados que fiquem a 1.400 km desses complexos. Para o Nordeste, o transporte será feito por avião até Recife, que coordenará a distribuição aos Estados vizinhos por rodovia. Já para o Norte, companhias aéreas tradicionais e aviões cargueiros particulares se encarregarão da distribuição.  Próximo passo: conscientizaçãoO governo prevê uma campanha de comunicação para transmitir à população inicialmente a segurança das vacinas que vier a oferecer. Assim que a imunização começar, a iniciativa vai prosseguir para conclamar os grupos prioritários a se vacinarem. Em paralelo, o Supremo Tribunal Federal resolveu sobre a constitucionalidade da vacinação obrigatória e que os estados e municípios tem o direito de adotar essa medida.

28/12/2020
Prevenção

Não abra as portas para a Covid-19 neste fim de ano

Se você pretende reunir a família e amigos para celebrar o Natal e ano-novo neste período de pandemia, os especialistas avisam que não há medidas que impeçam totalmente a transmissão da Covid-19, por mais que os convidados adotem os cuidados recomendados. Afinal, não dá para comer e beber usando máscara e a manutenção do distanciamento social num só ambiente pode ser bastante desafiante. As pessoas circulam e acabam se aglomerando sem que percebam. As entidades médicas, incluindo a Organização Mundial de Saúde, o Centro de Controle de Doenças dos EUA e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Brasil, defendem que a forma mais segura de passar as festas neste inusitado 2020 é comemorar apenas entre os que residem na mesma casa – inclusive sem viajar. A mistura de indivíduos que vivem em outras residências, cada qual com sua história de últimos contatos, pode resultar na transmissão do coronavírus para um ou, pior, para vários dos presentes.  Parece exagero? Vamos às estatísticas. O Brasil está com uma taxa de transmissão do coronavírus de 1,13 (calculada em 15/12/20) , o que significa que cem pessoas podem disseminar o agente para outras 113, segundo o Imperial College de Londres, no Reino Unido. De cada cem pessoas que pegam a Covid-19, 80 apresentam a forma leve da infecção ou nem manifestam sintomas, mas 15 são internadas e cinco vão para a unidade de terapia intensiva, especialmente idosos e pessoas com comorbidades (doenças cardíacas, doenças autoimunes, diabetes, câncer e outras).  O fato é que, direta ou indiretamente, uma festa de fim de ano tradicional, com a mistura de diferentes gerações, pode culminar, em algumas semanas, na hospitalização de algumas pessoas que nos são caras e na necessidade de uso de medidas invasivas para manter a capacidade respiratória de outras. Será que vale a pena colocar os mais vulneráveis da família ou do círculo de amigos em risco? Pense nisso. Se você não abre mão de comemorar, busque alternativas. Use a tecnologia para fazer um amigo-secreto virtual e dê um jeito de enviar os presentes depois, por exemplo. Há quem aposte em compartilhar preparações da ceia com os parentes para que todos possam cear em segurança, na mesma hora, cada um em sua casa, também com uma videoconferência. Enfim, é possível pôr a criatividade para funcionar e promover uma festa diferente e segura nestes tempos de restrição de contatos. Mas tem (muita) gente que insiste em correr o risco Para quem, apesar de tudo, ainda pretende reunir as pessoas para confraternizar, os especialistas recomendam, além de uso de máscara, distanciamento e mãos higienizadas, cuidados com a escolha do local da reunião, com o número de convidados, com a duração da festa e com a forma de cear, entre vários outros detalhes. É importante ter em mente que indivíduos com qualquer sintoma de Covid-19 (coriza, tosse, diarreia, ausência de paladar ou cheiro, febre, falta de ar e outros), mesmo sem confirmação da infecção, não devem participar de nenhuma reunião, mas se manter isolados, inclusive das pessoas com quem convivem. Quem espera resultado do teste de PCR para Covid-19 também precisa permanecer em quarentena, assim como aqueles que tiveram contato com alguém contaminado nos 14 dias anteriores. Por fim, quem reside com idosos e pessoas com maior risco de complicações e morte pela doença deve ter a empatia de passar Natal e ano-novo em casa e de não receber convidados.  A seguir, relacionamos um resumo de orientações que ajudam a mitigar os riscos, os quais, vale reforçar, não podem ser eliminados totalmente numa confraternização, ainda que pequena. Confraternização com responsabilidade - Se você for o anfitrião, convide o menor número de pessoas possível, de preferência provenientes de um menor número de casas. É melhor ter seis convidados de duas residências diferentes do que quatro que vivem cada qual em um local distinto. - Faça adaptações em seu ambiente para que os convidados que não convivem possam ficar a uma distância segura entre si, de dois metros.  - Reserve cantos separados para cada grupo que vem de um mesmo local, orientando essas pessoas para que se sentem e comam juntas. - Procure montar a confraternização ao ar livre ou em espaços bem ventilados, com portas e janelas abertas. Uma boa dica é posicionar ventiladores nas janelas, uma vez que puxam o ar interno e o jogam para fora. Só não ligue o ar-condicionado.  - Use máscara durante todo o tempo em que não estiver comendo ou bebendo e tenha consigo mais de uma unidade para troca, pois, após algum tempo, o tecido fica molhado e compromete a barreira de proteção. - Higiene suas mãos a todo momento. Tenha seu próprio álcool em gel ou lave as mãos com frequência, usando papel-toalha para enxugá-las. - Ao chegar à confraternização ou ao receber os convidados, não os cumprimente com beijos, abraços e apertos de mão. A pandemia não permite contato físico. - Mantenha música e tevê em volume bem discreto para que os convidados não tenham que falar muito alto ou gritar. Quando estiverem comendo, principalmente, isso aumenta a emissão de saliva e aerossóis no ambiente. - Como anfitrião, oriente que cada núcleo ou convidado-solo leve sua própria comida e bebida para reduzir os riscos. Se pretende compartilhar um ou mais pratos, por exemplo, uma sobremesa ou uma salada, lave muito bem as mãos e use máscara na hora de prepará-los. - Sirva as bebidas em embalagens individuais a fim de evitar que várias mãos toquem na mesma garrafa e coloque-as em baldes de gelo para que os convidados se sirvam sozinhos. É conveniente restringir ou mesmo não oferecer bebidas alcoólicas, pois, após alguns drinques, as pessoas tendem a baixar a guarda. Ademais, isso pode prolongar a confraternização, tornando-a ainda mais arriscada. - Ofereça temperos e condimentos também embalados individualmente, como sachês de sal e pimenta ou de molhos para salada. - Na hora de comer, nada de colocar todos à mesa ou de formar fila para que os convidados possam se servir das preparações. Uma pessoa pode ser escalada para montar os pratos (sempre de máscara), de modo a minimizar os toques nos talheres de servir, pegadores e travessas.  - Se os convidados não puderem cear no local onde estão sentados, faça um revezamento à mesa, colocando um grupo de cada vez – sendo cada um deles de pessoas que já convivem. É importante que cada leva de comensais não passe muito tempo à mesa, sem máscara. - Como anfitrião, intensifique a limpeza durante a festa. Mantenha papel-toalha no banheiro e sabonete líquido, além de frascos de álcool em gel espalhados por todo o ambiente. Limpe a toda hora maçanetas, chaves, porta da geladeira, interfone e superfícies em que as pessoas colocam as mãos frequentemente. Não é hora de relaxar. - Não reúna o grupo para fotos, mesmo que todos estejam usando máscara, e não aproxime as pessoas para um brinde. Isso pode ser feito a distância, com cada convidado levantando seu copo sem sair do lugar. Para outros detalhes, acesse também a cartilha que a Fiocruz criou para conscientizar a população: https://portal.fiocruz.br/coronavirus/material-para-download

28/12/2020
Prevenção

Conheça as principais vacinas contra a Covid-19

Em 8/12/2020 , o Reino Unido começou a imunizar seus primeiros cidadãos com a vacina contra a Covid-19 da Pfizer/BioNTech, que também obteve o sinal verde do Food and Drug Administration e do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) americano para uso emergencial nos Estados Unidos em 20/12/2020. Podemos acreditar que o mundo, finalmente, assiste ao início da batalha contra a pandemia que já infectou mais de 79 milhões de pessoas e fez mais de 1,7 milhão de vítimas no mundo todo, segundo dados da Johns Hopkins University. A Rússia, desde o início de dezembro, já vem aplicando a vacina Sputnik V, de desenvolvimento local, em professores, profissionais da saúde e assistentes sociais e em 30/11/20 já iniciou na população geral. Na China, por usa vez, a CoronaVac igualmente encontra-se em uso em funcionários do governo, profissionais de saúde e equipes que trabalham nas fronteiras daquele país, juntamente com outros dois tipos de imunizante igualmente produzidos por laboratórios chineses. O fato é que, em uma corrida pela imunização sem precedentes, que envolve mais de 200 imunizantes, quase um quarto já em estudos clínicos, essas vacinas estão saindo na frente. Juntamente com outras promissoras candidatas, saiba como elas pretendem tornar as pessoas imunes ao que já pode ser considerado o mal do presente século. Pfizer/BioNTech Origem: Estados Unidos/Alemanha.Eficácia: 95%, segundo resultados preliminares da fase 3 dos estudos clínicos, publicados no periódico científico no The New England Journal of Medicine.Doses necessárias: duas.Utilização atual: pelo Reino Unido, pelos Estados Unidos,  Canadá, Arabia Saudita, Israel, Suiça, Chile, Costa Rica, Mexico,Kwait, Servia, Hungria, Catar .Brasil: assinou carta de intenção para a compra de 70 milhões de doses.Logística: pode ser complicada em países tropicais devido à necessidade de armazenamento a 70o C negativos.Mecanismo de proteção: trata-se de uma vacina gênica, ou de RNA mensageiro, como você pode ler por aí, que carrega as instruções para que nosso próprio corpo produza a proteína Spike do coronavírus. O imunizante carrega uma sequência de RNA do agente, totalmente sintética e, portanto, incapaz de causar doença, envolta em uma capinha de gordura, que é absorvida pelo organismo. A partir de então, nossas células fabricam a proteína e a expõem em sua superfície ou a liberam na circulação, o que basta para o sistema imunológico armar toda a estratégia de defesa sempre que estiver diante do SARV-CoV-2 propriamente dito.  Moderna/National Institutes of Health Origem: Estados Unidos.Eficácia: 94,1%, segundo resultados preliminares dos estudos clínicos de fase 3 anunciados pela empresa.Doses necessárias: duas.Utilização atual: aprovada em regime emergencial nos  Estados Unidos.Brasil: pode obter o imunizante por intermédio do consórcio Covax Facility, coordenado pela Organização Mundial de Saúde, ao qual o Ministério da Saúde aderiu para ter acesso a nove vacinas em desenvolvimento. Contudo, nosso país optou pela cobertura mínima ao ingressar no consórcio, ou seja, por doses para imunizar apenas 10% da população brasileira – poderia ser até 50%.Logística: ainda um tanto complexa para países tropicais, já que precisa ser armazenada a 20o C negativos.Mecanismo de proteção: também configura uma vacina de RNA mensageiro, que ensina o organismo a fabricar a proteína Spike do SARS-CoV-2 sem introduzir nenhuma estrutura viral dentro do ser humano, a partir da qual o sistema imunológico consegue elaborar uma resposta diante da ameaça real. Sputnik V Origem: Rússia/Instituto Gamaleya.Eficácia: 91,4%, segundo dados divulgados pelo Gamaleya baseados em estudos clínicos de fase 3, ainda não publicados.Doses necessárias: duas.Utilização atual: pela Rússia e, em breve, pela Argentina.Brasil: o governo federal não faz menção a essa vacina em seu plano de imunização, mas afirma, no documento, que está em prospecção de quaisquer imunizantes em fase 3. Contudo, tanto Paraná quanto Bahia têm acordo com a Rússia para futuros estudos clínicos em seus respectivos Estados e, conforme os resultados, posterior aquisição de doses.Logística: mais simples para países que próximos à Linha do Equador, uma que vez que a forma seca do produto pode ser armazenada entre 2o e 8o C, temperatura de um refrigerador comum.Mecanismo de proteção: é uma vacina de vetor viral, que usa a carcaça de dois tipos de adenovírus inativados, causadores de resfriados em humanos, recheada com a proteína Spike, que, por sua vez, estimula nosso sistema imunológico a produzir defesas contra o agente, como anticorpos e células T. AstraZeneca/Universidade de Oxford Origem: Inglaterra.Eficácia: média de 70,4%, chegando a 90% em pessoas que tomaram a dose menor, de acordo com resultados preliminares dos estudos de fase 3.Doses necessárias: uma primeira reduzida mais uma completa (uma dose e meia).Utilização atual: ainda em processo de aprovação. Brasil: foi a maior aposta do governo brasileiro até agora, que negociou a transferência de tecnologia para que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) produza a vacina em território nacional. No primeiro semestre, estima-se a fabricação de 100,4 milhões de doses com a matéria-prima importada e, no segundo, de 30 milhões de doses por mês, segundo o plano de imunização do Ministério da Saúde, já com o princípio ativo do imunizante também produzido aqui. Logística: facilitada, visto que o produto pode ser armazenado entre 2o e 8o C.Mecanismo de proteção: trata-se igualmente de um imunizante de vetor viral, com a diferença de que a carcaça é composta de um adenovírus de chimpanzés. Inativado, esse vírus recebe a proteína Spike do SARS-CoV-2 e, uma vez injetado em nosso organismo como vacina, desencadeia uma resposta imunológica específica para combater o agente. CoronaVac Origem: China/Sinovac.Eficácia: ainda sem resultados preliminares.Doses necessárias: duas.Utilização atual: pela China.Brasil: embora o plano de imunização do governo federal não se refira a esse imunizante, o governo de São Paulo fechou um acordo com a empresa chinesa, que inclui transferência de tecnologia para a produção da CoronaVac no Instituto Butantan, o qual, aliás, já começou a fabricação. Pela negociação, São Paulo contará com 46 milhões de doses, 40 milhões produzidas por aqui e as restantes importadas. Confiante de que a vacina será eficaz, o Estado ainda não apresentou à Anvisa o ensaio completo dos estudos de fase 3 que realizou com voluntários brasileiros, em paralelo, pedirá também o registro à agência reguladora chinesa, a NMPA. Depois da aprovação desta, a Anvisa terá 72 horas para dar seu aval, conforme determina a legislação brasileira. Apesar disso, o governo paulista já estabeleceu até data para começar a imunização – dia 25 de janeiro, não por acaso o aniversário da capital do Estado.Logística: descomplicada, visto que o produto pode ser armazenado entre 2o e 8o C.Mecanismo de proteção: a CoronaVac consiste em uma vacina de vírus inativado, um tipo bem clássico, já usado em outros imunizantes com sucesso, e possivelmente por isso o governo paulista esteja apostando alto no produto. No laboratório, o SARS-CoV-2 passa por calor e processos químicos e perde totalmente seu potencial de causar doença. Quando injetado como vacina, no entanto, ainda consegue acionar o sistema imunológico, criando nele uma memória para que possa dar conta de defender nosso organismo quando tiver contato com o vírus vivo.  O que vem por aí De fato, a chegada efetiva de imunizantes para conter a pandemia pouco menos de um ano depois de ela ter surgido representa uma notícia e tanto, sobretudo após meses de incertezas. Espera-se que, no ano que vem, outras potenciais candidatas a vacina possam ser também estudadas e liberadas para aplicação. Mas os números de casos e vítimas não deixam dúvidas sobre a postura que devemos adotar mesmo com essa perspectiva: não podemos nos descuidar das medidas de proteção individual – usar máscara, higienizar sempre as mãos e manter distanciamento social. Até porque os poucos países que já começaram a imunização estão privilegiando, por enquanto, as populações mais expostas e as de maior risco para a Covid-19. Não há vacina para todos e existe todo um planeta para ser vacinado ainda. A vida vai demorar a ser o que era, ao que parece, ou talvez nunca mais seja como antes, mesmo porque aprendemos a viver de forma diferente nesse período. Contudo, estamos terminando 2020 com algum horizonte. 

09/11/2020
Novembro Azul

Como fica a função sexual após o tratamento do câncer de próstata?

Um dos grandes receios do homem que se submete ao tratamento do câncer de próstata, especialmente à cirurgia, é a perda da função sexual, também chamada de disfunção erétil, acompanhada ou não da incontinência urinária, que consiste na perda involuntária de urina, dois efeitos comuns, mas reversíveis, do pós-operatório. De acordo com os especialistas, hoje as técnicas cirúrgicas evoluíram bastante e permitem maior ampliação visual, liberdade de movimentos e precisão. Sobretudo a cirurgia robótica e a videolaparoscopia possibilitam ao cirurgião isolar os feixes de vasos sanguíneos e de nervos cavernosos e, assim, preservar ao máximo tanto o esfíncter da uretra, que controla as micções, quanto a capacidade de o homem ter ereção. Mesmo com os avanços, porém, pelo menos metade dos homens que passam pela prostatectomia costuma ter necessidade de um período variável de reabilitação para a retomada das funções temporariamente perdidas. Para recuperar plenamente a continência da urina, em geral se estimam de três a seis meses de fisioterapia e exercícios apropriados, que envolvem o períneo, estrutura que envolve a genitália e o ânus. Essa estratégia usualmente basta, mas, nos casos mais resistentes, é possível implantar um esfíncter artificial. Já o retorno das ereções depende de outros fatores, incluindo doenças preexistentes – diabetes, colesterol elevado e tabagismo, por exemplo – e fatores psicológicos. De qualquer modo, há um protocolo para reabilitar a função sexual, o qual começa com medicamentos orais para facilitar a entrada de sangue no pênis, uma espécie de fisioterapia medicamentosa, a fim de manter a oxigenação do pênis. Só com os fármacos, não raro a função sexual volta ao normal e, dessa forma, há homens que já conseguem retomar a vida depois do procedimento, desde que não aconteça nenhuma intercorrência, evidentemente. A única diferença é que, como não tem mais a próstata, o homem terá um orgasmo seco, sem líquido seminal. A mudança pode até ser incômoda no início, mas o único efeito prático disso é mesmo a infertilidade, sem impacto na sensação de prazer. Seguindo o protocolo, se os fármacos orais não derem certo, a próxima opção é a terapia com injeção de drogas vasodilatadoras, que o próprio homem pode aplicar no pênis logo antes do ato sexual. Caso isso ainda não dê certo, pode-se recorrer ainda a uma prótese peniana, o que, contudo, configura uma alternativa definitiva, não permitindo reversão. Vale salientar que as opções para a reabilitação da função sexual também envolvem a dinâmica do casal. Assim, a participação da companheira nesse momento do pós-tratamento deve ser considerada e encorajada.  Efeitos de outros tratamentos A radioterapia também pode afetar as ereções justamente porque a radiação emitida sobre a próstata pode causar lesões nos vasos que levam sangue até o pênis. Estima-se que um quarto dos homens que realizam essa modalidade de tratamento para combater o tumor prostático sinta diferença nas ereções e/ou tenha dificuldade para mantê-las. Contudo, os mesmos medicamentos usados no pós-operatório de prostatectomia podem ser tentados nos casos mais difíceis e, se não forem efetivos, seguidos de outras modalidades terapêuticas. Já a hormonioterapia mexe com a função sexual por bloquear a ação da testosterona no organismo. Sem o hormônio masculino em circulação, há perda de libido e consequente disfunção erétil. Nessa situação, no entanto, o efeito negativo sobre a atividade sexual pode cessar assim que a medicação for suspensa.

06/11/2020
Novembro Azul

Como deve ser o cerco ao câncer de próstata

Se, nas mulheres, as mamas e o colo do útero estão entre os principais alvos do câncer, nos homens, a próstata ocupa lugar semelhante. O tumor nessa glândula exclusiva do sexo masculino é o segundo tipo de câncer mais comum entre os brasileiros, atrás apenas do de pele não melanoma. De acordo com a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), até o fim do ano deverá haver mais de 65,8 mil novos casos no País. No mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde/Organização Pan-Americana de Saúde, a estimativa para 2040 bate na casa de 1,3 milhão de casos. Boa parte da alta incidência do tumor se explica pelo fato de se tratar de um problema vinculado à maturidade. Cerca de 75% de todos os pacientes com a doença em todo o mundo já passaram dos 65 anos de idade. Portanto, quanto mais avançada a expectativa de vida no planeta – o que está acontecendo em todos os continentes, vale assinalar –, mais se espera que o número de diagnósticos aumente. A idade, porém, não é o único fator de risco para o câncer de próstata, o excesso de peso também favorece seu surgimento. Por sua vez, a herança genética configura um aspecto contundente no desenvolvimento da doença, especialmente diante de história familiar de pai, irmão e avô com o tumor, mas responde por menos de 10% de todos os casos. Por fim, esse câncer também é mais frequente em afrodescendentes – o risco aumenta em duas a três vezes em relação ao de outras etnias. Atitudes preventivas, portanto, devem focar em alimentação equilibrada, prática regular de atividade física e hábitos de vida saudáveis. Os demais fatores que ampliam a possibilidade de aparecimento de lesões malignas na próstata infelizmente não têm como ser modificados. Diagnósticos tardios O Brasil ainda registra mais de 15,5 mil mortes anuais por câncer prostático, o que o torna um problema de saúde pública, mas não porque a doença seja extremamente agressiva. Em geral, o tumor leva cerca de 15 anos para alcançar 1 cm3 , segundo o Inca, e pode nem chegar a atrapalhar a vida do homem se for bem acompanhado. Mas a verdade é que os diagnósticos continuam sendo tardios. Um estudo da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostrou que 30% dos pacientes da rede pública e 20% dos provenientes da rede de saúde suplementar já estavam com câncer avançado no momento de sua descoberta. A ligeira diferença pode acusar falta de amplo acesso à assistência médica nos serviços públicos, de fato, mas, por outro lado, parece confirmar o que já se sabe – o homem vai menos ao consultório preventivamente. Para completar, o tumor de próstata cursa de forma silenciosa no início. Os sintomas, caracterizados por alterações urinárias e dores ósseas, podem não aparecer ou só incomodar num momento em que a lesão já está num estágio mais grave, quando requer tratamentos mais extensos. Rastreamento, eis a questão Apesar disso, ao contrário do que ocorre na abordagem do câncer de mama, em que há um exame que reconhecidamente reduz a taxa de mortalidade pela doença – a mamografia –, no câncer de próstata não se preconiza o mesmo tipo de rastreamento universal. Estudos feitos com milhares de homens na Europa e nos Estados Unidos no início desta década concluíram que a realização indiscriminada de testes laboratoriais e de imagem não impacta o número de mortes causadas pela doença. Essa estratégia tem sido questionada por trabalhos posteriores, mas ainda se mantém. Na dúvida, a SBU recomenda que, por volta dos 50 anos, todos os homens procurem um urologista para uma avaliação individual, decidindo com o médico a necessidade, os riscos e os benefícios da pesquisa de lesões na próstata. Em geral, o rastreamento inclui o toque retal e dosagem de PSA no sangue.  Dependendo dos achados, a investigação pode prosseguir com a ultrassonografia e outros exames de imagem, assim como a biópsia de próstata. Homens com algum fator de risco, incluindo obesidade, afrodescendência e história de parentes que tiveram tumor prostático antes dos 60 anos, devem marcar consulta com o especialista mais cedo, já a partir de 45 anos.  Não custa lembrar que, em caso de sintomas – que até podem ser de outras condições –, é imperativo esclarecer imediatamente o quadro com um urologista ou com um médico de sua confiança. 

19/10/2020
Outubro Rosa

Como a ultrassonografia entra no rastreamento de câncer de mama

Você vai ao ginecologista e seu médico pede, além da mamografia, uma ultrassonografia das mamas. E a pergunta que vem à cabeça é: preciso mesmo realizar os dois exames?   A mamografia, que consiste numa radiografia das mamas, de fato é o único método de imagem com eficácia comprovada na redução de mortalidade por câncer de mama, razão pela qual é usada de forma universal para rastrear a doença em mulheres a partir da meia-idade. Logo, desse exame não dá para abrir mão.   Mas a ultrassonografia pode ser necessária para melhorar a sensibilidade – justamente a capacidade de encontrar alterações – da mamografia em pacientes cujas mamas são densas, ou seja, compostas por mais tecido fibroglandular do que por gordura.    Ocorre que esse tecido, que contém as estruturas envolvidas na produção de leite, aparece esbranquiçado nas imagens mamográficas, da mesma forma que eventuais nódulos ou lesões mamárias, dificultando o rastreamento, mesmo para os olhos treinados do radiologista. A parte gordurosa da mama, ao contrário, fica escura no exame, permitindo maior contraste com lesões.    Quem precisa dos dois exames   O predomínio do tecido fibroglandular é característico de mulheres mais jovens. Acontece que, mesmo a partir da quarta década de vida, muitas pacientes continuam com mamas densas devido a fatores hormonais e reprodutivos, o que pode dificultar o diagnóstico de determinadas alterações pelo estudo mamográfico.    Por isso, os especialistas consideram a realização combinada de mamografia e ultrassonografia nesse grupo de pacientes. Uma não substitui a outra, que fique bem claro: são métodos complementares.   Em mulheres com mamas formadas principalmente por tecido gorduroso, por sua vez, a mamografia costuma dar conta do recado e pode dispensar o complemento ultrassonográfico no rastreamento.    O que a ultrassonografia das mamas mostra   A ultrassonografia, que usa ondas sonoras para captar imagens do interior dos órgãos, detecta lesões que não podem ser bem visualizadas na mamografia por conta da maior densidade mamária.    Além disso, o exame distingue cistos, que têm conteúdo líquido ou espesso em sua maioria, de nódulos, que apresentam conteúdo sólido. Nas imagens da avaliação mamográfica, os dois tipos de lesão se assemelham.   Em mulheres jovens, que ainda não fazem rastreamento periódico de câncer de mama, a ultrassonografia é o exame de escolha para investigar queixas de nódulos palpáveis, complicações após cirurgias e outras doenças mamárias.   Vale lembrar que o método também serve para guiar biópsias de mama, procedimento executado quando há necessidade de extrair fragmentos de lesões para verificar a natureza de suas alterações no laboratório. 

19/10/2020
Outubro Rosa

Minha mamografia deu BI-RADS. Devo me preocupar?

Se não bastassem os termos de difícil entendimento para uma pessoa leiga no resultado de uma mamografia, o laudo também conclui a análise com uma sigla, BI-RADS, acompanhada de um número que vai de 0 a 6. Muita gente estranha essa nomenclatura. Meu exame recebeu a classificação BI-RADS 3, o que isso significa? O BI-RADS é a sigla da expressão Breast Image Reporting and Data System, uma metodologia criada pelo Colégio Americano de Radiologia, em 1993, para padronizar os laudos da mamografia, de forma a reduzir os riscos de má interpretação dos achados de imagem entre diferentes médicos e serviços de saúde, e ainda favorecer a comparação de resultados a cada ano – já que o rastreamento mamográfico é anual.  A estratégia ajuda o médico que acompanha a paciente a definir a continuidade da investigação com outros métodos de imagem ou mesmo com a biópsia mamária, procedimento realizado para a retirada de fragmentos de uma lesão de mama em casos suspeitos de câncer. Inicialmente, o sistema foi desenvolvido para categorizar os laudos de mamografia, mas hoje também se aplica a exames de ultrassonografia das mamas e de ressonância magnética das mamas.  Para que você possa entender melhor os próximos passos da investigação diagnóstica a partir de um resultado de mamografia ou de outro exame de imagem das mamas, nossos especialistas explicam o significado de cada categoria do BI-RADS. Confira.  Classificação dos achados da imagem segundo o BI-RADS Categoria Significado BI-RADS   0 Exame inconclusivo, o que pode ocorrer por problemas técnicos, como mau posicionamento das mamas e axilas no aparelho e movimentação da paciente durante o exame. Recorre-se também a essa categoria quando há dúvidas sobre a existência de alguma alteração, o que geralmente implica a realização de uma nova mamografia na sequência ou outros exames de imagem. BI-RADS 1 Exame normal, sem achados. Nessa situação, a mamografia não encontra nenhuma alteração e não há risco de câncer de mama. A próxima avaliação mamográfica pode ser feita com intervalo de um ano. BI-RADS 2 Exame com achados benignos. A mamografia detecta alterações, mas, apenas por seu aspecto, o radiologista consegue determinar que apresentam natureza benigna. Cistos simples (veja boxe) são exemplos bem comuns dessas lesões. Da mesma forma, o estudo pode ser repetido normalmente em 12 meses. BI-RADS 3 Exame com achados provavelmente benignos. Aqui, embora as lesões pareçam benignas, o radiologista não tem 100% de certeza disso. Assim, a recomendação, para uma mamografia com esse resultado, é repetir o exame em seis meses para verificar se houve mudanças ou se os achados iniciais permaneceram estáveis. De qualquer modo, o risco de uma lesão BI-RADS 3 ser câncer de mama não passa de 2%. BI-RADS 4 Exame com achados suspeitos de câncer. Quando uma lesão recebe essa classificação, obrigatoriamente precisa de biópsia para esclarecimento de sua natureza – se benigna ou maligna. Nem sempre, no entanto, a alteração encontrada corresponde a um tumor maligno. Por isso, a categoria abrange três subdivisões: BI-RADS 4A, que tem baixo risco de malignidade, entre 2% e 10%; BI-RADS 4B, com risco entre 11% e 50%; e BI-RADS 4C, com risco entre 51% e 95%. BI-RADS 5 Exame com elevado risco de câncer. Nessa categoria, só pelo aspecto dos achados o radiologista percebe que se trata de lesão/alteração altamente suspeita de tumor de mama, acima de 95%. De qualquer modo, todos os casos que recebem essa classificação também requerem biópsia para a confirmação diagnóstica da doença. BI-RADS 6 Resultado com lesão maligna já conhecida. Costuma aparecer nos laudos de exames de pacientes antes ou durante o tratamento – por exemplo, na mamografia de mulheres que já começaram uma quimioterapia. A categoria, na pratica, serve para indicar ao médico solicitante que a lesão em questão não é nova, mas aquela que motivou a terapia. Também tem importância para que o achado não seja contabilizado como um novo caso de câncer, para efeitos epidemiológicos.   Entenda outros termos que pode encontrar em seus exames de mama NódulosLesões com conteúdo sólido. Características como tamanho, contorno (regular ou irregular), limites e densidade ajudam a indicar se são benignos ou suspeitas de câncer.   CistosTêm conteúdo líquido e espesso, quando são considerados cistos simples, ou conteúdo heterogêneo, líquido e sólido, quando são tidos como cistos complexos. Quase sempre têm natureza benigna.   Microcalcificações Cristais de cálcio depositados na mama. Podem corresponder ao primeiro sinal de câncer de mama apenas quando aparecem agrupadas, com densidade, formatos e tamanhos diferentes. 

19/10/2020
Outubro Rosa

Mamografia reduz a mortalidade por câncer de mama

Diversas condições clínicas podem ser prevenidas com comportamentos saudáveis e seguros, especialmente as que apresentam poucas causas. No câncer de mama, que decorre de diferentes fatores de risco, como ambientais, biológicos, comportamentais, reprodutivos, hormonais e genéticos, o desafio de evitar a doença dessa forma é maior – mas não impossível.  Segundo o Instituto Brasileiro de Câncer (Inca), algumas boas escolhas que fazemos são capazes de prevenir 30% dos casos desse tumor. Entre elas, praticar atividade física regularmente, controlar o peso e manter uma alimentação saudável.  O Inca também lembra que o aleitamento materno configura um fator de proteção contra o tumor. Conforme um estudo que envolveu mulheres de 30 nacionalidades diferentes, o risco de desenvolver câncer de mama cai 4,3% a cada 12 meses de amamentação. Contudo, com exceção dos fatores de risco comportamentais, os demais aspectos que aumentam a chance de desenvolver um tumor mamário não podem ser modificados. Por isso, os especialistas utilizam a chamada estratégia de prevenção secundária, que consiste em pesquisar o câncer quando ainda não há sinais e sintomas dele (veja boxe). Para tanto, utiliza-se a mamografia, uma radiografia das mamas capaz de revelar nódulos (caroços) não palpáveis ou mínimas alterações compatíveis com um tumor em estágio inicial. Benefícios do rastreamento  O Ministério da Saúde recomenda que as mulheres realizem a mamografia entre os 50 e os 69 anos de idade, a cada dois anos, a mesma indicação da Organização Mundial de Saúde. Já o Colégio Brasileiro de Radiologia, a Sociedade Brasileira de Mastologia e a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia defendem que o exame seja feito anualmente a partir dos 40 anos. Entre um parecer e outro, evidentemente, vale o que o seu médico orientar. Diversos estudos ao redor do mundo apontam que o rastreamento mamográfico periódico reduz de forma importante a mortalidade por câncer de mama – os percentuais de redução variam de 25% a 40% – e diminui a agressividade do tratamento e seus efeitos adversos. Afinal, quanto mais cedo se detecta uma lesão maligna, menos recursos terapêuticos são necessários para combatê-la. O fato é que a mamografia não previne o tumor mamário, mas permite seu diagnóstico precoce, possibilitando que a mulher saiba que tem a doença antes mesmo de apresentar qualquer manifestação clínica e faça o tratamento antes que o tumor cresça e se espalhe. Por essa razão, o uso do método está relacionado à diminuição da taxa de mortalidade por câncer de mama. Em situações especiais, como em casos de risco de câncer hereditário ou na presença de mamas muito densas, a mamografia pode ser combinada à ressonância magnética ou à ultrassonografia para aumentar a sensibilidade do rastreamento. A associação desses métodos de imagem visa sempre ao diagnóstico do câncer em estágio inicial, quando, vale assinalar, as chances de cura ultrapassam a casa dos 90%.  Atenção a sinais e sintomas nas mamas Mesmo fazendo mamografia conforme a periodicidade determinada nas consultas anuais com o ginecologista e/ou mastologista, nos intervalos entre um rastreamento e outro, procure se certificar de que suas mamas permaneçam inalteradas desde a última avaliação, observando-as e palpando-as pelo menos uma vez por mês. Conheça seu corpo e fique atenta particularmente à presença de: - Caroço fixo e indolor, percebido pela palpação - Pele das mamas avermelhada e retraída - Mamilos alterados - Secreção nos mamilos (que sai espontaneamente) - Gânglios no pescoço ou nas axilas Esses sinais e sintomas são característicos de doenças de mama, inclusive câncer. Portanto, se encontrar algum deles, procure esclarecimentos com seu médico. 

19/10/2020
Outubro Rosa

Estou com câncer de mama. E agora?

Após receber o diagnóstico de câncer de mama, é natural que o chão pareça sumir por alguns segundos. A gente logo pensa numa cirurgia extensa e num tratamento agressivo.  Mas respire fundo e escute o que seu médico tem a dizer. Hoje as coisas estão muito melhores.  Na maioria dos casos, as intervenções para a remoção do tumor são menos invasivas, envolvendo a retirada de um quadrante (quadrantectomia) ou de um setor (setorectomia) da mama, assim como de alguns linfonodos das axilas. A mastectomia, que consiste na remoção total do órgão, atualmente se reserva apenas aos casos mais graves e, mesmo assim, os médicos costumam tentar outras saídas que preservem a mama antes de recorrer a esse expediente. Qualquer que seja o tipo de procedimento, o bem-estar da mulher com seu corpo agora está na ordem do dia, sem prejuízo da eficácia da retirada da lesão. Tanto na rede pública quanto na rede de saúde suplementar, as pacientes têm direito à cirurgia de reconstrução imediata da mama afetada, sempre que houver condições, é claro. Caso ocorra alguma assimetria, a lei também prevê a cobertura de eventual correção posteriormente.   Depois da cirurgia O tratamento, contudo, não termina após a operação. A seguir, há necessidade de alguma estratégia para impedir que as células que formaram o tumor continuem proliferando e espalhando a doença, localmente ou em outros órgãos. É o que se chama de terapia adjuvante, que envolve, além da quimioterapia, a radioterapia, a terapia biológica e a hormonioterapia (veja boxe). Essas modalidades podem ser usadas isoladamente ou em conjunto, conforme as necessidades de cada paciente. Também é possível empregá-las, inclusive, para o reduzir o tamanho do tumor antes da operação – trata-se da terapia neoadjuvante. A escolha da melhor conduta depende das características biológicas do tumor – se tem receptores para hormônios ou para proteínas que promovem seu crescimento – e da extensão da doença, o que varia de acordo com o tamanho do câncer e com sua eventual disseminação para linfonodos próximos ou para outros órgãos (veja tabela). As condições da paciente também são levadas em conta, incluindo idade, presença de outras enfermidades, fato de já ter entrado ou não na menopausa e até mesmo preferências pessoais. Na prática, quanto mais precocemente o tumor for descoberto, menos agressivas serão as medidas terapêuticas. Como pode flagrar o câncer em estágio inicial, o rastreamento anual com mamografia traz justamente essa possibilidade. Daí a insistência na pesquisa do tumor antes que ele se manifeste.   Como funcionam os diversos tratamentos para o câncer de mama   Radioterapia: utiliza radiação para evitar que as células malignas voltem a se multiplicar nas mamas ou em outros órgãos. O tratamento é local, dirigindo-se apenas à mama acometida pelo tumor.   Hormonioterapia: prescrito para os tumores que têm receptores hormonais, como estrógeno e progesterona, que, nesses casos, são estimulantes de seu crescimento. O tratamento, feito por via oral, bloqueia a atividade hormonal e a consequente disseminação das células alteradas.   Quimioterapia: consiste na infusão intravenosa de medicamentos anticancerígenos que combatem o tumor, controlam seu crescimento e inibem a proliferação das células malignas. Como se trata de uma terapia sistêmica, que se reflete por todo o corpo, células saudáveis também acabam sendo impactadas, notadamente as sanguíneas, as da mucosa (da boca, do estômago e dos genitais) e as dos folículos capilares.   Terapia biológica: indicada para tumores que apresentam receptores para o fator de crescimento epidérmico 2, o HER-2, que também estimula o desenvolvimento do câncer. Igualmente administrada por infusão intravenosa, volta-se contra essa proteína nas células cancerígenas, razão pela qual é conhecida como terapia-alvo.    Como é feita a classificação da extensão da doença   A biópsia com análise anatomopatológica fecha o diagnóstico de câncer e ainda revela o tipo de célula envolvida, assim como a gravidade e a extensão da doença. Com esse estudo, combinado a um ou mais exames de imagem para a pesquisa de lesões em outros órgãos (metástases) e a testes que informam as características biológicas do tumor, o médico consegue conhecer o estágio do câncer, o que o ajuda a fazer a escolha terapêutica e a determinar o prognóstico – ou seja, como a doença vai evoluir. De modo geral, o tumor de mama pode ser classificado em quatro estágios, segundo o Instituto Nacional de Câncer:   Estágio I - Tumores com tamanho igual ou inferior a 2 cm sem comprometimento dos linfonodos Estágio II - Tumores com tamanho igual ou inferior a 2 cm com comprometimento dos linfonodos - Tumores de 2 a 5 com ou sem comprometimento dos linfonodos - Tumores maiores que 5 cm sem comprometimento dos linfonodos Estágio III - Tumores com tamanho igual ou inferior a 5 cm com comprometimento importante dos linfonodos - Tumores maiores que 5 cm com comprometimento dos linfonodos  - Tumores com extensão para a parede do tórax ou para a pele, com ou sem comprometimento dos linfonodos - Tumores inflamatórios Estágio IV - Tumor de qualquer tamanho com metástase a distância (em outro órgão, como pulmões, cérebro e fígado, entre outros)

16/10/2020
Outubro Rosa

A origem do câncer de mama

O câncer é uma doença causada pela multiplicação rápida e desordenada de células anormais, que formam um tumor. Pode ocorrer em diversas estruturas do corpo e, quando envolve as células das glândulas mamárias, determina o câncer de mama, que se apresenta sob diferentes formas, algumas restritas aos ductos e lóbulos envolvidos na produção de leite, outras mais agressivas, que tomam todos os tecidos mamários e podem se espalhar pelo corpo. Bastante frequente no mundo todo, o tumor de mama divide a primeira posição com o de pulmão no ranking dos cânceres mais incidentes do globo, respondendo por mais de 2 milhões de casos novos por ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, as estimativas para 2020 apontam mais de 66,2 mil casos novos, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Apesar dos avanços no diagnóstico e nas modalidades de tratamento que marcaram as últimas décadas, a mortalidade pela doença continua bastante elevada. Dados da OMS e do Inca dão conta de que houve 627 mil mortes por câncer de mama no mundo em 2018, sendo 17,7 mil no Brasil. Isso significa que a maioria desses casos foi diagnosticada de modo tardio, pois, quando descoberto precocemente, esse tumor tem elevada taxa de cura, que passa de 90%. Riscos em toda parte Mas por que ainda temos tantos casos, em pleno século 21? É claro que a falta de acesso à saúde pelo mundo responde, em boa parte, por tais números, mas vamos aqui tratar de fatores que facilitam o desenvolvimento da doença. A idade é o principal deles, quatro em cada cinco casos ocorrerem após os 50 anos, segundo o Inca. Quanto maior a expectativa de vida no planeta, que só aumenta, haverá mais casos. Outros fatores determinantes para o desenvolvimento do tumor mamário são ambientais, comportamentais, reprodutivos e hormonais, além dos genéticos.  Os fatores hormonais e reprodutivos dizem respeito à exposição aos hormônios femininos ao longo da vida reprodutiva da mulher, já que eles estão por trás de 70% de todos os cânceres de mama, servindo de combustível para a proliferação das células malignas e, consequentemente, para o crescimento dos tumores. Incluem a primeira menstruação antes dos 12 anos, entrada na menopausa depois dos 55 anos, primeira gestação depois dos 30 anos, ausência de gravidez, uso de contraceptivos orais e terapia de reposição hormonal.  Entre os fatores ambientais estão ganho de peso após a menopausa, falta de atividade física, exposição à radiação ionizante (sobretudo radioterapia no tórax em idade precoce) e consumo de álcool – mesmo a ingestão de poucas doses por semana aumenta o risco de tumor mamário. Algumas atividades ocupacionais também estão relacionadas à doença, conforme afirma o Inca, como as das indústrias de borracha, plástico e química, bem como das refinarias de petróleo. Por fim, a genética igualmente interfere na possibilidade de desenvolver esse câncer, mas é responsável por apenas 5% a 10% dos casos. A presença de parentes de primeiro grau com a doença eleva o risco, mas desde que o diagnóstico tenha sido feito antes dos 50 anos nas pessoas acometidas. A história familiar de tumor de ovário e de tumor de mama em homens – sim, isso pode acontecer, embora com frequência bem menor que nas mulheres – do mesmo modo aumenta o risco, assim como o encontro de mutações em genes associados às formas hereditárias de câncer de mama, como BRCA1 e BRCA2. À exceção dos fatores ambientais, que, em sua maioria, podem ser modificados, os demais praticamente não permitem intervenção. Por isso, as sociedades médicas e as autoridades de saúde adotam uma estratégia de prevenção secundária do câncer de mama, baseada na pesquisa da doença antes que a mulher apresente sintomas, o que é feito com mamografia e outros exames de imagem, conforme idade e riscos da paciente.

01/07/2020
Prevenção

PÍLULAS DE INFORMAÇÃO SOBRE A COVID-19

24. Grávida em meio à pandemia. E agora? De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), ainda não existem evidências de que as gestantes apresentem maior probabilidade de ter graves complicações pela Covid-19 do que a população em geral. Contudo, dadas as alterações que ocorrem no organismo feminino nessa fase, tanto hormonais quanto imunológicas, os especialistas entendem que as grávidas fazem parte do grupo de risco para complicações em caso de infecção pelo novo coronavírus. A fase mais complicada parece ser justamente o último trimestre gestacional, assim como o puerpério, período que se segue ao nascimento do bebê.  Também existem poucas informações sobre a possibilidade de o coronavírus ser transmitido ao bebê pela gestante contaminada de forma vertical, ou seja, pela placenta, na hora do parto ou pela amamentação, como ocorre, por exemplo, com o vírus HIV. A princípio, o agente infeccioso não foi encontrado no líquido amniótico nem no leite materno, tampouco no cordão umbilical e na nasofaringe de recém-nascidos de mães contaminadas. Entretanto, diversos estudos vêm sendo feitos ao redor do mundo a fim de fornecer respostas definitivas, inclusive no Brasil. Um deles é conduzido no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, onde os pesquisadores esperam envolver 145 grávidas com sintomas da Covid-19. Vale salientar que a infecção pelo SARS-CoV-2 também não determina como vai ser o parto. A indicação da cesárea depende sempre do estado da grávida, da idade gestacional e da vitalidade do bebê – e, mesmo nesses casos, deve ser discutida entre obstetra e paciente diante dos riscos. De qualquer forma, gestantes infectadas devem buscar hospitais de referência para o parto, já acostumados com o manejo de grávidas com Covid-19, sempre conforme orientação do médico que as acompanha.  Para as não infectadas, mas com receio de ir para a maternidade e se contaminar, a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia insiste em que o ambiente hospitalar ainda é o que oferece os menores riscos para a mãe e o bebê, não só em relação à infecção pelo novo coronavírus, porém igualmente a cuidados maternofetais vitais no momento do parto. Portanto, nada de pensar em dar à luz em casa. Hospitais e maternidades seguem normas rígidas de segurança e controle de infecções, reduzindo o risco de transmissão de quaisquer doenças infectocontagiosas, incluindo a Covid-19. A mãe diagnosticada com a doença, em boas condições clínicas, tem sido orientada a amamentar, evidentemente tomando todas as precauções necessárias para não contaminar o bebê, ou seja, com máscara cirúrgica e lavagem de mãos entre as mamadas ou, ainda, ordenhando o leite para que outra pessoa o dê ao recém-nascido em um copinho – de modo que o bebê consiga pegar o peito materno facilmente após a quarentena. Contudo, os cuidados com a criança nessa fase, como banho e trocas, devem ficar a cargo de alguém que não esteja contaminado com a Covid-19, até que a mãe não seja mais capaz de transmitir o vírus. Mulheres contaminadas que deram à luz em situações mais críticas, no entanto, podem não ser orientadas a amamentar inicialmente. Até que haja novas informações sobre o assunto, os especialistas têm preferido poupar a puérpera em casos mais graves, já que o aleitamento consome grande energia materna.  Não adie consultas e exames de pré-natal devido à Covid-19 As gestantes devem manter o isolamento social, mas não podem deixar de fazer as consultas com o obstetra e, sobretudo, os exames de acompanhamento no pré-natal, que, afinal, são essenciais para a saúde maternofetal. A visita ao consultório ou ao serviço de diagnóstico requer os mesmos cuidados que qualquer pessoa tem de tomar ao sair de casa nesta pandemia: usar máscara, higienizar as mãos e braços ao encostar em qualquer superfície potencialmente contaminada, não tocar o rosto e manter a distância de 1,5 a 2 metros de outros indivíduos. Uma vez em casa, recomenda-se banho e troca de toda a roupa e calçados usados fora. De comum acordo com o médico, é possível que algumas consultas possam ser realizadas por videochamada, já que o Conselho Federal de Medicina autorizou o uso da telemedicina no atual momento. 

30/06/2020
Prevenção

PÍLULAS DE INFORMAÇÃO SOBRE A COVID-19

21. Pouca idade não blinda pacientes de complicações da infecção A ideia de que a Covid-19 é uma doença que evolui mais nos idosos e ocorre de forma mais branda nos jovens podia valer para a Europa, mas deixa a desejar por aqui. Está certo que a taxa de mortalidade continua alta após os 60 anos, mas o número de vítimas antes dessa faixa etária só vem se elevando no Brasil. Em São Paulo, onde a infecção pelo novo coronavírus avança nas periferias, entre 11 de abril e 11 de maio, o crescimento das mortes de crianças, jovens e adultos com menos de 60 anos foi de impressionantes 1.000%, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado. Os especialistas alertam que não têm apenas pacientes idosos e de grupos de risco na UTI, mas pessoas de 30 a 40 anos, sem nenhuma outra doença, que, antes de serem atingidas pelo vírus, levavam um estilo de vida saudável.  Diante disso, não dá para relaxar no distanciamento social. Você pode se sentir com saúde, fazer exercícios, manter uma dieta saudável e dormir bem, mas, se entrar em contato com o vírus, tem um grande risco de se infectar. Evidentemente, existe a possibilidade de a Covid-19 ser leve e até assintomática nos mais jovens, mas ainda não é possível prever quem vai sair ileso ou quem vai progredir para complicações. Na Coreia do Sul, país elogiado por sua eficiência na contenção do SARS-CoV-2, a reabertura de bares e boates causou um estrago na capital, Seul. Após uma pessoa infectada ter ido a cinco baladas diferentes em dois dias, mais de cem outras testaram positivo para o vírus, metade delas na faixa dos 20 aos 30 anos. Para não ir tão longe, depois que Blumenau (SC) abriu as portas de shoppings, recentemente, a cidade viu o número de casos subir nada menos que 173%. Não se arrisque nem aumente o risco de quem vive com você. #FiqueEmCasa

29/06/2020
Prevenção

PÍLULAS DE INFORMAÇÃO CONTRA A COVID-19

20. Não tome medicamentos por sua conta para se prevenir do novo coronavírus De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), oito em cada dez brasileiros fazem uso de medicamentos sem orientação médica. Em tempos de pandemia, esse mau hábito teve um grande salto. No primeiro trimestre de 2020, as vendas de alguns fármacos cresceram de forma substancial em relação ao mesmo período de 2019. Os campeões foram a vitamina C, com um aumento de 180%, seguida pela hidroxicloroquina, que tem sido testada contra a Covid-19, com 68%, e pela vitamina D, com 35,5%. Logo que os testes com a hidroxicloroquina foram anunciados em pacientes graves, a medicação, empregada para tratar a malária e doenças reumáticas autoimunes, começou a faltar para os pacientes que realmente necessitam dela. Assim, passou a ter sua venda controlada – com retenção da receita. Mesmo porque precisa ser administrada com muita cautela, sob estrita supervisão médica, já que pode causar efeitos adversos graves ao coração, ao fígado e aos olhos. Quanto às vitaminas, apesar de parecerem inofensivas, trazem risco de desenvolvimento de problemas de saúde, quando tomadas sem necessidade. Afinal, já temos algum estoque no organismo, que vem da alimentação (vitamina C) e da incidência da luz do sol (vitamina D). Portanto, facilmente podemos passar da dose se ingerirmos cápsulas sem prescrição. Em excesso, a vitamina C pode provocar cálculos renais, que resultam em dores muito fortes e, muitas vezes, requerem tratamento com procedimentos hospitalares mais invasivos. Já a vitamina D é capaz de ocasionar o depósito de cálcio nos rins, com lesões permanentes nesse órgão. Assim, se o seu objetivo é se prevenir contra o coronavírus, o uso indiscriminado de vitaminas e outros medicamentos não é o caminho. Infelizmente, no momento, não há nenhum fármaco para impedir a infecção, a não ser a restrição de contato interpessoal e as medidas de higiene.  Para fortalecer seu sistema imunológico, é importante comer bem – dieta variada, rica em vegetais e frutas, leguminosas, gorduras boas, proteínas e laticínios magros e carboidratos integrais –, além de dormir um número de horas adequado e se manter ativo, mesmo dentro de casa.  E se eu tiver alguma queixa de saúde? Nem sempre você vai precisar se deslocar para procurar um médico. Se criar um vínculo com uma equipe de atenção integral à saúde, como a que existe na DaVita Serviços Médicos, formada por um médico de família, por um enfermeiro e outros especialistas, esses profissionais podem conhecer seu histórico de saúde e orientá-lo sobre como proceder em situações mais corriqueiras e diante de queixas mais complexas, indicando, por exemplo, quando deve procurar o Pronto Atendimento, quando deve permanecer em casa e  quando tomar um medicamento sintomático. Dessa forma, você só vai sair de casa se realmente precisar de uma intervenção ambulatorial – e nossos Pronto Atendimentos estão preparados para recebê-lo com toda a segurança neste período de pandemia – e utiliza apenas os medicamentos que, de fato, sejam indicados para seu caso, no entender médico.

25/06/2020
Prevenção

PÍLULAS DE INFORMAÇÃO SOBRE A COVID-19

23. Por que precisamos de respiradores nesta pandemia? Quando o SARS-CoV-2 afeta o pulmão, causa um grande estado inflamatório, que compromete a função primordial do órgão, ou seja, a inspiração de oxigênio (O2) e a expiração do gás carbônico (CO2). Aí vem a falta de ar, também chamada de dispneia, que pode, inicialmente, até ser confundida com cansaço. O nível de O2 ou de saturação na circulação pode ser medido por um aparelho chamado oxímetro, que, conectado ao dedo do paciente, consegue verificar a quantidade desse gás dentro da célula vermelha do sangue, sem picadas, apenas por meio de uma luz infravermelha. Um nível de saturação de O2 abaixo de 93% já indica que há necessidade de intervenção médica. Dificilmente o indivíduo que chega a esse estado não precisa de internação. Se o comprometimento pulmonar não for muito grande, é possível ofertar O2 por um meio de uma cânula colocada nas narinas e ligada a um cilindro. Caso a cânula não dê conta, pode-se ainda recorrer a uma máscara conectada a uma máquina, capaz de fornecer um volume maior de oxigênio. Nesse caso, a estratégia é empurrar o ar para dentro dos pulmões. Tudo isso em paralelo a outras providências para controlar a inflamação. Contudo, quando não existe boa resposta às técnicas não invasivas, entra em cena o respirador, também denominado ventilação mecânica invasiva. Nessa situação, o quadro já se agravou e evoluiu para a síndrome aguda respiratória grave, com uma resposta inflamatória muito intensa do sistema imunológico, que causa lesão nos alvéolos, que fazem efetivamente a troca de gases, impedindo o O2 de passar – é a insuficiência respiratória. O paciente, nessas circunstâncias, precisa ser entubado. Assim, recebe um tubo que fica ligado da boca à traqueia, através do qual o O2 pode ingressar no organismo e dar passagem para o CO2. A força para inspirar e expirar é feita pelo respirador, enquanto o pulmão, que fica inflamado e incapacitado de trabalhar, tenta descansar. Por se tratar de um procedimento incômodo, a pessoa permanece sedada e monitorada em unidade de terapia intensiva, à espera de que seu organismo reaja à inflamação. São muitas batalhas para vencer ao mesmo tempo. Quando você ouvir por aí que a pandemia de Covid-19 avança sem que haja respiradores suficientes no Brasil (veja a tabela a seguir), significa que pacientes nesse estágio crítico não terão como ser atendidos e sua capacidade respiratória não poderá ser restaurada. Pense nisso e faça a sua parte. #FiqueEmCasa Número de respiradores em estados brasileiros com o maior número de casos de Covid-19 Estado Respiradores por 100.000 habitantes São Paulo 39 Rio de Janeiro 42 Ceará 21 Pernambuco 16 Amazonas 20 Pará 16 Fonte: IBGE e DataSUS, maio/2020.

22/06/2020
Prevenção

PÍLULAS DE INFORMAÇÃO SOBRE A COVID-19

22. Você recebeu o diagnóstico da infecção, está isolado, em casa, mas ainda não se sente bem. O que fazer? Muito bem, diante do cenário atual de pandemia, em que o Brasil vai se tornando o novo epicentro da Covid-19, com as unidades de terapia intensiva em hospitais públicos no limite em vários Estados, os infectologistas estão observando que as medidas de suporte aos pacientes infectados poderiam ser mais precoces para evitar intervenções invasivas e maiores riscos.  Apesar da orientação inicial do Ministério da Saúde, de só buscar atendimento médico em caso de falta de ar ou de pressão no peito, a interferência do especialista antes de a infecção se agravar pode fazer diferença para um bom desfecho do caso. Está certo que falamos de um limite muito tênue, mas há alguns indicadores a considerar. Para quem já tem o diagnóstico de Covid-19, se o quadro clínico persistir após o sétimo dia de doença, mesmo sem falta de ar, mas com febre persistente, acima de 37,8oC, e comprometimento do estado geral, é importante voltar ao hospital. E mesmo para quem está há alguns dias com sintomas leves, em casa, aguardando o diagnóstico, já existe quem defenda um monitoramento precoce.  No Rio de Janeiro, a Secretaria Estadual de Saúde acaba de mudar esse protocolo e está orientando a população a procurar atendimento já diante dos primeiros sintomas – tosse, febre, mal-estar. A alegação é a de que, se o paciente estiver, por exemplo, com um quarto do pulmão comprometido, os médicos poderão tomar medidas de suporte, como a oferta de oxigênio, capazes de ajudar a mitigar o avanço da doença. Se você apresentar sintomas respiratórios, conte com a DaVita para esclarecer esse quadro. Nossas unidades têm uma estrutura preparada para recebê-lo com conforto e segurança, dispõem de exames para o diagnóstico da Covid-19 e, por meio das equipes de Medicina de Família e Comunidade, podem monitorá-lo, mesmo a distância, para avaliar a evolução dos sintomas e orientá-lo precocemente a voltar às nossas unidades ou mesmo a se dirigir a um pronto-socorro, se necessário.   Nunca é demais lembrar que, ao sair de casa para buscar assistência médica, você deve tomar todos os cuidados para não infectar outras pessoas, usando máscara, não tocando o rosto, higienizando constantemente as mãos e mantendo a etiqueta respiratória e a distância física dos indivíduos à sua volta.

08/06/2020
Prevenção

PÍLULAS DE INFORMAÇÃO SOBRE A COVID-19

19. Podemos esperar uma vacina contra o novo coronavírus em breve? Mais de cem vacinas estão em desenvolvimento ao redor do mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, oito das quais já sendo testadas em humanos. Os infectologistas comemoram as várias iniciativas, pois isso é bom para que não haja dependência de poucos países, mas ponderam que, neste momento em que ainda falta um tratamento disponível para a Covid-19, existe pouca integração e mais competição na corrida pela vacina contra o SARS-CoV-2. Um dos produtos que se encontram em teste vem da parceria entre um laboratório farmacêutico americano com a Faculdade de Medicina de Maryland, em Nova York (EUA). De acordo com os pesquisadores, se os estudos tiverem sucesso, o imunizante poderá até estar pronto entre setembro e dezembro deste ano.  É claro que esses laboratórios mais adiantados utilizam metodologias de ponta, que lhes permitem queimar algumas etapas. Contudo, uma vacina, além de mostrar eficácia, precisa ser segura. Do contrário, pode acarretar doenças, efeitos adversos graves e até ser mais letal que o próprio vírus que se quer combater.  Além de tempo, a empreitada exige investimento. Os especialistas estimam que, dos testes em laboratório (in vitro), passando pelos testes em humanos (in vivo), até a oferta final do imunizante à população, o desenvolvimento de uma nova vacina não saia por menos de US$ 1 bilhão. Mesmo os mais otimistas, como Bill Gates, fundador da Microsoft, que hoje comanda uma fundação que direciona recursos a projetos para a melhoria da saúde global, apostam que a vacina para prevenir a Covid-19 só esteja amplamente disponível em um ano e meio.  Até lá, teremos de esperar que a ciência nos dê alguma resposta com os inúmeros estudos que estão em andamento ao redor do mundo em busca de um tratamento, enquanto, é claro, fazemos a nossa parte para evitar o contágio e o aumento do número de casos: #FicarEmCasa, #UsarMáscara e #LavarAsMãos.

25/05/2020
Prevenção

Tão longe e tão perto: telemedicina aproxima o médico do paciente

Quantas vezes você já não teve de ir a um médico para prosseguir um tratamento que depende de uma receita, levar resultados e laudos de exames ou relatar uma queixa que pode dispensar o exame físico, mas que demanda uma solicitação de exame de imagem ou um teste laboratorial? De fato, muitas consultas médicas não necessariamente requerem a forma presencial. Em tempos de pandemia devido à Covid-19, o Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizou a consulta a distância – ou, como têm sido chamados, os serviços de telemedicina – para prevenção, diagnóstico, monitoramento e tratamento de doenças, o que vale tanto para a rede pública quanto para a privada. A exigência é que a consulta seja registrada em prontuário eletrônico, com data e horário da realização, numa plataforma específica.  Não se trata, portanto, de uma chamada de vídeo qualquer entre médico e paciente, e, sim, de uma videoconferência feita com exigentes critérios de segurança dentro dessas plataformas, inclusive com garantia de sigilo das informações tratadas na oportunidade, um requisito indispensável ao exercício da prática médica. As ferramentas ainda possibilitam a emissão de receitas eletrônicas para exames e medicações, que precisam contar com a assinatura certificada digitalmente do médico prescritor. Veio para ficar Por trás da recomendação do CFM, a ideia é desafogar os serviços de emergência, que, no Brasil, são ainda muito usados para queixas pontuais e, neste período de crise, encontram-se ainda mais sobrecarregados, além de evitar aglomerações em consultórios e clínicas. Outra preocupação é evitar que problemas agudos de saúde, porém potencialmente graves, sejam negligenciados e manter os doentes crônicos aderentes a seus tratamentos. A telemedicina ainda pode ampliar os cuidados ao paciente de forma personalizada. Para tanto, uma equipe de atenção integral estabelece um contato mais efetivo no momento oportuno, com enfermeira, médico de família e até outros especialistas, para oferecer os melhores cuidados de maneira contínua.  Quem tem diabetes, por exemplo, consegue fazer o acompanhamento tranquilamente dessa maneira, informando ao médico a evolução da glicemia durante o período determinado por ele e a ocorrência de eventuais episódios de hipoglicemia ou descontrole da glicose na consulta a distância. Além disso, a conectividade permite que muitos dados possam ser compartilhados entre a equipe de saúde e os pacientes por meio de aparelhos integrados a sistemas informatizados, como balanças eletrônicas, aparelhos de aferir pressão e de medir a glicemia, além dos monitores de passos, de sono e de batimentos cardíacos, entre outros. Mesmo não substituindo a consulta presencial em numerosas oportunidades, a telemedicina veio para ficar, na medida em que facilita o acesso aos serviços médicos para pessoas que residem em locais periféricos. Além disso, favorece o acompanhamento de doenças crônicas, evitando seu agravamento e, consequentemente, diminuindo os custos do sistema de saúde para todos. Aliás, a telemedicina é uma grande aliada das ações de prevenção e qualidade de vida. Oportunamente, você vai conhecer também os serviços de telemedicina da DaVita. Acompanhe e #FiqueEmCasa.

20/05/2020
Prevenção

PÍLULAS DE INFORMAÇÃO SOBRE A COVID-19

18. O clima mais quente do Brasil pode evitar que tenhamos um grande número de casos do novo coronavírus? Os vírus respiratórios se propagam mais sob temperaturas baixas. Pelo menos era o que sabíamos até a chegada da Covid-19. O período de outono-inverno favorece a proliferação dos mais de 200 tipos de agentes causadores de resfriados e do influenza, o vírus da gripe, basicamente porque ocorre maior aglomeração de pessoas em ambientes internos e por causa do clima mais seco. Há, inclusive, estudos indicando que o SARS-CoV-2 poderia ter uma redução em sua disseminação sob temperaturas mais quentes.   Um ensaio recente divulgado por cientistas do Centro Nacional de Análise e Contramedidas da Biodefesa, do governo dos EUA, concluiu que a meia-vida do novo coronavírus diminui sob maior umidade e na presença de luz solar, seja em superfícies, seja em suspensão no ar, na forma de aerossol. A iminente chegada do verão no Hemisfério Norte, portanto, cria uma expectativa de que o número de casos comece a cair acima da Linha do Equador. Contudo, não é exatamente o que pandemia tem exibido no Brasil. Apesar de os especialistas temerem a entrada do inverno em nosso Sul e Sudeste, justamente porque as infecções respiratórias aumentam nesse período, cidades que permanecem o ano todo quentes e úmidas, como Manaus (AM), na Região Norte, e Fortaleza (CE), no Nordeste, estão atualmente entre as de maior incidência da Covid-19 (número de casos por 100 mil habitantes), contrariando o que indicam os experimentos. O fato é que ainda existem poucos estudos sobre a relação de condições climáticas e o número de casos do novo coronavírus. De qualquer modo, epidemiologistas brasileiros alegam que, mesmo que surjam novas evidências a esse respeito, não dá para usar o clima mais quente do Brasil como um escudo para relaxar as medidas de proteção contra o vírus e o isolamento social. Proteja-se. #LaveAsMãos e #FiqueEmCasa

19/05/2020
Prevenção

Já colocou sua máscara hoje?

Com o decreto do Governo Estadual, publicado em 5 de abril no Diário Oficial do Estado, o uso de máscaras passou a ser obrigatório nos espaços públicos de todos os municípios do Estado de São Paulo, como ruas e transportes coletivos, incluindo carros de aplicativo e táxis, além de estabelecimentos comerciais, tais como farmácias, supermercados, oficinas e serviços de saúde. Portanto, assim como seu documento de identificação pessoal, esse equipamento de proteção individual (EPI), que serve para mitigar a proliferação do novo coronavírus, tornou-se indispensável em qualquer lugar fora de casa.  Como há falta de insumos médicos mundialmente, recomenda-se que os modelos profissionais (N95 e cirúrgicos) se destinem com exclusividade às equipes de saúde. Para o restante da população, as máscaras caseiras, de tecido e de outros materiais, têm se mostrado uma solução interessante. A máscara funciona como uma barreira física para que você não contamine outras pessoas com suas secreções respiratórias, se estiver infectado pelo SARS-CoV-2 – ou mesmo por outros vírus – e vice-versa. Afinal, ao manter a boca e o nariz cobertos, você reduz a possibilidade de entrada e saída de agentes infecciosos, que são emitidos por meio das gotículas de saliva, tosse e espirros. A eficácia da proteção, no entanto, depende de cuidados que vamos comentar a seguir.  Vale lembrar que a máscara não substitui o isolamento social e a higienização frequente das mãos. É mais uma boa prática que vem se somar às demais medidas para conter a disseminação do SARS-CoV-2. Mas como usar a máscara caseira de forma segura? - Higienize as mãos e coloque a máscara, segurando-a pelos elásticos e posicionando-a de forma adequada. - Certifique-se de que o EPI cubra bem o nariz e a boca, descendo até o queixo para uma correta vedação. - Cuide para que não haja espaços laterais, através dos quais podem entrar aerossóis de saliva, tosse ou espirros. Ajuste bem a máscara com os elásticos ou com as tiras. - Se estiver na rua e a máscara escorregar, deixando, por exemplo, o nariz à mostra, limpe as mãos com álcool em gel antes e depois de arrumá-la adequadamente. - Não toque na parte da frente da máscara enquanto ela estiver sobre seu rosto, sob o risco de contaminá-la com as mãos ou mesmo se contaminar, caso haja vírus depositado no tecido. - Ao trocar a máscara, lave as mãos e tire-a pelos elásticos, colocando-a, a seguir, num saco plástico ou num envelope até que possa proceder à sua lavagem. Antes de colocar um EPI limpo, higienize as mãos com o mesmo cuidado. - Não fique com a máscara no queixo ou pendurada na orelha. Há risco de a parte externa entrar em contato com a boca e o nariz e causar contaminação. Em vez disso, retire-a com cuidado e guarde-a num saco limpo. O mesmo vale quando precisar tirá-la momentaneamente para comer ou tomar água.  - Ao tirar a máscara por um breve instante, não a largue em qualquer lugar, pois as superfícies podem estar contaminadas. Da mesma forma, use um saco limpo para acondicioná-la ou, na impossibilidade de fazê-lo, segure-a pelos elásticos. - Troque de máscara a cada duas horas ou sempre que precisar espirrar ou tossir pois, uma vez que as gotículas de saliva molham o tecido, acabam comprometendo a sua eficácia como barreira protetora. Por isso, o ideal é ter algumas unidades na bolsa, sempre limpinhas e bem acondicionadas. Não se esqueça de lavar as mãos antes e depois de retirar o EPI usado. Como lavar a máscara de tecido - Lave você mesmo suas máscaras, que, tais quais as escovas de dentes, são de uso individual. - Não as coloque para lavar com outras roupas. - Deixe-as de molho com água e sabão ou com água sanitária de 15 a 30 minutos. Depois, enxágue-as. - Guarde as máscaras lavadas em embalagens plásticas também limpas. Como descartar uma máscara - Chega uma hora em que mesmo as máscaras de pano arriam e precisam ser descartadas. As de TNT, por exemplo, duram bem pouco, assim como as de panos multiúso.  - Não jogue a máscara usada simplesmente no lixo do banheiro ou da cozinha. Coloque-a num saco de papel ou plástico e escreva “contém máscara”. - Aí, sim, descarte-a, pensando na proteção do coletor que vai recolher esse EPI contaminado. Basicamente, trata-se do mesmo cuidado que temos, por exemplo, quando quebramos algum material de vidro e o embalamos para que os profissionais de limpeza da cidade não se machuquem. Empatia é tudo, ainda mais em tempos de pandemia. #MáscaraSalva

14/05/2020
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15. Devo sair de casa para ir ao médico durante a pandemia? Sem cura nem vacina, já sabemos, só nos resta o isolamento social para tentar evitar a ampla disseminação do SARS-CoV-2 e a necessidade de que muitas pessoas precisem de internação ao mesmo tempo. O sistema de saúde, público e privado, não possui leitos suficientes para tantos doentes simultaneamente – até porque, além de o vírus ser altamente contagioso, outras doenças continuam existindo. Isso não significa, porém, que você deve interromper outros tratamentos, deixar de fazer exames preventivos, abandonar o pré-natal e, sobretudo, negligenciar sintomas agudos. A Covid-19 não pediu licença para nos acometer com exclusividade. Portanto, fique atento não apenas a manifestações respiratórias agudas e febre, mas também a queixas de outras naturezas. Dor no peito, tontura, indisposição, oscilações de pressão arterial, queda ou aumento abrupto de glicose e batimentos cardíacos acelerados, entre tantos outros, requerem atenção imediata, visto que podem sinalizar problemas importantes. Em Nova York, os chamados para o Corpo de Bombeiros com relatos de infarto do miocárdio aumentaram oito vezes de 30 de março a 5 de abril, em relação ao mesmo período de 2019, segundo o site www.angioplasty.org. Não precisa ir muito longe. Em São Paulo, num hospital de referência do Estado, o serviço de cardiologia têm atendido uma média de apenas dez infartos por dia, em vez dos 60 de antes. Mas as pessoas não deixaram de infartar. Estão padecendo em casa. Isso não pode acontecer.  A DaVita Serviços Médicos, mesmo na pandemia do coronavírus, mantém seu modelo de atenção integral à saúde a fim de que você se sinta seguro para procurar assistência médica diante de queixas e consultas que não podem ser adiadas. Nossas unidades permanecem em funcionamento, com toda a segurança e os serviços de Medicina da Família e Comunidade e Pronto Atendimento. Qualquer que seja a sua necessidade clínica, você pode consultar um de nossos médicos de família e comunidade, que, além de conseguirem resolver até 85% de suas queixas, podem atender seus familiares, contribuindo para controlar doenças crônicas como hipertensão arterial e diabetes, bem como prevenir a instalação de outras enfermidades. #FiqueEmCasa. Mas, se precisar de assistência médica, conte com a DaVita. Meta description: No período de pandemia pelo novo coronavírus, é importante que você fique atento não apenas a manifestações respiratórias agudas e febre, mas também a queixas de outras naturezas para prevenir a instalação ou o agravamento de diversas enfermidades. 

12/05/2020
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16. No centro do debate, o isolamento social Muitas vezes, é difícil entender a necessidade de isolamento social, tão defendida pela Organização Mundial de Saúde e por médicos do mundo todo, como forma de controlar a disseminação do novo coronavírus diante de tantas urgências sociais e econômicas, em nosso país e mesmo nas nações mais ricas do planeta. Mas, além da falta de leitos se todas as pessoas se contaminarem ao mesmo tempo – um problema que não é exclusivo do Brasil, vale assinalar –, há, pelo menos, dois outros bons motivos para manter a distância interpessoal. Casos crescem em progressão geométricaUma pesquisa feita por epidemiologistas americanos e publicada na revista do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA sustenta que cada pessoa com SARS-CoV-2 pode contaminar outras cinco ou seis. É quase o dobro do que acreditavam há algumas semanas. Isso significa que a transmissão ocorre de 1 para 6, de 6 para 36, de 36 para 216, de 216 para 1.296 e assim sucessivamente, em progressão geométrica. Portanto, quem não respeita a restrição de contato social e, por exemplo, leva toda a família para passear por aí no fim de semana, não só vai ter um risco de contágio muito alto, como também pode contaminar outras seis pessoas – o que vale também para os filhos e cônjuge.  Essa transmissão frenética, infelizmente, vem ocorrendo ao redor do mundo e, claro, está acontecendo por aqui. Só não se reflete nos números oficiais porque ainda ocorre grande subnotificação no Brasil, decorrente, é claro, da falta de diagnósticos. De acordo com uma projeção do Núcleo de Inteligência em Saúde da PUC-RJ, os índices verdadeiros de Covid-19 entre os brasileiros seriam até 12 vezes superiores ao que tem sido anunciado. Pico de transmissão ocorre antes de os sintomas apareceremUm estudo que saiu na científica Nature, em 15 de abril, observou que 44% dos casos secundários a um caso-índice contraíram o novo vírus antes do surgimento dos sintomas, ainda no período de incubação, que varia de 2 a 14 dias, com média de cinco dias. Ou seja, quatro em cada dez pessoas que tiveram contato com um conhecido/parente contaminado antes de ele manifestar algum sinal clínico da Covid-19 apresentaram igualmente a doença. Esses dados foram verificados em ambientes com aglomerações e em grupos que não respeitaram o isolamento social. Juntando a alta transmissibilidade do SARS-CoV-2 com a elevada capacidade de transmissão da infecção no período assintomático, fica patente que não é hora de relaxar na quarentena. Continue protegido e protegendo quem está à sua volta. #FiqueEmCasa

11/05/2020
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14. Como saber se a criança está resfriada ou com a Covid-19 neste período tão propício a infecções respiratórias? É importante lembrar que o novo coronavírus não é doença de idoso. Afeta pessoas de todas as idades, em qualquer classe social, porém é mais grave nos mais velhos e em portadores de doenças do coração e diabetes, entre outras.  Sendo assim, as crianças também podem ser acometidas, só que, mais frequentemente que adultos e idosos, não têm sintomas ou, então, apresentam um quadro leve, capaz de ser interpretado como um resfriado comum. Na China, um estudo feito com mais de 2,1 mil pacientes pediátricos com SARS-CoV-2 concluiu que mais de 90% foram assintomáticos ou tiveram manifestações leves ou moderadas. Apenas 5,9% evoluíram para complicações, com um único caso letal. Desde que não tenham outras condições de saúde, portanto, os pequenos não estão no grupo de risco da Covid-19. Isso, contudo, não significa que a população infantojuvenil esteja livre de problemas se a infecção pelo novo coronavírus vier a ocorrer. Mesmo porque temos visto, no Brasil, alguns casos graves em bebês, crianças maiores e adolescentes. Quando se preocupar, então, já que os pequenos quase sempre ficam com tosse e nariz escorrendo no outono? Se forem só sintomas mais altos, no nariz e na laringe, com febre baixa ou sem febre, utilize os recursos que o pediatra recomenda nesses casos – soro no nariz, inalação e medicamentos sintomáticos, por exemplo –, redobre o cuidado com a higiene para evitar se contaminar e restrinja o contato do resto da família com a criança.  O sintoma mais grave da Covid-19, e que deve motivar a procura pelo pronto-socorro, é a falta de ar. Acontece que bebês – e até os maiores – não conseguem relatar essa manifestação. Portanto, ligue o alerta se: - A respiração do pequeno se tornar rápida e superficial.- As costelas da criança ficarem à mostra no momento da respiração.- A fúrcula (entre as clavículas) afundar quando a criança respirar.- As asas do nariz se mexerem a cada inspiração (a criança buscar ar).- A criança se cansar para comer e beber.- Houver irritabilidade e dificuldade para dormir diferentes do habitual. Esses sinais indicam que a criança pode estar com os pulmões bem comprometidos e precisa de atendimento médico de emergência – aliás, isso vale para qualquer infecção respiratória, não só para a Covid-19. Nesse caso, avise seu pediatra e vá ao pronto-socorro mais próximo. Mas pode ser amigdalite, faringite, otite...É verdade. Se a criança apresentar um quadro respiratório mais arrastado, ou mesmo silencioso, com febre por mais de três dias, ela terá de ser vista por um médico. Há uma infinidade de diagnósticos que podem ser possíveis. Lembre-se de que a DaVita oferece o serviço de Pronto Atendimento Pediátrico em várias unidades de atendimento, com o suporte de exames laboratoriais e de administração de medicação. Para saber mais, clique aqui.

08/05/2020
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17. Posso ter infecção pelo novo coronavírus mais de uma vez? Na Coreia do Sul, mais de cem pacientes que haviam tido Covid-19 voltaram a ficar positivos nos exames. O mesmo ocorreu em Wuhan, na China, com outra centena de indivíduos. Houve também alguns poucos relatos no Japão. De acordo com os especialistas, esse fenômeno não significa, ao menos por enquanto, que possa ocorrer uma reinfecção pelo novo coronavírus, a exemplo do que acontece com a gripe. Está certo que os cientistas estão ainda conhecendo o comportamento desse agente infeccioso e a própria doença, que, afinal, existe há apenas alguns meses. Contudo, o que se tem observado, após mais de 3 milhões de casos, é que o organismo de quem foi contaminado conseguiria, sim, criar uma memória imunológica, capaz de reconhecer o SARS-CoV-2 e combatê-lo numa segunda oportunidade.  Assim, a ocorrência de dois testes positivos em momentos diferentes poderia estar mais relacionada à qualidade do exame e também ao tipo de recurso diagnóstico, ou seja, o molecular ou PCR, que pesquisa material genético do vírus, ou o sorológico, que pesquisa diferentes anticorpos contra o SARS-CoV-2.  É possível que o teste molecular encontre material genético do coronavírus após a recuperação do indivíduo, mas não o bastante para continuar causando doença ou para a pessoa permanecer infectando quem está ao seu redor. Existe também a possibilidade de que um segundo exame de PCR em secreção pulmonar, realizado após um primeiro positivo em secreção nasal e da garganta, também se mostre positivo, algum tempo depois. Nesse caso, o vírus, antes restrito às vias respiratórias altas, prosseguiu sua viagem rumo ao pulmão e o paciente, na verdade, não foi curado.  Já um teste sorológico duplamente positivo pode não exibir a qualidade necessária – existem cerca de 90 deles, mas só três são aprovados pela FDA, agência reguladora de medicamentos e alimentos dos EUA – ou, então, indicar que o indivíduo não produziu os anticorpos de memória em quantidade suficiente por algum motivo ainda desconhecido.  De qualquer modo, a Organização Mundial de Saúde não recomenda a emissão dos chamados certificados de imunidade, que alguns países pretendem fornecer para pessoas curadas, justamente por entender que ainda não há evidências científicas suficientes para atestar a impossibilidade de uma segunda onda de infecção pelo SARS-CoV-2. Por via das dúvidas, mesmo quem já venceu a Covid-19 deve continuar a manter a etiqueta respiratória e os cuidados com a higiene das mãos, válidas para prevenir qualquer virose, bem como as tão recomendadas restrições de contato. 

22/04/2020
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13. Qual a orientação sobre exercício físico ao ar livre durante o isolamento social?  Existe ainda muita discussão sobre a prática de atividade física fora de casa em meio à necessidade de ficar em isolamento. Afinal, o exercício físico é universalmente recomendado e muita gente tem prescrição médica de se movimentar, inclusive pessoas de maior risco para a Covid-19, a exemplo de indivíduos com diabetes e doenças cardíacas. No entanto, se todo mundo exercer esse direito, fatalmente haverá aglomerações e não vamos conseguir controlar a disseminação do SARS-CoV-2. Mas, além de contrariar a necessidade de isolamento social, a prática de exercício ao ar livre pode aumentar o risco de contágio. Pesquisadores europeus observaram que a forma de expirar o ar, que se acelera durante o exercício, e a própria movimentação corporal favorecem, sim, a transmissão de vírus respiratórios num ambiente aberto. Segundo esses estudos, os aerossóis que emitimos ao correr ou caminhar podem alcançar de cinco a dez metros, dependendo também da velocidade e da direção do vento.  Ainda que tentemos ficar dez metros distantes de alguém na rua, não temos como controlar quem vem em nossa direção expirando fortemente, muito menos podemos saber quem está ou não contaminado. Portanto, são vários fatores imponderáveis. Dessa forma, o mais seguro é manter o condicionamento físico em casa, sempre com a paramentação adequada e com cuidado para evitar lesões. Dá para seguir aulas pela internet, que, inclusive, ganharam grande espaço durante esta pandemia. Você pode optar por dançar, montar aquela velha bicicleta ergométrica que estava na garagem, criar circuitos domésticos, ficar ativo – limpar e arrumar o ambiente, por exemplo – e, talvez o mais difícil, ter disciplina para repetir o exercício algumas vezes na semana.  #FiqueEmCasa

20/04/2020
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12. Como o novo coronavírus se manifesta? Além dos sintomas clássicos, o novo coronavírus pode ocasionar manifestações clínicas menos comuns em quadros respiratórios. Dois estudos feitos em Wuhan, na China, observaram a presença de queixas gastrointestinais, de náuseas e diarreia. Um deles, por exemplo, verificou que, de 138 pacientes estudados, 10% deles tiveram esse quadro antes de apresentar sintomas respiratórios. Outro encontrou um terço dos pacientes com o mesmo comprometimento. O motivo estaria relacionado ao fato de o coronavírus se ligar a receptores no intestino.  Curiosamente, a perda súbita de olfato e paladar também pode ser relatada, pois o SARS-CoV-2 lesa as células do tecido interno do nariz e é capaz de acometer estruturas que permitem ao cérebro interpretar as informações captadas por elas como cheiros, segundo estudos iniciais. No Reino Unido, um levantamento com 579 pacientes apontou que quase 60% dos casos tinham apresentado tais alterações olfativas.  A Organização Mundial de Saúde ainda relaciona outros sintomas menos frequentes, mas que costumam estar presentes em outras viroses respiratórias e gastrointestinais, assim como em arboviroses, ou seja, naquelas doenças em que o vírus é transmitido por um inseto – como a dengue. A lista vai de coriza a dores articulares, veja a seguir. Sintomas da Covid-19 ClássicosTosseFebreFalta de ar/dificuldade para respirar Sintomas menos comuns CalafriosCólicasConjuntiviteCorizaDiarreiaDor de cabeçaDor de gargantaDores musculares e articularesDor no peitoEnjoos/náuseaFadiga/cansaçoObstrução nasalPerda de apetitePerda súbita de olfato e paladarSensação de fraqueza Vômitos Sem sintomas Vale lembrar que existe a possibilidade de contrair o vírus e não apresentar nenhum sintoma – algo de que só vamos saber quando a população estiver sendo amplamente testada. Isso também explica por que a doença é tão contagiosa e, sobretudo, por que há necessidade de isolamento social. Pronto Atendimento DaVita O surgimento de uma dor de cabeça repentina, de uma forte dor articular ou de outras queixas listadas acima não significa que você está com Covid-19. A queixa grave da nova doença, e que deve orientá-lo a buscar o pronto-socorro rapidamente, é a falta de ar, com ou sem febre. Mas você não precisa ficar sem atendimento médico diante de problemas agudos de saúde, mesmo que não tenham relação com o novo coronavírus ou que pareçam não ter. Nossos serviços de Pronto Atendimento estão à sua disposição, com toda a segurança que você precisa neste momento, bem como o suporte de exames laboratoriais e administração de medicamentos. Para saber mais, clique aqui.

17/04/2020
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9. Por que alguns grupos são mais suscetíveis a complicações da infecção pelo novo coronavírus? Pessoas com doenças no coraçãoOs mesmos receptores que o SARS-CoV-2 encontra no pulmão para se ligar e, assim, poder se multiplicar, estão presentes também no coração, nos rins e até no intestino. Notadamente no coração, o vírus é capaz de afetar o músculo cardíaco, o que culmina com miocardite, que é um tipo de inflamação que compromete o trabalho essencial do miocárdio de bombear o sangue para todo o organismo. Portanto, quem já tem qualquer doença cardíaca prévia, como descompasso dos batimentos, artérias parcialmente obstruídas e hipertensão arterial, entre outras, apresenta maior suscetibilidade às complicações da Covid-19, pois tende a suportar menos o ataque ao miocárdio. Pessoas com diabetesO diabetes traz maior propensão a complicações em qualquer infecção, inclusive na Covid-19, em decorrência da queda na imunidade ocasionada pela alta taxa de açúcar no sangue. No pulmão, em particular, existe uma relação entre a hiperglicemia e a maior replicação de vírus nas células desse órgão, com piora da função pulmonar. Em paralelo, o extremo ambiente inflamatório gerado pelo SARS-CoV-2 dificulta a ação da insulina, hormônio que coloca o açúcar para dentro das células, tornando o controle da taxa de glicose na circulação ainda mais difícil. Contudo, quando a glicemia está controlada, o risco de complicações pela Covid-19 fica quase semelhante ao da população geral em bom estado de saúde.  Pessoas com idade acima de 60 anosConforme o tempo passa, a imunidade vai perdendo a competência e os órgãos, como um carro já bem rodado, não apresentam o mesmo desempenho funcional. O pulmão não tem aquela plena capacidade, o coração fica mais rígido para facilitar a entrada de sangue e os rins não exibem a mesma competência para uma filtragem perfeita. Isso explica a maior vulnerabilidade dos idosos, ainda que sejam saudáveis ou que tenham um estilo de vida apropriado para evitar as doenças crônicas mais prevalentes. A DaVita ajuda você a se cuidarA pandemia de Covid-19 não é motivo para você deixar de lado os demais cuidados com a saúde. Lembre-se de que você continua contando com nossos médicos da família e comunidade para ajudá-lo a evitar exacerbações de condições crônicas, como hipertensão e diabetes, além de prevenir problemas agudos que poderiam demandar hospitalização neste período crítico. Clique aqui e saiba mais.  

16/04/2020
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8. O que acontece no pulmão após a chegada do novo coronavírus? Quando uma pessoa contrai o novo coronavírus, o SARS-CoV-2, em 80% dos casos tem sintomas brandos nas vias respiratórias altas (nariz e garganta, principalmente) ou até permanece incólume, sem manifestações, segundo a Organização Mundial de Saúde. Cerca de 20%, no entanto, precisam de hospitalização por conta de sintomas pulmonares, sobretudo dificuldade de respirar e falta de ar. E, desses, pelo menos um quarto evolui para um quadro bem grave, que vai requerer terapia intensiva, muitas vezes com ventilação mecânica. Ocorre que, assim que o vírus chega ao pulmão, as células pulmonares começam a produzir intensamente proteínas que disparam um alarme no organismo, as citocinas, para recrutar até ali glóbulos brancos para tentar combater o invasor – o que também acontece na infecção por outros vírus respiratórios, como o influenza H1N1. Para deixar a entrada livre a esses soldados, o coração bate mais rápido, os vasos sanguíneos locais se dilatam e a temperatura do corpo se eleva, ocasionando o mal-estar característico da febre. Começa, então, uma batalha digna de Star Wars, de células de defesa versus milhares de vírus. Para evitar aquele ataque que, em vez de combater o inimigo, acerta o alvo que deveria ser protegido – o próprio alvéolo pulmonar, onde se dão as trocas gasosas – e até outros órgãos, deve haver uma segunda onda da resposta inflamatória, que modula a primeira. Contudo, nem sempre isso ocorre por conta da presença de outras doenças, da baixa imunidade, de alguma suscetibilidade genética e de outros fatores ainda desconhecidos.  Sem essa modulação, o pulmão se transforma num verdadeiro campo de fim de guerra, com alvéolos inundados por vírus, células mortas, secreções e líquidos, o que resulta na necessidade de ajuda mecânica para o paciente respirar. Não por acaso, os respiradores são tão essenciais para pessoas que evoluem para esse estado grave, que, além da insuficiência respiratória, pode gerar infecção generalizada e falência de órgãos.  Diante disso, a ciência trabalha igualmente para buscar e testar, juntamente com vacinas e antivirais, tratamentos que possam regular a resposta inflamatória do organismo à Covid-19, de forma a impedir que ela seja agressiva ao pulmão e a outros órgãos.  

14/04/2020
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11. Dicas para se manter saudável na quarentena - Se você trabalha em esquema de home office, permaneça com sua rotina anterior: horário para começar, para almoçar e para terminar. - Caso tenha filhos, procure trabalhar quando eles também estiverem ocupados, até porque muitas escolas estão cumprindo as atividades letivas a distância. Se as crianças não estiverem tendo aula, procure se revezar com seu companheiro ou companheira no cuidado com elas. - Mantenha os horários de sono e despertar. Do contrário, você pode ficar mais cansado do que quando pega trânsito para chegar ao trabalho. - Não se isole. Use as diferentes ferramentas tecnológicas para fazer contato diário com os amigos e familiares, assim como com colegas de trabalho. - Por falar em tecnologias, mantenha-se informado, mas sem exageros. Ficar ligado 24 horas nas notícias pode deixar você mais angustiado neste período. - Cuide de sua mente. Se você já faz terapia, continue com sessões a distância. Aprenda também outras técnicas relaxantes, como a meditação. - Modere o consumo de bebidas alcoólicas. Pesquisas vêm apontando significativo aumento na compra de vinho, cerveja e destilados nos países em quarentena. Não beba fora de rituais, como um almoço de domingo ou mesmo um happy hour virtual. Ter uma taça de vinho junto da mesa de trabalho no meio da tarde já indica que sua relação com o álcool não vai bem. - Alimente-se bem. Nada de pedir fast-food todos os dias. Aproveite a rotina caseira para ingerir mais vegetais, frutas, cereais integrais, leguminosas, enfim, comida boa para a saúde do organismo, repleta de vitaminas e minerais. - Deixe o sol e a claridade entrarem em casa. Abra janelas e cortinas, mesmo que o ventinho mais frio do outono venha junto. Esse hábito é importante para o corpo e para a mente. - Não saia para se exercitar. Academias, clubes e parques estão fechados, bem como o acesso às praias, em várias cidades litorâneas. Mesmo que sinta falta de caminhar, os especialistas garantem que o ideal é que haja uma adesão de 70% ao isolamento social para achatar a curva da Covid-19. - Mesmo assim, mantenha-se ativo em casa, mas sempre com cuidado para evitar lesões. Faça aulas pela internet, cumpra parte do seu programa de exercícios usual e invente brincadeiras com as crianças - Estabeleça bem a diferença entre dias úteis e fins de semana, mudando a rotina nestes últimos. É hora de preparar um almoço especial com o companheiro (a), de brincar com jogos de tabuleiro ou de maratonar uma série regada a pipoca com todos da casa. - Engaje-se em alguma das centenas de ações voluntárias que têm se formado para ajudar pessoas que estão sem renda, sem teto, sem alimentos e sem produtos básicos de higiene, tão necessários neste momento. Com as redes sociais, na maioria das vezes, você não vai precisar sair para fazer a diferença na vida de alguém. - Ninguém sabe quanto tempo esta situação vai durar. Mas não adianta se desesperar ou fazer muitos planos em curto prazo. Procure viver um dia de cada vez. #FiqueEmCasa #FiqueBem

13/04/2020
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10. Como proceder com a vacinação das crianças no período de isolamento social? O primeiro passo é proceder com a mesma responsabilidade. É fundamental manter as crianças com o calendário vacinal em dia para evitar a volta de outras doenças infectocontagiosas, sobretudo num momento de vulnerabilidade a um novo vírus que não pode ser prevenido nem combatido. A baixa cobertura vacinal, afinal, pode permitir o retorno de enfermidades que deixaram de circular, como ocorreu com o sarampo, que estava erradicado das Américas em 2016 e voltou a ser um problema de saúde pública no Brasil há mais de dois anos. Aproveite a visita ao serviço de imunização para fazer todas as vacinas que possam ser aplicadas na mesma ocasião, de modo a evitar novas saídas. Os pediatras asseguram que não há problemas de as crianças receberem ao mesmo tempo mais de um imunizante – existem fórmulas que reúnem várias vacinas diferentes, como a hexavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus tipo B, hepatite B e poliomielite. Apenas as de vírus vivos atenuados, como é o caso da SCR, contra sarampo, caxumba e rubéola, e a de febre amarela, por exemplo, requerem um intervalo na aplicação.  Em tempos de quarentena por conta da Covid-19, a orientação das autoridades de saúde é ficar em casa e sair apenas para atividades essenciais. A vacinação é uma delas. Os serviços de saúde, públicos e privados, estão tomando cuidados adicionais para manter a distância entre as pessoas. De qualquer modo, você pode escolher os horários de menor circulação para levar as crianças. Já dentre os serviços privados, alguns também costumam vacinar em casa – uma opção bem interessante nas atuais circunstâncias. #FiqueEmCasa, mas não deixe de vacinar as crianças e, quando indicado, de se vacinar.   Conte também com a DaVitaVale lembrar que nossos serviços de Pronto Atendimento e de Médicos de Família e Comunidade permanecem à sua disposição para resolver suas queixas clínicas não urgentes, com suporte de exames laboratoriais e administração de medicação. Clique aqui para saber mais.

07/04/2020
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7. Máscara contra o novo coronavírus: usar ou não? Desde o começo da pandemia de Covid-19, as autoridades sanitárias vinham orientando que as máscaras de proteção profissionais fossem usadas apenas por doentes, equipes de saúde e cuidadores dos infectados. Além de não haver número suficiente desses equipamentos de proteção individual (EPI) para toda a população, o acessório, para leigos, pode passar uma falsa sensação de segurança e levar à negligência de outros cuidados – e aí a pessoa protegeria as outras, mas não a si mesma. Até porque nada substitui a lavagem frequente das mãos, o cuidado de não tocar olhos, nariz e boca e, claro, o isolamento social. Com o aumento da disseminação do vírus, no entanto, essa recomendação têm sido revista. Como o novo coronavírus pode ser transmitido por pessoas assintomáticas ou que estejam no período de incubação da doença, quem realmente precisa sair de casa não só pode como deve recorrer à máscara, orienta o Ministério da Saúde, desde que não sejam os modelos profissionais do EPI. Apenas no Estado de São Paulo, a Associação Médica Brasileira já recebeu mais de 800 denúncias da falta de tais equipamentos em serviços de saúde, a maioria de máscaras.  O que fazer, então? O Ministério da Saúde sugere que as pessoas produzam suas próprias versões, que precisam cobrir totalmente a boca e o nariz, sem deixar espaços nas laterais. Entre os tecidos mais indicados estão algodão, tecido não tecido (TNT) e tricoline. Cada indivíduo deve ter algumas unidades, de uso individual, que são recomendadas em saídas pontuais e inadiáveis ou, então, em transportes coletivos, no caso de trabalhar em serviços essenciais. Após a utilização, as máscaras precisam ser lavadas com água e sabão, água sanitária ou hipoclorito de sódio. Os especialistas explicam que essa alternativa funciona como uma barreira física – por isso mesmo deve ter dupla camada de tecido –, na medida em que evita que microgotículas de saliva alcancem nossos interlocutores e os contaminem. É mais uma forma de impedir a propagação do vírus.  Cuidados no uso de máscaras caseiras - Lave as mãos antes de colocar a máscara- Ponha e tire seu EPI caseiro segurando-o pelos elásticos- Se tossir, espirrar ou umedecer a máscara com saliva, troque-a por uma limpa, sempre lavando as mãos entre as operações- Não coloque a máscara em cima da cabeça (como óculos de sol) nem abaixo do queixo, pois essa prática vai contaminá-la e torná-la um vetor do vírus- Não toque a frente do acessório com as mãos, pois isso também o contamina- Não tire a máscara para falar quando estiver fora de casa- Não passe mais de duas horas com o mesmo EPI caseiro. Se sair por longos períodos, leve algumas unidades, devidamente limpas e embaladas- Ao tirar uma máscara usada, coloque-a num saquinho até que seja possível higienizá-la. Leia mais no site oficial do Ministério da Saúde.

06/04/2020
Prevenção

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6. Cloroquina e hidroxicloroquina funcionam contra o coronavírus? Atualmente, alguns hospitais no Brasil e no mundo estão apostando no uso da cloroquina e hidroxicloroquina, em combinação com outros fármacos, para pacientes com Covid-19 que evoluíram com síndrome respiratória aguda grave. Recentemente, pesquisadores que coordenam os estudos no Brasil também anunciaram que começarão um novo teste para pacientes com sintomas menos graves, ainda sem data para ser iniciado. Empregadas no tratamento de malária e de doenças reumáticas autoimunes, essas medicações foram testadas em uma centena de chineses e em algumas dezenas de franceses com infecção pelo novo coronavírus. Contudo, a Organização Mundial de Saúde deixou claro que ainda não há evidências suficientes para a terapêutica, embora existam relatos de melhora em alguns pacientes. Mesmo assim, as agências reguladoras dos governos norte-americano e brasileiro autorizaram a aplicação de protocolos com tais fármacos, alegando que, apesar de haver necessidade de novos estudos, os pacientes em estado crítico não podem esperar. No fim de março, o Ministério da Saúde, inclusive, começou a distribuir 3,4 milhões de frascos de cloroquina e hidroxicloroquina aos Estados, com a ressalva de que o uso se destina exclusivamente a pacientes internados.  Em vista da corrida às farmácias logo que o emprego dessas medicações foi aventado, em meados de março, a Agência Nacional de Vigilância de Sanitária vetou a venda de tais remédios sem receita para evitar o desabastecimento das pessoas que os usam cronicamente e, sobretudo, para impedir a automedicação, já que, sem prescrição, existe risco de efeitos adversos ao coração, ao fígado e aos olhos. Apenas no hospital e sob supervisão médica, quando os benefícios superam os riscos e sem abrir mão de outras medidas, a associação entre esses e outros medicamentos parece bloquear o transporte do vírus entre as células. Mas isso é algo que ainda levará de dois a três meses para ser constatado, conforme esperam os pesquisadores envolvidos nos testes. Até o momento, não há nenhum protocolo para o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina com finalidade preventiva. Vale lembrar que, por enquanto, a melhor prevenção para a Covid-19 ainda é o isolamento social. #FiqueEmCasa

03/04/2020
Prevenção

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5. Qual a diferença entre os testes para Covid-19? O Ministério da Saúde divulgou a intenção de comprar milhões de testes para detectar a Covid-19: a PCR e o teste rápido. Saiba como funcionam e o que pesquisam. Teste molecular (RT-PCR) É o exame de escolha para o diagnóstico do novo coronavírus, na medida em que identifica material genético do agente infeccioso já nos primeiros dias de sintomas, feito por aqui desde fevereiro. Em geral, fica pronto a partir de 24 horas, mas, em vista do crescimento da demanda, os resultados estão saindo com prazo maior em todo o sistema de saúde. Hoje, devido à pouca disponibilidade desse recurso, que afeta também outros países, apenas pacientes em estado grave vêm sendo testados. Contudo, o Ministério da Saúde anunciou a iminente chegada de quase 15 milhões de testes moleculares. Para a análise, o exame usa amostra de secreção nasal e da garganta, colhida por uma haste flexível com pontas de algodão chamada de swab, ou, dependendo do caso, amostra de secreções pulmonares. Teste rápido para detecção de anticorpos Já desembarcou no Brasil uma parte dos 10 milhões de testes rápidos que o Ministério da Saúde prometeu adquirir, os mesmos que vêm sendo usados na Europa e têm seu resultado liberado em 15 a 30 minutos. Ao contrário do RT-PCR, essa ferramenta diagnóstica pesquisa, em uma gota de sangue, os anticorpos que o organismo produz para combater o vírus, o que só começa a ocorrer depois de uma semana do início dos sintomas. Se a triagem for realizada no começo da infecção, o resultado será falso-negativo, razão pela qual o teste precisa ser muito bem indicado e interpretado.  No atual momento da pandemia, o exame ficará reservado aos profissionais de saúde e agentes de segurança, que estão na linha de frente do atendimento da sociedade nos serviços essenciais. Ao ser testado no momento certo, a partir do sétimo dia de sintoma, o profissional afastado com suspeita de Covid-19 poderá ser tratado, se positivo, ou voltar ao trabalho com segurança, se negativo. De acordo com o Ministério da Saúde, quando aplicado massivamente na população geral, o teste rápido será muito importante para detectar as pessoas que já estão imunes e os portadores assintomáticos do vírus, que podem transmiti-lo involuntariamente, assim como para estudos de frequência da infecção.

02/04/2020
Prevenção

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4. Como se isolar em caso suspeita ou confirmação de Covid-19? Com sintomas respiratórios leves e febre baixa, faça você ou não o teste, a orientação é ficar em casa e tomar medicamentos sintomáticos, analgésicos e antitérmicos, além de, fundamental, adotar os cuidados necessários para não infectar as demais pessoas à sua volta: - Se for possível, mantenha uma única pessoa da família para ser seu interlocutor – de preferência alguém com boa saúde, sem doenças crônicas e abaixo de 60 anos - Alimente-se bem, com uma dieta saudável, hidrate-se bastante e faça repouso - Mantenha-se em isolamento total por 14 dias, de preferência em local não compartilhado. Não saia de casa para nada nem fique junto das pessoas em casa – em moradias pequenas, use máscara e mantenha-se distante dos outros por, ao menos, um metro - Ponha a máscara ao se dirigir para  áreas comuns, como banheiro - Higienize diariamente superfícies do quarto e do banheiro, primeiro com sabão ou detergente e, depois, com um desinfetante com hipoclorito de sódio a 1% - Mantenha seus próprios talheres, pratos e copos, além de toalhas de rosto e de banho, sempre lavando-os antes de usar - Lave suas roupas separadamente, com sabão comum e água quente, de 60 a 90 graus centígrados - Higienize as mãos com frequência, assim como seu interlocutor/cuidador, secando-as, de preferência, com papel-toalha. Faça o mesmo em caso de tosse ou espirro, sempre cobrindo-os com o antebraço. Vale lembrar que, mesmo sem confirmação do quadro por teste, o Ministério da Saúde recomenda que os demais membros da família igualmente permaneçam em quarentena.

01/04/2020
Prevenção

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3. Diante de sintomas respiratórios, quando procurar um hospital? De acordo com o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Infectologia, a recomendação de buscar um serviço médico de emergência se aplica apenas aos pacientes com febre alta (acima de 39oC) e falta de ar. Também chamada de dispneia, a falta de ar corresponde a um desconforto respiratório ao fazer atividades corriqueiras, como tomar banho, arrumar a cama e cozinhar – ou seja, em ações que, em circunstâncias normais, não dificultariam a respiração.  Pessoas com sintomas respiratórios, ainda que leves, e com doenças crônicas, como diabetes, afecções cardiovasculares e câncer, além de idosos, também devem receber atenção médica imediata, pelo maior risco de evolução grave do quadro. Nesses casos, de qualquer forma, vale fazer primeiramente um contato com o médico que acompanha cada paciente e pedir orientações. Agora, quem tiver manifestações como obstrução nasal, dor de garganta e tosse, sem febre ou mesmo com febre baixa ou estado febril (37,8oC), deve ficar em casa e se isolar. Em 80% dos casos, a infecção pelo novo coronavírus não evolui com gravidade, segundo a Organização Mundial de Saúde. Ademais, caso vá a um serviço de emergência médica com sintomas leves, que podem até ser de um resfriado comum, a pessoa corre o risco de contrair a Covid-19 na sala de espera, se não estiver contaminada ou, ainda, de infectar os demais pacientes que ali estejam por outras queixas e mesmo os profissionais de saúde, se estiver com a infecção pelo novo coronavírus.  Como a doença ainda não tem vacina nem tratamento, a testagem pelo exame molecular (PCR) não traz benefício imediato. Mesmo porque, no atual momento, quem vai para o hospital numa situação não emergencial pode não conseguir fazer o teste, que tem sido reservado a casos graves, ou, ainda que o faça, só receberá o resultado em alguns dias, sendo liberado para casa com medicamentos sintomáticos. Contudo, a situação pode mudar com outros tipos de testes, que, em breve, estarão disponíveis em serviços públicos e privados. Mas esse é um assunto para outra pílula de informação.

31/03/2020
Prevenção

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2. Continue em casa para conter a pandemia Não há nenhuma razão para abrandar o isolamento social, recomendado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial de Saúde, para prevenir a propagação do novo coronavírus. Países que rapidamente tomaram essa decisão têm tido menos problemas com a atual emergência sanitária. Com a entrada da Índia em quarentena total, com seu total de 1,3 bilhão de habitantes, um terço da população mundial está em casa, conforme balanço do banco de dados da agência de notícias AFP. O fato é que o isolamento social quebra a velocidade da transmissão da Covid-19 ou, como têm dito os especialistas, achata a curva do novo coronavírus. Sem essa estratégia, uma pessoa contaminada passa o agente para cerca de outras três, que o transmitem, cada qual, para mais outras três, triplicando o número de casos com muita rapidez. Com o isolamento, são menos casos, menos hospitalizações e menos mortes. Quando a China isolou a cidade de Wuhan, berço do vírus, finalmente o número de infectados começou a cair no país.  Escute o que dizem os médicos e as autoridades de saúde. Se puder, #FiqueEmCasa.

30/03/2020
Prevenção

PÍLULAS DE INFORMAÇÃO SOBRE A COVID-19

1. Vacina contra a gripe vs. novo coronavírus O Ministério da Saúde começou em 23 de março a imunização contra a gripe em todo o País, usando uma vacina que protege contra três tipos do vírus influenza: A (H1N1), A e B. A campanha vai priorizar idosos e profissionais de saúde inicialmente e, depois, seguirá direcionada a outros públicos. Mas o que isso tem a ver com a pandemia causada pelo novo coronavírus? É importante frisar que essa vacina não impede o desenvolvimento da Covid-19. Acontece que a gripe começa subitamente com febre alta, tosse e mal-estar geral, podendo evoluir para pneumonia e síndrome respiratória aguda grave (SRAG), em especial nos grupos de risco, como idosos, gestantes, doentes crônicos, pessoas transplantadas ou em tratamento com imunossupressores. Uma vez que esses sintomas são parecidos com os da Covid-19, ao se imunizar contra o vírus influenza, você resolve dois problemas: Fica livre da gripe, que, no ano passado, registrou mais de 5,7 mil casos no Brasil até a primeira semana de dezembro, segundo o Ministério da Saúde, tendo causado mais de 1,1 mil mortes por SRAG, a maioria com implicação do vírus A (H1N1) Caso você venha a apresentar algum sintoma de síndrome gripal, o fato de estar vacinado vai ajudar os profissionais de saúde a descartarem a possibilidade de gripe logo de cara e a pensarem na Covid-19 e em diagnósticos diferenciais. Vale lembrar que a vacina contra a gripe igualmente não impede os resfriados comuns de outono/inverno. Afinal, existem mais de 200 vírus que provocam esses quadros (veja aqui a diferença entre gripe e resfriados). Contudo, neste momento de quarentena e de cuidados intensivos para evitar a contaminação pelo novo coronavírus, é bem provável que você fique menos sujeito a resfriados. O isolamento social e a lavagem correta e frequente das mãos contribuem para debelar a disseminação de qualquer vírus respiratório.

17/03/2020
Prevenção

Saiba a diferença entre cistite, pielonefrite e glomerulonefrite

O sistema urinário compõe-se dos rins, onde a urina é formada após a filtragem do sangue, assim como dos ureteres, da bexiga e da uretra, que, respectivamente, respondem pelo transporte, armazenamento e eliminação da urina. Quando uma bactéria coloniza qualquer uma dessas estruturas, temos uma infecção do trato urinário, que pode ser considerada inferior ou superior. No trato inferior, a infecção recebe o nome de cistite e afeta a bexiga. Caracteriza-se por urgência para urinar e, paradoxalmente, pouco volume excretado em cada micção, dor pélvica e lombar, ardor ao urinar e eventual febre, podendo haver também sangue na urina. A bactéria mais frequentemente envolvida nessa infecção é a Escherichia coli, presente no sistema digestório.  Como a mulher tem uma uretra curta, apresenta maior propensão à cistite devido à proximidade dessa estrutura com a região anal e vaginal, o que favorece a contaminação do trato urinário por bactérias que vivem naturalmente nessas áreas do corpo. Os especialistas estimam que uma em cada quatro pacientes do sexo feminino terá um episódio de cistite ao longo da vida. Além disso, pessoas com baixa imunidade decorrente de outras enfermidades, bem como diabéticos, são igualmente mais vulneráveis à infecção.  O diagnóstico é clínico, com apoio do exame de urina tipo I, que sinaliza a presença de células de defesa em número aumentado – um sinal de infecção –, e da cultura de urina com antibiograma, que isola o microrganismo causador do problema e, além disso, informa os antibióticos capazes de combatê-lo. Em geral, o tratamento tem curta duração e o número de dias e doses varia conforme o medicamento escolhido. Em pacientes que apresentam repetidas infecções, mesmo tomando todos os cuidados preventivos, pode ser indicado um antimicrobiano de uso crônico. No andar de cima Já no trato superior urinário, a infecção, denominada pielonefrite, acomete os rins e a pelve renal – tipo de funil por onde a urina escorre até o ureter. Diferentemente da cistite, que cursa com sintomas limitados à região, a pielonefrite gera efeitos sistêmicos, manifestando-se com febre elevada, dor lombar irradiada para a pelve e calafrios. Podem ocorrer ainda náuseas, vômitos e outras queixas não específicas. Se não tratada a tempo, há risco de essa infecção causar lesões nos rins, capazes de comprometer sua função primordial, de filtrar o sangue e remover as toxinas do corpo. Além disso, a bactéria envolvida pode entrar pela circulação e se alastrar por todo o organismo, causando a sepse. Alguns fatores de risco para a pielonefrite são os mesmos da cistite, como anatomia feminina e queda da imunidade. Mas há outros, como obstruções no trato urinário, que ocorrem por conta de cálculos renais, aumento benigno da próstata, gravidez ou refluxo vesicureteral, que consiste no retorno de pequenos volumes de urina da bexiga para os ureteres e os rins. Para o tratamento, o conjunto de antibióticos usado no combate às cistites também é efetivo, já que as bactérias envolvidas são as mesmas, com destaque para a E. coli. Contudo, conforme o grau da infecção, o paciente pode precisar ser hospitalizado para receber antimicrobiano por via endovenosa e ter sua função renal monitorada. Dentro do sistema de filtração Os problemas no sistema urinário podem ainda interferir no próprio mecanismo de filtração dos rins, sobretudo nos glomérulos, que são unidades constituídas por pequenos vasos, justamente onde ocorre a filtragem do sangue, assim como a produção da urina. Aqui, falamos das glomerulonefrites, inflamações que podem ser agudas ou crônicas, primárias ou secundárias a outras doenças. Os casos primários, causados geralmente por alterações imunológicas que surgem após infecções, originam-se nos glomérulos. Quando se manifestam, os sintomas incluem acúmulo de líquido nas pálpebras e nas pernas, ganho de peso, elevação da pressão arterial, anemia, perda de sangue e de proteínas pela urina e fraqueza. A doença, no entanto, pode cursar em silêncio e agredir vagarosa e irreversivelmente os rins, o que retarda o diagnóstico e, por consequência, favorece a evolução do quadro para insuficiência renal crônica, uma condição grave, que provoca a perda progressiva da função renal e que, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, atinge 850 milhões de pessoas ao redor do mundo, resultando em mais de 2 milhões de mortes por ano.  O diagnóstico requer a realização de exames laboratoriais que avaliam a capacidade de filtrar dos rins, mas apenas uma biópsia confirma a glomerulonefrite. O portador da doença pode precisar apenas de acompanhamento com nefrologista e dieta com restrição de sal, proteínas e líquidos, mas, dependendo do acometimento renal, também de tratamento medicamentoso, controle da pressão arterial e, se a evolução para insuficiência renal for rápida, encaminhamento para diálise e até transplante de rim. Por sua vez, as glomerulonefrites secundárias costumam ocorrer depois de infecções em outras regiões do corpo, a exemplo de amigdalite por estreptococos, de hepatite viral e mesmo infecção por HIV. Outra possibilidade é que surjam como complicações de doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico, e, sobretudo, em decorrência de anos de hipertensão arterial e diabetes, duas condições crônicas bastante frequentes.  Um sinal típico desse quadro é a urina espumosa, que ocorre devido à eliminação de proteína, assim como o inchaço nos membros inferiores. Nesse caso, é fundamental tratar a doença que deu origem ao quadro e acompanhar a função renal rigorosamente para evitar lesões aos rins. O fato é que o sistema urinário precisa mesmo de cuidados. Fique sempre atento a qualquer sintoma dessa natureza e mantenha contato frequente com um médico que conheça seu histórico de saúde. Assim, poderá flagrar qualquer alteração ainda no estágio inicial, quando a prevenção ainda ajuda muito a impedir complicações.   Para ficar livre de problemas urinários Para todos: Tome bastante água diariamente, pois esse hábito ajuda a eliminar as bactérias presentes na bexiga. A quantidade ideal é aquela que deixa a urina amarelo-clara Não segure o xixi por longos períodos. Urinar sempre que o cérebro dá o alarme é uma medida de prevenção essencial Diminua o consumo de sal e açúcar para minimizar as chances de desenvolver diabetes e hipertensão arterial Não negligencie amigdalites por estreptococo Cuide de sua imunidade: alimente-se bem, tenha um estilo de vida saudável, combata o estresse e pratique atividade física regularmente. Só para mulheres: Urine sempre após as relações sexuais para que as eventuais bactérias que estejam no trato urinário sejam eliminadas Tenha cuidado redobrado na higiene dos genitais. Se possível, procure se lavar com água e sabão após cada evacuação Não use roupas muito justas ou que retenham umidade, uma vez que estimulam a proliferação bacteriana Pelo mesmo motivo, troque absorventes com frequência.

09/03/2020
Prevenção

Saúde bucal reflete o bem-estar geral

Quem já teve dor de dente ou machucados no interior da boca sabe quanto essas condições podem ser incômodas. Às vezes, é só um dente avariado, às vezes uma afta pequena, mas  a impressão é a de que há um trator indo e voltando em torno de nosso rosto. A sensação é tão desconfortável que chega a atrapalhar a vida diária de muita gente no auge de sua produtividade. Segundo uma pesquisa feita pela Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo, metade dos 6.051 indivíduos na faixa etária de 35 a 44 anos relataram que problemas na boca ou nos dentes causam impacto negativo em suas atividades diárias. Feita em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a pesquisa analisou o comportamento de 17.560 pessoas em relação à saúde bucal versus qualidade de vida. De fato, a saúde bucal está intimamente relacionada com a saúde integral do ser humano. A boca cumpre várias funções essenciais na fala, na mastigação e na respiração. Além disso, funciona como uma grande porta de entrada para nutrientes essenciais à nossa sobrevivência – e, claro, também a bactérias e outros microrganismos. Assim, qualquer problema bucal ou dentário pode afetar nossa capacidade de falar, sorrir, saborear, mastigar, engolir e até de transmitir emoções. Felizmente, de acordo com a Federação Mundial de Odontologia, uma boa higiene bucal é capaz de reduzir o risco de desenvolvimento de doenças na boca e nos dentes, como cáries, mau hálito, placa bacteriana e o tártaro (ou placa endurecida). Além disso, o tabaco e bebidas alcoólicas devem ser evitados, já que são patrocinadores de diversos males, como câncer de boca, assim como a má alimentação. Alimentos ricos em açúcares e amido produzem ácidos que removem o esmalte dos dentes, propiciando a formação de cáries. O grande problema é que doenças da cavidade oral podem não se restringir à boca, especialmente a periodontite, também chamada de doença periodontal,que, na verdade, é uma espécie de inflamação da gengiva em estágio avançado, causada quase sempre por má higiene bucal.Da mesma forma que as cáries muitas vezes reduzem a qualidade de vida das pessoas, seja pela necessidade de tratamentos incômodos, seja pelas implicações estéticas, a doença periodontal, por afetar a parte de tecido entre os dentes e a mandíbula, dá espaço para a proliferação de bactérias para outros sítios através da circulação sanguínea, incluindo cérebro, pulmão e coração. A associação entre problemas na gengiva e doenças cardíacas é comum, culminando muitas vezes com endocardite, uma inflamação das válvulas e do tecido cardíaco de origem bacteriana. Quando a boca dá o alarme Se alguns problemas bucais geram efeitos sistêmicos, o contrário também é verdadeiro. A boca pode manifestar sinais de diversas doenças, inclusive de algumas não diagnosticadas, o que torna o check-up periódico com o dentista ainda mais importante. Diante de alterações reconhecíveis, mas que fogem ao seu escopo, ele encaminhará o paciente para o médico competente. No capítulo das doenças infecciosas, a sífilis primária, por exemplo, pode se manifestar como uma lesão na gengiva que demora a cicatrizar ou como uma lesão com placas vermelhas. Já gengivite, grandes aftas, sapinho e linhas brancas na lateral da língua sugerem aids, manifestação do vírus HIV. Por sua vez, a presença de verrugas indica infecção pelo papilomavírus humano, ou HPV, as quais podem evoluir para câncer de boca. Doenças autoimunes, nas quais o sistema de defesa se volta contra estruturas do próprio corpo, produzem úlceras muito dolorosas na mucosa bucal, que demoram semanas para regredir. Entre elas estão o lúpus eritematoso sistêmico, a doença de Behçet e o pênfigo vulgar. Enfermidades hematológicas do mesmo modo apresentam sintomas bucais. Uma língua muito lisa pode ser sinal de anemia e uma gengiva inchada, com sangramentos espontâneos, não raro levanta a suspeita de leucemia. Problemas no fígado também se manifestam na cavidade oral. A cirrose hepática, por exemplo, deixa as partes moles da boca amareladas e esverdeadas. E o diabetes costuma ser uma importante causa de gengivite. Até mesmo transtornos alimentares, como a inaparente bulimia, podem ser flagrados na cadeira do dentista. O hábito de regurgitar a comida em segredo, característico dessa condição, leva à boca ácidos estomacais que acabam com o esmalte dos dentes e machucam as mucosas. O fato é que a boca diz muito sobre nosso estado geral. Visite um dentista regularmente e não negligencie lesões, sangramentos ou quaisquer sensibilidades nos dentes. Cuide bem de sua boca - Remova a placa bacteriana por meio da escovação adequada dos dentes - Use fio dental a cada higienização dentária - Vá ao dentista regularmente, conforme periodicidade estabelecida por ele- Limpe a língua, retirando a chamada saburra lingual, onde se depositam microrganismos causadores de mau cheiro. Vale lembrar que a escova de dentes não dá conta desse serviço e, por isso, você pode optar pelo uso de raspadores- Evite consumir muitos doces, assim como o açúcar de mesa- Prefira cremes dentais com flúor mineral, pois eles ajudam a prevenir cáries - Não fume e evite ingerir bebidas alcoólicas - Caso utilize próteses dentárias, garanta que fiquem bem ajustadas e, claro, sempre limpas

03/03/2020
Saúde da Mulher

Coração feminino no sufoco?

As doenças cardiovasculares continuam no topo das causas de morte no Brasil. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), superam todos os tipos de câncer juntos, acidentes e violência, afecções respiratórias e também infecções, incluindo HIV/aids. Até o fim de 2020, o cardiômetro, um indicador criado pela SBC, aponta uma estimativa de cerca de 400 mil óbitos por enfermidades dessa natureza no Brasil, incluindo as mais prevalentes, ou seja, o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC), entre outras.  Se, há 50 anos, 90% das vítimas eram do sexo masculino, hoje essa proporção está bem diferente e quase equipara ambos os sexos: por volta de 48% entre as mulheres e de 52% entre os homens. Mas o que mudou de lá para cá, especialmente quando se sabe que a ala feminina apresenta mais atitudes benéficas para a saúde – elas vão mais ao médico, consomem maiores quantidades de vegetais e frutas, têm, no geral, riscos cardiovasculares inferiores aos dos homens e ainda se tornam fumantes com menor frequência? Esses dados são do estudo Saúde Cardiovascular da Mulher Brasileira, realizado pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) e pela Fundación Mapfre e divulgado em 2019. Respostas vêm de longe Bem, a questão deve ser observada do ponto de vista sociocultural. Durante a Segunda Guerra Mundial, as mulheres começaram a participar mais dos negócios da família, já que os homens estavam no campo de batalha. Em muitos núcleos, os rumos seguiram assim nas décadas seguintes por conta da morte ou incapacidade física dos que haviam voltado do front. A seguir, na década de 60, a revolução sexual patrocinada pela pílula anticoncepcional, que permitiu à mulher um maior planejamento sobre a quantidade de filhos que teria, passou a gerar um novo risco cardiovascular, sobretudo quando combinada ao cigarro.  Tudo isso ocorreu quase em paralelo ao desenvolvimento da indústria, especialmente a norte-americana, mais aquecida por conta de uma Europa destruída pela guerra, e que, assim, cada vez mais inventava novidades de consumo, inclusive eletrodomésticos que facilitaram a vida da dona de casa em todas as partes do mundo. Apropriando-se de suas escolhas e com mais tempo livre, a mulher passou a seguir rumo ao mercado de trabalho e a se preparar também para ser profissional liberal. Do lado de cá do Hemisfério Sul, no entanto, pesou igualmente o lado financeiro. As contas da casa não fechavam com um só salário. A ascensão feminina no terreno profissional, contudo, não se deu de modo simultâneo a uma diminuição de suas responsabilidades domésticas. Daí veio a sobrecarga, a jornada dupla com as tarefas da casa e até tripla com a educação dos filhos. Não por acaso, a pesquisa da Socesp e da Mapfre detectou, entre as mulheres, as formas mais graves de estresse no ambiente profissional, no lar, nos relacionamentos e até no que diz respeito às finanças. Juntamente com a depressão, esse vilão aumenta em duas a cinco vezes o risco de infarto ou AVC, alerta a Socesp. Coração na corda bamba O fato é que o ingresso das mulheres no mercado de trabalho trouxe ao sexo feminino os fatores de risco cardiovasculares que até então prevaleciam no homem. Além do malfadado estresse, entram na lista o sedentarismo, o tabagismo – embora haja menos fumantes na ala feminina, a mulher tem mais dificuldade de parar –, a ingestão de bebidas alcoólicas em excesso e os maus hábitos alimentares, incluindo o consumo frequente de fast-food. A combinação de sobrecarga física e mental, pouco ou nenhum exercício físico e um estilo de vida insalubre resulta em obesidade, colesterol alto, diabetes e hipertensão arterial, todos patrocinadores de afecções cardiovasculares.  Some a esse combo os fatores biológicos e temos agravantes. Durante a idade reprodutiva, a mulher tem a colaboração do estrógeno, hormônio feminino que dilata os vasos, facilitando o fluxo do sangue nas artérias e, portanto, ajudando a evitar doenças circulatórias. A menopausa, que ocorre justamente na meia-idade, dá fim a essa proteção e aumenta o risco cardiovascular feminino. Além disso, estudos parecem sinalizar que a mulher exibe maior fragilidade vascular, ficando ainda mais predisposta a problemas dessa natureza. Para completar, nem sempre a paciente do sexo feminino apresenta os sintomas clássicos do infarto, em particular, o qual tipicamente cursa com dor no peito, irradiada para os braços. Muitas vezes, as manifestações podem se assemelhar a um quadro de indigestão, com náuseas e enjoos, dor e desconforto abdominal, cansaço excessivo, ansiedade e até mesmo dor muscular.  Assim, a mulher demora a valorizar essas manifestações e pode acabar postergando a busca pelo serviço de emergência ou nem receber o diagnóstico correto, pelo fato de as queixas serem muito atípicas. Isso torna o papel da avaliação clínica dos riscos femininos ainda mais importante como estratégia preventiva. De acordo com os especialistas, a incidência de doenças cardiovasculares ainda é maior no homem, mas, na ala feminina, tais condições têm maior gravidade e maior letalidade. Portanto, não espere o tempo passar para começar a pensar no assunto. Faça a lição de casa em matéria de prevenção e visite um médico que conheça bem seu histórico de saúde, de modo que ele possa identificar fatores de risco e ajudar você a reduzi-los, especialmente aqueles que não estão ao seu alcance.  Conheça os fatores de risco para doenças cardiovasculares na mulher Sedentarismo Diabetes Estresse Hipertensão arterial Obesidade Tabagismo Colesterol alto História familiar de infartos e AVC Idade (acima de 55 anos) Uso de anticoncepcionais orais Prevenção deve ser diária Mantenha-se no peso ideal Faça exercícios físicos regularmente, no mínimo 150 minutos de atividade moderada por semana Tenha uma alimentação saudável, rica em vegetais e frutas frescas, nozes e sementes, gorduras do bem (ômega-6 e monoinsaturada), peixes, carnes magras e cereais integrais Limite a ingestão de açúcar e sal – não só direto do açucareiro ou do saleiro, mas também do que está escondido em produtos processados Procure se equilibrar emocionalmente para combater o estresse do dia a dia. Não fume – nem passivamente – e tenha parcimônia com as bebidas alcoólicas Visite um médico com regularidade Não negligencie possíveis sintomas cardíacos, especialmente os atípicos.

10/02/2020
Prevenção

É tempo de falar de doenças raras

Raro é um adjetivo que vai bem com muitas ideias e conceitos. Joia, prato, lugar, pessoa, relíquia, livro, LP ou CD. A lista pode ser bem extensa. Já em saúde, essa acepção cai por terra. Doenças raras demoram a ser descobertas, desafiam a medicina, podem custar muito caro e ainda comprometer a qualidade de vida do paciente e de toda a sua família. Não são poucos os casos em que o portador perde a autonomia para andar, comer, sentar-se, levantar-se e até respirar.Caracterizadas por sinais e sintomas muito diversos, e também bastante variáveis não só de condição para condição, mas igualmente de paciente para paciente com a mesma enfermidade, essas doenças são consideradas raras quando atingem 65 pacientes ou menos a cada 100 mil indivíduos. A esclerose lateral amiotrófica, que acometia o físico britânico Stephen Hawking, morto em 2018 – cuja trajetória foi contada no filme A Teoria de Tudo –, é uma delas, assim como o mais conhecido, mas não menos raro, lúpus eritematoso sistêmico.  A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que existam de 6 mil a 8 mil doenças raras diferentes, entre degenerativas (que alteram o funcionamento das células) e proliferativas (que se espalham facilmente), afetando entre 420 milhões e 560 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais 13 milhões estão no Brasil. Conforme a entidade, cerca de 80% têm origem genética, enquanto o restante decorre de fatores ambientais, infecções e deficiências no sistema imunológico.   Em geral, essas doenças são crônicas, progressivas e incapacitantes. Na maioria das vezes, não há possibilidade de cura, de maneira que o tratamento consiste apenas em acompanhamento clínico, fisioterápico, fonoaudiológico e psicoterápico, entre outras intervenções, em busca de aliviar ou controlar os sintomas. Apenas uma pequena parcela conta com medicamento já disponível ou em desenvolvimento capaz de impedir a progressão de tais condições. Quase sempre, no entanto, esses fármacos são de alto custo. Peregrinação por consultórios médicos Cerca de 75% das doenças raras afetam crianças e adolescentes, a ponto de serem consideradas a segunda maior causa de mortalidade infantil no Brasil há cerca de 30 anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria. Para receber o diagnóstico, a família perambula por até dez médicos diferentes, segundo levantamento do Ministério da Saúde, o que acaba retardando o tratamento, ainda que este só sirva para a manutenção da qualidade de vida do paciente. Na tentativa de ajudar esse grupo a ter acesso ao serviço especializado, o Sistema Único de Saúde (SUS) criou, em 2014, a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, que organizou a rede de atendimento para prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de tais pacientes. Desde então, montou sete serviços de referência e incorporou 19 testes diagnósticos, entre os quais três procedimentos de avaliação diagnóstica, um para anomalias congênitas ou de manifestação tardia, outro para deficiência intelectual e um terceiro para erros inatos do metabolismo.  Já no âmbito privado, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) regula as operadoras de saúde e estabelece diretrizes para a cobertura de consultas, inclusive de aconselhamento genético, bem como de testes laboratoriais e genéticos. De acordo com a plataforma Muitos Somos Raros, dedicada a informações sobre doenças raras, a ANS tem hoje protocolos que contemplam somente cerca de 40 dessas enfermidades. O caminho, no entanto, ainda é longo. Por isso, o Supremo Tribunal Federal decidiu, no ano passado, que o Estado deve pagar os medicamentos de alto custo para doenças raras – aqueles capazes de mudar a progressão da enfermidade – que sejam registrados na Anvisa, quando não puder oferecê-los. Hoje, nesse contexto, o Ministério da Saúde dispensa medicações para mucopolissacaridose, fibrose cística, hemoglobinúria paroxística noturna, polineuropatia amiloidótica familiar, doença de Gaucher, osteogênese imperfeita e, mais recentemente, atrofia muscular espinhal. De qualquer modo, o que se espera é que o Brasil conduza estudos sobre a incidência e a prevalência de doenças raras com o envolvimento de profissionais da área, autoridades da saúde, associações de familiares e pacientes e laboratórios farmacêuticos. A ideia é que esses grupos possam unir esforços para incentivar a pesquisa de novas opções terapêuticas, demonstrar a importância desses tratamentos e baratear a produção de tais medicamentos.  Como se não bastasse, existe uma carência de geneticistas para fazer esses diagnósticos em nosso país  – eles representam somente 0,1% dos médicos com algum título de especialização no Brasil, segundo a Subcomissão Especial de Doenças Raras da Câmara dos Deputados. A ideia é que a suspeita das doenças raras possa ser levantada já na atenção primária para agilizar o ingresso do paciente na rede especializada. Para tanto, o grupo pensa em capacitar os médicos generalistas com cursos de atualização para que consigam reconhecer sinais e sintomas, ainda que incipientes, e encaminhar o portador rapidamente para a rede especializada ou para os centros de referência, nos quais ele poderá receber o tratamento, mesmo que o de suporte. Apesar das incertezas, há perspectivas no horizonte. Doença rara tem prevenção? É difícil prevenir o surgimento de uma doença rara, em especial se ela tiver origem genética. Se houver algum caso na família, o casal pode fazer uma consulta de aconselhamento genético antes do planejamento familiar para conhecer a probabilidade de ter filhos com alguma condição semelhante – e assim, se preparar com alguma antecedência. Além disso, o teste do pezinho, que deve ser realizado entre o primeiro e o quinto dia após o nascimento, ajuda muito a rastrear enfermidades raras, como a fenilcetonúria. No caso dessa doença, tudo que a família tem de fazer é evitar que a criança ingira alimentos com o aminoácido fenilalanina, como fontes proteicas de origem animal e vegetal, além de laticínios, e garantir que receba o suplemento de proteínas que não pode obter com a dieta.  Além de aproveitar as oportunidades de diagnóstico, convém ainda manter sempre contato com um pediatra ou um médico que conheça bem a história pessoal e de saúde da criança. Dessa forma, ele pode perceber qualquer alteração no estágio inicial, pedir uma investigação ou encaminhar o paciente para um serviço especializado. Conheça algumas doenças raras  Anemia falciforme: caracterizada por uma alteração nos glóbulos vermelhos do sangue, que, devido a um defeito genético na hemoglobina, a proteína que transporta oxigênio pela circulação, adquirem o formato de foice, em lugar da forma tradicional, arredondada. As células falciformes, ao contrário das normais, são pouco flexíveis e não conseguem passar adequadamente pelos vasos sanguíneos menores, obstruindo-os em diferentes órgãos do corpo. Como resultado desse processo, o indivíduo sente cansaço por causa da anemia crônica, e dores em ossos, músculos e articulações, além de apresentar icterícia.  Esclerose múltipla: doença neurológica crônica e autoimune, na qual o sistema imunológico ataca a bainha de mielina que envolve os axônios, fibras nervosas responsáveis pela condução dos impulsos elétricos, provocando lesões no cérebro, no nervo óptico e na medula espinhal. Na maioria dos casos, ocorre em surtos, embora possa ser também progressiva. Uma parte das manifestações clínicas inclui sinais e sintomas medulares, como fraqueza nas pernas, formigamento, disfunção sexual e incontinência urinária, enquanto a outra é formada por problemas visuais e do tronco cerebral, como náuseas e tonturas.  Esclerose lateral amiotrófica: condição provocada pela degeneração progressiva de células nervosas especializadas, ou seja, no primeiro neurônio motor superior no cérebro e no segundo neurônio motor inferior na medula espinhal. Essas células perdem a capacidade de transmitir os impulsos nervosos, dando origem aos sintomas que caracterizam a condição, como fraqueza muscular, endurecimento dos músculos primeiramente em um dos lados do corpo e atrofia muscular, além de perda de sensibilidade, cãibras, tremor muscular e espasmos. A doença causa uma paralisia irreversível.  Fibrose cística: doença que compromete o funcionamento das glândulas que produzem muco, suor e enzimas pancreáticas, tornando-os mais espessos, com repercussões importantes para os pulmões, o pâncreas e o sistema digestório. Basicamente, nas vias respiratórias, a secreção modificada favorece o acúmulo de agentes infecciosos. Já no pâncreas e nos órgãos do trato gastrointestinal, compromete a absorção dos nutrientes. Os sintomas incluem infecções pulmonares recorrentes, tosse frequente com catarro, bronquite crônica, chiado no peito, falta ar, baixo ganho de peso e de estatura, fezes volumosas e gordurosas, diarreia, desidratação e presença de suor salgado. Lúpus eritematoso sistêmico: enfermidade crônica que leva o sistema imunológico a produzir indevidamente autoanticorpos que se voltam contra estruturas do próprio organismo, o que causa processos inflamatórios e lesões em vários órgãos, especialmente em rins, pulmões, pele e articulações. O lúpus pode ficar algum tempo sem atividade e retornar subitamente, o que costuma ser imprevisível. Durante as crises, pode haver febre, dores articulares, de cabeça e ao respirar, manchas avermelhadas na pele, inchaço ao redor das unhas, lesões na boca, queda de cabelo, entre outros.

03/02/2020
Prevenção

Cinco escolhas que ajudam a prevenir o câncer

Quem disse que você não pode fazer nada para escapar do câncer? De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a maioria dos casos são relacionados a fatores externos que podem ser modificados de alguma forma. Entre eles, hábitos nocivos como fumar e ingerir bebidas alcoólicas, bem como estilo de vida pouco saudável, que inclui o sedentarismo e o costume de consumir fast-food. Além disso, os problemas decorrentes da ação do próprio homem no meio ambiente também podem ser considerados um fator externo.  Apenas uma pequena parte dos casos de câncer derivam de fatores internos, como falhas no sistema imunológico que impedem o organismo de eliminar células malignas e alterações genéticas relacionadas a diversos tipos de carcinomas. Mesmo assim, com as descobertas da ciência, algumas ações já podem ser tomadas para deter esse inimigo íntimo. Por exemplo, na presença de alterações nos genes BRCA1 e BRCA2, que aumentam consideravelmente o risco de tumor de mama e de ovário, pode haver indicação de cirurgias para a remoção preventiva dessas estruturas. Diante disso, a DaVita Serviços Médicos selecionou cinco medidas que você pode tomar para ajudar a evitar o surgimento do câncer ao longo de sua vida. 1. Fique longe do cigarro e do consumo de bebidas alcoólicas O tabagismo está implicado em uma grande porcentagem dos casos de câncer de pulmão, segundo o Inca, bem como em tumores de bexiga, boca, faringe, estômago, fígado, colo do útero, esôfago, rim, além da leucemia mieloide aguda. Vale lembrar que as pessoas que convivem com os fumantes também podem ser afetadas por esses cânceres, dado o consumo passivo das mais de quatro mil substâncias tóxicas do cigarro, 40 delas, inclusive, cancerígenas.  Outra droga socialmente tolerável é o álcool, que assim como o cigarro, também possui grande parcela de culpa quando se trata de câncer. Consumir bebidas alcoólicas pode aumentar o risco de tumores malignos na boca, faringe, laringe, esôfago, estômago, fígado, intestino e mama. E não há níveis seguros de consumo para prevenir a doença, afirma categoricamente o Inca. Assim, convém restringir ao máximo sua ingestão e mesmo assim, em doses pequenas. A combinação de bebidas alcoólicas e tabaco, em particular, aumenta o risco de desenvolver câncer em 150 vezes, segundo o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. Isso porque o álcool funciona como uma espécie de solvente nas mucosas, facilitando a entrada dos agentes tóxicos, a exemplo dos contidos no cigarro. 2. Controle o peso e mantenha uma alimentação saudável Com o excesso de gordura o organismo sofre um processo inflamatório que eleva a produção de hormônios capazes de danificar as células e levar ao surgimento de diferentes cânceres. De acordo com o Inca os de esôfago,  estômago, pâncreas, vesícula biliar,  fígado, intestino, rim, mama – inclusive em homens –, ovário, endométrio, próstata e tireoide, além de mieloma múltiplo e linfoma difuso de grandes células B, duas doenças hematológicas malignas. A prática regular de exercícios e a manutenção de uma alimentação adequada, que isoladamente também ajudam a prevenir o câncer, são dois grandes aliados no combate ao sobrepeso e a obesidade. Preferencialmente, impedir a instalação de células de gordura desde cedo é a melhor maneira de chegar a idade adulta com peso normal e portanto, menos sujeito a transformação de células saudáveis em células malignas. Dá para começar desde o nascimento, não abrindo mão da amamentação exclusiva nos seis primeiros meses de vida, o que, comprovadamente, evita o sobrepeso anos mais tarde – para a mulher, vale lembrar, amamentar também configura uma proteção contra o câncer de mama.  Conforme a criança começar a comer, acostume-a com pelo menos, cinco vegetais por dia, sempre variando cores, sabores e texturas, bem como com cereais integrais, frutas, feijões e outras leguminosas como a lentilha, pois esses alimentos contém um sem-número de nutrientes que atuam como agentes anticâncer, além das fibras, que previnem o câncer de intestino. Também convém limitar a ingestão de carne vermelha, gorduras e alimentos industrializados, em especial os ultra processados, como embutidos, comida pronta para aquecer e sucos adoçados, entre muitos outros. Esses hábitos, se iniciados na infância, têm mais chances de perdurar ao longo da vida. Só não se esqueça de dar o exemplo. 3. Pratique sexo seguro e vacine-se O papilomavírus humano, ou HPV, agente sexualmente transmissível, geralmente costuma ser a causa do câncer de colo do útero, mas também está envolvido em casos de câncer de vulva, vagina, pênis, ânus, orofaringe e até de boca. Da mesma forma que o vírus da hepatite B, igualmente considerada uma infecção transmitida sexualmente, tem implicação em boa parte dos casos de câncer de fígado. Usar preservativo ajuda a prevenir essas doenças, porém somente essa medida não basta, principalmente quando se trata do HPV, já que a transmissão desse agente ocorre em qualquer etapa do contato sexual. A forma mais efetiva de se proteger contra esses vírus é a imunização. Quem não foi vacinado contra a hepatite B na primeira infância – em geral, pessoas que nasceram antes da década de 1990, quando a vacina foi incluída no Calendário Infantil de Vacinação do Ministério da Saúde –, pode encontrar essa proteção na rede pública, em qualquer idade. Já a vacina recombinante contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV, que causam câncer e verrugas genitais, é aplicada dos 9 aos 14 anos em meninos e meninas.  Para adultos, por sua vez, o produto está disponível até os 26 anos nas Unidades Básicas de Saúde e, após essa idade, apenas na rede privada, sendo indicado para quem não teve contato com nenhum desses vírus – há exames que fornecem tal informação. De qualquer forma, se a pessoa já foi contaminada apenas pelo HPV 11, por exemplo, a vacina continuará oferecendo cobertura para os outros três tipos. Por isso, do ponto de vista individual, sempre vale a pena se imunizar, garantem os especialistas. 4. Proteja-se do sol Em nosso país tropical, o maior número de casos de câncer é o de pele não melanoma, que apesar de ser menos letal que os demais, pode deixar sequelas importantes em áreas expostas. Portanto, não dá para negligenciar esse risco. O uso do protetor solar deve ser cotidiano e não apenas na praia ou na piscina, mas em qualquer exposição, incluindo a saída do escritório durante o dia para almoçar.  Para peles claras, os produtos devem ter FPS no mínimo 30, com cobertura para raios ultravioleta A e B. Para peles negras, o FPS pode variar de 15 a 20, dependendo da tonalidade da cútis. Não se esqueça de proteger os lábios. Quem trabalha ou faz atividades físicas sob o sol rotineiramente também precisa se valer de outros acessórios de proteção, tais como roupas, óculos de sol e boné/chapéu.  Em passeios ou atividades de lazer ao ar livre, convém ainda evitar o sol entre 10h e 16h, período da maior incidência dos raios ultravioleta, responsáveis diretos pelas alterações nas células da pele que causam envelhecimento precoce e câncer de pele. 5. Ponha o corpo em movimento Sim, a atividade física tem papel fundamental na prevenção do câncer porque reduz reações inflamatórias no organismo, as quais favorecem o surgimento de mutações em células, que por sua vez, dão origem à doença. Como ajudam a manter o peso ideal, os exercícios contribuem indiretamente para prevenir todos os tumores associados à obesidade e ao sobrepeso. Além disso, diminuem pela metade o risco de câncer de intestino. A explicação, segundo os especialistas, é que a prática cotidiana de atividade física regula o funcionamento intestinal e assim, evita que as substâncias tóxicas – e potencialmente cancerígenas – fiquem muito tempo em contato com a mucosa da região. Pela mesma razão, a ingestão de fibras possui ação anticâncer. Ademais, exercitar-se com frequência colabora para prevenir o câncer de mama, que tem, entre suas diversas causas, a exposição prolongada ao estrógeno, um hormônio feminino. A movimentação do corpo regulariza a produção dessa substância, assim como elimina o excesso de gordura que igualmente se associa ao desenvolvimento de tumores mamários. E basta?Não. Como o câncer é uma doença causada muitas vezes pela combinação dos vários fatores de risco aqui abordados, não dá para abrir mão de consultar, pelo menos anualmente, um médico que conheça bem seu histórico de saúde, como um médico de família. Esse profissional pode avaliar seu estado geral, prestar orientações sobre os exames de rastreamento recomendados em cada etapa da vida – como o papanicolau, preventivo de câncer de colo do útero – e encaminhar você para especialistas diante de queixas diferentes ou de alterações em testes de rotina.  Com essas estratégias, o risco do câncer aparecer pode ser reduzido ou, ainda que ele surja, será possível aumentar a probabilidade de fazer rapidamente o diagnóstico e o tratamento no estágio inicial da doença, quando, em geral, as chances de cura são elevadas. Vamos começar?

27/01/2020
Prevenção

Atenção integral: o paciente recebe o cuidado certo, no momento certo

Ainda temos em mente a figura do médico que chega à casa com a maleta e presta assistência aos membros da família. De tudo um pouco ele parece entender. Pesa e mede a criança pequena e lembra aos pais que ela precisa comer melhor, por causa da leve anemia que notou no exame clínico, além de tomar banhos de sol. Avalia as pernas da avó em busca de edemas, mede sua pressão arterial e pergunta se ela está tomando direito os anti-hipertensivos prescritos. Conversa com a gestante, dando orientações sobre alimentação no último trimestre da gravidez, e aconselha o futuro pai a tirar férias juntamente com a licença-paternidade, para que possa participar mais dos cuidados ao bebê logo após o nascimento. Por fim, examina detalhadamente o jovem daquele núcleo, à procura de sinais para explicar a febre súbita, e deixa uma receita, porém comentando que deverá vê-lo novamente em alguns dias se o sintoma persistir ou aparecer algo novo. Pois bem, essa descrição é apenas uma parte da rotina de um médico de família, personagem comum no passado e que hoje cada vez mais retorna às clínicas médicas. Com a diferença de que os pacientes é que vão procurá-lo nos consultórios, em geral de fácil acesso em termos de localização geográfica. Com formação em Clínica Geral, mas também com experiência em Pediatria, Ginecologia e Cirurgia Geral, esse profissional especializado em pessoas das mais diferentes idades é a figura central dos programas de atenção primária à saúde, nos quais cada indivíduo volta a ser visto clinicamente como um todo, levando-se ainda em consideração suas questões psicossociais. Saiba como funciona um programa liderado por um médico da família. O que é atenção integral à saúde? Trata-se de um modelo de assistência que une os serviços de atenção primária, secundária e terciária. Atenção primária à saúde é a que atende de forma regionalizada, sistematizada e contínua à maior parte das necessidades de uma população – cerca de 85% das queixas apresentadas, segundo estudos internacionais. O melhor de tudo é que a estratégia de atenção integral atua não apenas com ações curativas, mas sobretudo com ações preventivas. Além do médico, o serviço conta com uma equipe multidisciplinar composta de enfermeiros, auxiliares e coordenação com determinadas especialidades, já que, quando se faz necessário, é realizado o encaminhamento dos pacientes aos especialistas.  Nesse formato, as pessoas recebem cuidados da mesma equipe de saúde, que, ao longo dos atendimentos, vai conhecendo seu histórico e seu contexto social, o que garante uma maior adesão ao plano de cuidado proposto e, portanto, alta resolubilidade. O fato é que, além de resolver as condições clínicas mais comuns e frequentes na população, a atenção integral realiza um trabalho de promoção de saúde e qualidade de vida, intervindo para modificar os fatores que mais causam doenças, como sedentarismo, alimentação inadequada e tabagismo, entre outros. O modelo de atenção à saúde com um médico generalista é uma novidade? Não é. Em 1920, na Inglaterra, o médico da rainha propôs um sistema de saúde organizado em centros de saúde primários e domiciliares, liderados por médicos generalistas que deveriam resolver, se não todas, a maior parte das demandas em saúde dos britânicos. Os casos que não pudessem ser solucionados por tais profissionais seriam encaminhados para centros secundários, com especialistas em várias áreas, e, quando houvesse necessidade de internação ou cirurgia, para hospitais. Esse modelo, que só entrou em vigor naquele país em 1945, inspirou os sistemas de saúde em todo o mundo, inclusive no Brasil. Para ter uma ideia do reconhecimento da eficácia desse tipo de iniciativa, a própria Organização Mundial de Saúde, juntamente com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, estabeleceu, em 1978, um acordo para a instituição de serviços focados nas necessidades dos pacientes, conhecido como Alma-Ata, o qual foi assinado por 134 países.  O modelo de saúde usado no Brasil contempla, então, essa ideia? Embora, na saúde privada, ainda prevaleça o sistema de atenção focado diretamente na procura de especialidades e hospitais, a atenção integral vem se tornando cada vez mais relevante. Por exemplo, diante de uma enxaqueca, é comum que as pessoas já marquem consulta com um neurologista ( especialista, ou atenção secundária) ou procurem um pronto-socorro (hospitais, ou atenção terciária), quando esse sintoma simples poderia ser resolvido com um médico de família e sua equipe, possibilitando, assim, que os especialistas atuem sobre casos mais complexos. Além disso, uma vez que a dor e cabeça também pode ser provocada por diversas condições, incluindo causas sociais e psicológicas, deve ser inicialmente avaliada por um médico generalista – está aí a ideia da atenção integral. Se entender que se trata de um caso para a Neurologia, ele encaminhará o paciente para um neurologista ou mesmo para o pronto-socorro, se achar urgente.  Então, qual é o papel do especialista nesse formato de assistência? Originalmente, o especialista soluciona aquilo que seja atribuição de sua especialidade. Acontece que há casos e casos. Assistir um paciente com hipertensão arterial que responde bem ao tratamento e às demais medidas que devem ser adotadas nesses casos – cuidados com alimentação, redução do sódio, prática regular de atividade física e perda de peso – pode ficar a cargo do médico da família, já que se trata de uma condição muito frequente, que, às vezes, até dispensa tratamento medicamentoso com a mudança dos fatores de risco. Contudo, uma hipertensão persistente, que não responde aos fármacos, já precisa do olhar do cardiologista. O especialista, portanto, entra em cena quando necessário, como ocorria no passado, uma vez que foi formado para elucidar casos que dependem de um profundo conhecimento do sistema orgânico no qual se especializou. A atenção integral, nesse sentido, coloca o paciente para receber a assistência certa, no momento certo. Se esse tipo de assistência é tão eficiente, por que ainda parece pouco disponível? É uma questão de tempo. Por conta da especialização extrema, que leva as pessoas a cuidarem de sua saúde com diversos especialistas e recorrerem ao pronto-socorro para queixas agudas, mas pouco complexas, como uma dor de garganta, a saúde suplementar também tem aderido ao modelo de atenção integral. Com base nos melhores sistemas de saúde do mundo, a DaVita Serviços Médicos está lançando um programa de atenção integral, sobre o qual falaremos bastante neste espaço. Vamos proporcionar um cuidado personalizado e humanizado, com um olhar dirigido para as necessidades do paciente, ajudando  a prevenir doenças, além de atendimentos com um médico de sua confiança, no momento em que você precisa, evitando a procura desnecessária por pronto-socorros.

20/01/2020
Bem-estar

Ano novo, saúde nova: confira dicas para ampliar sua saúde nos próximos anos

Durante a virada de ano, podemos observar muita gente que nem é supersticiosa adulando a sorte. Por via das dúvidas, as pessoas pulam sete ondas, comem sete bagos de uva, vestem branco com o adereço amarelo para atrair dinheiro e, assim, iniciam o novo ciclo cheias de esperanças e, claro, resoluções. Em geral, todas essas metas envolvem melhorias na aparência, na carreira, nas conquistas materiais e nos relacionamentos. Bem, mas onde fica a saúde? A saúde não costuma ganhar a atenção que merece nessas listas e, quando aparece, é  travestida com a necessidade de emagrecer e de modelar o corpo – não exatamente de ficar mais saudável. Em uma pesquisa feita, por um site norte-americano há alguns anos, com 8 mil pessoas, a perda de peso foi a meta número um para quase 20% dos entrevistados.  Por outro lado, esse desejo indiretamente pode levar a escolhas menos nocivas no estilo de vida, mas o fato é que as resoluções podem e devem ser ampliadas no que diz respeito à saúde. Para ajudar você a dar um upgrade no seu bem-estar neste ano, os médicos da DaVita dão algumas sugestões. Resoluções para melhorar a saúde no novo ano 1. Mexa-se regularmenteA realização de exercícios regulares deve estar no topo da lista de resoluções. Afinal, a prática  traz benefícios gerais: ajuda a perder peso, modela o corpo, melhora o condicionamento físico, aumenta a disposição para qualquer atividade, favorece o bom funcionamento geral do organismo, notadamente do sistema cardiorrespiratório, e contribui para afastar a depressão. As vantagens são de brilhar os olhos, porém não adianta começar com metas muito ousadas. Se você está sedentário há muito tempo, pense em objetivos factíveis. Se não gosta de academia, caminhe, corra, pedale, entre num grupo de dança, aprenda a nadar ou faça exercícios na piscina. Mas comece devagar – nada de abraçar o mundo. E, antes de tudo, converse com um médico que conheça bem sua saúde para que ele possa verificar se você está apto para o exercício escolhido. Qualquer dor mais pronunciada depois de uma semana de pedaladas, por exemplo, pode jogar ladeira abaixo sua resolução. 2. Coma melhorNinguém está dizendo para você entrar numa dieta, mas sim, para ter uma alimentação balanceada na maioria dos dias e não fazer das guloseimas uma rotina. Pode comer hambúrguer com batata frita? Claro que sim. Contudo, esse lanche não pode ser a base da alimentação, pois lhe faltam nutrientes essenciais para saúde e, além disso, contém altos níveis de sódio e gorduras saturadas, nocivas ao coração. Mais do que contar calorias, é necessário ingerir todos os tipos de nutrientes, o que facilmente se consegue com o consumo de uma variedade de frutas, vegetais, proteínas (carne, peixe, frango), cereais integrais (diferentes tipos de arroz, trigo, cevada) e leguminosas (feijão, lentilha, soja, grão de bico). Doces, sal, gorduras e industrializados em geral exigem moderação.   4. Beba mais água Nas pausas para o cafezinho, tome também um copo de água ou encha uma garrafa para deixar junto de você. O certo não é esperar sentir sede, mas se hidratar o dia todo. Ora, se nosso corpo é formado por cerca de 60% a 70% de água, a falta de reposição desse combustível afeta seu funcionamento, provocando cãibras, cansaço, pele ressecada, alterações na pressão arterial, prisão de ventre, cálculos renais e até problemas de cognição – sim, o cérebro depende bastante da hidratação corporal. Não há exatamente um consenso sobre o volume recomendado, mas isso varia de pessoa a pessoa. Quem transpira mais devido à prática de atividade física, por exemplo, precisa aumentar o consumo hídrico. De qualquer modo, uma boa medida é a cor da urina, que deve estar sempre amarelo-clara para sinalizar boa hidratação. Fique atento a esse indicador e insira a meta da água no dia a dia. 5. Durma bemEstabeleça um horário máximo para se deitar e faça a chamada higiene do sono. Não jante logo antes de dormir nem se exercite à noite. No mais, procure criar um ritual: prepare o quarto, diminua as luzes e mantenha a temperatura agradável. Nada de tentar adormecer com a TV ligada, tampouco de olhar o celular quando já quando estiver deitado no travesseiro. No máximo, vale ler algumas páginas de um livro para relaxar. Dormir bem é um dos pilares para uma vida saudável. Noites maldormidas interferem na concentração e na disposição, além de aumentarem o risco de acidentes. Mexem também com o sistema endócrino, bagunçando o metabolismo e aumentando a necessidade de insulina em até um terço, segundo os especialistas. Isso significa que quem dorme mal não apenas ganha mais peso, como também apresenta maior risco de desenvolver o diabetes tipo 2.  6. Tome banhos diários de sol Cerca de 10 a 25 minutos diários, fora do horário de maior incidência dos raios ultravioleta, entre 10 e 16 horas, exponha braços e pernas ao sol, como se faz com os bebês. O banho de sol, no jargão dos especialistas, ajuda a “fazer osso”. Isso porque a pele, quando em contato com o astro-rei, produz vitamina D, um pró-hormônio que ajuda o cálcio a ser absorvido pelo corpo e é depositado no esqueleto.  Para cumprir a meta, você precisa incorporar algum hábito que o faça ter alguma exposição solar – só ficar com um braço para fora do carro não resolve. Quer sugestões? Leve as crianças a pé para a escola, compre pães frescos todos os dias na padaria mais distante do bairro ou saia para passear com o cachorro antes de ir para o trabalho – o que, aliás, vai fazer bem para a saúde dele também. Vale lembrar que a vitamina D, além de regular o metabolismo ósseo em todas as idades, tem participação no sistema imunológico, de modo que sua deficiência está ligada com o desenvolvimento de doenças autoimunes, nas quais as células de defesa atacam estruturas do próprio corpo, a exemplo de artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico. 7. Não envenene o organismoCigarro, álcool, automedicação... Seu corpo não merece esse disparate. Parar de fumar talvez seja a meta mais difícil, mas não impossível. O tabagismo é uma condição clínica que, como tal, precisa de tratamento (link para matéria de tratamento para parar de fumar). Só determinação não basta. Hoje há programas antitabagismo interessantes, que combinam terapia e medicamentos. Converse com um médico da sua confiança e estabeleça uma data para deixar de se intoxicar. Você vai ficar livre de mais de 4 mil substâncias tóxicas, voltará a sentir cheiros e sabores que antes se perdiam na fumaça e diminuirá aos poucos o seu risco para alguns tipos de câncer e, especialmente, para doenças cardiovasculares.  Bastante tolerado e associado às comemorações, o álcool, em excesso, pode se tornar um problema sério. Além de fazer o fígado adoecer, a ingestão exagerada de bebida alcoólica produz efeitos no sistema nervoso que afetam o comportamento e, não raramente, resultam em problemas familiares e sociais, sem falar em acidentes. Antes que esse hábito se transforme numa dependência, reduza a frequência com que bebe, bem como suas doses. Se não conseguir, tente buscar a ajuda de um profissional. Por fim, não abuse de remédios sem prescrição. Aumentar uma dose por conta própria pode ser letal. Mesmo que se trate de uma aparentemente inofensiva Aspirina®. Se você precisa de medicações a toda hora, ainda que para dor de cabeça ou qualquer sintoma inespecífico, há algo errado que deve ser resolvido e investigado com um médico que conheça bem seu histórico de saúde. 8. Passe mais tempo com a família e os amigosAs relações humanas são fundamentais para a saúde. Quem vive sozinho tem mais chance de adoecer. Uma pesquisa do Ministério da Saúde, por exemplo, mostrou que homens que vivem solitários na terceira idade têm uma expectativa de vida menor porque se descuidam – são as companheiras que os fazem procurar atendimento médico diante de alguma queixa. O isolamento, em qualquer idade, ainda favorece o desenvolvimento de transtornos de humor, sobretudo a depressão. Assim, por mais que você precise trabalhar, determine um limite de horas dedicadas às atividades profissionais para que possa estar com amigos, companheiro, filhos e pais, de forma que não seja sempre o último a chegar em casa e fazer suas refeições sozinho. A partir deste ano, deixe de sair tarde do escritório. Use o almoço para encontrar amigos, tome um café com seus pais em alguns dias da semana, surpreenda sua família com um programa inesperado. O que vale nessa vida são as horas que passamos com quem mais amamos.  9. Combata o estresseNão, ele não vai embora porque existe desde sempre. O estresse prepara o corpo para reagir a um perigo, liberando adrenalina e cortisol. Na época das cavernas, o homem dava vazão a essas substâncias ao fugir das ameaças ou mesmo ao enfrentá-las. Hoje, porém, o organismo continua se comportando da mesma forma, mas as ameaças são de outra natureza – o engarrafamento, o medo da violência, as metas profissionais, as dificuldades no trabalho, as preocupações financeiras – e não conseguimos nos livrar facilmente dos efeitos desses dois hormônios, que aceleram os batimentos cardíacos, aumentam a pressão arterial e, em longo prazo, polarizam doenças.  A prática de atividade física é uma forma de debelar o estresse – portanto, se você cumprir a resolução número um, automaticamente dará conta desta. Cultivar hobbies também ajuda a reduzir as tensões. Cozinhar, cuidar do jardim, desenhar e pintar são alguns exemplos de atividades que podem ajudar seu corpo a entender que você não está sob ameaça o tempo todo.  10. Aprenda uma nova tarefaQue tal voltar a estudar? Não precisa ser uma nova faculdade, tampouco a conclusão de um curso interrompido. Você pode ingressar num programa para aprender alguma coisa diferente, desafiante mesmo. Tal decisão ajuda você de todas as formas. Amplia sua rede de relacionamentos e também sua rede de conexões neuronais. Quanto mais aprendemos, menos desenvolvemos demências na terceira idade, garantem os especialistas. Para atender a mais de um objetivo com os estudos, você pode envolver alguém da família nessa iniciativa, por exemplo, e, assim, passar mais tempo com essa pessoa. 11. Use as redes sociais com moderaçãoAs redes sociais tornam as pessoas mais próximas, ajudam a marcar encontros e a divulgar informações relevantes, mas têm seu lado B. Na área da saúde, prestaram um grande desserviço nos últimos anos, ao circularem notícias falsas sobre vacinação, que ainda hoje atrapalham muito a adesão das pessoas a essa proteção. No panorama sociopolítico, provocam desavenças, perseguições e culminam com um resultado contrário: separam pessoas ao invés de agregá-las. E há ainda outra vertente perigosa: o vício nas redes, que roubam horas de trabalho e de sono, assim como a atenção que poderia ser dada aos entes queridos, gerando improdutividade, isolamento, ansiedade e depressão. Contra tudo isso, mude a forma de empregar essas ferramentas. Utilize o WhatsApp para mensagens pontuais – já cheguei, espero você no endereço tal, deixei a encomenda na sua portaria. Não se exponha nas demais, tampouco sua família e filhos pequenos. Não gaste tempo sondando a vida de colegas, famosos e formadores de opinião – o jardim do vizinho é sempre mais verde. O melhor mesmo, após o trabalho, é usar o celular para a primeira finalidade do aparelho – como telefone – e aproveitar o pouco tempo livre para viver. Parafraseando o verso de uma música que o ex-Beatle John Lennon dedicou ao seu filho, a vida é o que nos acontece enquanto estamos ocupados fazendo outros planos.

13/01/2020
Prevenção

Tempo de pensar no combate ao câncer de pele

Adivinhe qual o câncer mais frequente no Brasil? Quem pensou em mama, próstata, intestino ou pulmão não acertou. O tumor maligno mais comum nestas terras ensolaradas é o de pele não melanoma, sobretudo dos tipos basocelular e espinocelular, representando cerca de um terço de todos os casos de câncer em nosso país. Só em 2018, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, foram 165,5 mil casos, dos quais 85,1 mil em homens e 80,1 mil em mulheres. Segundo especialistas, diversos fatores explicam o grande número de pessoas acometidas pela doença. Com clima tropical, é comum a alta incidência solar o ano todo no Brasil, o que torna a população mais vulnerável ao tumor. Isso também ocorre devido ao fato de muitos brasileiros manterem o hábito de usar protetor solar somente quando vão à praia ou à piscina, não se protegendo no dia a dia, o que aumenta o nível de exposição à radiação. Alguns outros fatores de risco incluem ainda histórico familiar e pele muito clara. O excesso de exposição solar ao longo da vida também aumenta a possibilidade de adquirir essa lesão maligna, já que os malefícios dos raios ultravioleta A e B (UVA e UVB) às células da pele são cumulativos. Não faz muito tempo, usava-se óleo bronzeador na praia e trabalhadores do campo, da construção civil e da limpeza urbana não se protegiam adequadamente com roupas e mesmo praticantes de esportes aquáticos e ao ar livre só aplicavam, no máximo, uma camada de creme contra assaduras no nariz e nas bochechas.  O fato é que a cultura da fotoproteção é um tanto recente no Brasil porque, por muito tempo, vigorou a ideia de que pele saudável é a pele bronzeada. Para se ter uma ideia, os bronzeadores chegaram aqui na década de 1960 e os produtos com fator de proteção solar (FPS), apenas na década de 1980, inicialmente nas versões 4, 8 e 15.  Por outro lado, felizmente, o tumor de pele é bem menos letal que os demais cânceres – com exceção do melanoma, que, embora mais raro, apresenta uma taxa de mortalidade elevada porque costuma se espalhar de maneira rápida para outros órgãos. Mesmo assim, tanto o tipo basocelular quanto o espinocelular precisam ser tratados com rapidez, pois há riscos de causarem lesões que podem mutilar ou desfigurar a pele em áreas expostas do corpo, podendo ter grande impacto emocional nos pacientes. Como reconhecer o tumor É evidente que se proteger do sol tem vital importância nesse contexto, mas a fotoproteção não basta, justamente por conta dos demais fatores de risco para a doença. Na prática, as pessoas devem conhecer bem o próprio corpo e a localização de pintas, manchas e outras lesões. Além disso, precisam, estar atento às regiões  da pele que mais recebem sol, como rosto, braços, orelhas, pescoço, lábios, ombros, costas e couro cabeludo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), lesões suspeitas de câncer de pele não melanoma têm aparência elevada e brilhante, além de coloração vermelha, castanha ou rosada e sangram com facilidade. Manchas e feridas que não cicatrizam também devem levantar o alerta, sobretudo se crescem, coçam, sangram e apresentam crostas. O encontro dos sinais é suficiente para procurar um dermatologista o quanto antes para uma avaliação detalhada. O diagnóstico depende de exame clínico, dermatoscópico (realizado durante a consulta) e biópsia das lesões, ou seja, retirada de fragmentos minúsculos para exame micro e macroscópico da natureza de suas alterações. Opções de tratamento Existem várias formas de tratamento para o câncer de pele não melanoma, tais como remoção cirúrgica convencional e a laser, raspagem da lesão e destruição das células malignas por bisturi elétrico, congelamento do tumor com nitrogênio líquido e cirurgia micrográfica de Mohs, uma técnica baseada na retirada dos tecidos comprometidos e em sua análise ao microscópio, por várias vezes, até não restarem mais células tumorais – os tecidos sadios são preservados.   Outra possibilidade é a terapia fotodinâmica, que combina a aplicação de uma substância fotossensibilizante (sensível à luz) na lesão e na exposição da região a uma fonte luminosa que ativa esse agente e destrói as células malignas, com um mínimo impacto à pele. Para completar, usam-se ainda as modalidades terapêuticas clássicas, especialmente quando o tumor pode ter algum risco de se disseminar, como quimioterapia e radioterapia. A escolha da melhor opção é feita caso a caso pelo dermatologista, que leva em consideração o tipo e o tamanho da lesão, bem como sua localização. Como todo câncer, quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores serão as possibilidades de cura, sem grandes repercussões à aparência ou mesmo à qualidade de vida do paciente. Proteja sua pele o ano todo e visite um dermatologista periodicamente. Carcinoma basocelular ou espinocelular? Conheça a diferença A classificação de câncer de pele não melanoma tem a ver com o tipo de célula envolvida na lesão. O basocelular, o mais comum, origina-se das chamadas células basais, encontradas na camada mais profunda da pele. Costuma aparecer nas áreas que ficam expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, costas e ombros. Já o espinocelular se forma a partir de células escamosas, que compõem a maior parte das camadas superiores da pele. Também é mais comum em regiões expostas, mas pode surgir em qualquer parte do corpo. Além do sol, vale lembrar que esse tumor está associado a feridas crônicas e cicatrizes, uso de medicamentos contra rejeição de órgãos transplantados e exposição a determinados produtos químicos e a outros tipos de radiação. A prevenção do câncer de pele está ao seu alcance - Utilize um produto com cobertura contra raios UVA e UVB e com FPS 30, no mínimo. Para peles negras, no entanto, o FPS pode até ser menor, entre 15 e 20, pois contam com uma proteção natural, ou seja, há maior quantidade de melanina que funciona como um escudo contra os raios solares. Contudo, a escolha do FPS ideal também deve levar em conta o tom de pele desse grupo, que varia bastante.  - Incorpore o hábito do uso do FPS diariamente em sua rotina e em todas as estações do ano. Quem fica em ambientes fechados deve aplicar o produto antes de sair de casa e  reaplicar na hora do almoço, antes ir para a rua. Já para quem permanece em ambiente externo, a reaplicação deve ocorrer a cada duas horas, em média, principalmente em caso de prática de esportes, uma vez que a transpiração excessiva remove a proteção. - Aprenda a usar o protetor de forma correta. Adivinhe qual o câncer mais frequente no Brasil? Quem pensou em mama, próstata, intestino ou pulmão não acertou. O tumor maligno mais comum em terras ensolaradas é o de pele não melanoma, principalmente dos tipos basocelular e espinocelular, representando cerca de um terço de todos os casos de câncer em nosso país. Só no ano passado, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, foram mais de 165 mil casos, dos quais 85,1 mil em homens e 80,1 mil em mulheres. - Evite se expor ao sol no período de maior incidência dos raios ultravioleta (UV), ou seja, entre 10h e 16h, mesmo em dias mais nublados. Se estiver ao ar livre, na praia ou na piscina, abrigue-se à sombra. Vale lembrar que o guarda-sol e as barracas de nylon não são totalmente eficientes, pois a maior parte da radiação solar ultrapassa esse material. Se optar por barracas, o ideal é que sejam de lona ou de algodão, que absorvem pelo menos metade dos raios UV. Contudo, mesmo à sombra, não abra mão do protetor solar na praia, na piscina, no campo ou até mesmo na rua. - Passe o produto cerca de 30 minutos antes da exposição solar, de modo que a pele o absorva, distribuindo-o uniformemente em todas as partes do corpo que ficarão expostas. A quantidade ideal, de acordo com a SBD, é de uma colher de chá para cada parte do corpo, em média. Não se esqueça de orelhas, nuca, mãos e pés, quase sempre negligenciados. Reaplique o protetor a cada duas horas ou após transpiração excessiva e/ou entrada na água. Esse cuidado vale para peles de qualquer tom. Vale lembrar que a barreira natural da pele negra deixa de funcionar se não houver aplicação adequada.  - Mantenha os bebês protegidos do sol, uma vez que produtos com FPS só podem ser aplicados em crianças a partir de 6 meses de idade. O banho de sol diário, recomendado pelos pediatras para a produção de vitamina D pelo organismo, deve ser feito sem protetor, com braços e pernas expostos, por, pelo menos, dez minutos, mas sempre antes das 9h. - Ao ar livre, utilize recursos além do protetor, tais como camisetas, óculos escuros, bonés, chapéus de abas largas, camisetas de manga longa com fator de proteção solar e outros. Quem trabalha ao ar livre, por exemplo, precisa ficar totalmente coberto. - Faça o autoexame da pele, seguindo a regra do ABCDE. Independentemente dos achados, procure um dermatologista ao menos uma vez por ano para uma avaliação geral.  Como usar a regra do ABCDE no autoexame da pele Para facilitar a identificação de lesões suspeitas pelo próprio paciente, a SBD sugere o uso da regra do ABCDE. Confira: Letra / O que observar  Característica de tumor maligno Característica de tumor benigno A de assimetria Assimétrico Simétrico B de borda Irregular Regular C de cor Duas ou mais Única D de dimensão Acima de 6 mm(provavelmente maligno) Abaixo de 6 mm(provavelmente benigno) E de evolução Cresce e muda de cor(provavelmente maligno) Não cresce nem muda de cor(provavelmente benigno)

13/01/2020
Prevenção

Hiperplasia benigna: um dos problemas mais comuns de próstata

Exclusiva do aparelho reprodutor masculino, a próstata é uma glândula que fabrica esperma, o líquido que nutre os espermatozoides e que representa cerca de 30% da composição do sêmen. Está localizada junto de estruturas do trato urinário, ou seja, logo abaixo da bexiga e ao redor da uretra, por onde a urina sai. Apesar de suas dimensões diminutas perto de outros órgãos – pesa em torno de 20 gramas –, pode passar a incomodar à medida que os anos avançam.  Isso porque, na meia-idade, as células prostáticas começam se multiplicar, o que ainda não está bem explicado pela ciência, mas parece decorrer do envelhecimento e de uma combinação de fatores hormonais, genéticos e ambientais. Em consequência, ocorre um crescimento anormal da glândula na maioria dos homens, configurando a chamada hiperplasia da próstata, que vale deixar bem claro, nada tem a ver com câncer nem aumenta o risco. A hiperplasia é uma lesão benigna, restrita à glândula. No tumor maligno, as células crescem e invadem outros tecidos. Devido à localização da próstata, no entanto, o aumento de suas dimensões vai pressionando a bexiga e apertando a uretra. Por isso, a condição pode causar sintomas urinários obstrutivos ou de armazenamento – na prática, dificuldade para urinar e aumento da frequência das micções. Essas manifestações podem ser bem toleradas no começo, mas, conforme o tempo passa, atrapalham bastante a qualidade de vida do homem e também elevam o risco de infecções urinárias, obstruções graves, retenção importante de urina, cálculos urinários e até insuficiência renal.  Como se detecta a hiperplasia de próstata  O diagnóstico depende do exame clínico – de toque retal – e do levantamento da história do paciente para que o médico possa afastar outros problemas urinários e saber, por exemplo, se há uso de medicamentos que interferem no funcionamento da bexiga, tais como antialérgicos e diuréticos, além de consumo excessivo de líquidos e de cafeína, que estimulam a diurese. Alguns testes complementares são necessários, como a dosagem sanguínea do antígeno prostático específico, ou PSA, um marcador de alterações na glândula, que se eleva discretamente nesses casos. Por sua vez, o exame de urina e a ultrassonografia das vias urinárias ajudam a afastar a possibilidade de distúrbios exclusivos do trato urinário. Por fim, existem métodos diagnósticos específicos para medir a força do jato de urina e o esvaziamento da bexiga, entre outros parâmetros que dão suporte ao diagnóstico, como é caso da urodinâmica e da urofluxometria. Opções de tratamento para a hiperplasia prostática Uma vez detectada a hiperplasia benigna da próstata, os especialistas costumam tratar apenas os pacientes sintomáticos. Do contrário, mantém-se uma vigilância periódica das dimensões da próstata, com exame clínico e dosagem de PSA, pelo menos. Para casos que vão de leves a moderados, o problema pode ser tratado com medicamentos. Existem hoje várias categorias de fármacos usadas nesse contexto, que são selecionadas conforme o tipo de sintoma apresentado pelo paciente, de forma isolada ou combinada. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, os alfabloqueadores estão entre as drogas mais utilizadas, já que aliviam as queixas urinárias logo nas primeiras semanas.  Todas as classes de medicamentos, no entanto, apresentam efeitos adversos que devem ser discutidos entre médico e paciente antes de tudo. Ademais, nenhum deles cura a condição. São remédios de uso contínuo, o que significa que, se interrompida sua administração por qualquer razão, os sintomas tornam a aparecer. Quem apresenta um quadro clínico mais intenso ou não responde aos fármacos tem indicação de realizar cirurgia. Hoje, o tratamento cirúrgico é feito sobretudo por métodos menos invasivos, como o procedimento endoscópico, que usa uma microcâmera dotada de um tipo de garra, que vai da uretra até a próstata e ali abre um caminho para o escoamento da urina, ou intervenção a laser, semelhante na execução, mas com menores efeitos indesejáveis. A cirurgia convencional, com incisão abdominal, fica reservada a poucos casos. Da mesma forma que no caso dos medicamentos, o paciente deve entender vantagens e desvantagens. O fato é que nenhum homem precisa ter sua qualidade de vida comprometida por conta do aumento da próstata. Mais um motivo para visitar periodicamente o urologista a partir da meia-idade e não ser pego de surpresa pela condição. Sintomas do aumento da próstata De armazenamento: - Urgência em urinar;- Aumento da frequência das micções, especialmente à noite;- Incontinência urinária (escape);- Dores para urinar. Obstrutivos: - Demora para iniciar a micção, mesmo quando precisa urinar;- Interrupção involuntária da micção;- Jato de urina fraco;- Sensação de que a bexiga não foi totalmente esvaziada;- Gotejamento ao fim da micção. Dá para prevenir a hiperplasia de próstata? Se o homem caminha para viver cada vez mais, a hiperplasia de próstata acabará chegando no futuro, mais dia menos dia. Contudo, os especialistas acreditam que a manutenção de um estilo de vida saudável ao longo dos anos, com atividade física regular, controle do peso e ingestão de vegetais, frutas, peixes e castanhas, exerça algum efeito sobre a prevenção da condição. Vale tentar, mesmo porque essa conduta também evita muitas outras doenças.

06/01/2020
Prevenção

HIV e gestação: Uma vitória da vida sobre o vírus

Apesar das poucas formas de contrair o vírus HIV, a aids surgiu como uma ameaça letal nos anos 80, mas hoje é considerada uma doença crônica graças aos avanços da ciência. Isso significa que, mesmo sem ter uma cura, existe um tratamento eficaz, assim como acontece com o diabetes. A transmissão do HIV ocorre de diferentes formas, desde o contato com o vírus através de relações sexuais sem preservativo, passando pelo corte ou perfuração da pele por materiais cortantes contaminados, até em transfusões de sangue. Existe também a transmissão vertical, quando o bebê é infectado pela mãe, seja pela placenta, durante a gravidez, seja no parto, seja na amamentação. As duas primeiras contam com estratégias de prevenção já conhecidas e dependem muito de autocuidado. Nas demais, no entanto, quem está vulnerável ao HIV não tem escolha, embora as transfusões atualmente sejam muito mais seguras do que nos anos 80 e 90. Na gravidez, por sua vez, o bebê depende exclusivamente da responsabilidade da mãe para não ser infectado, pois há hoje um protocolo médico para diminuir ao máximo o risco de transmissão vertical. O fato é que o tratamento para aids, que já é bem-sucedido, também pode ser feito durante a gestação e, juntamente com outras medidas preventivas, reduz a possibilidade de infecção da criança para menos de 1%. Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas para Aids (Unaids), 82% das grávidas que vivem com o vírus no mundo tiveram acesso, no ano passado, aos medicamentos antirretrovirais que suprimem a quantidade de vírus, ou carga viral, no organismo, a ponto de torná-la indetectável no sangue.  Só na América Latina e no Caribe, quase 31 mil bebês nasceram sem HIV, entre 2010 e 2017, graças a esse protocolo. No Brasil, de 2007 a 2017, houve uma redução de 42% no número de casos de transmissão vertical de HIV, apesar de ter ocorrido, nesse mesmo período, um crescimento de 21,7% no número de gestantes infectadas. Como a transmissão vertical pode ser evitada A gestante soropositiva precisa aderir de forma integral à terapia antirretroviral ao longo de toda a gravidez para que o HIV fique indetectável na circulação. Essa estratégia impede a transmissão durante a gestação e pode, inclusive, liberar o parto normal, muito embora essa opção dependa também de outros fatores clínicos – tudo vai depender do momento em que a mulher se descobre soropositiva. Por isso, quanto antes o pré-natal se inicie, mais chances existem de diminuir a quantidade de vírus circulando no organismo materno. Na hora do trabalho de parto ou pouco antes da cesárea, de qualquer modo, a mãe recebe o antirretroviral zidovudina (AZT) por via endovenosa e, logo após o nascimento, o mesmo medicamento também é administrado à criança por via oral – tudo com a finalidade de minimizar a contaminação do bebê, que, afinal, sempre acaba exposto ao sangue materno ao nascer, mesmo na cesárea. No caso de a mulher não ter feito tratamento contra o HIV no pré-natal, ou ter apresentado carga viral igual ou superior a 1.000 cópias/mL no último trimestre gestacional, o esquema preventivo para o recém-nascido também conta com mais um antirretroviral, a nevirapina. Independentemente dos fármacos usados, o tempo de duração desse tratamento varia de quatro a seis semanas.  Como o bebê carrega os anticorpos anti-HIV da mãe nos primeiros meses após nascer, o exame que indica uma eventual contaminação nos primeiros meses só pode ser o referente à carga viral, e não o teste sorológico clássico, que vai se mostrar positivo nesse momento. A determinação da quantidade de vírus deve ser feita de duas a três vezes entre o primeiro e o segundo mês, ou conforme orientação pediátrica. Havendo dois resultados com vírus detectáveis, considera-se a criança infectada e, até os 12 meses, inicia-se o tratamento, qualquer que seja o valor da carga de vírus e da contagem de CD4. Após os 12 meses, a decisão de começar a terapia antirretroviral varia conforme o quadro clínico e o resultado desses exames. O fato é que o período pós-parto é igualmente decisivo para completar o esquema de combate à transmissão vertical. Mas nem todas as famílias prosseguem em acompanhamento. Conforme dados do Unaids, do 1,1 milhão de bebês expostos ao HIV no ano passado nos 23 países mais afetados por HIV, só 63% foram testados até os 2 meses de idade.  Mesmo com carga viral indetectável, o seguimento pediátrico precisa continuar porque a resposta definitiva de que o bebê não tem mesmo o vírus só vem após 18 meses. Se a sorologia estiver positiva depois desse período, o diagnóstico de HIV fica confirmado e o tratamento com antirretrovirais também é realizado conforme o estado do paciente e os resultados da carga viral e da contagem de CD4, célula de defesa que é o principal alvo do HIV – quanto maior sua quantidade, menor o comprometimento imunológico e a vulnerabilidade às complicações do vírus.   Vale lembrar que, como o HIV também pode ser transmitido pelo aleitamento, a amamentação é totalmente contraindicada para soropositivas, mesmo que o vírus não possa ser detectado no sangue. No Brasil, desde 1999, crianças nascidas de mães que vivem com HIV têm direito a uma fórmula láctea em quantidade suficiente para sua alimentação ao menos até 6 meses de idade. A mulher, por sua vez, recebe medicamento para inibir a lactação. Pré-natal é tudo no combate ao HIV em crianças Para impedir a transmissão vertical, portanto, fica claro que a gestante deve ser muito bem acompanhada ao longo dos nove meses de gestação e, evidentemente, necessita de apoio e muita informação quando o bebê nasce, de forma que não se afaste do serviço médico.  Para começar, o ideal mesmo é fazer o teste de HIV ainda no planejamento familiar, juntamente com o parceiro. Dessa forma, se soropositiva, a mulher pode procurar engravidar já com a carga viral indetectável e, portanto, com o menor risco possível para o bebê.  Como isso muitas vezes não acontece na prática, é imprescindível agilizar o pré-natal quanto antes. O teste de HIV é pedido logo na primeira consulta e, se vier negativo, é repetido também no último trimestre gestacional, de forma que a equipe médica se certifique de que pode abrir mão dos cuidados durante o parto e após o nascimento. Se o exame for positivo no início, a gestante deve usar os antirretrovirais indicados pelo médico e realizar a quantificação carga viral, já que o objetivo do tratamento é tornar a quantidade de vírus indetectável no sangue, e a contagem de CD4. São ainda feitos testes das funções renal e hepática, que requerem acompanhamento por conta do uso desses medicamentos. No mais, o pré-natal é exatamente o mesmo de qualquer grávida. Saber-se portadora do HIV logo no começo da gestação pode, evidentemente, ser uma notícia difícil para a mulher, mas é a maneira mais efetiva de proteger o bebê desse vírus tão devastador na infância e de outros agentes transmitidos sexualmente, como o Treponema pallidum, que causa a sífilis congênita, uma doença bastante grave pelas sequelas que pode causar à criança nascida de mães não tratadas.  Dê a maior prova de amor a seu bebê antes mesmo de ele ser concebido. Aconselhe-se com seu ginecologista para planejar a gravidez e, acima de tudo, faça o pré-natal, seguindo rigorosamente as instruções de seu obstetra. Em busca do fim da transmissão vertical de HIV De 2008 a 2017, 1,6 milhão de crianças deixaram de ser infectadas globalmente graças ao tratamento antirretroviral na gravidez, no parto e logo após o nascimento, segundo o Unaids. Mas ainda há muito a ser feito. Só no ano passado, 160 mil crianças no mundo receberam o diagnóstico de aids. Acabar com a possibilidade de contaminação de quem não tem escolha para se defender é a meta da Organização Mundial de Saúde (OMS), que vem reconhecendo os países que eliminam essa forma de transmissão. Na prática, a OMS concede uma certificação às nações que reduzem as taxas de transmissão vertical a níveis inferiores a 2% – ou dois casos de HIV em crianças a cada 100 gestantes infectadas. Cuba foi o primeiro país a receber o documento, seguida por Tailândia, Armênia e Moldávia. No Brasil, com suas dimensões continentais, por enquanto apenas três municípios com mais de 100 mil habitantes – condição para receber o reconhecimento – conseguiram atingir esse objetivo: Curitiba e Umuarama, ambos no Paraná, e, mais recentemente, São Paulo. Já é um começo.

06/01/2020
Prevenção

Dengue: Alerta para o salto de casos no Brasil

Quando chega o fim do ano, antes das chuvas de verão, o Ministério da Saúde sempre procura mobilizar a população para reduzir as chances de proliferação do Aedes aegypti, mosquito que carrega o vírus da dengue e de outras doenças causadas por arbovírus, as chamadas arboviroses – como a febre chikungunya e a infecção pelo vírus Zika. (link para quadro Saiba a diferença...) Em 2019, o Ministério da Saúde não esperou a estação das chuvas chegar e deflagrou a campanha publicitária para incentivar o combate ao A. aegypti com dois meses de antecedência. Já então o número de casos de dengue já passava de 1,4 milhão, tendo chegado a 1.527.119 até 7 de dezembro, conforme relata o último Boletim Epidemiológico publicado pela Secretaria de Vigilância em Saúde. Em comparação com o mesmo período de 2018, quando o Brasil registrou 239 mil notificações, foi um crescimento de quase 640%, com 754 mortes pela doença já confirmadas e outras 221 ainda em investigação. O fato é que, por muito pouco, não batemos o recorde histórico de 2015, de 1,68 milhão de casos. Das regiões do País, o Sudeste concentrou a maioria das ocorrências até setembro, tendo Minas Gerais à frente, com 483,4 mil casos, seguido muito de perto por São Paulo, com 442,2 mil, e depois pelo Espírito Santo, com 62,9 mil, o quarto Estado brasileiro com mais pessoas infectadas. Goiás ficou em terceiro lugar, com 119 mil casos, e Bahia em quinto, com 67,3 mil. O que explica esse pico de dengue? O Ministério da Saúde atribui o grande aumento no número de casos a um conjunto de fatores, o qual inclui a disseminação da dengue para toda a América Latina – em setembro, a Organização Pan-Americana de Saúde ativou o alerta epidemiológico após a região passar de 2 milhões de indivíduos infectados –, o elevado volume de chuvas e as altas temperaturas deste ano, a maior quantidade de pessoas suscetíveis à doença, uma vez que houve queda na quantidade de casos nos últimos dois anos, e, em especial, a mudança no sorotipo de vírus que ora está causando a epidemia. Vale lembrar que o vírus da dengue possui quatro sorotipos (1, 2, 3 e 4), o que significa que é possível contrair a doença até quatro vezes, quando, então, o organismo adquire imunidade a todos. O 2 não circulou na última década, na qual prevaleceram o 1 e o 4. Contudo, em 2019, somente até abril, ele respondeu por 84% das infecções, de acordo com o Ministério da Saúde. Ou seja, o fato de o sorotipo 2 ter encontrado muita gente não imune fez crescer substancialmente o tamanho do problema. Clima tropical e crescimento desordenado Mas isso está longe de justificar a nova epidemia de dengue. Muito embora a população tenha papel crucial na remoção de materiais que possam acumular água e consequentes criadouros (link para O que você pode fazer...), existe, em nosso país, uma combinação de aspectos que favorecem a proliferação do mosquito. De acordo com os especialistas, somados, o clima tropical (20-40 graus), as chuvas adequadas ao ciclo reprodutivo do A. aegypti, o crescimento bastante desorganizado das cidades, o acúmulo de lixo e o saneamento básico ainda precário distanciam cada vez mais as autoridades sanitárias do objetivo de erradicar o vetor do vírus da doença. A saída passa obrigatoriamente pela educação da população para a saúde, é verdade, porém exige igual investimento em tecnologia, em primeiro lugar para a criação de uma vacina segura o bastante para toda a população vulnerável.  O imunizante que hoje está disponível só cobre dois sorotipos do vírus e é indicado apenas para a faixa etária de 9 a 45 anos, desde que a pessoa já tenha tido dengue antes, pois, do contrário, o indivíduo pode ficar suscetível a desenvolver a forma grave da doença. Isso já acontece com algumas pessoas que tiveram dengue mais de uma vez. Com essa vacina que protege apenas contra dois tipos, o organismo entende que já houve uma infecção numa próxima exposição ao vírus. No momento, o Instituto Butantan trabalha numa fórmula potencialmente eficaz contra os quatro sorotipos, que já vem sendo testada em 17 mil voluntários e está na fase final dos estudos farmacológicos. Após os testes, esse ensaio clínico será encaminhado para a avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que, conforme as evidências de eficácia e segurança da vacina, permitirá ou não seu registro. Enquanto ela não chega, teremos alguns verões para enfrentar o mosquito da dengue. Estratégia autossustentável contra o A. aegypti Felizmente, há outras frentes, como o World Mosquito Program (WMP), que existe em 12 países e recebe investimento dos governos locais e também da Fundação Bill & Melinda Gates. Coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em nosso país, o projeto consiste na introdução de uma bactéria no mosquito, a Wolbachia, já presente em 60% dos insetos, que inibe a transmissão de vírus pelo A. aegypti. Quando surgiu, na Austrália, as larvas receberam uma microinjeção com a bactéria. Hoje, porém, os pesquisadores mantêm colônias de mosquitos portadores desse agente, que vão se multiplicando e sendo usados em cada região em que o WMP é implementado. Para minimizar a capacidade de transmitir doenças das fêmeas, é necessário liberar, na natureza, os mosquitos com Wolbachia de ambos os gêneros, para que aos poucos possam predominar no ambiente e diminuir o número de casos das arboviroses. Isso porque o cruzamento de portadores da bactéria resulta em filhotes com a mesma característica, o que também ocorre se apenas a fêmea tiver a Wolbachia. Contudo, se ela não carregar o agente e cruzar com um macho portador da bactéria, o casal de mosquitos deixa de procriar. É uma estratégia autossustentável, que dispensa engenharia genética. No Brasil, os mosquitos com Wolbachia começaram a ser liberados inicialmente em dois municípios do Estado do Rio de Janeiro, entre agosto de 2015 e janeiro de 2016. Hoje, já há 62 bairros da capital fluminense e de Niterói com esses pernilongos, cujas fêmeas continuam picando normalmente, vale frisar – de qualquer modo, a comunidade de cada local envolvido recebe explicações de multiplicadores do WMP. Em abril, segundo a Fiocruz, o WMP entrou em sua etapa final no Brasil, com o anúncio feito pelo Ministério da Saúde, de que Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Petrolina (PE) também receberão mosquitos com a Wolbachia a partir deste ano. De acordo com os pesquisadores envolvidos, os dados preliminares indicam que a iniciativa tem sido bem-sucedida, mas a entidade já prometeu entregar um primeiro estudo completo sobre o projeto no Rio de Janeiro até 2022. Ainda que essas e outras ações sejam aplicadas em todo o País com sucesso, isso não elimina a necessidade de cada cidadão fazer o que está a seu alcance aos menos dez minutos todos os dias, de acordo com a proposta da campanha contra a dengue de 2019, visto que o mosquito se encontra nos lares em 80% dos casos, muito perto de todos nós – a pelo menos 50 a 100 metros. Veja as dicas do Ministério da Saúde e mãos à obra. O que você pode fazer para se prevenir do A. aegypti? Livre-se dos possíveis criadouros Tampe caixas d’água e outros reservatórios hídricos. Mantenha lixeiras bem tampadas. Limpe calhas. Guarde pneus em espaços cobertos. Mantenha garrafas vazias com a boca virada para baixo. Limpe periodicamente ralos, canaletas e outros sistemas de escoamentos de água. Aplique telas nos ralos sem sistema de abrir e fechar. Lave com escova e bucha os potes em que os animais bebem água. Remova a água acumulada de bandejas de ar-condicionado e geladeiras, higienizando-as sempre que possível, assim como as áreas de serviço – por exemplo, atrás da máquina de lavar, onde costuma juntar água. Utilize areia nos pratos de vasos de plantas ou faça uma limpeza semanal nesses itens. Remova a água de plantas e árvores que acumulam água, como bambus e bromélias, além de limpá-las periodicamente. Guarde baldes virados para baixo. Estique lonas usadas para cobrir objetos. Mantenha piscinas limpas. Guarde ou descarte qualquer objeto que acumule água: tampas de garrafa, folhas secas, brinquedos, etc. Elimine focos do mosquito  Lave as bordas dos recipientes que acumulam água com sabão e escova ou bucha. Jogue as larvas encontradas na terra ou no chão seco – nada de água. Para grandes depósitos e outros reservatórios de água para consumo humano, procure um agente de saúde para aplicação de larvicida. Em recipientes com larvas nos quais a eliminação ou a destinação adequada não são possíveis, insira produtos como sabão em pó, detergente, desinfetante e cloro de piscina, desde que a água não seja para consumo humano ou animal. Verifique semanalmente essas peças e contate um agente de saúde. Proteja-se contra as picadas Use repelentes aprovados pela Anvisa, conforme as instruções e as precauções contidas nas embalagens dos produtos. Recorra a inseticidas e repelentes ambientais, desde que também liberados pela Anvisa, utilizando-os igualmente conforme instruções e advertências. Saiba a diferença entre dengue, chikungunya e infecção por Zika Os vírus dessas três infecções são transmitidos pelo A. aegypti e causam manifestações bem semelhantes, porém diferentes na frequência e na intensidade. Por isso mesmo, diante de sintomas, é importante procurar um médico para fazer uma avaliação clínica e, se possível, realizar exames para identificar o quadro. Essa informação sempre é útil. Quem teve uma dengue confirmada por laboratório, por exemplo, já sabe que pode apresentar a doença mais três vezes, de forma mais grave, o que inspira maiores cuidados médicos. Embora a dengue seja a doença com a maior letalidade dentre esse trio de arboviroses, a chikungunya também pode ter um mau desfecho –  houve 95 mortes no Brasil até 7 de dezembro de 2019 – e a infecção por Zika tem, como principal complicação, a possibilidade de causar microcefalia nos fetos de gestantes que a contraiam.     Manifestações Dengue Zika Chikungunya Febre Alta, por 4 a 7 dias Ausente ou subfebril, por 1 a 2 dias Alta, por 2 a 3 dias Manchas vermelhas na pele Em 30-50% dos casos Na maioria dos casos Em metade dos casos Dor nos músculos Intensa Leve/moderada Leve Dor nas articulações Leve Leve/moderada Moderada/intensa Inchaço nas articulações Raro Leve Moderado/intenso Conjuntivite Rara Em 50-90% dos casos Em 30% dos casos Coceira Leve Moderada/intensa Leve Dor de cabeça Intensa Leve/moderada Leve/moderada Dor atrás dos olhos  Intensa Ausente Leve/moderada Aumento dos gânglios Leve Intenso Moderado Distúrbios hemorrágicos Moderados Ausentes Leves

30/12/2019
Prevenção

Cuidados com as doenças de verão

Se, no inverno os vírus respiratórios são a maioria dos casos em hospitais, o verão também traz riscos capazes de atrapalhar as férias, festas de fim de ano e até mesmo fins de semana na praia ou no campo. De acordo com especialistas, as altas temperaturas, associadas à umidade da estação e à falta de saneamento básico, favorecem a proliferação de agentes infecciosos que causam uma série de doenças, desde micoses, passando por otites, até conjuntivites. Sem falar na ameaça em que o sol, quando em excesso, pode se tornar. O clima quente traz consigo o perigo das arboviroses, que são doenças causadas por insetos, como dengue, infecção pelo vírus Zika, chikungunya e febre amarela urbana. Conheça as doenças do verão e saiba o que fazer para preveni-las. Intoxicação alimentar e infecções gastrointestinais Por que ocorrem?Os alimentos se deterioram mais rapidamente no calor, sobretudo devido à ação de toxinas e bactérias. Além disso, como o clima quente favorece os programas ao ar livre, consequentemente consumimos mais lanches e petiscos fora de casa, cujo preparo muitas vezes não conta com a higiene e as condições de armazenamento ideais. A intoxicação ocorre geralmente algumas horas após a ingestão do alimento contaminado e a infecção pode se dar em até quatro dias depois do consumo. Quais são os sintomas?Caracterizam-se por vômitos, diarreia e mal-estar geral, podendo evoluir para desidratação se não houver condições de reposição da água e dos sais minerais perdidos, particularmente quando a pessoa está vomitando muito.  Como prevenir?Evite comer alimentos de procedência duvidosa na rua ou na praia e dispense o gelo fora de casa. Não guarde sobras de comida por muito tempo na geladeira, especialmente se ficaram à temperatura ambiente por período prolongado. É melhor congelar pequenas porções assim que a comida fica pronta e descongelar à medida que precise utilizar, mas sem congelar de novo. O que fazer?Procure um pronto atendimento se não estiver conseguindo se reidratar em casa. Caso o quadro de diarreia continue, é melhor consultar um médico de sua confiança. Micoses Por que ocorrem?São causadas pela proliferação de fungos em áreas quentes e úmidas do corpo, que, no verão, não apenas apresentam temperatura mais altas, como também têm mais contato com superfícies molhadas - duas condições ideais para o desenvolvimento desses agentes.  Quais são os sintomas?As áreas comprometidas pelos fungos costumam coçar bastante e exibir irritação e vermelhidão, além de descamação e manchas, como perda de pigmentação da pele, conforme o tipo de micose. Nos pés, ainda produzem odor forte.Como prevenir?Para evitar a combinação de calor e umidade, é importante manter todas as dobras do corpo limpas e secas, não usar sapatos fechados em dias muito quentes e jamais ficar descalço em ambientes públicos. Como os fungos são facilmente transmissíveis, não use toalhas e calçados de outras pessoas e calce sandálias de borracha em vestiários e chuveiros públicos. Prefira ainda roupas leves no verão, de preferência de algodão, e troque meias e roupas íntimas todos os dias. O que fazer?Procure um dermatologista para que esse especialista possa fazer o diagnóstico correto e evitar a confusão com outras doenças de pele. Otites Por que ocorrem?Devido ao maior contato com a água, no mar e na piscina, a camada de cera que protege o ouvido acaba sendo removida e deixando o canal auditivo exposto a infecções por fungos e bactérias. Esses microrganismos ainda podem penetrar na pele do ouvido externo se houver alguma lesão minúscula causada por hastes de algodão, atritos ao coçar ou secar a região e até mesmo contato com água contaminada. Quais são os sintomas?As manifestações incluem dor de ouvido, com ou sem secreção, e sensação de abafamento do som. Algumas vezes, pode também haver febre. Como prevenir?Deve-se sempre secar o ouvido com uma toalha limpa e macia ao sair do mar ou da piscina. Nada de usar hastes flexíveis de algodão, uma vez que empurram a cera para dentro do canal auditivo e impedem a água acumulada de escoar, aumentando a umidade interior. Sem falar que podem machucar o canal auditivo, o que amplia a vulnerabilidade a infecções. Protetores auriculares também são recomendados. O que fazer?Procure um médico de sua confiança para ter o diagnóstico correto e dar início ao tratamento adequado, pois a automedicação pode piorar o quadro. Desidratação Por que ocorre?No verão, a perda de água pelo suor é maior e, quem não faz a reposição adequada de líquidos, acaba se desidratando. O quadro atinge com mais frequência idosos, que não sentem sede, e crianças pequenas, que não sabem demonstrar que precisam se hidratar. Para completar, a exposição prolongada ao sol e a prática de exercícios físicos aumentam bastante a transpiração do corpo. Quais são os sintomas?A condição pode se manifestar com ressecamento da pele e dos lábios, mas é insidiosa, uma vez que provoca prostração e sonolência, o que muitas vezes pode ser confundido com cansaço. Assim, o sono exagerado de idosos e bebês no calor inspira cuidados por parte de seus cuidadores. A desidratação pode evoluir para coma e parada cardíaca sem nenhuma providência. Como prevenir?A melhor forma de prevenção é se hidratar com o melhor dos líquidos – a água –, mas é possível variar para aumentar a aceitação, por exemplo, com chás sem cafeína, isotônicos, água de coco e sucos. O melhor indicador da falta desse combustível é a cor da urina. Se escura, o organismo está pedindo água, mas, se amarelo-clara, indica um corpo bem hidratado.  Todo cuidado é pouco com bebidas alcoólicas, especialmente a cerveja, que parece matar a sede, mas aumenta a frequência e o volume urinário, predispondo o indivíduo à desidratação. Entre um copo e outro, tome água. Na alimentação, vale caprichar em vegetais e frutas como melancia, melão, rabanete e pepino, entre muitos outros ricos em água. O que fazer?Quando a prostração está instalada, é importante procurar um pronto atendimento para a reposição adequada de água e sais minerais. De qualquer modo, convém começar a hidratação já em casa, se possível, até chegar ao serviço médico. Queimaduras de pele Por que ocorrem?A pele fica queimada pelo exagero na exposição solar, especialmente nos horários de maior incidência dos raios ultravioleta, das 10h às 16h, ou pelo uso errado do protetor solar, seja com fator de proteção solar (FPS) inadequado para o tom da pele, seja pela falta de reaplicação necessária.  O fato é que quem quer ficar bronzeado num só dia tem risco de acabar saindo da praia ou da piscina com problemas imediatos pela frente. Fora os riscos de câncer de pele no futuro – sim, os estragos do sol são cumulativos e dão origem a células malignas. Quais são os sintomas?Vermelhidão, dor e ardência na pele são as principais manifestações das queimaduras solares, assim como bolhas em casos mais graves. Podem ser acompanhadas de desidratação e sinais de insolação, como dor de cabeça, tontura, enjoo, alteração nos batimentos cardíacos e até desmaios.  Como prevenir?Em primeiro lugar, a escolha certa do FPS é vital. Pessoas de pele clara, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, devem usar no mínimo FPS 30 e passar novamente o produto sempre que entrarem na água ou transpirarem demais ou, ainda, após duas horas da aplicação. Pessoas de pele negra devem usar, no mínimo, FPS 15, tomando os mesmos cuidados com a reaplicação. O ideal é começar a tomar sol aos poucos, sempre procurando sombra no horário mais nocivo, das 10h às 16h.  Acessórios são mais que bem-vindos: chapéu, boné, óculos de sol e camisetas de algodão e até mesmo aquelas com proteção solar, muito usadas por praticantes de esportes aquáticos. O que fazer?Se a queimadura for simples, banhos frios e géis calmantes pós-sol podem ajudar a reduzir o incômodo, sem esquecer de ingerir bastante água para hidratar o corpo. Assim que possível, procure um dermatologista, uma vez que há cremes tópicos que ajudam a reduzir o número de células com risco de transformação maligna. Em casos mais graves, com insolação, mantenha a hidratação e procure imediatamente atendimento médico.  Conjuntivite Por que ocorre?A condição tem alta incidência no ano todo, mas, no verão, acaba sendo bastante comum por conta do uso mais frequente de piscinas, saunas e de aparelhos de ar-condicionado e da maior aglomeração de pessoas em praias, clubes, parques e outros locais semelhantes. Além disso, a exposição prolongada ao sol torna os olhos mais irritados e vulneráveis à ação de vírus e bactérias, que, por sua vez, se disseminam mais facilmente sob calor e umidade. Quais são os sintomas?A infecção provoca irritação ocular, olhos vermelhos, inchaço nas pálpebras, lacrimejamento e sensação de areia nos olhos. Quando causada por bactérias, há presença de secreção espessa. Como prevenir?Lave as mãos com frequência, sobretudo após ter tocado em objetos de uso coletivo ou ter estado em locais públicos, e não coce os olhos. Não compartilhe itens de uso pessoal, como toalhas de banho, em especial as de praia ou piscina, lenços e maquiagens, tampouco óculos, inclusive os de mergulho, entre outros. O que fazer?Diante de sintomas, procure logo um oftalmologista ou mesmo um pronto atendimento, já que a conjuntivite é altamente contagiosa. O médico precisa avaliar o quadro para determinar a origem da infecção (viral ou bacteriana) e, assim, prescrever o tratamento mais indicado. Conjuntivites causadas por bactérias só melhoram com antibióticos. Arboviroses – dengue, Zika, chikungunya e febre amarela urbana Por que ocorrem?As chuvas de verão e o aumento da temperatura favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, o vetor dos vírus que causam dengue, infecção pelo vírus Zika, chikungunya e até febre amarela urbana, transmitida ao ser humano pela picada da fêmea contaminada com esses agentes. Essa situação piora com o acúmulo de lixo e a falta de saneamento básico nas grandes cidades das nações tropicais em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. Aqui, temos um vasto cenário para o mosquito se reproduzir à vontade e atormentar a saúde da população. Quais são os sintomas?Dengue, zika e chikungunya apresentam manifestações muito parecidas, com febre, manchas vermelhas pelo corpo, dores musculares e articulares, coceira e dor de cabeça, entre outras. O que varia é a intensidade e a frequência dessas queixas. A febre amarela também pode ter um início parecido, assemelhando-se em particular com a dengue grave nas manifestações hemorrágicas, porém se diferencia pelo potencial surgimento de icterícia (link para matéria). Como prevenir?É fundamental acabar com os possíveis criadouros de larvas do mosquito e com qualquer lugar que possa acumular água, dentro e fora de casa. Deve-se ainda eliminar os focos do mosquito dos recipientes com água já acumulada, o que, por vezes, exige o uso de larvicidas e, portanto, o suporte de um agente de saúde. Para se proteger pessoalmente, convém aplicar repelentes na pele exposta do corpo e lançar mão de inseticidas aprovados pela Agência de Vigilância Sanitária, sempre conforme as instruções dos produtos. Grávidas devem usar preservativo nas relações sexuais porque o vírus Zika também é transmitido sexualmente e pode contaminar o feto, causando microcefalia. Já a febre amarela pode ser prevenida por vacina, recomendada em quase todo o Brasil, exceto em alguns Estados do Nordeste. O que fazer?Procure um pronto atendimento para esclarecer o quadro e receber orientação médica, já que nenhuma dessas infecções tem cura, só requerendo repouso e medicações para alívio dos sintomas. É fundamental  receber um diagnóstico rapidamente porque essas doenças podem trazer complicações importantes, em especial a dengue e a febre amarela.

30/12/2019
Prevenção

Os desafios no tratamento de HIV e aids

Durante os anos 80, a aids e o vírus HIV ganharam notoriedade pelo surgimento de uma epidemia que pegou todos os especialistas de surpresa. Desde então, 74,9 milhões de pessoas já foram infectadas ao redor do mundo e 32 milhões morreram em consequência de complicações da aids, segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) até o fim de 2018. Muitas dessas mortes, especialmente no surgimento dessa doença, ocorreram devido à falta de tratamento efetivo, algo que começou a mudar apenas em 1996, com a descoberta de medicamentos antirretrovirais, que conseguem frear a multiplicação desse vírus. No ano de 2000, 685 mil pessoas tinham acesso ao tratamento de HIV e aids, de acordo com o Unaids, número que atingiu expressivos 24,5 milhões até junho de 2019. Contudo, quase 15 milhões de infectados ainda permanece sem tratamento, sobretudo nas regiões mais desfavorecidas do planeta. O que é a aids? A aids é a manifestação da infecção pelo vírus HIV, caracterizada pela queda no número de células de defesa, os linfócitos T, e pela suscetibilidade a doenças oportunistas, que habitualmente o paciente não contrairia. A aids no Brasil Dados do último Boletim Epidemiológico de HIV/Aids do Ministério da Saúde, publicado em 27 de novembro de 2019, apontam que, de 1980 a junho de 2019, cerca de 966 mil casos de HIV/aids já foram detectados, com 338,9 mil óbitos no mesmo período. Os casos se concentraram na população de 25 a 39 anos, em ambos os sexos, tendo correspondido a 52,4%, no sexo masculino, e a 48,4%, no sexo feminino, do total de notificações nessas quase três décadas.  Um dado preocupante é que um terço das novas infecções vêm ocorrendo em jovens entre 15 e 24 anos, a ponto de o Ministério da Saúde já considerar que existe uma epidemia de HIV/aids nessa faixa etária. Um dos motivos que podem explicar esse ressurgimento é que esses indivíduos nasceram em uma época em que a doença já tinha perdido o status de sentença de morte e se tornado uma enfermidade crônica, a exemplo do diabetes. Como a possibilidade de contaminação já não causa o mesmo receio que antes e recebe menos atenção midiática do que nas décadas de 80 e 90, muitos jovens acabam se expondo mais ao HIV. Nos dias atuais, as pessoas começam sua vida sexual mais cedo, com maior liberdade para escolher seus parceiros, mas, por outro lado, muitas vezes sem a devida orientação sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.  Testar e tratar O primeiro passo para o tratamento de HIV e aids é a realização do teste, pois não há outra forma de diagnosticar a presença do vírus. Para ter uma ideia, 135 mil brasileiros vivem com HIV e desconhecem tal fato, de acordo com o Ministério da Saúde. Isso acontece porque a presença desse agente na circulação não causa sintomas iniciais ou, então, se parece com uma simples virose. Só depois de algum tempo se multiplicando pelo corpo, o que pode demorar alguns anos, é que o HIV compromete o sistema imunológico de forma severa e leva o portador à aids. Apenas com o diagnóstico é possível iniciar o tratamento, que, embora não elimine o vírus do organismo, baixa radicalmente sua quantidade na circulação – a chamada carga viral. Com o uso correto do medicamento adequado, ele se torna indetectável no sangue e impede a transmissão sexual e vertical (da gestante para o feto) do HIV. A efetividade desse tratamento exige comprometimento e regularidade. Além de não desenvolver a aids, os pacientes que recebem os medicamentos antirretrovirais deixam de ser transmissores, tendo uma expectativa de vida semelhante à de pessoas da mesma idade sem HIV. Nesse sentido, o tratamento pode ser considerado uma eficiente estratégia preventiva.  Prevenção para todos Praticar sexo seguro ainda é uma das melhores e mais eficientes maneiras de garantir a prevenção e o uso de métodos de barreira física ainda é largamente estimulado pelas autoridades de saúde. Para qualquer pessoa, independentemente da vigência de tratamento, a orientação é praticar sexo seguro com preservativo masculino ou feminino. Contudo, as possibilidades têm se ampliado para atingir o maior número possível de indivíduos em diferentes situações.  Já há algum tempo existe a profilaxia pós-exposição, ou PEP, na rede pública, voltada para quem teve uma provável exposição ao HIV por conta de violência sexual, acidente ocupacional com material perfurocortante ou mesmo relação sem preservativo. Essa medida emergencial baseia-se no uso de uma combinação de antirretrovirais por 28 dias e deve ser iniciada nas primeiras duas horas após a exposição ou até, no máximo, 72 horas. Recentemente, a profilaxia pré-exposição, ou PrEP, entrou em cena. Ela associa dois medicamentos de uso diário e é indicada apenas para pessoas com muita probabilidade de se contaminar, como profissionais do sexo e casais sorodiferentes, ou seja, quando um tem o vírus e o outro não, por exemplo. Com mais abertura para o diagnóstico, o tratamento e a prevenção, o fato é que, em pleno século 21, não podemos mais permanecer em risco. Diante de qualquer dúvida sobre o HIV, fale com um infectologista. Vale lembrar que, no Brasil, o Sistema Único de Saúde oferece todas as modalidades terapêuticas gratuitamente.  É bom lembrar: como se pega HIV/aids? - Em qualquer relação sexual desprotegida; - Por meio de material perfurocortante contaminado; - Em transfusões de sangue e hemoderivados contaminados; - Na gestação, na hora do parto e no aleitamento.

23/12/2019
Saúde da Mulher

Sífilis Não é coisa do passado. Saiba como se prevenir

Da mesma forma que a aids assustou a comunidade científica nos anos 80, pela rapidez com que levou as pessoas contaminadas pelo vírus HIV à deficiência quase completa das defesas orgânicas, a sífilis deixou os médicos atordoados no século 16, quando se espalhou numa velocidade impressionante em todas as esferas sociais da Europa de então. Foi a primeira epidemia de infecção sexualmente transmissível de que se tem notícia. A medicina da época não apresentava registros sobre a doença, que começa com pequenas feridas na área genital, as quais desaparecem espontaneamente e não deixam cicatrizes (fase primária), sendo seguida, em alguns meses, por manchas no corpo, febre e mal-estar (fase secundária), que também podem regredir sem nenhuma intervenção. Num intervalo de tempo bastante variável, após um período sem sintomas (fase latente), o quadro muitas vezes culmina com graves complicações neurológicas e cardíacas, assim como com lesões nos ossos e na pele (fase terciária).  Não demorou muito para que a doença fosse associada ao ato sexual, porém inicialmente a culpa pela transmissão foi atribuída apenas às relações ilícitas. Logo também se observou que mães contaminadas podiam gerar filhos doentes, com consequências que variavam de malformações, surdez e cegueira até aborto espontâneo e morte ao nascer. Foram séculos difíceis para muita gente do velho continente – assim como do novo –, já que não havia tratamento eficaz. Enfim, no começo do século 20, o causador de tanto estrago foi descoberto. Tratava-se da bactéria Treponema pallidum, transmitida em qualquer tipo de relação sexual, mas também em transfusões sanguíneas e de forma vertical, da mãe para o bebê, durante a gestação ou no momento do parto, conforme a fase da doença da gestante. A partir de então, surgiram formas terapêuticas mais efetivas, até a descoberta da penicilina, em 1943, que trouxe finalmente a cura para a enfermidade. Sífilis não ficou no passado Com esse histórico, é natural que muitas pessoas pensem que sífilis é coisa do passado. É aí que mora o perigo. A doença nunca deixou de existir e, diferentemente de algumas enfermidades infectocontagiosas, uma pessoa contaminada pode ser curada da infecção e voltar a contraí-la ao praticar sexo sem proteção. Hoje, 12 milhões de pessoas ao redor do globo estão infectados, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, o último Boletim Epidemiológico de Sífilis do Ministério da Saúde, divulgado em dezembro do ano passado, com dados sobre 2017, mostrou que fechamos aquele ano com 120 mil casos de sífilis contraídas por relações sexuais desprotegidas, 24,6 mil casos da forma congênita – de crianças que nasceram com a doença – e 49 mil casos em gestantes. Parece pouco perto do contingente global, mas o que vem preocupando as autoridades de saúde é o aumento significativo da quantidade de casos. O número de pessoas que contraíram a doença através do ato sexual desprotegido cresceu 29 vezes em sete anos no País, tendo passado de 2 casos por 100 mil habitantes, em 2010, quando a infecção começou a ser notificada compulsoriamente, para 58,1 por 100 mil, em 2017. O que facilita a transmissão de sífilis? Alguns fatores explicam esse surto, segundo os especialistas. O principal é a falta de proteção contra infecções sexualmente transmissíveis. As gerações atuais não conheceram a epidemia de aids, não viram as consequências decorrentes de complicações da doença e já nasceram com a falsa segurança do coquetel de medicamentos antirretrovirais para controlar a multiplicação do vírus HIV. Assim, o uso de preservativo nas relações sexuais tem sido ignorado, o que abre espaço para a sífilis e outras doenças sexualmente transmitidas. O grupo mais afetado, segundo o Ministério da Saúde, é justamente o das mulheres jovens, na faixa dos 20 a 29 anos, no auge da fertilidade, o que ajuda a explicar o crescimento da infecção em gestantes e bebês. Outro fator que contribuiu para esse cenário foi a falta de antibióticos para combater a sífilis, como a injeção de penicilina benzatina, entre 2016 e 2017, nos hospitais e serviços de saúde. A OMS reconheceu esse problema, que também atingiu outros 20 países, incluindo os Estados Unidos, o que favoreceu o crescimento do número global de casos.  O número de casos aumentou também pela falta de informação sobre as formas de contágio, sintomas e prevenção. Muitos desconhecem estar infectados pelo Treponema pallidum por conta da variação dos sintomas nas diferentes fases da infecção, que se alternam com períodos de melhora. Por isso, é importante aprender a reconhecer os sintomas da sífilis e, diante de qualquer suspeita, procurar a orientação de um médico ou buscar uma Unidade Básica de Saúde para fazer os exames necessários, que são gratuitos na rede pública.  Como é feito o diagnóstico de sífilis? Em 30 minutos, a pessoa realiza um teste rápido, que indica um resultado negativo ou positivo para sífilis. Em caso de positivo, é preciso confirmá-lo com um exame diferente, que leva mais tempo para ficar pronto. Com o diagnóstico estabelecido, o tratamento é feito por meio de injeções de penicilina benzatina, conforme a fase da doença, sendo estendido ao parceiro sexual da pessoa infectada. Há ainda necessidade de acompanhamento laboratorial até que os testes fiquem negativos. Já o diagnóstico na gestante ocorre no pré-natal, com a pesquisa de sífilis nos três trimestres gestacionais para confirmar uma possível contaminação. Se o resultado de algum dos exames for positivo, a gestante e o parceiro sexual são imediatamente tratados para evitar uma nova infecção e não comprometer a saúde do feto. Caso a gestante esteja infectada por algum motivo e não faça o tratamento adequado, o bebê, ao nascer, deve passar por uma bateria de exames e, com o diagnóstico confirmado, fica internado por dez dias para receber antibiótico.  Como se prevenir contra a sífilis? O ideal é planejar a gravidez e realizar o exame para sífilis antes de qualquer tentativa de engravidar, só estando seguro diante de um resultado negativo ou, no caso de haver infecção, apenas após tratamento e confirmação da cura. Como esse cuidado nem sempre acontece, seguir o pré-natal à risca é a melhor opção para a prevenção da sífilis congênita. Para evitar a sífilis através do ato sexual, a regra é usar preservativo masculino ou feminino em qualquer relação sexual, além de visitar um médico periodicamente para um check-up. Conheça as fases da sífilis e os sintomas PrimáriaFerida, geralmente única, no local de entrada da bactéria em qualquer região do aparelho genital, colo uterino, ânus, boca ou mesmo pele, que surge entre 10 e 90 dias após o contágio. A ferida não dói nem arde, muito menos coça ou apresenta pus, desaparecendo de forma espontânea. Pode causar também aumento dos linfonodos na virilha.  SecundáriaOcorre entre seis semanas e seis meses após a cicatrização da ferida, com manchas pelo corpo, inclusive nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, que não coçam, além de febre, mal-estar, dor de cabeça e aumento dos linfonodos. Essas manifestações podem regredir sem tratamento, embora a doença continue ativa no organismo. TerciáriaExiste a possibilidade de se manifestar num longo intervalo de tempo após o início da infecção, entre 2 e 40 anos depois da fase primária, com manifestações graves no coração, no sistema nervoso central, na pele e nos ossos.  LatenteNão apresenta sintomas, muito embora a bactéria permaneça no organismo, e se divide em sífilis latente recente, quando ocorre há menos de dois anos da infecção, e sífilis latente tardia, quando ocorre há mais de dois anos. Pode ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.

18/11/2019
Prevenção

O que é a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)?

Sem acionar racionalmente nenhum mecanismo, o ser humano respira de 12 a 20 vezes por minuto em repouso. A cada vez, todas as células do corpo recebem oxigênio, fazem seu metabolismo e devolvem o gás carbônico resultante desse processo metabólico para a circulação. O gás carbônico é levado de volta para os pulmões para seguir o mesmo caminho do oxigênio que entrou, a fim de ser expelido pelo nariz. E assim vamos inspirando e expirando, muitas vezes sem notar a importância da respiração para a vida. A não ser que o ar comece a rarear.  Entre os problemas mais frequentes que interferem na capacidade de respirar está a conhecida asma, que acomete mais as crianças, e a doença pulmonar obstrutiva crônica, ou DPOC, que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, afeta 210 milhões de pessoas ao redor do mundo, sobretudo adultos. Enquanto a primeira decorre de uma resposta exacerbada de defesa do organismo, resultante de fatores genéticos e ambientais, a segunda é adquirida principalmente após anos de tabagismo, incluindo outros tipos de fumo, como cachimbo, charuto e narguilé. O fumo passivo e a exposição à fumaça da queima de lenha e das queimadas de lavouras, por exemplo, também causam a doença.  Na prática, a DPOC mistura um quadro de bronquite crônica, uma inflamação que estreita os brônquios por conta de engrossamento de suas paredes e da presença de secreção, com o enfisema pulmonar, que consiste na destruição progressiva do tecido pulmonar, notadamente dos alvéolos, local das trocas gasosas. A soma dessas condições obstrui as vias respiratórias.  DPOC: um mal insidioso O problema é que a doença começa discreta e lentamente, com uma leve falta de ar aos esforços, acompanhada de tosse com catarro e pigarro, que pode ser erroneamente atribuída a um resfriado malcurado, a uma alergia e até mesmo ao envelhecimento, já que as pessoas afetadas costumam ter mais de 55 anos. Com o tempo, a falta de ar vai ficando mais intensa com a realização de mínimas atividades corriqueiras, até mesmo em repouso.  Além do risco de comprometer o sistema respiratório irremediavelmente, a DPOC, ao reduzir o aporte de oxigênio para o corpo, provoca fraqueza muscular e altera a capacidade de raciocínio. Para completar, ainda predispõe o organismo à formação de respostas inflamatórias por todos os órgãos e sistemas. Com isso, elevam-se as chances de ocorrência de um episódio cardiovascular, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral.  Por trás da tosse crônica e do pigarro do fumante, portanto, pode estar um quadro ignorado de DPOC. Por isso, muitos especialistas sugerem que toda pessoa que fuma há mais de dez anos faça periodicamente o exame de espirometria, o qual mede o fluxo de ar expelido pelo indivíduo, de modo a descobrir a doença antes que os agravos aos alvéolos se tornem irreversíveis.  Manutenção da função pulmonar Uma vez constatada a DPOC, todas as estratégias se voltam a mantê-la sob controle, ou seja, a preservar o que resta da função pulmonar, pois os alvéolos lesados não se regeneram. Parar de fumar é uma medida determinante, já que o quadro se agrava com o número de cigarros tragados por dia e o tempo de tabagismo. Os especialistas recomendam buscar apoio profissional para cumprir essa etapa indispensável, já que hoje se combinam estratégias de tratamento para um melhor resultado, como terapia, medicamentos e reposição de nicotina, mesmo na rede pública.  Já para as crises de tosse e falta de ar são usados broncodilatadores, que aliviam os sintomas e diminuem a produção de secreção, e corticoides inalatórios para reduzir a inflamação. A fisioterapia respiratória aumenta a resistência aos esforços e a qualidade de vida, embora não aumente a sobrevida do indivíduo em casos avançados. Quando, porém, o nível de oxigênio no sangue fica muito baixo, é necessário recorrer à oxigenioterapia (uso de cateter nasal continuamente). A atividade física, feita com regularidade sob orientação médica e acompanhada por profissional de educação física, igualmente ajuda a desacelerar a progressão das lesões da DPOC aos alvéolos. Ela  ainda é fundamental para fortalecer as fibras musculares, que sofrem uma redução devido a diversos mecanismos implicados na doença, entre os quais a insuficiência de oxigênio para o tecido muscular. Como prevenir a DPOC? Como as infecções pulmonares pioram as crises na DPOC, gerando ainda mais secreção, todos os portadores da condição devem se vacinar anualmente contra a gripe e, a cada três ou cinco anos, conforme o tipo de imunizante, também contra o pneumococo, uma bactéria perigosa, causadora de pneumonias e de outras infecções graves. A única forma de prevenir a instalação e o agravamento do quadro é manter distância do cigarro e de outros tipos de fumo. Além disso, qualquer tosse prolongada, ainda que desvinculada de tabagismo, precisa ser devidamente esclarecida por um médico. Preserve sua capacidade de respirar.

17/11/2019
Novembro Azul

Próstata: chegou a hora da consulta com o urologista

Novembro Azul na DaVita De acordo com um levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), mais da metade da população masculina só vai ao médico a pedido da esposa ou do empregador. Isso ajuda, em parte, a justificar a alta taxa de mortalidade pelo câncer de próstata no Brasil, de 25%, apesar de se tratar de um tumor de desenvolvimento lento – segundo o Instituto Nacional do Câncer, a maioria leva cerca de 15 anos para crescer um centímetro cúbico.  Essa hesitação em visitar o consultório, em particular o do urologista, já melhorou com o advento dos tratamentos para disfunção erétil, popularmente conhecida como impotência sexual, mas persiste nos dias atuais. Para os especialistas, o homem, sobretudo aquele que precisa marcar a consulta com o urologista pela primeira vez, ainda teme o exame de toque retal por preconceito e medo de dor.  Ocorre que o exame é essencial para avaliar a saúde da próstata, uma vez que permite ao urologista palpar a glândula e perceber quaisquer anormalidades ali presentes. Essa avaliação, em conjunto com a dosagem do antígeno prostático específico (PSA), um exame de sangue que, quando aumentado, sugere que a glândula apresenta algum distúrbio, alcança mais de 90% de eficiência para diagnosticar um tumor na região.  Na ausência de alterações físicas na próstata e na dosagem de PSA, médico e paciente combinam, de forma personalizada, o intervalo até a nova avaliação, que varia conforme riscos e achados de cada consulta. Já diante de resultados alterados, a investigação costuma prosseguir com ultrassonografia e biópsia da glândula, procedimento que retira fragmentos das lesões para análise no laboratório e pode revelar se elas são benignas ou malignas. Vale lembrar que a visita ao urologista configura igualmente uma boa oportunidade para que esse médico possa avaliar o estado geral da saúde do homem – e voltamos ao início deste texto –, já que, como indica a pesquisa da SBU, ele não é muito de passar na porta do consultório. Prevenção do câncer de próstata para as futuras gerações  Para desmistificar essa consulta no universo masculino, os especialistas vêm recomendando que os garotos adolescentes sejam levados para a primeira consulta com o urologista assim que iniciarem sua vida sexual – da mesma forma que as garotas, que logo são estimuladas a procurar o ginecologista para que recebam orientações sobre saúde sexual e prevenção de gravidez precoce, de doenças sexualmente transmissíveis e de outros problemas incidentes no sexo feminino. Com essa iniciativa, além de ser devidamente orientado em relação aos cuidados para uma vida sexual saudável, o rapaz pode criar um vínculo com esse especialista, que vai facilitar as coisas, no futuro, quando a questão da próstata estiver em evidência.  Dê esse passo e vá conversar com um urologista sobre sua saúde integral.  

13/11/2019
Prevenção

Diabetes: Prevenir é o Melhor Remédio

Vivemos atualmente uma epidemia global de diabetes, doença crônica que ocorre quando o pâncreas não fabrica insulina suficiente ou quando o organismo não consegue usar adequadamente esse hormônio, cuja função é colocar a energia – leia-se glicose – proveniente dos alimentos dentro das células. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o contingente de diabéticos no planeta saltou de 108 milhões, em 1980, para 422 milhões, em 2014.   O Brasil acompanha o ritmo mundial e registrou, nos últimos dez anos, um crescimento do número de casos da ordem de 61,8%, de acordo com o Ministério da Saúde. Com isso, hoje a doença atinge 8,9% dos brasileiros, o equivalente a cerca de 18,5 milhões de pessoas, com base na projeção atual do tamanho da população do País, calculada em 208,9 milhões de habitantes pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Não por acaso o Brasil figura como o quarto colocado entre os países que mais têm portadores da doença, só atrás de China, Índia e Estados Unidos.   Esses números trazem um grande impacto para a saúde pública porque a diabetes é uma afecção que lesa os vasos sanguíneos e, ao longo do tempo, provoca importantes complicações micro e macrovasculares, como doença renal crônica, retinopatia diabética e neuropatia diabética, com risco de amputações, no primeiro caso, e acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio e doença arterial periférica, no segundo. A OMS estimou em 1,6 milhão o número de mortes em 2015 por conta dessas complicações.   A obesidade explica  Embora haja vários tipos da doença, o diabetes tipo 2 é o mais comum e o que mais responde pelo avanço no número de casos, uma vez que está intimamente relacionado com sedentarismo, com alimentação rica em açúcar e gorduras saturadas e com obesidade, outra epidemia em curso – só no Brasil, vale lembrar, 18,9% da população está obesa e 54% dos brasileiros têm sobrepeso, segundo dados da pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde.  Por ação de substâncias produzidas pelas células de gordura, a insulina não consegue exercer o mesmo efeito no corpo, fenômeno que é conhecido como resistência insulínica. Isso pode levar ao pré-diabetes, que, sem tratamento, tem possibilidade de evoluir para o diabetes propriamente dito. Em paralelo, pode acontecer também de o pâncreas não conseguir fabricar quantidade suficiente do hormônio para dar conta de tanta demanda. Embora o panorama seja crítico, os especialistas concordam em que esse cenário pode ser revertido com medidas comportamentais. A mudança de hábitos ajuda a manter a taxa de glicose dentro dos índices considerados normais e reduz o risco de desenvolver a doença, mesmo em grupos mais suscetíveis (boxe/link). Converse com seu médico.   Fique a salvo do diabetes - Alimente-se de forma equilibrada, enriquecendo a dieta com hortaliças, frutas e verduras e reduzindo o consumo de carboidratos e gorduras saturadas.  - Controle o peso. A obesidade é um dos principais fatores de risco para o diabetes. - Vá ao médico periodicamente e faça os exames preventivos que ele solicitar. - Exercite-se de forma regular, no mínimo meia hora por dia. Uma caminhada já funciona. - Não fume. Há associação do tabagismo com o desenvolvimento de diabetes. - Não beba com frequência. Entre outros efeitos nocivos já conhecidos, o álcool favorece a obesidade. - Durma bem. A falta de sono atrapalha o aproveitamento da insulina pelo organismo.

12/11/2019
Prevenção

Automedicação e disfunção erétil: problemas à vista

Ainda no século passado, em 1998, a indústria farmacêutica apresentava ao mundo o citrato de sildenafila, ou sildenafil, para disfunção erétil, que é a incapacidade de ter ou manter uma ereção suficiente para a atividade sexual. O remédio, famoso como o “comprimido azul”, antes usado no manejo de doenças cardíacas, permitiu que muitos homens na maturidade voltassem a se relacionar sexualmente e pôs em pauta um assunto sobre o qual não se falava abertamente.  Na esteira do sildenafil ainda vieram outros fármacos da mesma classe, que funcionam de modo parecido, dilatando os vasos sanguíneos existentes dentro do pênis e aumentando o fluxo de sangue nos corpos cavernosos para facilitar a ereção.  Passados 20 anos, no entanto, o sucesso do tratamento vem trazendo algumas preocupações para os médicos. Apesar de a novidade ter aproximado o homem do consultório do urologista, hoje 62% dos indivíduos do sexo masculino compram esses remédios sem prescrição, segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia.  Os perigos da automedicação A automedicação é uma prática condenada pela comunidade médica por oferecer vários riscos e atrasar, ou até mesmo impedir, o correto diagnóstico de uma queixa. Com a disfunção erétil não é diferente. Ela pode ser originada por múltiplos fatores, entre os quais distúrbios circulatórios, desequilíbrio hormonal, doenças crônicas como diabetes e alterações neurológicas, sem falar nos aspectos emocionais. O urologista, portanto, precisa investigar e identificar a causa para poder tratá-la e, dependendo da necessidade – que pode nem existir –, prescrever algum medicamento, desde que não haja contraindicações. Outra preocupação está no uso sem prescrição de vários medicamentos ao mesmo tempo. Os remédios da família do sildenafil não podem ser misturados com medicações à base de nitratos – usadas para algumas doenças cardíacas –, já que essa combinação provoca uma queda da pressão arterial muito acentuada. Como o leigo, muitas vezes, desconhece os componentes dos fármacos que utiliza, a prescrição de um eventual medicamento para disfunção erétil deve vir invariavelmente de um médico que conheça o histórico completo do paciente – doenças pregressas e atuais, antecedentes familiares, tratamentos realizados, etc.  Os riscos do uso recreativo de remédios para disfunção erétil Com a popularização do sildenafil, há também homens saudáveis que, embora não tenham problema algum, usam esses remédios de forma recreativa, seja por curiosidade, seja por medo de falhar no ato sexual. Os médicos observam que especialmente os mais jovens têm aderido a essa prática, que, além não trazer benefícios extras à relação, não está isenta de efeitos indesejáveis, entre eles dor de cabeça, rubor na face, congestão nasal, zumbido, palpitações cardíacas e alterações visuais, para citar os mais relatados.  Especialistas em comportamento ainda alertam para o risco de dependência psicológica desses medicamentos em tais circunstâncias, sobretudo entre os rapazes mais novos, que podem passar a atribuir a qualidade de suas relações ao remédio e deixar de acreditar que são capazes de manter a ereção sem esse apoio químico justamente quando estão no ápice de seu vigor sexual, obrigando-se ao uso contínuo de um fármaco que, de outra forma, seria totalmente dispensável.  Mas dá para evitar tudo isso com uma boa conversa com o urologista. Aproveite o Novembro Azul, mês da saúde masculina, e marque uma consulta.

04/11/2019
Prevenção

Vamos abaixar o som? Cuidados com a audição

O advento dos tocadores digitais de música, no início deste século, seguido do lançamento de smartphones cada vez mais completos nos dias atuais, colocou o fone de ouvido definitivamente no cotidiano das pessoas, de crianças inclusive. Hoje, onde quer que estejamos tem sempre alguém desligado do ambiente e mergulhado em um entretenimento nada silencioso, que inclui música, é verdade, mas também jogos, séries, vídeos, filmes e todo tipo de informação audiovisual. Diante dessa febre, os especialistas em audição estão preocupados com o volume do som desses aparelhos. Segundo a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervicofacial, estudos indicam que uma pessoa que fica exposta 40 anos a um som de 90 decibéis (dB) tem 25% de chance de sofrer perda auditiva. Uma vez que a potência máxima dos aparelhos disponíveis no mercado varia de 90 a 120 dB, uma parte dos jovens que atualmente mantêm o fone de ouvido no volume máximo todos os dias, por muitas horas seguidas, corre o risco de chegar à meia-idade com alguma dificuldade para escutar.  Na prática, o tempo de uso do fone e a intensidade do som determinam o limite de tolerância ao ruído, após o qual há risco de lesar as células auditivas precoce e irreversivelmente. Enquanto um ruído de 85 dB, equivalente ao de uma avenida movimentada, pode ser tolerado por até oito horas, um de 115 dB, correspondente ao estrondo dos fogos de artifício, pode ser suportado por apenas sete minutos. Se o smartphone for muito potente, deixar o som do fone no volume máximo é quase o mesmo que ter uma comemoração de réveillon bem perto do tímpano.  É fácil de prevenir a perda de audição Apesar do risco, a perda auditiva por ruído é a mais simples de evitar porque só depende de proteção adequada e bom senso. Quem trabalha na rua, com britadeiras, ou na indústria usa equipamentos de proteção individual. Músicos também utilizam protetores auditivos que selecionam os sons. O fato é que é perfeitamente possível passar o dia com o fone de forma segura para a audição. A regra se resume a abaixar o volume do aparelho e fazer intervalos. Por outro lado, quanto mais alto estiver o som, menos tempo deve-se ficar com o acessório, entre outras dicas dos especialistas que você confere a seguir. Se você usa fone cotidianamente, procure um otorrinolaringologista para saber como anda sua saúde auditiva.    Faça bom uso do fone de ouvido Prefira aparelhos com limitadores de som, que avisam quando o volume está muito alto e insalubre. Na dúvida, mantenha o volume de seu smartphone em 60% da potência, um ponto seguro. Não aumente o volume quando estiver em locais barulhentos, como o metrô, que alcança 110 db. Nessa situação, você pode chegar facilmente à potência máxima do aparelho. Use fones externos, em formato de concha, uma vez que os posicionados no interior do ouvido não só impedem a saída natural da cera, como também permitem que o som chegue mais rápido ao tímpano. Caso tenha adolescentes em casa, monitore o volume do som. Se der para escutar o ruído dos fones que eles utilizam a um metro de distância, é sinal de que o volume está nocivo.

03/11/2019
Novembro Azul

Hora de pensar na próstata: o que é? Cuidados

Novembro Azul na DaVita Em primeiro lugar, saiba mais sobre ela. Localizada na parte baixa do abdome, a próstata é uma glândula que faz parte do sistema reprodutor masculino e tem a função de fabricar esperma, líquido que nutre os espermatozoides e facilita seu deslizamento até o óvulo, cumprindo, portanto, importante papel na fase reprodutiva do homem.  Acontece que, entre os 40 e 50 anos de idade, as células prostáticas começam a se multiplicar, em parte estimuladas pela própria testosterona, e promovem um crescimento anormal da glândula, a chamada hiperplasia benigna da próstata, que afeta de 80% a 90% dos indivíduos do sexo masculino na meia-idade, segundo especialistas. Dada sua proximidade com os órgãos do trato urinário, a glândula, aumentada, pressiona a bexiga. Com isso, o homem passa a ter dificuldade para expelir todo o volume urinário acumulado, sentindo necessidade de urinar várias vezes, especialmente durante a noite.   Apesar de os sintomas se intensificarem a partir dos 60 anos, muitos homens chegam a conviver pacificamente com eles. Contudo, para cerca de um terço da população masculina afetada, esse quadro prejudica bastante a qualidade de vida e requer tratamento, que pode ser cirúrgico ou medicamentoso, tanto com fármacos que relaxam a uretra quanto com os que bloqueiam a ação da testosterona na glândula. Tudo vai depender do grau de aumento da próstata. Câncer de próstata – como se prevenir  Pode acontecer também de as células que se multiplicam na região serem malignas e capazes de invadir tecidos vizinhos, dando origem ao câncer de próstata, o segundo mais comum no sexo masculino – o Instituto Nacional do Câncer estima que surgem mais de 60 mil novos casos por ano no Brasil. Por se tratar de uma doença mais frequente depois dos 65 anos, seu desenvolvimento costuma ser lento e assintomático. As manifestações clínicas, que incluem também queixas urinárias, só aparecem num estágio avançado, quando as chances de cura são menores. Por isso, é preciso ter uma postura vigilante para flagrar o tumor no início, conhecer sua natureza e definir a conduta, que, não raro, pode ser simplesmente de acompanhamento com exames. Contudo, diferentemente do que ocorre com o câncer de mama, em que se recomenda o rastreamento mamográfico para todas as mulheres sem sintomas em determinados grupos etários, a pesquisa do câncer de próstata em indivíduos que não apresentam queixas não é feita indistintamente, mas conforme a idade, a história e os riscos de cada paciente. Para facilitar, as sociedades médicas recomendam que homens a partir de 50 anos visitem um urologista para uma avaliação individualizada. Já aqueles que têm risco aumentado de câncer de próstata, como afrodescendentes e pessoas com histórico da doença na família, devem procurar o médico mais cedo, aos 45 anos.  Nos dois grupos, a avaliação pode incluir o exame da glândula, realizado no consultório, e testes laboratoriais, como a dosagem do antígeno prostático específico, ou PSA, um biomarcador, presente no sangue, que aumenta quando há alterações de qualquer natureza na próstata. A periodicidade das consultas é definida caso a caso. Aproveite este mês para cuidar de sua saúde. Marque uma consulta com um urologista.

28/10/2019
Saúde da Mulher

Câncer de colo de útero: atenção à prevenção

O Outubro Rosa foi criado para conscientizar as mulheres sobre a importância do rastreamento do câncer de mama, mas vale aproveitar a oportunidade e extrapolar a campanha para a prevenção de outras doenças bastante incidentes na população feminina, como o câncer de colo de útero, o terceiro mais comum entre as mulheres, segundo o Instituto Nacional do Câncer. Predominantemente, o câncer de colo de útero está associado ao papilomavírus humano, o HPV, transmitido pela via sexual. A infecção na vagina e em demais áreas da região genital por esse vírus é muito frequente na população geral e pode até se resolver de modo espontâneo. Contudo, dependendo da imunidade de cada pessoa, combinada a outros fatores de risco, existe a possibilidade de o HPV causar alterações celulares no tecido uterino com risco de evolução para câncer.  Essa transformação, entretanto, costuma levar alguns anos. Por isso se recomenda que as mulheres realizem, após o início da vida sexual, o exame citopatológico, também conhecido como Papanicolaou. Por meio dele, é possível reconhecer precocemente essas lesões precursoras de câncer, permitindo seu tratamento e impedindo sua evolução. Em geral, o exame deve ser feito uma vez por ano, como o rastreamento dos tumores de mama, mas cada mulher pode receber orientações personalizadas, conforme avaliação de seu médico. Atualmente também se indica que as meninas sejam imunizadas contra o HPV antes do início da atividade sexual, dos 9 aos 14 anos, bem como os meninos, dos 11 aos 14 anos. A vacina, tetravalente, protege contra os subtipos mais frequentes do vírus, dois deles associados a verrugas genitais, que também podem afetar o sexo masculino, e outros dois relacionados com nada menos que 70% dos casos de câncer de colo uterino.  Por conta da imunização, talvez as futuras gerações de mulheres tenham menos câncer de colo de útero, mas, por enquanto, essa estratégia não substitui as demais medidas de prevenção, que, além do Papanicolaou, exigem a neutralização e/ou redução dos fatores de risco e o uso de preservativo em todas as relações sexuais. Muito embora proteja apenas parcialmente contra o HPV, o preservativo, não custa lembrar, impede o contágio com outros agentes de doenças sexualmente transmissíveis. Procure seu ginecologista e aproveite este mês para colocar sua saúde em dia! Conheça os fatores de risco para o câncer de colo de útero - Infecção pelo HPV- Múltiplos parceiros sexuais- Início precoce da atividade sexual- Tabagismo- Uso prolongado de pílula anticoncepcional- Queda na imunidade (por doenças ou tratamentos)

28/10/2019
Bem-estar

Em busca do envelhecimento saudável

O mundo está envelhecendo devido ao aumento global da expectativa de vida e à queda dos níveis de fertilidade. Assim, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, em 2050, as pessoas com mais de 60 anos vão somar 2 bilhões no planeta. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula que, em 2060, os idosos serão 32% da nossa população – hoje o porcentual fica em torno de 13%. Pelo que demonstram as estatísticas, portanto, quem está ainda distante da meia-idade vai viver bastante, com boas chances de passar dos 80 anos. O que se desenha no horizonte, entretanto, é como vamos chegar lá. Segundo levantamentos feitos pelo Ministério da Saúde, 25,1% dos idosos brasileiros têm diabetes, 18,7% são obesos, 57,1% são hipertensos e 66,8% estão na faixa de sobrepeso – e tudo isso é fator de risco para doenças cardiovasculares, as que mais causam morbidade e mortalidade em nosso país. Diante do envelhecimento populacional, as demências também se avolumam, com 55 mil novos casos a cada ano no Brasil, especialmente da doença de Alzheimer, de acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.  Em face desse cenário, o desafio não é o de conseguir apagar sete, oito ou nove dezenas de velhinhas, e, sim, o de comemorar esses aniversários com a maior disposição possível, de corpo e mente. Estudos estimam que os hábitos cultivados ao longo da vida, bons e maus, respondem por mais de dois terços do nosso estado de saúde na maturidade. O resto vem do que herdamos de nossos progenitores. Dessa forma, temos grande responsabilidade sobre o que nos advém no terceiro tempo da vida. Num mundo que está ficando de cabelos brancos, portanto, a palavra-chave deve ser planejamento. Não dá para começar a pensar no assunto aos 60 anos, ensinam os especialistas, mas cada vez mais instrumentalizar crianças e jovens a chegarem à meia-idade e à maturidade em boas condições, não só do ponto de vista físico e emocional, mas também social e financeiro.  Isso implica cultivar um estilo de vida saudável desde cedo, o que inclui controlar o estresse, usar os meios de prevenção disponíveis contra doenças, como acompanhamento médico, exames periódicos e vacinação, praticar atividade física regularmente, manter a mente ocupada, ter uma rede de relacionamentos e, evidentemente, tentar poupar algum dinheiro durante a vida economicamente ativa, entre outras medidas que descrevemos a seguir.  Cumprindo essa cartilha preventiva, pode ser mais fácil viver bem depois dos 60 anos. Mesmo que a genética traga alguma surpresa, sempre é menos complicado enfrentar um problema de saúde quando não há outras doenças associadas, causadas por maus hábitos. Comece hoje mesmo a preparar o terreno para que você vivencie, no futuro, todas as experiências com as quais sonha. Orientações para viver mais tempo e com mais saúdeOs cuidados que precisamos ter para envelhecer com saúde são quase os mesmos que devemos adotar em qualquer idade para desfrutar de bem-estar.  Com o corpo - Não fume. Vale lembrar que a fumaça do cigarro exala mais de 4,7 mil substâncias tóxicas e patrocina diversas doenças, inclusive vários tipos de câncer. - Beba com moderação, sempre preferindo o vinho tinto a outras bebidas, uma vez que ele é rico no antioxidante resveratrol. Só não ultrapasse uma taça por dia. - Mantenha-se no peso ideal para sua idade e gênero. - Faça exercícios regulares, no mínimo 150 minutos de atividade moderada por semana, como recomenda a OMS. - Não tome nenhum remédio por conta própria. - Respeite a necessidade de sono de seu corpo. - Cuide da saúde bucal e dos dentes, com escovação após as refeições e visitas periódicas ao dentista. - Tome todas as vacinas indicadas para sua idade. Na dúvida, consulte o Calendário Nacional de Vacinação. - Faça uma visita médica anual com um médico de sua confiança. Tanto homens quanto mulheres devem passar por exames preventivos para rastrear as doenças mais prevalentes, cujo diagnóstico precoce aumenta as chances de cura. Com a alimentação - Mantenha uma dieta rica em frutas, vegetais, cereais, carnes magras e leite e derivados desnatados. - Evite o consumo de leite e derivados integrais, congelados industrializados, comida ultraprocessada, embutidos, miúdos, carnes gordas, crustáceos, bacon, banha e gordura vegetal  hidrogenada, entre outros do mesmo gênero. - Dê preferência para alimentos assados ou cozidos, evitando ao máximo as frituras. - Pelo menos duas ou três vezes por semana, troque a carne vermelha por frango sem pele ou peixe. - Consuma o mínimo possível de sódio, olhando rótulos e substituindo o sal de mesa por ervas, por exemplo, e fique de olho na pressão arterial. - Ingira cerca de 25 a 35 gramas de fibras por dia para ajudar o intestino a funcionar bem, prevenir o câncer colorretal e controlar o colesterol.

21/10/2019
Prevenção

Osteoporose: causas, sintomas, prevenção

Responda rápido: você já pensou em sua saúde óssea? Pois deveria. A osteoporose, condição clínica que torna o esqueleto frágil e predisposto a fraturas bastante incapacitantes, afeta 200 milhões de pessoas ao redor do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde, 10 milhões só no Brasil. Por fazer parte do processo natural de envelhecimento, num mundo que vem aumentando globalmente a expectativa de vida, tende a atingir cada vez mais pessoas. O sexo feminino é o mais acometido devido à queda brusca, na meia-idade, do hormônio estrógeno, que estimula a fixação de cálcio nos ossos. Segundo os especialistas, nos cinco anos subsequentes à menopausa, as mulheres sofrem uma perda óssea de 3% a cada ano. Os homens também experimentam esse processo, mas numa velocidade bem mais lenta. Até os 65 anos, estima-se que a queda de massa óssea masculina seja de 0,5% ao ano. Por volta dos 70 anos, a perda anual fica em 1% para ambos os sexos. Há também a osteoporose secundária, causada pelo uso crônico de determinados medicamentos, como corticoides e anticonvulsivantes, por diversas outras doenças, de distúrbios endócrinos (diabetes, disfunções da tireoide), passando por afecções reumáticas (artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico), até condições hematológicas (leucemias, linfomas), e também pelo tabagismo e pelo alcoolismo. Como ocorre a perda de massa óssea Qualquer que seja o desencadeante, a perda de osso provém do desequilíbrio entre o trabalho das células ósseas – osteoclastos e osteoblastos – que participam da renovação periódica do esqueleto na vida adulta.  Até os 20 anos, o processo de formação óssea predomina nas pessoas, sendo, em sua maior parte, dependente da genética e, em sua menor parte, da atividade física, da nutrição e do nível de desenvolvimento da puberdade. Após essa faixa etária, prevalece o processo de remodelação óssea, no qual os osteoclastos removem tecido ósseo antigo, abrindo cavidades, e reabsorvem os minerais, enquanto os osteoblastos preenchem tais espaços com osso novo. Tudo isso ocorre sob estímulo hormonal – incluindo a vitamina D, essencial para a absorção de cálcio – e também sob estímulo mecânico gerado pelo exercício físico. A partir da meia-idade, ou até antes, no caso da osteoporose secundária, esse trabalho tão simétrico começa a ficar descoordenado. Os osteoclastos, que degradam osso, trabalham mais rápido que os osteoblastos, que repõem esse tecido. A degeneração óssea, no entanto, não atinge igualmente a todos. Quem consumiu bastante cálcio na juventude forma uma boa reserva e consegue passar ao largo do déficit de produção de osso novo. Contudo, quem poupou pouco do mineral sofre mais as consequências na maturidade.  Sintomas em forma de fraturas A primeira etapa dessa degeneração é a osteopenia, que, sem nenhuma intervenção, evolui em silêncio para osteoporose até que haja uma fratura, que ocorre espontaneamente, diante de um esforço para tossir, por exemplo, ou devido a um trauma leve, geralmente queda. As lesões nas vértebras são as mais comuns em pessoas com a doença. Podem provocar dor crônica e deformidade, além de limitarem os movimentos e até interferirem na capacidade respiratória.  Outra fratura característica é a de fêmur, que representa a face mais grave da osteoporose, já que requer hospitalização para o tratamento cirúrgico da lesão e imobilização prolongada, com risco de complicações importantes, como trombose, tromboembolismo pulmonar e pneumonia, aumentando a taxa mortalidade pela doença – sem falar na dependência de terceiros para a realização de qualquer atividade da vida diária e na perda de produtividade.  Um estudo recente, publicado em março de 2019 no periódico científico Journal of Medical Economics, revelou que o custo da osteoporose no mundo por conta de hospitalização decorrente de fraturas osteoporóticas soma 19,8 bilhões de reais por ano, mais que o do infarto do miocárdio (16,7 bilhões de reais) e do acidente vascular cerebral (11,7 bilhões de reais). O Brasil, sozinho, gasta 1,2 milhão de reais com a doença, entre custos de saúde e previdenciários. Como diagnosticar a osteoporose antes da fratura Diante desse panorama, a osteoporose pode ser considerada mais uma ameaça fantasma na meia-idade, para as mulheres, e na maturidade, devendo ser adequadamente investigada antes que ocorra uma fratura. Para pesquisá-la, os médicos utilizam a densitometria óssea, um exame que mede a densidade do fêmur e da coluna e compara os resultados com os da média de massa óssea de uma população jovem do mesmo sexo do paciente avaliado. O exame é indicado universalmente para mulheres a partir de 65 anos e homens a partir de 70 anos, de acordo com a Sociedade Internacional de Densitometria Clínica, com periodicidade que varia de indivíduo para indivíduo. Abaixo dessa idade, deve ser realizado na presença de fatores de risco, sobretudo antecedente de fratura osteoporótica, doença associada à diminuição da massa óssea e baixo peso. Uma vez constatada a perda inicial de massa óssea, a primeira providência é ajustar a dieta para a ingestão correta de cálcio e vitamina D ou, então, recorrer ao uso de suplementos desses nutrientes. Se, contudo, a osteoporose já estiver em curso, o substrato básico para a formação de ossos não basta, havendo necessidade de medicamentos específicos para impedir a degeneração e estimular a formação óssea, como os bisfosfonatos, a calcitonina e os fármacos biológicos, feitos por meio de biotecnologia.  Mas ninguém precisa chegar a esse ponto. É fundamental consultar um médico regularmente para avaliar também a saúde óssea e, em paralelo, seguir o exemplo das crianças – apostar fortemente em exercícios físicos, ingerir alimentos ricos em cálcio e manter a vitamina D em níveis adequados no organismo. Isso também é garantia de independência e qualidade de vida na maturidade. Prevenção começa na infânciaMesmo se tratando de uma doença relacionada à meia-idade e à maturidade, a osteoporose deve começar a ser prevenida ainda na infância, com a formação de uma boa reserva óssea, o que só é possível com a manutenção dos lácteos na dieta das crianças e dos adolescentes, já que se constituem na principal fonte de cálcio.  Dos 14 aos 18 anos, especialmente, a família deve zelar para que a garotada chegue a um consumo de 1.300 mg de cálcio por dia – quase a mesma ingestão recomendada para mulheres na pós-menopausa e homens acima de 70 anos, de 1.200 mg –, o equivalente a cinco porções lácteas, como um copo de leite de 200 mL, um pote de iogurte de 200 g ou uma fatia de queijo branco de 50 g.  Outra estratégia importante é a prática regular de atividade física, visto que, assim como os músculos, o esqueleto se fortalece com os exercícios, sobretudo os de impacto, como corrida, vôlei, basquete, handebol e vários outros esportes em que os pés em algum momento ficam fora do solo.  Para completar, os especialistas recomendam 20 minutos de exposição diária ao sol, sem protetor, em horários de menor concentração de raios ultravioleta, ou seja, antes das 10 horas e depois das 16 horas. Ocorre que o astro-rei, quando toca a pele, mesmo em parte do corpo – só com braços e pernas expostos –, faz com que o organismo produza a vitamina D necessária para um dia. Pela dieta, essa meta é quase impossível, uma vez que poucos alimentos contêm o nutriente. Mais um motivo para sair de casa e se exercitar com as crianças ao ar livre, no parque ou na quadra.

21/10/2019
Bem-estar

Para sair da depressão

Há uma epidemia de depressão no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a condição afeta 4,4% da população da Terra, o que hoje totaliza por volta de 340 milhões de pessoas, sendo a quarta principal causa de incapacitação, em qualquer classe social. Apesar de a doença ocorrer com mais frequência em locais com inverno muito rigoroso – devido ao isolamento social e à ausência de luz do sol, como acontece na Finlândia –, o Brasil, um país tipicamente tropical, ostenta a nada orgulhosa marca de nação mais depressiva da América Latina, tendo quase 6% da população acometida por esse transtorno, ou 12,6 milhões de brasileiros, de acordo com os números atuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Diferentemente da tristeza, que faz parte da natureza humana, tem motivos conhecidos e cessa em curto prazo, a depressão é uma doença psiquiátrica crônica, associada a uma forte predisposição genética e causada por um desequilíbrio bioquímico no cérebro, que reduz a produção de neurotransmissores relacionados ao humor e ao bem-estar, como a serotonina, a noradrenalina e a dopamina, entre outros. Essas substâncias transmitem impulsos entre as células do cérebro, formando vários caminhos neurais que resultam em cognição, interesse e vontade. Assim, dá para entender por que a menor oferta desses neurotransmissores leva a um quadro de infelicidade profunda, desinteresse geral e falta de vitalidade, muitas vezes sem razão, embora possa haver algum gatilho, como veremos a seguir. Além disso, o quadro aumenta a vulnerabilidade do indivíduo a adoecer fisicamente, na medida em que mina suas defesas naturais e favorece o estado inflamatório do organismo. Isso explica, por exemplo, sua relação com doenças cardiovasculares, dores crônicas e infecções recorrentes. Por que o mundo anda deprimido? Segundo os especialistas, diversos motivos podem justificar esses números. Como primeiro argumento, vale assinalar que a depressão tem sido mais diagnosticada. A doença sempre existiu, é verdade, mas não só havia poucos profissionais de saúde capacitados para detectá-la, como também os pacientes, por falta de informação, mantinham os sintomas e sinais em segredo, temendo ser mal interpretados. Outro fator que contribui fortemente para aumentar a incidência é o estresse, que hoje afeta a maior parte das pessoas ao redor do globo, expostas a trabalho extenuante, violência urbana, medo do desemprego, trânsito, filas intermináveis, intempéries da natureza... Essa tensão diária atormenta a saúde mental na mesma proporção, por exemplo, que o cigarro faz mal para as artérias do coração e do cérebro, assim como para as lesões pulmonares. E essa tensão sem controle acaba culminando em transtornos de humor, entre os quais a depressão.  O consumo de álcool, de drogas ilícitas e até de certos medicamentos também predispõe ao desenvolvimento da doença e vem aumentando em todo o mundo, em especial entre os mais jovens. Algumas condições de saúde ainda favorecem o quadro, como hipotireoidismo e outras disfunções hormonais, obesidade, doenças cardíacas, doenças neurodegenerativas, câncer, traumas físicos e psicológicos e enxaqueca crônica, entre outros.  Por fim, fatos naturais da vida e do cotidiano servem como gatilhos para quadros depressivos, sobretudo para quem já apresenta histórico familiar de alterações do humor, a exemplo de divórcio, demissão e perda de um ente querido, bem como determinados comportamentos, como o uso excessivo de redes sociais – o deprimido, mais facilmente que outros, sente que todos têm uma vida melhor que a sua, viajam, divertem-se e contam com amigos e relacionamentos perfeitos.  Tratamento da depressão à base de terapia e medicamentos É importante salientar que a depressão não é uma doença autolimitada, que se resolve sozinha – ao contrário de um estado de espírito, como a raiva, a decepção e a tristeza. Pode durar de meses a anos e requer tratamento e manutenção constante. Se as pessoas conseguem conviver com a forma leve, empurrando o cotidiano do jeito que dá, a grave pode ser paralisante e ter um desfecho ruim, com comportamentos e atos suicidas.  O fato é que não dá para negligenciar o quadro nem classificá-lo como falha de caráter ou, ainda, considerá-lo como um comportamento normal da idade, notadamente em jovens e idosos, que tendem a se isolar. Deve-se buscar ajuda médica ao reconhecer os primeiros sinais e sintomas, de preferência com psiquiatra, e seguir as recomendações terapêuticas à risca. Afinal, quem teve uma primeira crise, de acordo com os especialistas, apresenta 50% de chance de passar por uma segunda e esse percentual vai se elevando conforme se repetem os episódios.  O tratamento usualmente combina psicoterapia com medicamentos. Nos casos mais leves, pode se restringir à abordagem psicológica. Os antidepressivos, no entanto, são fundamentais nos quadros moderados e graves, com o objetivo de tirar a pessoa da crise. Contudo, os fármacos não fazem efeito rapidamente, levando de duas a quatro semanas para que comecem a oferecer alguma melhora, e costumam causar alguns efeitos colaterais. Por isso, no começo, o paciente requer atenção médica e psicológica bem frequente para aderir às medicações e às sessões psicoterápicas.  A prática de atividade física é altamente recomendável em qualquer grau de depressão, uma vez que os exercícios levam o corpo liberar endorfina e outras substâncias associadas ao bem-estar. Por fim, o apoio e o acolhimento dos entes queridos têm particular importância nesse contexto. Os familiares devem se informar sobre a doença, valorizar as queixas do paciente e participar de seu tratamento, procurando entender que estão diante de uma condição crônica de saúde como outra qualquer – que demanda e pode apresentar seus altos e baixos. Ao mesmo tempo, precisam funcionar como uma referência para ajudar o indivíduo a manter determinados padrões, como se alimentar nas horas certas e de forma saudável, cuidar de sua higiene pessoal e interagir com as demais pessoas da casa.  Não é normal ficar sempre melancólico. Se o interesse pelas coisas está se esvaindo, procure orientação psiquiátrica ou peça ajuda de seu médico de confiança e de seus familiares. Vale insistir: depressão é doença e tem tratamento. Sintomas dos quadros depressivos - Angústia- Ansiedade- Baixa autoestima- Cansaço exagerado- Comportamentos compulsivos- Dificuldade de concentração- Dores crônicas- Fraqueza- Ganho ou perda de peso não intencional- Irritabilidade- Pensamentos suicidas- Perda ou redução do interesse e do prazer pela vida- Pessimismo- Problemas sexuais- Sensação de incapacidade para realizar atividades cotidianas- Sono em excesso ou insônia Dá para prevenir a depressão?Alguns cuidados podem ajudar a evitar a instalação do desequilíbrio bioquímico que caracteriza a depressão: Faça atividades que deixem a mente mais livre de preocupações e pensamentos nocivos, a exemplo de hobbies: leituras, cursos, pintura, jardinagem, música, canto... Controle o estresse. Administre os fatores que estão ao seu alcance, como evitar os horários de pico no trânsito, em shoppings, em repartições públicas e outros, e aprenda a lidar com aqueles sobre os quais não tem controle.  Pratique exercícios físicos regularmente, já que eles ajudam o organismo a produzir agentes químicos essenciais para a manutenção do humor. Sem contar que auxiliam a boa forma, melhorando a autoestima. Mantenha uma alimentação saudável, à base de alimentos consumidos pelos mediterrâneos, como azeite de oliva, nozes e castanhas, peixes, frutas e vegetais, os quais são ricos em gorduras e antioxidantes que fazem muito bem à saúde da rede de neurônios. Evite o consumo de álcool e drogas, que são devastadores para o cérebro e podem precipitar estados depressivos.

30/09/2019
Prevenção

Alzheimer: causas, sintomas e como evitar

As preocupações que circundam o diagnóstico da demência impõem à família do doente inúmeros questionamentos: em quanto tempo ele ainda vai se lembrar de nós? Como vamos cuidar dele? Teremos recursos para bancar cuidados e medicamentos? Será que precisaremos colocá-lo numa instituição? Essas e outras questões têm passado não só pela cabeça dos familiares dos mais de 50 milhões de portadores de Alzheimer no mundo, número que deve triplicar em 30 anos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), como também pelas planilhas das autoridades sanitárias, já que o envelhecimento é um dos principais fatores de risco para desenvolver a condição. Quanto mais a população mundial viver – e as estimativas apontam que os idosos passarão de 2 bilhões em todo o globo em 2050 –, maior será o contingente de pessoas com a doença.  Em vista desse caráter epidêmico que se desenha para o futuro, a OMS lançou, há dois anos, um Plano de Ação Global para Demências, que vai até 2025 e sugere aos países ações em sete frentes bastante carentes de iniciativas: priorização em saúde pública; redução do risco; diagnóstico, tratamento e apoio; conscientização e criação de associações amigáveis aos portadores; suporte para os cuidadores; divulgação de informações; pesquisa e inovação. Para ter uma ideia do quanto ainda precisa ser feito em todas essas searas, a OMS comparou as pesquisas científicas sobre demências com as que abordaram outras doenças. Em 2016, 7 mil estudos sobre Alzheimer foram publicados em periódicos científicos. Pareceu um bom montante, à primeira vista, mas não chegou à metade dos 15 mil trabalhos publicados no mesmo ano sobre diabetes e nem passou perto dos 99 mil sobre câncer.  O que acontece no cérebro de quem tem Alzheimer Considerada a demência mais comum, a doença de Alzheimer é causada pelo depósito de duas proteínas no cérebro: a beta-amiloide, que se acumula em placas nos espaços existentes entre os neurônios; e a tau, que se concentra dentro deles. Como consequência desse processo, há uma perda progressiva de neurônios no hipocampo, que rege a memória, e no córtex cerebral, que também é essencial para as lembranças, mas igualmente para a linguagem e a articulação, o reconhecimento de estímulos relacionados aos cinco sentidos e o pensamento abstrato. A morte das células neuronais dessas áreas provoca declínio cognitivo, ou seja, a pessoa vai desaprendendo o que adquiriu em matéria de conhecimento ao longo da vida, e esquecimento das lembranças, primeiro das mais recentes, depois das remotas. O quadro progride com desorientação no tempo e no espaço e dificuldade de comunicação e de raciocínio, chegando à total dependência  Diagnóstico precoce faz toda a diferença Infelizmente ainda não há cura para a demência. O portador requer, o quanto antes, cuidados de uma equipe multidisciplinar que inclui médico, fonoaudiólogo, psicólogo e outros. O tratamento inclui fármacos que ajudam a resguardar a função do cérebro por mais tempo, como a rivastigmina, disponível também em forma de adesivo – mais bem tolerado –, inclusive na rede pública. Além disso, podem ser usados medicamentos para o controle das doenças que costumam estar associadas ao quadro, como a insônia e os transtornos de humor. Quanto mais cedo essa abordagem começar, melhor para o paciente – e também para seus cuidadores. Um dos primeiros sintomas do Alzheimer é justamente a perda da memória recente. Na dúvida entre o esquecimento corriqueiro, associado ao estresse, e o decorrente de uma síndrome demencial, torna-se indispensável procurar um neurologista para esclarecimentos. O diagnóstico é clínico, feito no consultório por meio de avaliação neuropsicológica, que consiste em um teste para o indivíduo memorizar detalhes e repeti-los depois de minutos, e por exame neurológico, que mede força e reflexos.  Estudos complementares de imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada do crânio, costumam ser solicitados para excluir outras causas, como acidente vascular cerebral e tumores cerebrais. Mais recentemente, a dosagem das proteínas beta-amiloide e fosfo-tau no liquor, líquido que ocupa o espaço entre o cérebro e as meninges, também tem sido empregada na investigação, muito embora eventuais alterações nos resultados, sozinhas, não confirmem o diagnóstico, devendo ser associadas aos sintomas. Esforço para blindar a memória Se a ciência ainda não sabe explicar exatamente o que causa os depósitos de placas de proteínas no cérebro, estudos já indicam que há fatores ambientais implicados em aumento do risco dessa demência, incluindo aqueles mesmos que elevam as chances de desenvolver doenças cardiovasculares e câncer, como sedentarismo, obesidade, diabetes, tabagismo e excesso de consumo de bebidas alcoólicas. Portanto, o esforço feito ainda na meia-idade para envelhecer bem, embora não previna diretamente a doença, vale também para a manutenção da saúde cerebral. A baixa escolaridade está relacionada ao desenvolvimento do Alzheimer. A riqueza de conexões advinda da atividade intelectual ajuda os impulsos nervosos a terem mais caminhos para contornar as lesões cerebrais e retarda o surgimento dos sintomas. Por isso, recomenda-se manter sempre uma atividade que estimule o trabalho cerebral. Invista em desafiar o cérebro com leituras, jogos tradicionais e eletrônicos, palavras cruzadas, cursos e novos aprendizados. Comece já!  Como o Alzheimer se manifestaDe acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer, os sintomas da doença se dividem em três fases: leve, moderada e grave: Fase leve - Perda de memória recente- Dificuldade para achar palavras e tomar decisões- Desorientação no tempo e no espaço – a pessoa não sabe onde e em que dia está- Falta de iniciativa- Desmotivação geral- Sinais de transtornos de humor- Agressividade- Falta de interesse por atividades e distrações Fase moderada - Prejuízo maior da memória, com esquecimento de acontecimentos relevantes e de nomes de pessoas próximas- Dependência importante de outras pessoas, inclusive para a higiene pessoal e o autocuidado- Aumento da dificuldade para falar e se expressar- Agressividade, irritabilidade e inquietação - Desconfiança e ciúmes - Alucinações visuais e auditivas Fase grave- Perda da memória recente e antiga, com muita dificuldade para a recuperação de informações do passado e o reconhecimento de pessoas e locais conhecidos- Dificuldade na alimentação e na deglutição- Baixa capacidade de entender o que se passa no ambiente- Desorientação dentro da própria casa- Possível incontinência urinária e fecal- Prejuízo motor, com necessidade de auxílio para se deslocar e evolução para uso de cadeira de rodas- Necessidade de permanecer acamado, o que usualmente leva a infecções recorrentes, como pneumonia

23/09/2019
Prevenção

Quem doa órgãos, promove a vida

Em 2012, a jovem britânica Jemima estava ajudando a preparar a festa de aniversário da mãe quando, subitamente, desmaiou. Levada ao Hospital de Bristol, na Inglaterra, foi diagnosticada com um aneurisma cerebral e veio a falecer quatro dias depois. Como ela não apresentou nenhum problema de saúde antes do ocorrido, vários de seus órgãos estavam em condições para ser doados. E assim foi feito. Seus pais autorizaram os procedimentos e, dessa forma, o coração, o pâncreas, os pulmões, os rins, o intestino delgado e o fígado, dividido em duas partes, mudaram o destino de oito pessoas – um recorde –, sendo cinco delas crianças. Hoje, a família da menina dirige a ONG The Jemima Layzell Trust, que tem como um de seus objetivos incentivar a doação de órgãos. A doação de órgãos da pessoa falecida ainda representa um tema controverso. De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o índice brasileiro de recusa, há anos, permanece na casa dos 40%. A situação é compreensível, já que envolve famílias que estão passando por um momento difícil e de sofrimento. A própria mãe de Jemima admitiu à imprensa do Reino Unido que hesitou muito para decidir, mas acabou sendo motivada por uma reportagem que mostrava a dificuldade e a baixa expectativa de vida das crianças que necessitavam de transplante de coração. No Brasil, para ser um doador basta avisar os familiares e não é necessário deixar algum documento por escrito. Por isso é tão importante conversar sobre o assunto naturalmente e expressar esse desejo, de modo a facilitar a decisão dos entes queridos num momento tão doloroso, já que a doação depende da autorização deles. Nem todos os países, no entanto, seguem a mesma legislação. A Holanda, por exemplo, aprovou há pouco tempo uma lei que torna todos os cidadãos automaticamente doadores, a não ser que a pessoa se registre como não doadora.   Remoção dos órgãos Evidentemente, os órgãos só podem ser retirados do doador após a constatação da morte encefálica, o que significa a perda completa e irreversível das funções do cérebro, sem nenhuma chance de recuperação. Regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina, o diagnóstico de morte encefálica no Brasil é feito por exames clínicos repetidos em determinados intervalos por médicos desvinculados da equipe de transplantes (a equipe que constata o óbito não faz parte daquela responsável pela retirada dos órgãos), associados a exames complementares, como eletroencefalograma, que mede a atividade cerebral, e angiografia cerebral, que verifica o padrão de fluxo sanguíneo no cérebro. Enquanto isso ocorre, o possível doador fica ligado a um ventilador, máquina que permite levar oxigênio para os órgãos, inclusive para o coração – o que possibilita que os batimentos cardíacos continuem –, de forma que todos eles permaneçam viáveis para doação. Além de rins, pulmões, fígado, intestino, coração e pâncreas, podem ainda ser aproveitados em outros pacientes os ossos, os tendões, as válvulas cardíacas, a pele e as córneas. Independentemente do caso, o órgão e/ou tecido são  retirados por meio de uma cirurgia como qualquer outra (a exemplo da remoção do apêndice ou da vesícula) e o corpo do doador não fica com deformidades relacionadas ao procedimento.   Espera ainda grande O Brasil tem avançado nesse cenário, muito embora ainda haja um número expressivo de indivíduos à espera de órgãos. De acordo com dados da ABTO, em 2018, a fila de transplantes tinha mais de 33,4 mil pessoas – a maioria aguardando rins ou córneas. Nem todos puderam ser atendidos, mas, segundo o Ministério da Saúde, foram realizados mais de 26,5 mil procedimentos – número menor que o de 2017, que contabilizou em torno de 27,4 mil procedimentos, porém significativamente superior ao de 2008, quando 18,9 mil transplantes foram realizados. Para os especialistas, o crescimento no número de doadores se deve, principalmente, ao treinamento das equipes dentro dos hospitais para a comunicação da possibilidade de doação à família do falecido. Segundo a Aliança Brasileira para a Doação de Órgãos e Tecidos, evidências científicas do mundo todo mostram que o aumento nas taxas de doação, quando as pessoas são abordadas de forma adequada, pode chegar a 500%. Mas há outros coadjuvantes nessa história. Desde junho de 2016, o Brasil mantém um avião da Força Aérea Brasileira reservado só para transportar órgãos. Além disso, um decreto de 2017 estabeleceu que qualquer médico qualificado pode notificar a morte encefálica – até então, apenas um neurologista era autorizado a fazê-lo e, na ausência dele, não raro se perdia a oportunidade do transplante.   Doação em vida Vale lembrar que esse ato nobre nem sempre ocorre num momento de dor: os órgãos provenientes de pacientes vivos também valem muito nesse contexto. Em 2018, dos 5.999 transplantes renais realizados, 17,6% foram possibilitados por pessoas vivas, que ainda podem doar parte do fígado, parte do pulmão e a medula óssea. Também existe uma legislação específica para esses casos no Brasil, que permite a doação para parentes de até quarto grau e cônjuges. Se não houver nenhum grau de parentesco entre doador e receptor, o transplante depende de autorização judicial – com exceção da medula óssea, que dispensa o aval da Justiça entre não aparentados e conta com um cadastro específico e uma gestão à parte. Para ser doador em vida, a pessoa precisa estar em bom estado de saúde, sem riscos de ter suas aptidões vitais comprometidas com o procedimento, além de ser maior de idade ou menor emancipado e juridicamente capaz. Finalmente, deve haver um receptor com indicação formal do transplante. Com esses critérios atendidos, o doador precisa fazer testes de compatibilidade com o paciente que aguarda o transplante. Se ambos forem compatíveis, uma equipe multidisciplinar acompanhará o caso para providenciar consultas e demais exames, agendando, a seguir, o dia do procedimento. Para saber mais, acesse: http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de-orgaos.

23/09/2019
Alimentação

Coração bem cuidado

Apesar dos avanços da ciência na hora de prevenir e identificar problemas de saúde, as doenças cardiovasculares, como o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral,  ainda apresentam as maiores taxas de mortalidade do planeta, especialmente nos países desenvolvidos e nas nações emergentes. No Brasil, causam 300 mil mortes por ano, segundo o Ministério da Saúde. Ocorre que, além dos riscos que já conhecemos – como o tabagismo –, o atual modo de vida, especialmente nas grandes cidades, está ajudando a deixar o coração mais vulnerável. As pessoas são mais sedentárias porque trabalham muito tempo sentadas e se deslocam em veículos automotivos; as crianças dificilmente vão e voltam da escola a pé e trocaram a brincadeira de rua pelos comandos do videogame; a comida caseira, não raro, é trocada por alimentos industrializados e por lanches de arrepiar as artérias. Mas com um pouco de vontade, todos esses hábitos podem ser mudados. Basicamente é preciso se exercitar com regularidade e comer direito, além de se manter longe do tabaco e do excesso de álcool e equilibrar as horas de trabalho ou de estudo com momentos de lazer, reduzindo o estresse.   O impacto do exercício A atividade física regular, quando feita cinco vezes na semana e pelo menos meia hora por dia, não apenas permite um melhor funcionamento do sistema circulatório, como também melhora o metabolismo, contribuindo para reduzir os níveis de colesterol e de glicose no sangue. Além disso, os exercícios ajudam a relaxar corpo e mente, diminuindo o estresse, e evitam o sobrepeso e a obesidade, também considerados fatores de risco cardiovascular por favorecerem o diabetes e a hipertensão arterial.    Prato do bem Já a alimentação deve ser rica em grãos integrais, frutas, vegetais, carnes magras e gorduras boas e, ao mesmo tempo, ter a redução de alimentos processados, gorduras saturadas, açúcar e sódio, inimigos declarados do peito. A grande quantidade de fibras presentes nessa opção confere saciedade por mais tempo, ajudando a manter o peso ideal, atrasa a entrada de glicose nas células e ainda reduz a absorção de gorduras e de colesterol pela corrente sanguínea.   Rotina organizada O controle do estresse é essencial porque esse estado, quando crônico, também agrava fatores de risco para doenças cardiovasculares, como a hipertensão arterial, e exerce influência negativa nas demais escolhas que ajudam a blindar o coração. Uma pessoa estressada nem sempre interrompe o trabalho para almoçar e nem acha tempo para se exercitar, por exemplo. Por isso é importante escolher atividades para desestressar – além dos exercícios – e organizar a rotina. Muitas vezes, acordar 15 minutos mais cedo pode ser a diferença entre um dia caótico e um dia tranquilo.   O papel do médico Essas mudanças estão ao alcance de qualquer pessoa, mas não custa lembrar que algumas condições que afetam o coração são silenciosas e requerem uma avaliação clínica para que sejam descobertas e tratadas. É o caso da hipertensão arterial, do colesterol elevado e do próprio diabetes. Pelo menos uma vez por ano, portanto, ainda que você não esteja sentindo nada, marque uma consulta para uma avaliação clínica geral e faça os exames laboratoriais solicitados na oportunidade. Com isso, o cerco às doenças cardiovasculares fica completo.

16/09/2019
Prevenção

Prevenção do suicídio: há luz no fim do túnel

Na história contemporânea, diversos ícones da música, da literatura e da indústria do entretenimento foram parar nas manchetes dos meios de comunicação não só por suas obras, mas por terem decidido interromper a vida por conta própria. Não raro, estavam no auge de suas carreiras e saíram de cena, sem explicações e sem pistas de que fossem desistir. Muitas vezes, no entanto, essas pessoas tinham em comum histórias de transtornos como depressão e dependência química, ainda que pudessem estar abstêmias no momento do ato. Apesar de o suicídio já ser considerado um problema de saúde pública – no Brasil, são 32 mortes dessa natureza por dia, segundo o Ministério da Saúde –, não há melhor meio de preveni-las do que falar abertamente sobre saúde mental e mostrar rotas seguras de ajuda para a pessoa que está perdendo a vontade de viver e para seu núcleo afetivo. Até porque os especialistas estimam que nove entre dez casos podem ser prevenidos.   Sinais de alerta Em primeiro lugar, fique atento aos sinais de alerta. Frases de alarme – como “quero sumir”, “vou embora” e “não aguento mais” – devem ser valorizadas, especialmente no caso de adolescentes, entre os quais o número de casos vem crescendo muito nos últimos anos, apesar de os idosos serem o grupo de maior risco. Além disso, mudanças radicais de comportamento – como deixar de gostar de algo pelo qual havia grande interesse antes – também pedem atenção. Na outra ponta, uma melhoria súbita pode indicar apenas simulação e esconder uma decisão já tomada. Por fim, tentativas anteriores elevam o risco. Quem já tentou uma vez, está mais vulnerável. Se você perceber algum desses comportamentos, é importante não deixar a pessoa em risco sozinha, ouvi-la e levá-la para a avaliação de um psiquiatra. O Centro de Valorização da Vida, o CVV, que atende gratuitamente a todo o Brasil pelo número 188, também é um canal imediato para quem precisa de um ombro amigo com urgência. Treinados para escutar, acima de tudo, os voluntários do serviço estão capacitados para oferecer o que há de mais necessário nesse momento: apoio emocional e esperança.   O que fazer para ajudar? Outro ponto sempre importante, dentro ou fora desse contexto, é esclarecer a população sobre os problemas mentais e os perigos das drogas e do álcool numa mente em conflito, especialmente se essa mente ainda está em formação (como ocorre na adolescência). A depressão, o mais frequente transtorno por trás de tais casos, é doença e exige um tratamento multidisciplinar, que pode combinar medicação, psicoterapia, prática de atividade física e terapias alternativas. A mesma estratégia se aplica à dependência química. Por último, os especialistas recomendam não manter nada que seja letal por perto: venenos, pesticidas e estoque de remédios, tampouco armas brancas ou de fogo. Convém não facilitar. Isso vale ainda para estratégias de segurança em casa, como manter grades nas janelas e no espaço público. Não dá para levar uma pessoa nessas condições para um local externo que possa oferecer algum risco. Esses cuidados contribuem para dificultar o ato e ajudam a levar o indivíduo a repensar sua decisão. Não custa lembrar que, apesar de ter causas multifatoriais, o suicídio é uma atitude impulsiva. No dia seguinte, quase sempre tudo parece mais simples. Procure um profissional da área de saúde mental para conversar sobre a vida.

09/09/2019
Bem-estar

Raiva humana: prevenção, sintomas, tratamento

Quando você leva seu pet para receber a vacina antirrábica, nem sempre se lembra que, antes de ser um cuidado indicado para o bem-estar do animal, a imunização contra a raiva configura uma medida de saúde pública bastante importante para a população geral. Afinal, a raiva é uma doença infecciosa muito grave e potencialmente letal. Por ser transmitida por mordedura de mamíferos contaminados, notadamente cães e morcegos, a raiva é considerada uma zoonose. O vírus do gênero Lyssavirus ingressa na pele por meio da lesão e passa a circular pelos nervos periféricos, sendo atraído pelas células do sistema nervoso central. Ao chegar ali, após um período de incubação e o surgimento de sinais inespecíficos, presentes em qualquer infecção, deflagra uma encefalite aguda que dificilmente tem cura, com sintomas neurológicos característicos, como salivação excessiva, delírios, convulsões e agressividade. Apesar da gravidade da doença, existem atualmente estratégias eficazes para combatê-la. Uma delas é a vacinação de pessoas que, de alguma forma, possam estar expostas ao vírus. No Brasil, dada a situação de controle da raiva animal, só se recomenda a imunização antirrábica para biólogos, veterinários, agrotécnicos, profissionais envolvidos na captura e no estudo de animais com suspeita de raiva, equipes de laboratórios de virologia e indivíduos que atuam com animais silvestres. Fora dessas situações, os demais brasileiros devem ser vacinados apenas se forem viajar para países que ainda não contornaram o problema, como a Índia.   Raiva: o que fazer após a mordida? Outra estratégia consiste na chamada profilaxia pós-exposição, feita depois do ataque, com um protocolo diferente para cada tipo de situação. Na dúvida, o paciente começa a receber o tratamento como se tivesse sido atacado por um bicho contaminado, pois o tempo, nesse contexto, é fator fundamental para impedir a infecção. Resumidamente, a profilaxia inclui, além de um esquema de vacinações, a infusão de anticorpos que ajudam o organismo a combater o vírus da raiva. Na prática, é fundamental se preocupar com qualquer mordedura ou arranhadura de animal. Em primeiro lugar, lave o local com água e sabão para reduzir o risco de contaminação local por bactérias presentes na saliva ou nas unhas do bicho e procure rapidamente um serviço médico para que o clínico geral, ou infectologista, possa avaliar a necessidade de iniciar o tratamento pós-exposição.  A importância da vacinação do seu pet contra a raivaA baixa prevalência da raiva em nosso país deve-se aos programas de imunização de cães e gatos, que fizeram despencar o número de casos da doença em pessoas e animais. E isso é relativamente recente. Enquanto, em 1999, o Brasil contabilizava 1.200 cães contaminados, não passamos de 13 casos de raiva canina em 2017, segundo o Ministério da Saúde. Em relação à raiva humana, foram 574 casos da doença de 1990 a 2009, contra 25 registros de 2010 a 2017. Das notificações feitas no ano passado, vale assinalar, todas envolveram morcegos. Ótima notícia para os mais de 52 milhões de cachorros e 22 milhões de gatos que vivem em domicílios brasileiros, de acordo com dados do IBGE.

26/08/2019
Comportamento

Psicólogo: especialista em promover saúde mental

Vivemos num mundo em que os avanços tecnológicos, por nos inundarem com informações sobre fatos e pessoas a todo momento, dão margem para suposições e preocupações que podem culminar em distúrbios emocionais e transtornos de humor ou, até mesmo, agravar os já existentes. Aí entra a figura do psicólogo, um profissional cada vez mais importante nesse cenário de superexposição e superinformação, na medida em que é capacitado para ajudar cada indivíduo a encontrar seu equilíbrio e a buscar as respostas dentro de si mesmo. No Brasil, segundo o Conselho Federal de Psicologia, temos cerca de 343 mil psicólogos atualmente. Mas é claro que nem todos trabalham na área clínica. Hoje esses profissionais estão em empresas, clubes desportivos, escolas, associações voltadas à educação de crianças com necessidades especiais, instituições ligadas ao trânsito e centros sociais, como abrigos e asilos, entre outros, sempre buscando extrair das pessoas suas melhores potencialidades. O fato é que, onde quer que atue, o psicólogo contribui diretamente para promover a saúde mental e, assim, melhorar o mundo.  Homenagem da DaVita ao Dia do Psicólogo, 27 de agosto.

26/08/2019
Prevenção

Os benefícios de parar de fumar

Que o cigarro faz mal, ninguém discute. Inclusive os 10,1% dos brasileiros que continuam fumando despreocupadamente, mesmo com as advertências médicas e os muitos senões da sociedade hoje em dia. Por isso mesmo, a DaVita Serviços Médicos quer explorar o lado bom de parar de fumar.  De acordo com um estudo feito no Reino Unido, quem abandona esse hábito comprovadamente ganha mais anos de vida, olha só que interessante. E quanto mais cedo a decisão é tomada, maior o incremento. Os pesquisadores britânicos constataram que, quem deixa o cigarro aos 60, conquista mais três anos na expectativa de vida. Já quem para aos 40, vive mais nove anos. O ganho resulta diretamente da melhora na saúde. Segundo dados do Ministério da Saúde, uma pessoa que cessa o tabagismo antes dos 50 anos tem uma redução de 50% no risco de morte por doenças associadas ao tabagismo, como câncer, derrame e infarto do miocárdio, após 16 anos de abstinência. Aliás, o risco de ser acometido por problemas cardiovasculares já cai pela metade após o primeiro ano sem fumar. Isso significa também menos gastos com medicações e procedimentos médicos. Há ainda outros benefícios, que impactam a qualidade de vida de forma mais sutil, mas não menos significativa, como a melhora da autoestima, do hálito, da pele e do aspecto dos dentes. A convivência com pessoas que não fumam ganha muito – pense num casal, por exemplo –, assim como o desempenho em atividades que envolvem algum condicionamento físico. Chega de ser o último da trilha!  Para que sua decisão seja bem-sucedida, não deixe de procurar um médico. Atualmente, existem estratégias terapêuticas interessantes para quem quer, de fato, parar de fumar. Como o corpo de um ex-fumante fica sem o cigarroO primeiro dia pode até ser difícil, uma vez que a dependência do tabagismo é química e psicológica. Mas, ao mesmo tempo em que o indivíduo doma a vontade de acender um cigarro no período mais crítico, seu organismo vai colhendo benefícios quase imediatos. Anote: Depois de 20 minutos sem fumarA pressão arterial e os batimentos cardíacos voltam ao normal.  Depois de duas horas sem fumarA circulação sanguínea fica livre da nicotina. Depois de oito horasO nível de oxigênio no sangue, antes reduzido, se normaliza. Depois de dois diasO paladar e o olfato melhoram, descortinando um mundo de sabores e odores. Depois de três semanasO sangue passa a circular melhor pelos vasos, favorecendo a circulação.  

19/08/2019
Prevenção

Esclerose múltipla: diagnóstico, sintomas, tratamento

Muita gente que nem chegou perto da meia-idade anda numa rotina tão extenuante de trabalho e demandas pessoais que, diante qualquer sintoma diferente, mas passageiro, acha que tudo provém do estresse. Está certo que uma parte pode até resultar das atribulações do dia a dia, porém nem tudo. Há sintomas que realmente precisam ser valorizados. Aí reside a dificuldade que envolve a esclerose múltipla, uma doença neurológica crônica e autoimune, na qual o sistema imunológico ataca a bainha de mielina que envolve os axônios, as fibras nervosas responsáveis pela condução dos impulsos elétricos, provocando lesões no cérebro, no nervo óptico e na medula espinhal. Na maioria dos casos, a afecção ocorre em surtos – forma remitente-recorrente –, mas ela pode ser também progressiva. O problema é que a doença, que afeta 2,5 milhões de pessoas ao redor do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde, começa com sintomas muito sutis, como uma turvação na visão, uma fraqueza nas pernas ou um pequeno descontrole urinário, que surgem a qualquer instante, sem que estejam associados a evento algum, e desaparecem rapidamente, em alguns dias. Daí a possibilidade de essas queixas efêmeras não receberem atenção ou de, por exemplo, serem associadas a uma semana mais desgastante. O quadro pode perdurar assim, mais leve, por dois a três anos até evoluir de modo mais exuberante. De acordo com a Academia Brasileira de Neurologia, quase metade das manifestações clínicas iniciais inclui sinais e sintomas medulares, como os que envolvem fraqueza nas pernas, formigamento, disfunção sexual e incontinência urinária. Além disso, cerca de 20% começam com problemas visuais, como visão embaçada, e uma menor parte, de 10%, com queixas relacionadas ao tronco cerebral, a exemplo de desequilíbrio, tonturas e falta de coordenação motora. O restante dos portadores tem uma combinação de todo o conjunto. Fadiga e transtornos de humor, como a depressão, também são frequentes. Com a evolução da esclerose múltipla, a perda da mielina compromete e até interrompe a transmissão de impulsos elétricos, fazendo com que essas manifestações ganhem magnitude, ainda que permaneçam aparecendo como surtos. Após 20 a 25 anos de diagnóstico, não raro o quadro culmina com uma incapacidade grave, que, segundo os especialistas, afeta até 90% dos pacientes. Medicamentos e terapias de apoio Isoladamente, os sintomas da doença podem ser confundidos com os de outras enfermidades neurológicas. Mas a forma como eles aparecem se mostra bem típica. Por isso, os neurologistas conseguem fazer o diagnóstico clinicamente, por meio do levantamento da história do paciente e do exame neurológico, no consultório, com o apoio de testes complementares, como a ressonância magnética de cérebro e a análise do líquido cefalorraquidiano, que banha o cérebro e a medula espinhal, entre outros. A doença ainda não tem cura, mas existe tratamento que visa a atenuar a intensidade dos sintomas e aumentar o espaço entre um surto e outro. Hoje, para prevenir a recorrência, usam-se imunomodulares e imunossupressores – que controlam e/ou reduzem a atividade do sistema imunológico para evitar os ataques à bainha de mielina –, bem como anticorpos monoclonais. Já os corticoides, administrados em altas doses, dão conta da redução dos sintomas durante as crises. De qualquer modo, o paciente não raro precisa de outros medicamentos sintomáticos para aliviar os problemas decorrentes da doença, como a incontinência urinária, bem como de fisioterapia, fortalecimento físico por meio de um programa de exercícios e apoio emocional. Até porque a doença afeta pessoas ainda jovens, sobretudo mulheres na faixa de 20 a 40 anos – ou seja, no auge da vida pessoal e profissional. A boa notícia é que o diagnóstico precoce ajuda muito a evitar os surtos e, portanto, a ter qualidade de vida, apesar de a iminência de um surto sempre existir. Na dúvida, converse com um neurologista quanto antes.

05/08/2019
Alimentação

Saiba a diferença entre o bom e o mau colesterol

Quem já passou de 20 anos e vai ao médico periodicamente já deve ter feito um exame de sangue para medir o colesterol, uma gordura que integra a membrana de todas as células e que, quando em excesso na circulação, pode causar doenças cardiovasculares. A maior parte do colesterol que se encontra no organismo é produzida pelo fígado porque essa substância cumpre papel fundamental para a saúde celular. O restante vem da alimentação, sobretudo de alimentos de origem animal, como leite e derivados, ovos e carnes, a vermelha principalmente.  Para distribuir colesterol a todas as células, existem duas lipoproteínas, uma de baixa densidade, denominada LDL-colesterol, cuja sigla, LDL, vem de low density lipoprotein, e outra de alta densidade, HDL-colesterol, sendo a sigla HDL referente à expressão high density lipoprotein.  O LDL é o mais importante transportador dessa gordura pela circulação. Contudo, quando está elevado, acaba depositado nas paredes dos vasos sanguíneos, estreitando seu calibre ou obstruindo-os. Ocorre que, junto com outras substâncias, ele forma placas, que podem se romper e provocar graves problemas cardiovasculares: se a ruptura ocorrer numa artéria do coração, por exemplo, há risco de infarto agudo do miocárdio; se for em um vaso cerebral, de acidente vascular cerebral.  Em vista dessa associação nada fortuita, o LDL ganhou a alcunha de mau colesterol e, para conviver pacificamente com ele, espera-se que sua concentração no sangue esteja sempre abaixo dos valores de referência. Isso, porém, é determinado de forma personalizada pelos médicos, conforme o risco cardiovascular de cada paciente.  Já o HDL executa ação contrária à do LDL, removendo o colesterol abundante na circulação e transportando-o de volta para o fígado, o que resulta num efeito protetor para as artérias do coração e do cérebro, particularmente. Assim, o HDL figura como o bom colesterol nessa história, devendo ficar sempre acima de 40 mg/dL, conforme recomendação da Sociedade Brasileira de Cardiologia.     Como reverter o colesterol LDL alto e melhorar os níveis do HDL   A prevenção cardiovascular baseia-se na manutenção do LDL e HDL na medida certa, assim como em dieta adequada, perda de peso, prática de exercícios físicos, entre outros. Quem fuma também deve rever esse hábito. A escolha de alimentos com baixo índice de colesterol pode fazer uma grande diferença na redução da concentração do LDL, enquanto a atividade física é a medida que mais tem impacto no aumento do HDL, sobretudo as modalidades aeróbicas, como caminhada, ciclismo e corrida. Contudo, quando a pessoa já está com um nível bastante elevado de LDL e, mesmo com exercícios e dieta, não consegue bom resultado, podem entrar em cena medicamentos para diminuir especificamente esse tipo de molécula, os quais – é importante frisar – devem ser associados com as demais medidas para o controle do colesterol pelo tempo determinado pelo médico.  As estatinas são os remédios mais usados para reduzir o LDL, mas já existem novidades nessa seara, como os inibidores da proteína PCSK9, que degrada receptores do mau colesterol no fígado. Se essa proteína deixa de trabalhar, o LDL em excesso consegue sair da circulação e voltar a seu ponto de partida. Essa nova classe de fármacos costuma ser prescrita para quem não responde às estatinas e a outros medicamentos convencionais, bem como a portadores de hipercolesterolemia familiar, na qual a elevação do colesterol deriva de mutações em genes, aumentando muito o risco de doenças cardiovasculares. Antes de pensar em tratamento, no entanto, há um longo caminho pela frente, que começa com uma consulta com um médico, mesmo que você já tenha ido antes, e pode terminar simplesmente em ajuste da dieta e prática de atividade física. Dê logo esse primeiro passo. A queda do LDL na mira Conforme o risco cardiovascular de cada paciente, o médico determina a meta do LDL-colesterol, que deve ser atingida com dieta e perda de peso e, quando isso não for suficiente, também com medicamentos: Risco cardiovascular: Meta de LDL: Indivíduos com risco baixo Abaixo de 130 mg/dL Indivíduos com risco intermediário Abaixo de 100 mg/dL Indivíduos com risco alto  Abaixo de 70 mg/dL Indivíduos com risco muito alto Abaixo de 50 mg/dL Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia   O que mudar na alimentação para baixar o colesterol Para quem não apresenta alto risco cardiovascular, como uma pessoa que já sofreu um AVC ou que tem hipercolesterolemia familiar, é possível, sim, diminuir os níveis do LDL no sangue com mudanças na dieta. Além de dobrar a ingestão de fibras, na forma de grãos, cereais integrais, frutas e vegetais, vale a pena promover as seguintes trocas:   Em vez de: Fique com: Pão, arroz e macarrão comuns Pão, arroz e macarrão integrais Leite e derivados integrais Leite e derivados desnatados Carne vermelha Carne branca magra (frango sem pele e peixe) e lombo de porco Snacks e biscoitos Castanhas e nozes Pizza de muçarela Pizza de vegetais (abobrinha, berinjela, escarola) Queijos amarelos Queijo branco, ricota, cottage Frutos do mar Salmão Doces cremosos Frutas in natura ou, no máximo, em compotas Molho branco, quatro queijos Molho de tomate feito em casa Manteiga Margarina com fitoesteróis Chocolate ao leite e branco Chocolate amargo    

05/08/2019
Alimentação

Hábitos saudáveis: mudanças na rotina para ganhar saúde

É verdade que a ciência caminha a passos largos no desenvolvimento de soluções para aumentar a saúde e conseguir a cura para enfermidades que, pouco mais de algumas décadas atrás, soavam como ameaças quase invencíveis. Contudo, ainda não saiu das bancadas dos laboratórios farmacêuticos ou das universidades uma pílula capaz de prolongar a vida do ser humano com qualidade e prevenir a maior parte das doenças. Uma das formas mais efetivas de fazer ao menos uma parcela desse aparente milagre é mesmo a adoção de hábitos saudáveis ou, para quem está longe de andar na linha, a mudança do estilo de vida. Tome-se o exemplo do câncer. Muito embora existam fatores de risco que não podemos mudar, como idade e histórico familiar, os demais são passíveis de modificação. Tanto é assim que a Sociedade Americana de Câncer atribui um terço das mortes por essa causa à manutenção de dietas desequilibradas e à falta de atividade física. Da mesma forma, diversos estudos já demonstraram a associação entre a redução de doenças do coração e a combinação de prática regular de exercícios físicos, adoção da dieta mediterrânea – rica em peixes, castanhas e azeite de oliva extravirgem –, controle do peso e, claro, distância do tabagismo.  Além desses hábitos, outras atitudes, algumas mais trabalhosas, outras menos, estão por trás da manutenção da boa saúde e da prevenção de enfermidades e desequilíbrios orgânicos, ainda que momentâneos. A boa notícia é que muitas vezes uma única mudança pode trazer múltiplos benefícios. Quando dormimos melhor, não só conseguimos ter mais disposição para enfrentar os desafios do dia seguinte, com diminuição do estresse, mas também ajudamos a melhorar o metabolismo e prevenir a obesidade, que, entre outros prejuízos, ocasiona o diabetes, doença associada a eventos cardiovasculares, como o infarto agudo do miocárdio. O fato é que a incorporação cotidiana de hábitos saudáveis tem um efeito positivo sistêmico no organismo. Converse com seu médico e comece agora mesmo a trabalhar pela sua saúde. Caso precise de ajuda, procure ainda apoio psicológico.   Dicas para manter a saúde Não fume.  O cigarro tem cerca de 4.700 substâncias nocivas e está implicado com problemas cardiovasculares, diversos tipos de câncer e afecções pulmonares, como a doença pulmonar obstrutiva crônica, entre outras.   Pratique exercícios físicos.  A Organização Mundial de Saúde recomenda um mínimo de 150 minutos de atividade física moderada por semana. Sempre que possível, vá até os lugares caminhando ou pedalando. Exercícios físicos regulares ajudam a perder peso, elevam a autoestima, evitam doenças e melhoram o humor.   Coma alimentos saudáveis. Opte por comida de verdade, preparada em casa, com alimentos in natura. Produtos processados, como preparações congeladas, macarrão instantâneo, mistura para sopas e bolos, molhos e temperos prontos, ou ultraprocessados, a exemplo de embutidos, linguiça e nuggets, carregam muito sal, açúcar e gorduras nocivas para o organismo.   Reduza o consumo de sal. O excesso de sódio, presente no sal, está relacionado com a hipertensão arterial e com a doença renal crônica. Leia os rótulos dos produtos, evitando levar os ricos em sódio, e troque parte do sal nas receitas por ervas. Importante: não leve o saleiro à mesa.   Beba água. Os especialistas preferem usar, como parâmetro, não quantidade de litros ou copos, mas um volume suficiente para deixar a urina amarelo-clara. Só evite a ingestão de água e outros líquidos durante as refeições para não dilatar o estômago e acabar comendo mais do que você realmente necessita.    Evite refrigerantes. Fuja mesmo dos que não levam açúcar e prefira comer as frutas a transformá-las em sucos. O organismo demora mais a metabolizar a sacarose das frutas em pedaços, postergando a sensação de saciedade, e as fibras ingeridas ajudam o intestino a funcionar.   Aliás, consuma fibras. Homens devem ingerir 34 gramas e mulheres, 28 gramas, segundo a Associação Nacional de Atenção ao Diabetes. Além das frutas, as fibras estão nos vegetais e nos grãos integrais. São importantes para a saúde do aparelho digestório, ajudam a baixar o colesterol e a controlar o peso e contribuem para prevenir o câncer de intestino.   Evite bebidas alcoólicas. Não dá para falar em sinal verde em matéria de álcool, dados os prejuízos do alcoolismo à saúde física e mental do dependente e de seu núcleo familiar, mas o vinho tem alguma qualidade nessa seara, uma vez que possui o resveratrol, um antioxidante que protege contra doenças cardiovasculares. Contudo, não ultrapasse um cálice por dia.    Lave as mãos. É imprescindível manter esse hábito, especialmente antes de comer e cozinhar, bem como após usar o banheiro, para evitar a contaminação com possíveis agentes infecciosos.   Controle o estresse.  Um dos fatores vitais nesse sentido é administrar bem o tempo, dividindo-o melhor entre atividades de trabalho, de lazer e da rotina em casa. Ademais, encontre uma válvula de escape. A atividade física costuma dar conta desse recado e ainda acrescenta outros benefícios.   Cuide de seus vínculos afetivos e sociais. Mantenha um círculo de pessoas, amigos e parentes, com quem possa contar para dividir seus problemas, comemorar suas conquistas e se distrair.   Durma bem.  A falta de sono altera o metabolismo e pode acabar resultando em sobrepeso e resistência à insulina, hormônio que coloca a energia para dentro das células, com consequente risco de evolução para o diabetes. Para se dar bem com o travesseiro, não coma demais à noite nem se exercite antes de dormir. Quando for para a cama, desligue todos os eletrônicos e diminua a luminosidade do quarto, bem como os ruídos.   Use filtro solar. O protetor deve ter FPS 30, no mínimo, para pessoas de pele clara, e FPS 15, no mínimo, para pessoas afrodescendentes. Além disso, a exposição ao sol deve ocorrer nos horários de menor radiação ultravioleta (antes das 10 horas da manhã e depois das 16 horas).   Vá ao médico periodicamente. Faça um check-up de saúde uma vez ao ano ou conforme recomendação médica. Caso tenha algum sintoma no intervalo entre uma consulta e outra, procure seu médico ou um serviço de emergência.

01/08/2019
Prevenção

Hepatites virais: o que são? Como prevenir

O fígado tem múltiplas funções. Produz a bile, que ajuda a digerir gorduras, armazena glicose, sintetiza colesterol, dá cabo de glóbulos vermelhos envelhecidos, fabrica e metaboliza proteínas, atua na defesa contra agentes patogênicos e ainda desintoxica o organismo. Não por acaso, os problemas que o acometem configuram motivo de preocupação entre os médicos, pelo desequilíbrio sistêmico que podem gerar, e também entre as autoridades sanitárias, por sua alta incidência e elevada taxa de mortalidade.  Entre as doenças hepáticas mais comuns estão as hepatites virais, que consistem numa inflamação causada pelos vírus HAV, HBV, HCV, HDV, ou delta-vírus, e HVE. No Brasil, somando todos esses agentes, foram registrados nada menos que 40,1 mil casos de hepatite em 2017, segundo dados do Ministério da Saúde.  Embora o prognóstico seja muito distinto entre as hepatites virais, todas apresentam sintomas semelhantes, evidentemente quando estes se manifestam, tais como vômitos, enjoo, tontura, cansaço, febre, mal-estar, pele e olhos amarelados – condição conhecida como icterícia –, dor no abdome, fezes claras e urina escura. Contudo, o quadro pode passar despercebido ou mesmo ser confundido com o de outras viroses que afetam o aparelho digestório.  Para ter uma ideia, 7,2 milhões de pessoas carregam o vírus da hepatite C nas Américas, mas três em cada quatro delas desconhecem estar infectadas, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde. Não por acaso, a doença causada pelo vírus HCV é a mais letal, inclusive no Brasil, apesar de hoje contar com um tratamento bem avançado. O fato é que só é possível saber exatamente o agente envolvido por meio de exames de sangue, uma informação essencial para o médico planejar a estratégia terapêutica e evitar o comprometimento hepático que ocorre quando a hepatite se torna crônica. Conforme dados da Organização Mundial de Saúde, 1,75 milhão de pessoas morrem a cada ano em todo o globo em decorrência de complicações dessas doenças, em particular as provocadas pelo HBV e pelo HCV. Se você não sabe se já teve contato com algum vírus da hepatite, converse com seu médico para fazer a testagem e, se preciso, adote as medidas necessárias para se tratar e se prevenir quanto antes. Três das cinco hepatites virais mais comuns podem ser evitadas por vacinas.   Saiba como é feito o tratamento de cada hepatite   Hepatite A:geralmente se cura espontaneamente, com o surgimento dos anticorpos após algumas semanas do início dos sintomas, requerendo só repouso e dieta para a melhora do estado geral. Mesmo assim requer atenção médica especializada. Em casos muito raros, o HAV pode causar uma hepatite fulminante e insuficiência hepática grave.  Hepatite B: também costuma ser naturalmente debelada pelo organismo, com os mesmos cuidados, mas, em uma parcela de casos, pode se tornar crônica, de modo silencioso, e não tem cura. Esses pacientes precisam de seguimento clínico frequente e, ao longo da vida, de medicamentos para controlar a multiplicação do HBV, bem como para evitar prejuízo às células hepáticas. Na falta de tratamento para essa forma da doença, há risco de cirrose hepática, com substituição do tecido hepático saudável por áreas de fibrose – como cicatrizes –, que impedem o fígado de exercer suas funções, e de câncer de fígado.  Hepatite C: em, pelo menos, 80% dos casos, a doença fica crônica e, dada a presença constante do agente no fígado, com risco de surgimento de áreas de fibrose e câncer. Até pouco tempo, era tratada com uma combinação de medicamentos, usados conforme o genótipo do HCV. Recentemente, surgiram antivirais de ação direta, que inibem enzimas essenciais para o vírus se multiplicar e têm sido associados às demais opções terapêuticas, elevando a possibilidade de cura para mais de 90%. O grande problema da hepatite C, e que faz dela uma das mais perigosas, é o fato de as pessoas não saberem que carregam o vírus. Hepatite D (delta): esse agente depende da preexistência do HBV para se estabelecer. Quando a infecção aguda ocorre simultaneamente, não há tratamento específico, mas apenas a necessidade de fazer repouso e dieta até que o organismo consiga eliminar os dois patógenos. Contudo, se o indivíduo já tem a forma crônica da hepatite B e adquire o vírus delta, a doença assume um caráter mais grave, exigindo combinações de medicamentos para controlar a replicação de ambos os vírus. Mais frequente no Norte do Brasil, a hepatite D é a principal causa de cirrose hepática em crianças e adultos jovens na região amazônica.  Hepatite E: também se cura de modo espontâneo, tão logo o organismo tenha desenvolvido defesas contra o HEV. Da mesma forma que nas demais, pede dieta e repouso para o completo restabelecimento do paciente.   De onde vem e como prevenir cada hepatite Hepatite Formas de transmissão Dicas para a prevenção A - Contato direto com indivíduos contaminados (o vírus sobrevive até quatro horas nas mãos das pessoas)- Ingestão de água ou alimentos contaminados com material fecal contendo o vírus- Relações sexuais desprotegidas (pelo contato com resíduos de fezes imperceptíveis a olho nu) - Tome a vacina contra a hepatite A. - Cuide de sua higiene pessoal, especialmente após usar o banheiro e antes das refeições ou de cozinhar, assim como antes das relações sexuais. - Higienize adequadamente alimentos que serão consumidos crus. - Não coma frutos do mar malcozidos, sobretudo mariscos e ostras.- Não consuma carne de porco crua ou malcozida. - Só tome água clorada ou fervida em locais sem saneamento básico.- Não coma nem beba nada de procedência desconhecida. B - Relações sexuais desprotegidas- Da mãe para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação- Compartilhamento de instrumentos de corte (seringas e agulhas, lâminas de barbear e depilar, materiais para confecção de tatuagem e colocação de piercings)- Transfusão de sangue (rara no Brasil por conta do alto controle de qualidade dos bancos de sangue) - Tome a vacina contra a hepatite B. - Use preservativo em todas as relações sexuais. - Não compartilhe objetos de uso pessoal nem materiais perfurocortantes. - Não se exponha a situações de risco, como uso de álcool e drogas de abuso, que prejudicam a capacidade de julgamento e impedem o autocuidado. - Caso esteja grávida, faça o pré-natal para evitar a transmissão da doença ao bebê. C - Transfusão de sangue (comum antes dos anos 90, mas hoje rara no Brasil por conta do alto controle de qualidade dos bancos de sangue)- Compartilhamento de instrumentos de corte (seringas e agulhas, lâminas de barbear e depilar, materiais para confecção de tatuagem e colocação de piercings)- Da mãe infectada para o filho durante a gravidez (mais rara)- Relações sexuais desprotegidas (rara) - Não compartilhe objetos de uso pessoal nem materiais perfurocortantes.- Não se exponha a situações de risco, como uso de álcool e drogas de abuso, que prejudicam a capacidade de julgamento e impedem o autocuidado. - Caso esteja grávida, faça o pré-natal para evitar a transmissão da doença ao bebê.- Use preservativo em todas as relações sexuais. D - Relações sexuais desprotegidas- Da mãe para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação- Compartilhamento de instrumentos de corte (seringas e agulhas, lâminas de barbear e depilar, materiais para confecção de tatuagem e colocação de piercings)- Transfusão de sangue (rara no Brasil por conta do alto controle de qualidade dos bancos de sangue) - Vacine-se contra a hepatite B, pois o delta-vírus é incompleto e depende do antígeno de superfície do HBV para se multiplicar.- Use preservativo em todas as relações sexuais. - Não compartilhe objetos de uso pessoal nem materiais perfurocortantes.- Não se exponha a situações de risco, como uso de álcool e drogas de abuso, que prejudicam a capacidade de julgamento e impedem o autocuidado. E - Ingestão de água ou alimentos contaminados com material fecal contendo o vírus - Cuide de sua higiene pessoal, especialmente após usar o banheiro e antes das refeições e de cozinhar, assim como antes das relações sexuais. - Higienize adequadamente alimentos que serão consumidos crus. - Não coma frutos do mar malcozidos, sobretudo mariscos e ostras. - Não consuma carne de porco crua ou malcozida. - Só tome água clorada ou fervida em locais sem saneamento básico.- Não coma nem beba nada de procedência desconhecida. Fonte: Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, HIV/Aids e Hepatites Virais.

01/08/2019
Prevenção

O que causa a icterícia?

Amarelo. Essa é cor que predomina na icterícia, um sintoma de diversas doenças, e não uma condição patológica em si, que tinge pele, mucosas e o branco dos olhos (denominado esclera). O aspecto amarelado provém da elevação não natural de um pigmento na corrente sanguínea, a bilirrubina, que resulta da morte dos glóbulos vermelhos do sangue.  Numa situação de normalidade, o fígado capta esse pigmento da circulação após a morte das hemácias envelhecidas e o processa. Só para ter uma ideia do caráter ininterrupto desse trabalho, as células vermelhas se renovam a cada 120 dias. Após ser metabolizada, a bilirrubina fica armazenada nas vias biliares e é excretada pelo intestino, juntamente com a bile.  Numa situação anormal, porém, ou a quantidade de bilirrubina produzida ultrapassa a capacidade de processamento do fígado devido à destruição acelerada de glóbulos vermelhos ou, então, o metabolismo do pigmento está prejudicado por alguma alteração no fígado ou nas vias biliares. Bilirrubina que não sai do corpo Na prática, o fígado pode ficar com a capacidade comprometida de captar a bilirrubina e de processá-la em decorrência de hepatites causadas por vírus, por medicamentos, alcoolismo, de cirrose hepática, febre amarela e enfermidades genéticas raras, como na Síndrome de Crigler-Najjar e na Síndrome de Gilbert.  Já a degradação anormal dos glóbulos vermelhos ocorre em anemias hemolíticas, em que há destruição aumentada e precoce dessas células, com destaque para a anemia falciforme, e também em doenças infecciosas, como a malária, o que faz aumentar bastante a quantidade do pigmento na circulação, sem que o fígado possa dar conta do volume de trabalho.  Por fim, a bilirrubina, após ser metabolizada, pode não encontrar o caminho livre nas vias biliares, rumo ao intestino. Isso ocorre no cálculo biliar, ou pedra na vesícula, em tumores ou estreitamentos nessa região, bem como na colangite biliar primária, uma doença autoimune na qual o organismo produz autoanticorpos que inflamam e obstruem as vias biliares.  O fato é que, em todas essas condições, o pigmento não consegue sair e acaba se acumulando na pele, nas mucosas e nos olhos.    O que há por trás do amarelo da icterícia Por ser um sinal clínico aparente, a presença de icterícia pode levar naturalmente a uma consulta médica, em especial se estiver acompanhada de outras manifestações ligadas ao aumento de bilirrubina, como urina escura, fezes esbranquiçadas e coceira, que muitas vezes chamam mais a atenção do paciente que o tom da pele.  A história clínica já fornece ao médico pistas para ele suspeitar de alguma das doenças que causam icterícia, mas a investigação inicial não prescinde de exames de sangue para medir a quantidade de bilirrubina e de glóbulos vermelhos, bem como para avaliar a função hepática. A partir dos resultados, outros testes geralmente são necessários para o diagnóstico. A elevação de determinadas enzimas do fígado, por exemplo, pode sugerir inflamação e levar o médico a pesquisar as hepatites virais.  O tratamento visa a combater a causa da icterícia que, uma vez removida, termina de vez com a manifestação amarelada. Contudo, os especialistas também recomendam outras medidas de proteção, como o aumento da hidratação corporal, a restrição de alimentos gordurosos e o uso de anti-histamínicos para combater a coceira.   Ficar amarelo não é normal. Ainda que não sinta nada, procure esclarecimento médico. Meu bebê está com icterícia. E agora? A icterícia neonatal costuma surgir em até 60% dos bebês, em geral no terceiro dia de vida, sendo detectada pelo exame clínico e confirmada pela dosagem de bilirrubina no sangue. Mas, na grande maioria das vezes, decorre de uma imaturidade da função do fígado, que não consegue dar conta de metabolizar o pigmento – por isso mesmo, recebe o nome de icterícia fisiológica (função habitual do organismo). A condição não costuma preocupar, mas precisa de controle para evitar complicações, o que é feito com fototerapia ainda na maternidade. Quando não fisiológica, pode derivar de incompatibilidade sanguínea entre mãe e bebê, síndromes genéticas, obstruções nas vias biliares, anemias hemolíticas e infecções por vírus e bactérias, entre outras causas pouco frequentes nesse grupo.

22/07/2019
Prevenção

Como vai a sua tiroide?

Para algumas pessoas, pode ser mesmo um pouco difícil responder a essa pergunta sem uma busca prévia na internet, uma vez que nem todo mundo sabe que possui essa glândula pequena, em formato de borboleta, logo abaixo da faringe. A falta de intimidade com a tiroide (ou tireoide) ocorre justamente porque ela trabalha em silêncio, produzindo os hormônios tri-iodotironina (T3) e tiroxina (T4), cuja função é regular o metabolismo, ou seja, a forma como o corpo armazena e gasta energia, o que garante o equilíbrio de todos os sistemas do corpo.   Essa harmonia, no entanto, pode ser interrompida por algum problema de funcionamento da glândula, seja porque ela passa a produzir menos hormônios, situação conhecida como hipotireoidismo, seja porque seja ela passa a trabalhar em excesso, fabricando mais hormônios do que o necessário, caso do hipertireoidismo. Nos dois casos, extremos, o organismo se ressente de várias formas. Afinal, os hormônios tireoidianos agem nos órgãos vitais e participam de diversos processos orgânicos, como a fertilidade, os ciclos menstruais, o crescimento – no caso de crianças e adolescentes –, a capacidade de concentração, as oscilações de humor e a manutenção da memória, entre outros.   Hormônios em baixa no hipotireoidismo Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o hipotiroidismo é a disfunção de tireoide mais comum, afetando com maior frequência as mulheres após a sexta década de vida, em especial aquelas com histórico familiar da condição. Tem, como causa principal, a doença de Hashimoto, uma afecção autoimune em que o organismo produz autoanticorpos que atacam a glândula, inflamando-a, às vezes com aumento de seu volume, e reduzindo sua atividade. O problema também pode ser ocasionado por tratamento anterior de qualquer órgão com iodo radioativo, que destrói as células da tireoide, e por cirurgia local – para remover um nódulo, por exemplo. Nessa situação de insuficiência de hormônios tireoidianos, tudo fica mais lento no organismo, como se o combustível estivesse no fim. Dessa forma, os sintomas podem incluir, além da lentidão característica, cansaço excessivo, sensação de frio, prisão de ventre, irregularidade menstrual, depressão, insônia, redução da memória, batimentos cardíacos diminuídos e dores musculares e articulares, entre outros. Além disso, usualmente há pequeno aumento de peso, assim como elevação dos níveis de colesterol na circulação. O hipotiroidismo é tratado com a reposição do T4, feita com o uso diário do hormônio sintético, a levotiroxina, na dose apropriada para cada pessoa, o que varia bastante de indivíduo para indivíduo, podendo ter ajustes periodicamente e sempre necessitando de acompanhamento do endocrinologista com exames laboratoriais.  Os especialistas avisam que a falta de tratamento empobrece o desempenho físico e mental e favorece o surgimento de doenças cardíacas. Nas gestantes, a disfunção merece atenção dobrada, já que o problema da mãe pode gerar prejuízos ao desenvolvimento do feto. Portanto, o funcionamento adequado da tireoide precisa ser garantido no período gestacional.  Vale lembrar que, ao nascimento, os bebês também são testados para o hipotireoidismo congênito por meio do teste do pezinho, que permite o diagnóstico e o tratamento precoce da condição, uma providência essencial porque a deficiência de hormônios tireoidianos compromete o desenvolvimento neurológico da criança.   Hormônios em excesso no hipertireoidismo Na outra ponta, o hipertireoidismo produz manifestações relacionadas à produção hormonal excessiva por uma tireoide hiperativa – e, portanto, contrárias ao hipotireoidismo. O coração bate muito rápido e de modo irregular, o intestino funciona demais, a pessoa parece estar com duas baterias carregadas, falando e gesticulando muito. Há ainda queixas de calor, aumento da transpiração, tremor nas mãos, irritação nos olhos, irritabilidade, ansiedade, fadiga e perda de peso. A infertilidade também pode ser causada por esse quadro. Contudo, pessoas com aumentos pouco significativos dos hormônios tireoidianos, assim como idosos, podem não ter absolutamente nenhum sintoma. A causa principal do hipertireoidismo é igualmente um problema autoimune, a doença de Graves, uma enfermidade crônica na qual autoanticorpos atacam a glândula e promovem seu aumento, o que leva a uma produção hormonal acima do normal. Em menor proporção, inflamações e nódulos podem dar origem à condição. O tratamento dessa disfunção depende do que a causou, do estado de saúde e da idade do paciente e, claro, do grau dos sintomas. O endocrinologista escolhe a estratégia terapêutica com cuidado, de forma personalizada para o paciente, entre as quais se encontram medicamentos antitireoidianos, que reduzem a quantidade de hormônio, fármacos betabloqueadores, que controlam a taquicardia, e medidas mais impactantes, como a remoção da tireoide por cirurgia ou a aplicação de iodo radioativo – ambas gerando um consequente hipotiroidismo, com necessidade posterior de reposição diária do T4 com levotiroxina.  As disfunções da tireoide são democráticas. Aparecem em qualquer faixa etária, em ambos os sexos, sem que possam contar com medidas de prevenção primária, como ocorre com doenças cardiovasculares. O fato é que, como os sintomas desses distúrbios são inespecíficos, recomenda-se visitar um médico regularmente, fazer exames que medem a atividade da tireoide e, assim, possibilitar o diagnóstico precoce, antes que a condição detectada possa acarretar mais desconforto ou um problema de saúde maior.    Para conhecer a função da tireoide O trabalho da tireoide é controlado pela hipófise, glândula que também faz parte do sistema endócrino e que produz o hormônio estimulante da tireoide (TSH), que, como sugere o nome, a induz a produzir T4 e T3. Assim, o diagnóstico do hipertireoidismo e do hipotireoidismo só depende da dosagem laboratorial desses hormônios no sangue. Na prática clínica, porém, basta conhecer os níveis de TSH e T4 para chegar a um veredicto. Um resultado de TSH alto com T4 baixo indica hipotiroidismo – a tiroide se encontra estimulada, mas, por ter adoecido, não consegue produzir hormônio a contento. Já um resultado de TSH baixo com T4 alto aponta hipertiroidismo – a glândula nem está estimulada, mas, mesmo assim, há hormônio em excesso devido a um processo patológico. Esses exames servem, da mesma forma, para acompanhar o tratamento e para ajustar a dose de levotiroxina. É claro que, para a busca das causas de cada quadro, há necessidade de outros testes, inclusive alguns até de imagem, mas as dosagens de TSH e T4 configuram-se como a base para a detecção das disfunções tireoidianas.

22/07/2019
Prevenção

Acidentes de trabalho, um problema de saúde e da sociedade

Numa sequência clássica do filme de Charles Chaplin, Tempos Modernos, o personagem Carlitos começa a apertar parafusos freneticamente e é tragado pela máquina de produção. Uma brincadeira e, ao mesmo tempo, uma crítica que, ainda hoje, diz muito sobre a relação do homem com o trabalho desde o advento da Revolução Industrial. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 2,3 milhões pessoas morrem e mais de 300 milhões se ferem a cada ano em todo o globo em decorrência de acidentes de trabalho, que incluem não só o incidente típico, com ferimentos de graus variados, como também a doença profissional e a doença do trabalho, sendo a primeira ligada à profissão, como o professor que desenvolve bursite no ombro por passar anos a fio escrevendo na lousa, e a segunda, ao ambiente em que se realiza o trabalho, como o operário que perde a audição por causa da exposição constante a ruídos na linha de produção em que atuava.  Essas ocorrências, além de desequilibrarem tantas famílias, com vidas interrompidas, sequelas físicas irreversíveis e danos à integridade física e até mental dos trabalhadores, ainda têm um custo bastante alto para a sociedade, da ordem de 4% do PIB mundial, de acordo com a OIT, somando dias perdidos de trabalho, pagamento de pensões e gastos com tratamento, reabilitação e reintegração dos acidentados.   Brasil, o quarto em ocorrências de acidentes de trabalho Infelizmente o Brasil ocupa a quarta colocação no ranking dos países que mais registram acidentes de trabalho, posicionando-se atrás apenas da China, da Índia e da Indonésia. Conforme dados do Anuário Estatístico da Previdência Social, entre 2012 e 2016, 3,5 milhões de brasileiros se acidentaram em território nacional durante a execução de sua atividade laboral ou em consequência dela, o que resulta numa média de 700 mil casos por ano.  Esse montante inclui acidentes graves, como fraturas e lacerações, exposições a material biológico e intoxicações, assim como as doenças ocupacionais, a exemplo de lesões por esforços repetitivos/doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho, conhecidas pela sigla LER/DORT, perdas auditivas, dermatoses, pneumoconioses e o chamado câncer ocupacional. Sem contar os acidentes de percurso, que ocorrem da residência para o local de trabalho e vice-versa, qualquer que seja o veículo usado para o deslocamento do trabalhador. E, lamentavelmente, há os casos fatais. De janeiro de 2017 a fevereiro de 2018, o Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho registrou 2.351 mortes com essa causa.  De acordo com os especialistas, os números aqui descritos representam só a ponta do iceberg, já que muitos casos não são notificados, e se devem a práticas pobres de segurança no trabalho e falta de equipamentos proteção individual, do lado das empresas, bem como a descuido e exaustão, do lado do trabalhador.  No Brasil, existe uma cultura de que o acidentado deixa de ser um problema do empregador para se tornar um problema previdenciário. Contudo, a responsabilidade é de todos, do Poder Público, de patrões e de empregados, na medida em que o acidente ou a doença ocupacional, como se já não bastasse tirar do indivíduo seu bem-estar e sua saúde, geram custos que todo contribuinte paga e que poderiam estar sendo investidos em outros benefícios para a sociedade. Entre 2012 e 2017, a hoje tão discutida Previdência Social desembolsou R$ 26,2 bilhões com o pagamento de auxílios-doença e auxílios-acidente, aposentadorias por invalidez e pensões por óbitos de trabalhadores.  Por tudo isso, não fique numa situação de vulnerabilidade. Previna-se no dia a dia de trabalho, cobre providências de superiores e conte com seu médico se tiver alguma queixa ou exposição a risco que estejam relacionados à atividade profissional que realiza.   Ajude a evitar acidentes de trabalho Para quem é empregado: Cobre e utilize equipamentos de proteção individual, tais como luvas, óculos, capacetes, protetores auriculares e outros. Fique atento à necessidade de substituição desses itens. Redobre a atenção ao realizar qualquer atividade de risco dentro de seu escopo de trabalho. Procure fazer treinamentos de segurança com frequência. Caso não estejam disponíveis na empresa, repasse as normas com superiores. Tente encontrar e corrigir pontos de risco dentro do ambiente de trabalho, desde um piso escorregadio até uma falha em uma máquina. Peça a ajuda de um técnico caso não saiba manusear uma máquina ou equipamento. Faça pausas em sua atividade ocupacional, especialmente se realiza movimentos repetitivos.  No escritório, certifique-se da perfeita adaptação de seu corpo ao mobiliário e ao posto de trabalho. Do contrário, solicite orientação de equipe de saúde e segurança. Se opera máquinas e dirige automóveis como parte de sua função, procure dormir bem e avise colegas e superiores se sentir que não está em plenas condições para exercer sua atividade. Caso dirija para ir e voltar do trabalho, faça-o com atenção e obedeça às leis de trânsito. Deixe o carro na garagem se estiver muito cansado.   Para quem emprega: Crie uma política de segurança, disponibilizando a seus empregados um documento com regras claras para evitar acidentes, bem como instruções em caso de ocorrência. As normas devem ser tanto mais rígidas quanto mais perigosa for a atividade da empresa. Mantenha um gestor exclusivo – como um gerente de segurança no trabalho – para verificar se as regras estão sendo cumpridas e estabeleça uma cultura de segurança na empresa. Identifique e corrija possíveis riscos de acidentes, envolvendo seus funcionários nesse trabalho, e mantenha ferramentas por perto para eliminar rapidamente eventuais problemas, se necessário for. Promova treinamentos de segurança regularmente, incluindo aqueles voltados para o combate a incêndios, de forma que as pessoas conheçam bem as rotas de fuga e identifiquem quem pode liderá-las nessas situações – os brigadistas. Mantenha sempre um kit de primeiros socorros num local de fácil acesso para evitar que os ferimentos em acidentados se agravem. Quantifique e analise cada acidente, avaliando o que poderia ter sido feito para evitá-lo e traçando um plano de prevenção. Identifique possíveis perigos no ambiente de trabalho com placas de sinalização, por exemplo.   Certifique-se de que todas as áreas da empresa tenham boa luminosidade, inclusive o escritório, e invista em mobiliário ergonômico.  

15/07/2019
Prevenção

Anemia falciforme

Quando o problema está na forma da célula sanguínea Uma das doenças genéticas mais comuns no Brasil, a anemia falciforme caracteriza-se por uma alteração nos glóbulos vermelhos do sangue, que, devido a um defeito genético, a hemoglobina (proteína que transporta oxigênio pela circulação), adquire o formato de foice, ou meia-lua, em lugar da forma tradicional, arredondada. As células falciformes, ao contrário das normais, são pouco flexíveis e não conseguem passar adequadamente pelos vasos sanguíneos menores, obstruindo-os em diferentes órgãos do corpo. Além de causar anemia desde o nascimento, por conta da má distribuição de oxigênio ao organismo pela hemoglobina defeituosa – a hemoglobina S –, a doença provoca icterícia, aquele aspecto amarelado da pele e dos olhos, devido à morte precoce das células sanguíneas, e dores em ossos, músculos e articulações, decorrentes da oclusão dos vasos, também chamadas de crises de falcização. Como se não bastasse, essas crises são ainda precipitadas por exposição a temperaturas frias e pela desidratação, já que o portador da condição costuma perder mais água que o normal porque não consegue concentrar a urina.  A vulnerabilidade a infecções é outra característica da anemia falciforme. Ocorre que a destruição dos vasos afeta brutalmente o baço, importante órgão produtor de anticorpos e de linfócitos, e vai minando sua função, o que abre espaço para os invasores proliferarem. Por isso, o surgimento de febre configura um sinal de alerta, especialmente nos pequenos, uma vez que as infecções são a principal causa de morte em crianças com a condição. O entupimento dos capilares, veias e artérias pelas células falciformes ainda pode ocasionar complicações graves, como infarto agudo do miocárdio, doença renal crônica, embolia pulmonar e acidente vascular cerebral, além de impactar outros órgãos.   Diagnóstico precoce da anemia falciforme previne complicações O quadro clínico da anemia falciforme já aparece no primeiro ano de vida, como a suscetibilidade a infecções, em virtude do mau funcionamento do baço, o que justifica sua pesquisa logo ao nascimento. Não por acaso, a doença é rastreada em todos os recém-nascidos em território nacional pelo teste do pezinho. Havendo alteração nessa triagem, a família é reconvocada para a realização de um exame de sangue confirmatório no bebê, denominado eletroforese de hemoglobina. Uma vez feito o diagnóstico, o portador precisa receber uma série de cuidados para reduzir as consequências da anemia, as crises de dor e a suscetibilidade a infecções. Na prática, isso inclui boa nutrição, não só com alimentação, mas com suplementação de ácido fólico, para controle da anemia, uso de antibióticos, tanto para prevenir quanto para tratar infecções, manutenção de hidratação adequada e proteção contra temperaturas adversas. O tratamento ainda pode exigir outras medidas, conforme a evolução do quadro em cada paciente, a exemplo de transfusões regulares de sangue. A cura depende de transplante alogênico de medula óssea. A dificuldade, no entanto, é encontrar um doador compatível e garantir que o paciente esteja em boas condições de saúde para realizar o procedimento. No futuro, acredita-se que a terapia gênica possa trazer boas perspectivas para esse grupo, visto que a doença deriva de uma mutação genética que causa o defeito na hemoglobina. Para ser portador dessa falha, é necessário ter herdado o gene alterado da mãe e do pai. Se apenas um dos genitores transmitir a alteração, a pessoa terá o traço falciforme, passando-o a seus descendentes, mas não manifestará a condição. A anemia falciforme é considerada um problema de saúde pública no mundo, justamente por afetar os países mais pobres. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 300 mil crianças ao redor do globo nascem com a doença a cada ano, a maior parte na África Subsaariana. No Brasil, com base nos dados do teste do pezinho, o Ministério da Saúde calcula uma incidência anual de 3.500 casos novos, sobretudo na Bahia, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Ao fazer seu planejamento familiar, converse com seu médico sobre a possibilidade de rastrear essa e outras doenças genéticas antes mesmo da concepção.  

15/07/2019
Prevenção

Você sabe a diferença entre gripe e resfriado?

Diante de qualquer manifestação envolvendo as vias respiratórias, não raro as pessoas logo relatam que estão gripadas. Quem nunca? Mas, muito embora possam ter manifestações semelhantes, como febre, tosse e dor no corpo, gripes e resfriados guardam diferenças quanto ao quadro clínico e à gravidade.  Os resfriados são causados por mais de 200 vírus diferentes, em especial da família do rinovírus. Iniciam-se lentamente, com os sintomas aparecendo de forma gradativa, e costumam se resolver de modo rápido, necessitando apenas de medicamentos para aliviar os sintomas, como analgésicos e antitérmicos. O próprio organismo dá cabo da infecção ao fim de alguns dias, desenvolvendo defesas para combater o vírus.  Nas pessoas mais vulneráveis, evidentemente, podem ocorrer complicações. Bebês, quando infectados pelo vírus sincicial respiratório, por exemplo, têm risco de evoluir para bronquiolite, uma inflamação nos bronquíolos que exige acompanhamento médico bem próximo.   Gripe inspira maior cuidado Já a gripe provém da ação do vírus influenza, que possui três tipos: o A, com dois subtipos em circulação atualmente, segundo o Ministério da Saúde, sendo um deles o H1N1, o causador da gripe suína, além do B e do C. Começa com uma febre alta, repentina, acompanhada de tosse seca e mal-estar geral.  Embora também possa ser debelada pelo sistema imunológico, devido à agressividade do quadro e ao risco de progressão para a síndrome respiratória aguda grave, não é incomum a prescrição de antivirais para o tratamento dos pacientes – aí sim – gripados, de preferência nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas. Nesses casos, precisa haver previamente o diagnóstico de infecção pelo influenza. Para tanto, hoje existem testes rápidos, feitos por métodos de biologia molecular, que conseguem dar essa resposta em poucas horas.   Como prevenir a gripe  Não custa lembrar que a gripe pode ser prevenida por vacina, que precisa ser aplicada uma vez por ano porque as cepas do vírus em circulação se modificam a cada temporada. Anualmente, no mês de setembro, a Organização Mundial da Saúde recomenda as cepas que devem ser utilizadas na fabricação dos imunizantes para o próximo ano no Hemisfério Sul.  Os resfriados não contam com esse recurso, mas o número de episódios pode ser diminuído com algumas medidas, como lavar as mãos com frequência, alimentar-se bem, manter uma hidratação adequada do corpo, ter um sono reparador e evitar locais fechados no frio, nos quais os agentes infecciosos são transmitidos com mais facilidade, entre outras providências.

08/07/2019
Alimentação

Alergia alimentar: conheça causas e sintomas

É muito frequente encontrar pessoas alérgicas, já que pelo menos 30% da população brasileira apresenta algum tipo de alergia, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai). A doença consiste na resposta exagerada do sistema de defesa a um alérgeno, seja ele a poeira doméstica ou os polens, nos casos de alergia respiratória, seja a proteína de determinado alimento, no caso de alergia alimentar. Afetando 6-8% das crianças e 2-3% dos adultos, de acordo com a Asbai, a alergia alimentar é uma reação adversa que ocorre depois da ingestão de determinados alimentos ou aditivos alimentares. Pode desencadear manifestações na pele, no sistema respiratório e no sistema digestório ou, ainda, envolver vários órgãos, culminando no que se chama de reação anafilática, uma condição grave, que precisa ser revertida imediatamente.  Todo alimento tem potencial de causar alergia, porém os mais envolvidos com esses quadros são o leite de vaca, o ovo, a soja, os crustáceos, o trigo e os peixes. Além disso, há possibilidade de reações cruzadas. Quem sabidamente é alérgico a camarão pode não tolerar mariscos, ostras e afins. Do mesmo modo, a sensibilidade ao amendoim não raro se estende a grãos como soja, ervilha e feijões.  A reação adversa a conservantes, corantes e outros aditivos alimentares ocorre mais raramente, mas deve ser valorizada. Entre os agentes mais comuns desse grupo, vale destacar o corante tartrazina, usado em sucos artificiais, gelatinas e balas, assim como o glutamato monossódico, que entra em alimentos salgados, a exemplo de temperos, e os sulfitos, que conservam frutas desidratadas, vinhos e sucos, além de serem adicionados a alguns medicamentos.   A reação alérgica ocorre sempre logo depois de ingerir o alimento? O diagnóstico costuma ser feito pelo alergista por meio de um completo detalhamento da história do paciente, que inclui o relato dos alimentos ingeridos de forma rotineira e eventual para que o médico possa associar sintomas à ingestão, bem como do exame físico. Nas crianças, os casos envolvem principalmente leite e ovo, enquanto, nos adultos, o camarão é o maior implicado. De qualquer forma, nem sempre as reações ocorrem logo após o consumo, o que dificulta a identificação da doença. Para ajudar a esclarecer o quadro, o especialista pode pedir testes alérgicos cutâneos e exames de sangue. O tratamento consiste no uso de anti-histamínicos para controlar os sintomas e na retirada, da dieta, do alimento que provoca alergia, sempre com o cuidado de substituí-lo adequadamente para evitar deficiências nutricionais – o que é crucial em crianças para evitar prejuízos a seu pleno desenvolvimento. O paciente e os familiares são orientados para que evitem novos contatos com o agente causador da alergia e para que se habituem a ler rótulos em busca da presença do alimento e de nomes associados, como, ainda no caso do leite, manteiga, soro, lactoalbumina ou caseinato.  Essa missão foi simplificada com a resolução RDC 26/2015, da Anvisa, que determina que os fabricantes informem, no rótulo dos produtos, a existência de até 17 alimentos potencialmente causadores de alergia. A mesma norma também exige que os rótulos exibam avisos de que podem conter traços desses alimentos. Isso porque há industrializados que, mesmo sem ter nenhum deles, são fabricados em máquinas que processam produtos que levam efetivamente tais itens em sua composição. Um biscoito feito com água, farinha e sal, por exemplo, pode ser produzido no mesmo maquinário que um outro, composto de ovos e leite, tendo, portanto, possibilidade de contaminação cruzada.     O que fazer quando a alergia ocorre por exposição acidental? Apesar dos cuidados, excluir totalmente um item da dieta não é missão fácil e a exposição acidental acaba acontecendo com muita frequência, de acordo com os especialistas. Nesses casos, as reações leves podem ser controladas com os anti-histamínicos ou até desaparecerem espontaneamente. Contudo, para o grupo com histórico de reações mais graves, recomenda-se até andar com medicamentos próprios para a reversão dos sintomas – um autoinjetor de adrenalina. Mesmo assim, essas pessoas devem ser encaminhadas para um serviço médico após a exposição porque há risco de uma segunda reação tardia. Felizmente, o prognóstico costuma ser bom na alergia alimentar. Segundo a Asbai, cerca de 85% das crianças deixam de reagir à maioria dos alimentos que lhes causa alergia entre os 3 e os 5 anos, sobretudo ovos, leite, trigo e soja, que, afinal, estão nos produtos industrializados e nos cardápios mais comuns. Para tanto, o especialista vai fazendo a reintrodução gradual do alimento. Já a sensibilidade a amendoim, nozes, crustáceos e peixe costuma permanecer pela vida toda.   Como prevenir a alergia alimentar na primeira infância? Por se tratar de uma doença que afeta crianças, parece razoável identificar quem pode ter esse quadro, em especial na primeira infância, quando o leite de vaca responde por grande parte da dieta. Mas, na prática, a preocupação deve existir justamente em famílias de alérgicos, já que, segundo a Asbai, de 50% a 70% dos pacientes com alergia alimentar têm parentes com o mesmo problema. Além disso, se tanto o pai quanto a mãe apresentarem qualquer tipo de condição alérgica, a chance de gerarem um filho com alergia alimentar chega a 75%. Nesse grupo, portanto, os especialistas estimulam ainda mais o aleitamento materno, assim como a introdução tardia dos alimentos mais associados a quadros de alergia: sólidos somente após o sexto mês de vida, leite de vaca após 1 ano de idade, ovos aos 2 anos e amendoim, nozes e peixes apenas depois dos 3 anos.    Se você suspeita de alguma ligação entre a ingestão de alimentos e reações adversas, procure um alergista para esclarecer o quadro. Conheça os sintomas da alergia alimentar Reações na pele: placas salientes na superfície do corpo (urticária), inchaço, coceira e inflamação cutânea (dermatite atópica). Reações gastrointestinais: diarreia, vômitos, dor no abdome e, nas crianças, perda de sangue nas fezes, com consequente anemia e atraso no crescimento. Reações respiratórias: tosse, chiado no peito e rouquidão. Raramente, pode haver obstrução nasal. Reação anafilática: coceira generalizada, inchaço, dificuldade respiratória, diarreia e vômitos, dor abdominal, aperto na garganta e no peito, queda da pressão arterial, descompasso dos batimentos cardíacos e incapacidade do sistema vascular de irrigar todos os tecidos do corpo (choque vascular).  

08/07/2019
Prevenção

A saúde dos olhos pede atenção

Estima-se que 80% da relação do ser humano com o mundo ocorra por meio da visão, segundo o Projeto Olhar Brasil, do Ministério da Educação e do Ministério da Saúde. Apesar disso, muitas vezes só nos damos conta de importância desse sentido quando algo o prejudica. E isso não constitui um evento raro. De acordo com dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira, 253 milhões de pessoas ao redor do mundo estão cegas ou apresentam grande dificuldade para enxergar. Felizmente, no entender da Organização Mundial de Saúde (OMS), a maioria desses casos pode ser evitada por meio de tratamentos ou de estratégias preventivas. A prevenção de doenças oculares requer alguns cuidados no dia a dia, a maior parte de fácil acesso, mas depende de visitas regulares ao oftalmologista, uma vez que os primeiros sinais de doenças que resultam em perda de visão, se não tratadas a tempo, só podem ser flagrados nessas consultas. Da mesma forma, esse especialista consegue identificar erros de refração, como a miopia e o astigmatismo, e fornecer o caminho para a correção de tais problemas – a prescrição de óculos de grau ou lentes de contato ou mesmo a cirurgia. Na prática, recomenda-se que a criança seja levada anualmente ao oftalmologista até os 8 anos de idade, especialmente por conta de erros refrativos que ela não consegue verbalizar e, que, não raro, podem estar por trás de uma dificuldade de aprendizado, por exemplo, ou de uma queixa constante de dor de cabeça. Dos 8 aos 40 anos de idade, o intervalo das consultas pode ser maior, de dois em dois anos ou conforme recomendação médica, desde que não haja sintomas nem histórico de doenças oculares na família.  Dos 40 anos em diante, no entanto, devem ser retomadas as avaliações oftalmológicas anuais. Nessa fase, com frequência surgem outras queixas, como a dificuldade de ler de perto, que caracteriza a presbiopia, corrigida geralmente com óculos para leitura. Ainda que não haja nada de diferente nos olhos, a partir dessa idade o oftalmologista precisa medir a pressão intraocular, para detectar e deter o avanço do glaucoma, e avaliar o estado das estruturas do fundo do olho, buscando diagnosticar precocemente doenças como a catarata, a degeneração macular e a retinopatia diabética, que, juntamente com o glaucoma, estão entre as principais causas de cegueira em adultos e idosos no Brasil. O fato é que a regularidade do check-up ocular pode prevenir e resolver, se não todas, a maioria das causas de cegueira e baixa acuidade visual. Assim sendo, não deixe de priorizar também essa necessidade na sua agenda de saúde e jamais se acostume com quaisquer queixas visuais, por mais corriqueiras que pareçam.  8 cuidados à vistaSe apenas o oftalmologista consegue observar alterações nos olhos que somos incapazes de perceber, no dia a dia há várias medidas que podemos adotar para a manutenção da saúde ocular:  Proteja seus olhos da exposição ao sol, que agrava a catarata e pode causar dano irreversível às células da retina. Para tanto, use óculos escuros com lentes que possuam fator de proteção contra raios ultravioleta, mesmo em dias nublados. Não pingue colírios nos olhos sem prescrição médica e, mesmo quando houver indicação, só aplique o medicamento pelo tempo recomendado pelo oftalmologista. Especialmente os que contêm corticoides podem elevar a pressão intraocular e dar origem ao glaucoma secundário. Opte por maquiagem hipoalergênica para a região dos olhos e, ainda assim, sempre a remova antes de dormir para não entupir os folículos pilosos, o que pode causar terçóis doloridos. Evite produtos cosméticos para a limpeza. Shampoo de bebê neutro e água dão conta do recado. Não coce os olhos. Esse hábito agrava os quadros de irritação e ainda pode levar à região agentes infecciosos que provocam não só doenças oculares, a exemplo de conjuntivites, como também nas vias aéreas – gripes e resfriados são um bom exemplo. Não tente remover qualquer corpo estranho dos olhos com pinças ou outros instrumentos pontiagudos, ainda que seja um prosaico cílio. Procure um oftalmologista em caráter de emergência. Se você trabalha com atividades que podem desprender partículas ou gotículas capazes de comprometer a saúde de seus olhos, use protetores oculares. Evite o diabetes. Tenha uma dieta saudável, pratique exercícios físicos regulares e mantenha-se no peso ideal para sua altura e gênero. Faça intervalos no uso de computador e de dispositivos móveis para descansar os olhos da luminosidade das telas. Sintomas de problemas na visão: quando procurar o oftalmologista Além de fazer as consultas de rotina, conforme sua faixa etária, sempre procure um oftalmologista na presença de:- Lacrimejamento durante ou após esforço visual;- Sensação de olho seco;- Secreção;- Olhos vermelhos;- Crosta nos cílios;- Necessidade de apertar ou mesmo de arregalar os olhos para enxergar;- Necessidade de se aproximar muito para ver e ler;- Necessidade de afastar o objeto ou texto para poder visualizá-lo;- Necessidade de inclinar a cabeça para ver e ler;- Visão embaçada;- Sensibilidade à luz;- Dores de cabeça;- Visão dupla;- Desvio ocular.

01/07/2019
Prevenção

Teste de pezinho

Mais do que um diagnóstico, a oportunidade de viver plenamente Além do teste de Apgar, no qual o recém-nascido é avaliado quanto a fatores como frequência cardíaca, respiração, tônus muscular, prontidão reflexa e cor da pele, nas horas seguintes ao nascimento o bebê passa por outras avaliações, algumas obrigatórias, outras recomendadas. Entre as obrigatórias está a triagem neonatal, mais conhecida como teste do pezinho. O exame consiste na coleta, em papel-filtro, de algumas gotinhas de sangue do calcanhar do bebê entre o terceiro e o quinto dia de vida – tempo necessário para o organismo do pequeno já estar trabalhando sozinho. O objetivo é pesquisar doenças congênitas importantes, que causam prejuízo à saúde física e mental da criança, antes mesmo que ela possa apresentar sintomas, e permitir que os médicos possam intervir em tempo hábil.  Na rede pública, o teste está disponível gratuitamente desde 1992 e investiga seis doenças, as mais prevalentes na população de neonatos: o hipotireoidismo congênito, a fibrose cística, a anemia falciforme e outras hemoglobinopatias, a fenilcetonúria, a hiperplasia adrenal congênita e a deficiência de biotinidase. A amostra é enviada para um serviço de referência nesse tipo de análise. Em São Paulo, vai para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), entidade que implementou o método no Brasil em 1976. Se houver alguma alteração na triagem, a família é reconvocada para que o bebê realize um exame específico para a condição suspeita, a fim de confirmá-la ou afastá-la. Uma vez fechado o diagnóstico, o pediatra consegue estabelecer a conduta rapidamente, o que, para as crianças, pode fazer toda a diferença entre um desenvolvimento normal e algum grau de atraso físico ou mental. Num caso de fenilcetonúria, por exemplo, a terapêutica consiste na adoção de uma dieta com baixo teor de fenilalanina, aminoácido presente em alimentos proteicos. As crianças que nascem com a doença acumulam essa substância e, sem a instituição da dieta alimentar antes dos 3 meses de vida, acabam apresentando atraso global do desenvolvimento neuropsicomotor, deficiência intelectual, hiperatividade ou autismo, convulsões e problemas de pele. Ainda que o portador da condição precise passar a vida controlando o que ingere e recorrendo a fórmulas especiais, ter uma informação como essa logo ao nascer representa um benefício inestimável, que justifica a realização do rastreamento em todos os recém-nascidos.  Teste do pezinho ampliado: qual a diferença? É com esse raciocínio que a rede particular vem oferecendo, há algumas décadas, versões ampliadas do teste, que rastreiam de 10 a 53 condições graves ao nascimento, entre afecções metabólicas, congênitas e infecciosas. Recentemente, as triagens passaram a incluir ainda a pesquisa de alguns defeitos inatos da imunidade, denominados imunodeficiências primárias, que, em geral, apresentam um prognóstico muito ruim quando identificados tardiamente. Embora essas enfermidades sejam – felizmente – pouco frequentes, o diagnóstico e o tratamento precoce de qualquer uma delas muda o destino da criança, dando-lhe uma oportunidade de viver com saúde e quase sem limitações.  Caso faça planos de aumentar a família ou já esteja prestes a receber um herdeiro, não deixe de conversar com seu médico sobre as opções disponíveis de triagem neonatal. Quais são as doenças rastreadas pelo teste do pezinho? Anemia falciforme e outras hemoglobinopatias: alterações anormais da hemoglobina, proteína que transporta o oxigênio no sangue, as quais dificultam a circulação e a devida oxigenação das células. Podem causar atraso no crescimento e infecções generalizadas. Exigem acompanhamento frequente de uma equipe multidisciplinar para a adoção de medidas terapêuticas conforme cada necessidade, como transfusões.  Deficiência de biotinidase: doença metabólica caracterizada por um defeito da enzima biotinidase, que responde pela absorção da biotina dos alimentos, vitamina presente em diversos alimentos da alimentação normal. Quando não corrigida, ocasiona distúrbios neurológicos e problemas de pele. Contudo, o tratamento é simples e se baseia no uso diário da biotina. Fenilcetonúria: deriva de um defeito na produção da enzima fenilalanina hidroxilase, que leva o portador a acumular o aminoácido fenilalanina. O diagnóstico precoce permite a instituição precoce da conduta, de modo que, ao deixar o aleitamento exclusivo, o bebê já receba uma fórmula com baixo teor de fenilalanina e, assim, não corra risco de comprometimento neurológico. Fibrose cística: doença genética que afeta o funcionamento das glândulas que produzem muco, suor e enzimas pancreáticas, tornando essas secreções mais espessas, com repercussões importantes para os pulmões, o pâncreas e o sistema digestório. O tratamento consiste no uso de medicamentos, em especial para reduzir as complicações pulmonares e garantir a absorção de nutrientes. Hipotireoidismo congênito: ocorre quando a glândula tireoide do bebê não produz adequadamente os hormônios tireoidianos, T3 e T4, o que, sem tratamento com reposição do hormônio sintético, a levotiroxina, determina danos neurológicos permanentes.  Hiperplasia adrenal congênita: alteração na glândula adrenal, decorrente de defeitos enzimáticos que causam a falta dos hormônios cortisol e aldosterona, fundamentais para o crescimento e o equilíbrio de minerais no organismo. A forma mais grave resulta na perda acentuada de sal, uma emergência em Pediatria. A condição é tratada com glicocorticoides, para resolver a falta de cortisol, e mineralocorticoides, para equilibrar os sais minerais.   

24/06/2019
Prevenção

Asma sob controle

Uma das doenças respiratórias mais comuns, a asma afeta 5% da população geral, segundo a Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia, e 10% das crianças. Caracteriza-se por uma reação inflamatória exagerada do organismo, que, quando exposto a um agente irritante, fecha os brônquios, cujas ramificações transportam o ar para os alvéolos pulmonares, onde ocorrem as trocas gasosas – a saída do gás carbônico e a entrada do oxigênio, que cai na circulação. Por isso, durante a crise, a inspiração e, sobretudo, a expiração ficam comprometidas, o que ocasiona falta de ar, chiado no peito, tosse seca e respiração rápida e curta. Essas manifestações pioram à noite, atrapalhando o sono, e nas primeiras horas da manhã, inclusive após atividades físicas ou do dia a dia. Esse sufoco, literalmente, decorre de uma combinação de fatores genéticos, ou seja, predisposição a alergias, herdada dos pais, com fatores ambientais, como exposição à poeira doméstica, a ácaros, a polens e a fungos, entre outros alérgenos, exposição a odores fortes, mudanças bruscas de temperatura e infecções causadas por vírus. Na prática, portanto, a criança já nasce com essa propensão e, ao entrar em contato com um ou mais desses estímulos, apresenta a primeira crise, que, apesar de poder ser controlada com medicamentos, acaba se repetindo sempre que a pessoa se vê diante dos mesmos gatilhos, em qualquer idade. O diagnóstico é clínico, baseado na história e nos sintomas, e pode contar com o apoio de algumas provas respiratórias, exceto nas crianças pequenas, a exemplo do teste de broncoprovocação, que quantifica a resposta do organismo diante de um estímulo, e da espirometria, que mede a função pulmonar, já que a doença pode acarretar alterações no funcionamento dos pulmões. Como a maioria dos casos tem origem alérgica, também podem ser realizadas dosagens sanguíneas ou testes cutâneos para a pesquisa dos alérgenos que desencadeiam crises. Muitos asmáticos não toleram pelos de animais, por exemplo, mas nem todos apresentam essa mesma sensibilidade. Medicamentos e educação para tratar a asma O tratamento da asma requer broncodilatadores para reduzir o reflexo da musculatura dos pulmões de contrair os brônquios, combinados a corticoides inalatórios para diminuir a inflamação, que, como se não bastasse, ainda produz muito muco para atrapalhar o caminho do ar até os alvéolos pulmonares. As conhecidas bombinhas hoje associam as duas categorias de medicamentos. As doses dos remédios costumam ser aumentadas nas crises e reduzidas quando visam apenas à manutenção da doença. Os especialistas preferem dizer que a asma não tem cura, mas controle. Dada a predisposição genética e a permanente exposição a agentes irritantes – por mais que alguns sejam evitados, quem mora nas grandes cidades, por exemplo, vai estar sempre exposto à poluição e à poeira –, a possibilidade de apresentar uma crise pode persistir ao longo da vida. Assim, é imperativo que o tratamento inclua medidas educativas e de gerenciamento dos fatores que agravam a doença para que o indivíduo viva bem com a asma e reduza a dependência dos medicamentos. Ademais, tanto familiares quanto o paciente precisam aprender a manejar as crises, de modo que possam identificar quando ela está chegando, tomar as providências necessárias antes que os sintomas se agravem e, caso estas não surtam os resultados esperados, procurar um serviço de emergência. Como em qualquer doença que afeta a respiração, um dos processos vitais para o organismo, não dá para perder tempo nesses casos. Mantenha sempre o acompanhamento médico e não hesite em buscar ajuda profissional se tiver qualquer dúvida no intervalo entre as consultas. Para evitar a chiadeira - Previna-se contra gripes e resfriados, lavando sempre as mãos com água e sabonete ou usando álcool gel 70%, mas especialmente ao ter contato com pessoas e superfícies contaminadas. Tome também a vacina anual contra o influenza, vírus causador da gripe, disponível na rede pública para quem tem asma.- Fique longe do cigarro e de quem fuma. Numa família de asmáticos, esse hábito é uma péssima ideia.- Mantenha o ambiente em que vive limpo e arejado, livre de poeira e ácaros. Recomenda-se dar cabo dos itens que acumulam muito pó, como cortinas e tapetes, especialmente no quarto de asmáticos. - Use colchões, travesseiros e cobertores antialérgicos. Na ausência deles, o bom e velho costume de expor essas peças ao sol diariamente ajuda a eliminar ácaros.- A possibilidade de ter um cachorro ou gato deve ser repensada. Além dos pelos, que podem servir como gatilho de crises, a descamação da pele, a saliva e a urina dos animais igualmente funcionam como agentes irritantes para portadores de asma.- Outros inalantes podem desencadear crises, como odores desprendidos de tinta e solventes, produtos de limpeza ou de higiene pessoal, perfumes, além de qualquer fumaça. Procure não ter contato com esses possíveis irritantes.- Evite mudanças bruscas de temperatura. Por exemplo, não saia do banho quente para a rua num dia frio, nem entre num ambiente super-refrigerado num dia tórrido de verão. - Agasalhe-se bem no frio e não respire pela boca quando estiver andando na rua. Respirar pelo nariz aquece o ar que chega aos pulmões.- Procure se exercitar todos os dias, sempre de forma moderada, com supervisão médica. Atividades que trabalham os músculos respiratórios, como a natação, são particularmente recomendadas.- Tome muito líquido, por volta de dois litros por dia, para ajudar a diluir a secreção brônquica e facilitar a saída desse muco.- Invista em uma alimentação saudável, com muitas fibras, que ajudam a controlar o peso e reduzir os processos inflamatórios no organismo, inclusive o que está por trás da asma. - Procure controlar a ansiedade e o pânico nos momentos de crise, pois esse estado pode exacerbar a reação de defesa da musculatura dos pulmões.   Quando procurar um pronto-socorro numa crise de asma Sintomas mais intensos que os habituais; Dificuldade em falar as frases de uma única vez; Uso inadequado dos inaladores devido à intensidade da falta de ar; Efeito muito curto da bombinha, com retorno rápido dos sintomas; Sensação de exaustão e falta de posição; Presença de unhas e lábios azulados (cianose).

21/06/2019
Prevenção

Prepare-se para as doenças típicas do inverno

A chegada daquele vento gelado de inverno coincide com a grande procura das pessoas pelos serviços de saúde, em busca de alívio para os sintomas das doenças típicas da estação, como coriza, tosse, espirros, febre, dor no corpo e mal-estar geral, entre outros, decorrentes de gripes, resfriados e alergias. A verdade é que não é fácil escapar de uma infecção respiratória ou mesmo de uma crise alérgica nos meses mais frios do ano. Claro que há explicações técnicas para esse fenômeno. A baixa umidade do ar entre junho e setembro, combinada a uma maior concentração de poluentes na atmosfera das grandes cidades, deixa as vias respiratórias mais secas e desprotegidas, especialmente o nariz e a garganta. Com menor capacidade de barrar visitantes indesejáveis, vírus e bactérias, além de agentes irritantes, como ácaros e fungos – terríveis para os alérgicos –, conseguem ingressar no sistema respiratório mais facilmente. Se já contam com uma porta de entrada mais acessível e pouco vigiada, os microrganismos causadores de doenças ganham reforço em seu time nessa época do ano, uma vez que o inverno leva as pessoas a se concentrarem mais em ambientes fechados, o que facilita a proliferação dos agentes infecciosos. Para ter uma ideia, um único espirro pode conter até 40 mil gotículas e sai do nariz a 45 metros por segundo, de acordo com um trabalho publicado no periódico científico Journal of the Royal Society Interface. Com essa potência, consegue contaminar um espaço fechado por até seis horas. Não por acaso, é tão comum pegar um resfriado numa sala de aula ou num vagão de metrô.   Variações de temperatura podem aumentar doenças no inverno Para completar, as mudanças bruscas de temperatura também levam as pessoas a contraírem mais doenças respiratórias. De acordo com pesquisadores da Universidade de São Paulo que fizeram um estudo sobre essa relação, portadores de afecções alérgicas, como rinite e asma, sofrem mais diante da chegada súbita de uma frente fria depois de um dia relativamente quente. Para um asmático, por exemplo, é muito provável que essas variações climáticas repentinas signifiquem maior necessidade de uso de medicação e, não raro, de idas ao pronto-socorro por conta de crises não controladas. De qualquer modo, os mais afetados estão nos extremos etários, ou seja, crianças menores de 5 anos e idosos, por conta da fragilidade de seu sistema de defesa, o que faz com que mesmo os resfriados possam se transformar em problemas mais importantes, como sinusites e pneumonias. O fato é que, nesses grupos, não dá para esperar os sintomas desaparecerem só com repouso e medicamentos sintomáticos, notadamente quando há febre e tosse produtiva. Convém fazer uma consulta com um médico da confiança da família ou se dirigir ao pronto atendimento mais próximo. Dicas para se proteger das doenças de inverno Vacine-se anualmente contra a gripe. A Sociedade Brasileira de Imunizações recomenda a vacina para todas as pessoas a partir de 6 meses de idade, independentemente da vulnerabilidade. Na rede pública, crianças de 6 meses a 5 anos, idosos, portadores de doenças crônicas e imunossuprimidos, entre outros grupos especiais, têm prioridade. Lave as mãos com água e sabão com frequência. Esse cuidado prosaico é vital para levar embora vírus que tenham sido transmitidos por pessoas ou superfícies contaminadas. Ingira bastante água para hidratar as vias aéreas, sempre em quantidade suficiente para deixar a urina amarelo-clara. Consuma alimentos ricos em vitamina C – frutas ácidas, couve e brócolis, além de produtos enriquecidos com esse nutriente. Lave as narinas diariamente com soro fisiológico. Coloque bacias e toalhas molhadas nos ambientes para torná-los mais úmidos. O umidificador de ar é uma opção, mas requer uma manutenção impecável. Sem boa limpeza, o aparelho pode acabar espalhando mais agentes infecciosos pela casa. Cuide bem de sua imunidade com uma alimentação saudável e um bom sono. Evite permanecer em lugares fechados em que haja muita gente. É mais saudável ir a um parque num dia frio ensolarado do que numa sessão de cinema lotada. Agasalhe-se bem ao sair de casa e cubra a boca e o nariz para aquecer o ar que vai entrar pelas vias respiratórias – aquele cachecol quentinho dá conta do recado. Mantenha a casa bem limpa e livre de poeira, especialmente os quartos onde as pessoas mais vulneráveis dormem. Não mande as crianças para a escola se tiverem febre e outros sintomas típicos de gripes e resfriados. Numa sala de aula fechada, o risco de contágio é muito alto. Caso esteja com sintomas, cubra sua tosse ou espirro com um lenço descartável ou mesmo com as mãos, lavando-as bem a seguir. Em caso de gripe por H1N1, pode ser recomendável usar máscara até que não exista mais possibilidade de transmissão do agente.

10/06/2019
Prevenção

Hemofilia: quando o sangue não coagula

Nos casos em que alguma parte do corpo sofre um ferimento e começa a sangrar, as proteínas – que são os elementos responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento de todos os tecidos corporais – entram em ação para estancar o sangramento. Esse processo é chamado de coagulação. As pessoas portadoras de hemofilia, uma doença genética com a qual já se nasce, não possuem essas proteínas e, por isso, sangram mais do que o normal. Existem vários fatores da coagulação no sangue, que agem em uma sequência determinada para que, ao fim desta, o coágulo seja formado e o sangramento, interrompido. Em uma pessoa com hemofilia, um desses fatores não funciona e, portanto, o coágulo não se forma e o sangramento continua. Quando o fator VIII dessa sequência está faltando, temos a hemofilia A; se for o fator IX, a hemofilia B. Para o diagnóstico da doença, usam-se exames de sangue que medem justamente esses fatores de coagulação. Os sangramentos muitas vezes podem ser espontâneos ou decorrentes de traumas leves, externos, tais como cortes na pele e sangramentos na gengiva ou no nariz, ou internos, especialmente em articulações – as mais acometidas são joelho, tornozelo e cotovelo – e músculos, provocando inchaço, dor e dificuldade de movimento. Mais tardiamente, deformidades articulares podem ocorrer. É possível tratar a hemofilia O tratamento da doença, que, segundo a Federação Mundial de Hemofilia, afeta cerca de 12 mil pessoas no Brasil nos dias atuais, principalmente do sexo masculino, evoluiu bastante e se baseia na reposição dos fatores de coagulação com o uso de concentrados de origem plasmática, feitos com plasma humano purificado e inativo, ou de origem recombinante, produzidos em laboratório por biotecnologia. Ao utilizar a medicação, o hemofílico volta a ter todos os fatores de coagulação presentes, permitindo que o sangue coagule normalmente. Pessoas já diagnosticadas, que têm a forma mais leve da doença, podem fazer essa terapia por demanda, quando apresentam algum trauma ou quando sabem que vão se expor a algum risco. De forma geral, no entanto, quanto mais precocemente começam a terapia, menos os portadores apresentam sangramentos e suas sequelas – em especial as deformidades articulares –, sobretudo nas formas mais graves da enfermidade. A hemofilia pode ser leve, moderada ou grave. Alguns hemofílicos não possuem o fator coagulante em seu sangue. Outros têm algum, porém não o suficiente para fazer parar todas as hemorragias. Há hemofílicos que apresentam hemorragias todas as semanas, outros, todos os meses, e alguns, somente uma vez por ano. A frequência com que uma pessoa hemofílica tem hemorragias depende da quantidade de fator no sangue. Por conta disso, os especialistas preconizam a chamada profilaxia primária. Como a hemofilia pode ser diagnosticada muito cedo, já se indica a reposição diante do primeiro episódio de sangramento, se o quadro ficar confirmado, antes mesmo de haver uma segunda queixa. Para esses casos, incentiva-se que a família aprenda a fazer a infusão do concentrado na criança e que esta, à medida que vá crescendo, também se capacite no futuro, de forma que o núcleo familiar fique menos dependente do hemocentro. Assim, pacientes e seus familiares só precisam retirar mensalmente as doses diárias da medicação, que é fornecida gratuitamente pelo Ministério da Saúde, e mais algumas de reserva para emergências – acidentes acontecem e o ideal é que o portador de hemofilia esteja prevenido. Em caso de dúvida, procure um hematologista.   Atenção a sintomas da hemofilia em crianças Fique atento ao surgimento de muitas manchas roxas no bebê, quando ele começa a andar ou bate os membros no berço. Os hematomas podem ser indício de hemofilia. Se seu filho pequeno começar a ter sangramentos frequentes, muito maiores do que o tamanho do ferimento, procure assistência médica. Uma vez feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, estimule seu filho a levar uma vida normal, estudando e brincando como as demais crianças. Aliás, a prática de esportes é uma recomendação fundamental para os hemofílicos, a fim de fortalecer a musculatura. Só evite judô e futebol, pela possibilidade maior de traumas. Por fim, esteja ciente de que cada pessoa com hemofilia é um caso único e cada organismo reage de forma própria. Por exemplo: em dois jovens com hemofilia grave que praticam o mesmo esporte, da mesma forma, um pode ter hemorragia e o outro, não.

10/06/2019
Prevenção

Vacinar as crianças: proteção que vale para todos

Existe alguma razão para não vacinar a população infantil? Não há, segundo os especialistas, uma justificativa razoável para negar essa prevenção a uma criança saudável, já que os imunizantes ensinam o sistema imunológico a se defender naturalmente dos agentes patogênicos causadores de moléstias infectocontagiosas importantes. Assim, quando o organismo entra em contato com os patógenos, já tem uma memória imunológica que o permite produzir anticorpos para debelar o agente infeccioso. O fato é que a vacinação configura-se como uma estratégia preventiva altamente eficiente, além de evitar que a criança passe pelo sofrimento imposto pela doença, por mais benigna que ela seja – o que, convenhamos, não tem preço. Quem contraiu catapora na infância conhece bem o desconforto de ficar com o corpo coberto de vesículas que doem e coçam, além de deixarem cicatrizes. Do ponto de vista da saúde pública, prevenir sai muito mais barato que remediar. Surtos de doenças infectocontagiosas, num passado não muito distante, abarrotavam as alas pediátricas dos hospitais, onerando o sistema de saúde como um todo. Ademais, quanto mais gente vacinada contra essas enfermidades, menos pessoas são contaminadas mesmo entre aquelas que não foram imunizadas por qualquer motivo, dada a baixa circulação de vírus e bactérias. A proteção, embora pareça individual, estende-se a toda a comunidade. Por conta disso, os especialistas sustentam que não vacinar as crianças é uma negligência, que, ainda por cima, coloca em risco a população de uma determinada localidade, à medida que traz a possibilidade de reintrodução de doenças erradicadas, a exemplo do que ocorreu com o sarampo recentemente. A moléstia havia sido varrida do Brasil em 2016, mas acabou retornando por aqui por conta de um surto não controlado na Venezuela. O caso descortinou uma realidade preocupante: a cobertura vacinal contra essa e outras doenças imunopreveníveis estava baixa em nosso país e nos pegou desprevenidos. Mesmo com as iniciativas do Ministério da Saúde para imunizar as crianças, tivemos 10.374 casos de sarampo entre fevereiro de 2018 e fevereiro de 2019, boa parte em bebês de até 1 ano. De olho na carteirinha de vacinação O que já ocorreu, não tem remédio. Agora é correr para deter o crescimento dessa ameaça – que, no mundo todo, já registrou um crescimento de 300% só nos três primeiros meses de 2019, segundo dados da Organização Mundial de Saúde –, além de evitar que o problema se repita com outras enfermidades infectocontagiosas não erradicadas, como tétano, coqueluche e difteria, mas controladas graças ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). Se, do lado das autoridades de saúde, isso se faz com a realização de campanhas e o constante incentivo à imunização, do lado do cidadão, basta seguir à risca o Calendário Nacional de Vacinação, conforme cada faixa etária. As vacinas oferecidas pelo programa estão disponíveis em Unidades Básicas de Saúde de todo o território nacional e são gratuitas. Preocupação com segurança na imunização Feitas com partículas de microrganismos, enfraquecidos ou inativados e, portanto, incapazes de provocar infecção, as vacinas mostram-se bastante seguras e passam por muitos testes antes de terem seu uso liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. No Brasil, 96% das doses utilizadas pelo PNI são produzidas dentro do nosso próprio país por instituições reconhecidas por sua qualidade, como o Instituto Butantan (SP) e o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (RJ). Os efeitos adversos podem ocorrer, mas geralmente se limitam a dor no local e febre, que cessam com analgésico e antitérmico, respectivamente. É importante assinalar que, na infância, a maioria dos imunizantes requer a aplicação de mais de uma dose e que a criança não fica protegida se receber apenas uma delas – algo que também foi observado na análise das justificativas para a baixa cobertura vacinal dos pequenos durante o surto de sarampo. Portanto, fique atento às demandas do Calendário Nacional de Vacinação e, o principal, não deixe de fazer o seguimento com o pediatra, especialmente nos primeiros anos de vida. Um dos objetivos das consultas de puericultura é também verificar se a criança está sendo vacinada corretamente. A vacina só perde o sentido quando a doença some do mapa Na década de 1950, a varíola figurava ainda como causa de internação e morte de adultos e crianças no Brasil, mas, graças à vacinação em massa, foi erradicada das Américas, em 1971, e do mundo, em 1977. Hoje nem precisamos imunizar as crianças contra essa doença. O Brasil deu cabo da poliomielite da mesma forma, usando a vacina Sabin, aquela administrada por via oral. O último caso foi registrado em 1990 em território nacional. Contudo, como a doença continua existindo em alguns países, a necessidade de imunização permanece, hoje com a fórmula injetável combinada ao reforço com a fórmula oral.  

03/06/2019
Prevenção

Todo o cuidado é pouco para evitar queimaduras

Abusou do sol? Respingou leite fervente nos braços? Foi atingido pelas chamas da churrasqueira? Esses incidentes, acredite, configuram um problema de saúde pública no Brasil. O Ministério da Saúde estima que ocorram em torno de 1 milhão de casos de queimaduras a cada ano, dos quais 100 mil requerem atendimento hospitalar. Além disso, são registradas anualmente 2.500 pessoas mortes no País em decorrência de complicações desses acidentes, sobretudo infecções. O risco de infecção aumenta conforme a profundidade da queimadura, ou seja, de acordo com o número de camadas da pele atingidas, assim como dos tecidos subcutâneos e de outras estruturas acometidas, como terminações nervosas, vasos sanguíneos e até músculos e ossos. Acontece que, sem a proteção do maior órgão do corpo humano, a pele, o organismo fica muito suscetível à ação dos agentes infecciosos.   Não é só o fogo que provoca queimaduras Quando se trata de queimaduras, é natural que pensemos apenas em fontes de calor como causa, a exemplo do fogo, do sol e de superfícies e líquidos superaquecidos. Mas elas podem ser causadas também por produtos químicos, por agentes radioativos, por descargas elétricas e pelo contato com determinados animais e plantas – águas-vivas, por exemplo –, assim como por fontes de frio. Do ponto de vista da distribuição dessas ocorrências na população, as crianças representam 40% dos queimados no País, segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ). Entre as menores de 6 anos, os acidentes acontecem principalmente com líquidos quentes, inclusive água do banho, e entre as maiores, com substâncias inflamáveis, sobretudo o álcool líquido, usado para limpeza. Além de haver risco de vida quando a queimadura atinge 10% do corpo infantil, as lesões podem deixar cicatrizes e sequelas motoras que afetam o desenvolvimento social, intelectual e psicológico dos pequenos.   Prevenção dentro de casa Diferentemente de outros problemas de saúde pública, a prevenção das queimaduras depende bastante de cuidados de segurança básicos, sobretudo quando há crianças em jogo – curiosas por natureza, elas não sabem calcular os perigos existentes em cima do fogão ou na fiação, por exemplo. Mesmo porque, de acordo com dados da SBQ, 80% dos casos ocorrem dentro de casa. As providências domésticas, contudo, não isentam as autoridades de saúde do cumprimento de seu papel no sentido de educar a população para a prevenção e de estimular a criação de leis que possam reduzir os riscos à população. Afinal, o custo de remediar é mais alto para todos, pacientes e sistema de saúde. Para ter uma ideia, entre junho de 2013 e junho de 2014, o governo gastou cerca de R$ 44 milhões com 43,6 mil internações decorrentes de queimaduras em crianças e jovens de 0 a 24 anos de idade. Números superlativos que, em boa parte, podem ser evitados. Faça a sua parte. Cuidado para não se queimar   Fontes inflamáveis Troque o álcool líquido pelo álcool gel, que não só tem maior poder germicida, já que demora mais para evaporar das superfícies, como também oferece um risco muito reduzido de explosão. Mantenha o gás fora de casa, em local distante de qualquer fonte de calor, e feche o registro sempre que terminar de cozinhar. Fique atento para corrigir qualquer vazamento. Fontes de calor Não permita que as crianças fiquem na cozinha quando estiver usando o fogão. Deixe as panelas nas bocas de trás do fogão, mantendo seus cabos para trás ou para o lado, de modo de que os pequenos não possam puxá-los. Aliás, cuide da manutenção dos cabos das panelas, de modo que não se soltem e provoquem acidentes com líquidos ou preparados fumegantes. Não deixe fósforos e isqueiros ao alcance das crianças. Não espalhe velas pela casa e, caso realmente precise utilizar alguma chama, tire de perto qualquer tecido, como cortinas, toalhas e tapetes, e fique de olho. Jamais acenda a churrasqueira usando álcool e mantenha as crianças distantes da grelha e do fogo, assim como de fogueiras, em festas juninas. Por falar em festas juninas e comemorações, impeça que os pequenos soltem fogos de artifício ou fiquem próximos a locais de uso desses artefatos, que são causa frequente de queimaduras no mês de junho. Quando estiver passando roupa, tire as crianças de perto e mantenha o ferro em pé nos intervalos entre um movimento e outro. Teste a água do banho antes de colocar a criançada debaixo do chuveiro. Na banheira, coloque o antebraço, que é bastante sensível, ou use um termômetro próprio para essa finalidade. A temperatura deve ficar entre 36º e 37º C para não queimar a pele dos bebês. Use protetor solar e não se exponha ao sol nos períodos de maior incidência de raios ultravioleta, entre 10 e 16 horas. Não fume. Além de fazer mal à saúde, o cigarro causa incêndios. Fontes elétricas Oriente as crianças para que não soltem pipa em locais próximos a torres de energia, postes ou cabos de alta tensão nem tentem recuperar uma pipa que tenha ficado presa num fio elétrico.   Procure deixar os eletrônicos que não estejam sendo utilizados fora da tomada para evitar acidentes com crianças pequenas e animais. Use protetores de tomada e não deixe fios desencapados pela casa. Desligue imediatamente qualquer aparelho que soltar faísca e chame um eletricista.   Primeiros socorros em caso de queimaduras O que fazer? Remova a fonte causadora da queimadura. Lave a área atingida com água corrente até que esteja resfriada. Leve a vítima rapidamente para um serviço de saúde mais próximo do local do acidente. Caso seja preciso cobrir a área queimada durante o percurso até o pronto-socorro, use um pano limpo e úmido. Se não houver um local próximo, acione o Samu (192) ou o Corpo de Bombeiros (193). O que não fazer? Não coloque preparados caseiros nem pomadas sobre a área afetada, pois isso pode aumentar o risco de infecção. Não estoure as bolhas provocadas pela queimadura. Se houver roupas ou corpos estranhos grudados no ferimento, não tente removê-los. Procure retirar pulseiras, anéis e outros acessórios do indivíduo acidentado, uma vez que o corpo fica inchado após uma queimadura e esses itens podem ficar presos.  

27/05/2019
Alimentação

Como ter uma boa digestão

O aparelho digestório processa tudo aquilo que ingerimos a fim de obter nutrientes para a manutenção da saúde do organismo. Para garantir uma digestão adequada, e atingir esse precioso objetivo, o primeiro passo é manter uma dieta balanceada, com alimentos de alto valor nutricional, incluindo vegetais, frutas, cereais e proteínas mais magras, como peixe e frango, além de tomar, no mínimo, seis copos de água por dia – de preferência longe das refeições principais, para não dilatar o estômago e gerar uma falsa sensação de saciedade. Isso não quer dizer que alimentos ricos em gorduras e açúcares devam ser totalmente excluídos do cardápio. Tudo depende da frequência, do tamanho da porção e do momento. Encher o prato de feijoada naquela horinha curta que temos para almoçar e voltar para trabalhar pode ser um desafio para o sistema digestório. Vale escolher um dia em que haja mais tempo para comer, sempre em quantidade moderadas.   Dicas para evitar problemas de digestão Outra medida essencial é prestar muita atenção ao que se come e na forma de comer. O almoço, o jantar ou o desjejum não devem ser automáticos, com o olho no celular, na televisão ou na tela do laptop, ou até mesmo durante o trabalho, como tanta gente faz hoje em dia. A digestão depende muito de uma refeição feita paulatinamente, de 20 a 40 minutos, num ambiente tranquilo. Uma das razões dessa necessidade está no fato de o processo digestivo já começar na boca. Portanto, quem engole a comida muito rápido já sai perdendo logo no início do jogo. Ocorre que a mastigação aciona a produção de enzimas presentes na saliva, as amilases salivares, que servem para digerir parcialmente o amido – encontrado em carboidratos, como pão, macarrão e batata, entre outros. Ainda que essas enzimas não digiram outros grupos de alimentos, a mastigação ajuda a triturar os demais alimentos e a facilitar a próxima etapa do processo digestivo, quando o estômago libera a enzima pepsina para quebrar as moléculas de proteína. Assim sendo, mastigar mal um pedaço de carne, por exemplo, dificulta bastante o trabalho da pepsina e prolonga a lembrança daquele suculento bife do almoço. Como, na prática, poucas pessoas pensam em contar as mastigadas em busca da meta de 30 a 50 vezes, de acordo com o que recomendam os especialistas, uma dica para encompridar esse processo é pousar os talheres no prato cada vez que a comida for levada à boca. Isso não só aumenta o tempo entre uma garfada e outra, como também permite prestar mais atenção ao sabor daquilo que está sendo ingerido.   Nada de pular refeições Juntamente com a alimentação e a mastigação adequadas, a manutenção de uma boa digestão ainda depende do fracionamento de refeições: além das principais, em porções reduzidas, deve-se fazer mais três lanchinhos no intervalo entre elas, com frutas in natura ou sementes oleaginosas, como castanhas. Isso ajuda a evitar aquela sensação cortante de fome, que nos leva a comer mais rápido e em maior quantidade do que precisamos na próxima refeição. Deixar de comer no desjejum, no almoço ou no jantar também é um péssimo hábito para a saúde. Sem ingestão alimentar, o estômago continua produzindo suco gástrico, que pode agredir a mucosa e gerar problemas como a gastrite. Como se não bastasse, o organismo entende que vive um período de restrição alimentar e, para poupar energia, diminui o metabolismo. Ainda que sejam reduzidas, portanto, é sempre mais indicado fazer todas as refeições. Tomando esses cuidados, o objetivo de ter uma boa digestão fica ao alcance de todos. Contudo, na presença de azia, empachamento e outras manifestações gástricas, mesmo que discretas, não use antiácidos ou outros remédios, nem se habitue a esses sintomas. Procure a orientação de um gastroenterologista.   O que fazer para seu estômago não reclamar Não fume. Além de prejudicar vários sistemas orgânicos, o cigarro atrapalha a digestão e aumenta o risco de doenças gástricas. Álcool em excesso igualmente ocasiona esses efeitos. Portanto, não fume e beba ocasionalmente, com moderação. Lave as mãos antes de se alimentar e após evacuar para evitar a contaminação por vírus, bactérias e protozoários que podem afetar o estômago e o intestino. Não ande descalço em lugares cujas condições sanitárias sejam desconhecidas, já que vermes podem ingressar em seu corpo pelos pés. E verminoses também cursam com sintomas de má digestão. Não compartilhe escovas de dente, canudos, copos, gargalos, talheres, que podem transmitir, de uma pessoa para outra, agentes patogênicos potencialmente causadores de problemas gástricos. A saúde do sistema digestório exige que outras doenças crônicas que causam impactos ao estômago e/ou intestino estejam controladas, como o diabetes, o hipotireoidismo, a insuficiência cardíaca e infecções, entre outras. Valorize qualquer incômodo gastrointestinal, sobretudo se tiver parentes diagnosticados com câncer de estômago ou câncer de intestino. Não tome nenhum remédio por conta própria. Anti-inflamatórios costumam ser nocivos às paredes gástricas e, quando realmente necessários, somente um médico pode prescrevê-los e orientar a forma correta de ingeri-los. Reduza o estresse na medida do possível, melhore a qualidade do seu sono e saia do sedentarismo. O descontrole desses fatores favorece maus hábitos alimentares e o consequente surgimento de queixas gástricas.

27/05/2019
Prevenção

Tabagismo tem remédio. É possível parar de fumar

Que fique bem claro: o tabagismo é uma doença crônica, causada pela dependência da nicotina, presente nos produtos feitos com tabaco, dos quais o cigarro é o mais consumido. Portanto, desconfie daquela conversa de que a pessoa não para de fumar porque não quer. Os fumantes que se lançam a essa empreitada de fato sofrem um desconforto não só psicológico, como também físico, e precisam de uma ajuda concreta para que se mantenham firmes em seu intento. Ocorre que a nicotina, quando inalada, altera o sistema nervoso central, modificando o estado emocional e o comportamento do usuário. Esse efeito gera abuso e dependência, que se caracteriza por tolerância ao cigarro, crise de abstinência quando o maço acaba e compulsão para fumar o próximo, criando-se um padrão de uso, muito embora o fumante conheça os riscos do tabagismo à saúde. Que não são poucos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o cigarro mata 428 brasileiros por dia, sobretudo em decorrência de doenças cardíacas, doença pulmonar obstrutiva crônica e, claro, vários tipos de câncer, além de estar por trás de outras diversas enfermidades. Os dados econômicos também são sombrios, observa o Inca. Cerca de 56,9 bilhões de reais se perdem a cada ano por conta de despesas médicas e improdutividade, culminando num grande problema de saúde pública, mas que tem solução.   Como é feito o tratamento para o tabagismo A rede pública oferece a todo interessado em deixar o cigarro um tratamento composto por terapia cognitivo-comportamental durante um ano, feita de forma individual e em grupo, combinada ao uso da bupropiona, um antidepressivo para reduzir os sintomas da abstinência, e da chamada terapia de reposição de nicotina (TRN), com adesivos ou goma de mascar, para ajudar o organismo a se desacostumar dessa substância paulatinamente. Uma pesquisa da Organização Pan-Americana de Saúde, de 2013, revelou que esse tipo de abordagem contribui para a cessação do tabagismo em um em cada três fumantes. Outra opção terapêutica, bem mais recente e não disponível no Sistema Único de Saúde, é o uso da vareniclina, um medicamento que interfere no funcionamento dos receptores de nicotina no cérebro, reduzindo a satisfação obtida com as tragadas – isso mesmo, a pessoa perde o prazer de fumar – e, paralelamente, os sintomas de abstinência, à medida que o número de cigarros fumados diminui. Como esse fármaco tem uma ação mais exuberante no sistema nervoso central, os especialistas recomendam tratar inicialmente eventuais transtornos do humor, como a depressão, antes de optar por essa linha terapêutica. Vale ainda lembrar que, enquanto o tratamento com vareniclina começa algum tempo antes de o indivíduo parar de fumar, a associação de bupropiona com TRN exige a interrupção do tabagismo, já que a combinação de produtos para substituir a nicotina com o cigarro pode ser perigosa para o organismo.   Parar de fumar: uma ação em várias frentes Qualquer que seja a escolha, que pode até combinar os tratamentos, sempre de acordo com indicação médica, não dá para esperar milagre dos medicamentos usados na abordagem antitabagista. É o usuário que vence o vício, não a medicação. Por isso mesmo, o remédio deve ser associado a outras frentes, incluindo, além da terapia, atividade física, alimentação adequada, apoio da família e dos amigos e seguimento profissional de uma equipe multidisciplinar. Atualmente, os especialistas que mais manejam o tratamento do tabagismo são pneumologistas, cardiologistas e psiquiatras, mas nada impede que você procure um médico de sua confiança para começar a conversar sobre o assunto. Já é um primeiro passo.

20/05/2019
Prevenção

Saiba como prevenir os riscos do glaucoma

Quando você faz uma consulta médica, quase sempre o exame físico inclui a medida da pressão arterial. No oftalmologista, no entanto, a pressão que esse especialista verifica é a intraocular, aferida por meio de um exame denominado tonometria. Ocorre que uma pressão elevada no interior dos olhos já dá o alerta para a presença de glaucoma, doença que afeta 65 milhões de pessoas ao redor do globo, dentre as quais 1 milhão de brasileiros, segundo a Organização Mundial de Saúde, e é considerada a principal causa de cegueira irreversível no mundo. Por trás do aumento da pressão está um desequilíbrio entre a produção de humor aquoso, líquido que existe no olho para lubrificar e nutrir a córnea e o cristalino, e o escoamento dessa substância. Esse problema de drenagem pode ser gerado por alterações na anatomia do próprio olho – a causa mais comum, responsável pelo chamado glaucoma de ângulo aberto –, por fatores hereditários, por infecções, por traumas e pelo uso indevido de medicamentos, em especial colírios com corticoides. Na prática, portanto, o acúmulo do humor aquoso nos olhos eleva a pressão intraocular, que, por sua vez, vai lesando lenta e silenciosamente o nervo óptico, estrutura que leva as informações visuais captadas pela retina para o cérebro decodificar e, assim, permitir a visão.     Atenção à pressão dos olhos   O grande problema do glaucoma é que, na maioria dos casos, não há sintomas no início da doença. As manifestações visuais surgem apenas quando o nervo óptico já está bastante comprometido. Contra isso, só funciona mesmo o rastreamento para a identificação precoce do glaucoma. Pessoas com mais de 35 anos ou com outros fatores de risco, como afrodescendência, história familiar da doença e diabetes, devem procurar um oftalmologista ao menos uma vez ao ano para a medida da pressão intraocular com a tonometria e o exame de fundo de olho, que pesquisa lesões nas células do nervo óptico. Caso seja feito o diagnóstico, o tratamento inicialmente requer colírios que ajudam a diminuir a produção de humor aquoso ou estimulam sua drenagem. Na forma mais comum do glaucoma, que é crônica, esses medicamentos precisam ser usados sem interrupção, mantendo-se, evidentemente, as visitas periódicas ao oftalmologista. O acompanhamento constante é indispensável porque os colírios podem parar de funcionar e a pressão intraocular, voltar a subir e lesar o nervo óptico. Em tais casos, o próximo passo é recorrer à cirurgia para a criação de um caminho alternativo para escoar o humor aquoso. Além da técnica convencional, chamada de trabeculectomia, e do procedimento a laser, menos invasivo, recentemente também tem sido usado um microimplante, que, colocado na área de filtração do olho, ajuda a restabelecer a drenagem do líquido. Tão importante quanto a necessidade de passar por uma consulta oftalmológica periódica é a adesão ao tratamento quando o diagnóstico for fechado. O uso dos colírios jamais pode ser abandonado por conta própria. A cirurgia ajuda a drenar o líquido, mas não corrige os estragos feitos ao nervo óptico. Antes de qualquer atitude, converse com um oftalmologista.

20/05/2019
Alimentação

Diabetes gestacional: diagnóstico, riscos, tratamento

Durante a gravidez, ocorrem diversas alterações hormonais que afetam o funcionamento do organismo da mulher. O metabolismo de carboidratos também se modifica nesse período e reduz a ação da insulina, hormônio encarregado de colocar dentro das células a energia proveniente dos alimentos. Na maioria das grávidas, o pâncreas consegue produzir mais dessa substância para compensar a redução. Contudo, numa parcela estimada pela Sociedade Brasileira de Diabetes em 3% a 25% das gestantes, sobra glicose na circulação, caracterizando o que se conhece por diabetes gestacional. O surgimento da condição, portanto, independe da vigência de diabetes antes da gravidez e pode acometer qualquer mulher, dizem os especialistas. Contudo, alguns fatores aumentam essa possibilidade, como ganho elevado de peso, sobrepeso ou mesmo obesidade na gestação em curso, idade acima de 35 anos, baixa estatura, parentes de primeiro grau diabéticos, crescimento fetal excessivo, pré-eclâmpsia, síndrome dos ovários policísticos e história de aborto espontâneo, malformações e diabetes gestacional em outras gestações. Sem diagnóstico e sem controle, essa forma de diabetes traz riscos para a mulher e para o bebê. A mãe adquire maior chance de se tornar diabética no futuro e de voltar a ter a condição em outra gravidez. Uma vez que a glicose em excesso na circulação atravessa a placenta, o bebê pode nascer com excesso de peso, o que já o predispõe à obesidade na adolescência e na vida adulta, e ainda apresentar complicações importantes ao nascimento, como a queda nos níveis de glicose, já que ele estava acostumado com índices elevados de açúcar no ambiente intrauterino, e dificuldades para passar pelo canal de parto devido ao encaixe do ombro fetal no osso púbico da mãe – a chamada distócia de ombro. Tais complicações, aliadas aos riscos trazidos por essa doença na vida adulta, levaram à criação de um consenso que prevê a investigação do diabetes gestacional já na primeira consulta de pré-natal, seja com um exame de sangue simples para verificar a taxa de glicose, seja com a curva glicêmica, teste em que se mede a glicemia em jejum e após a ingestão de uma solução de glicose, seja com ambos – depende do tempo de início do pré-natal. O fato é que esses testes permitem ao médico diagnosticar a condição ou mesmo saber se o excesso de glicose no sangue já ocorria previamente e, assim, adotar a conduta terapêutica mais adequada. Em geral, o diabetes gestacional pode ser controlado com uma alimentação balanceada e exercícios físicos, na maioria dos casos – aliás, as mesmas estratégias recomendadas para prevenir o diabetes na população geral. Se isso não bastar para manter a taxa de glicose em níveis seguros para a gestante e o bebê, o obstetra tem a opção de associar a tais medidas um tratamento medicamentoso. Faça a sua parte para evitar o diabetes na gestação no dia a dia e compareça assiduamente às consultas do pré-natal. Dicas para ficar longe do diabetes   Controle o ganho de peso, ingerindo, no máximo, de 200 a 300 calorias a mais que uma dieta normalmente recomendada, sobretudo no segundo e terceiro trimestres. Se você não tiver nenhuma contraindicação, pratique exercícios físicos regularmente, sempre com o aval de seu obstetra. Mantenha uma alimentação rica em fibras, que saciam e estabilizam os níveis de glicose no sangue. Elas estão presentes em vegetais, leguminosas (feijão, lentilha) e cereais integrais. Coma frutas ao natural. Como têm muita frutose, transformá-las em sucos ou cremes faz com que a energia desses alimentos seja absorvida muito rapidamente pelo organismo. Procure ingerir os carboidratos sempre com alguma proteína – torrada com queijo, cereal com leite e outras combinações assim – para retardar sua absorção.   Fontes: Sociedade Brasileira de Diabetes Ministério da Saúde

13/05/2019
Prevenção

Enfermagem: conheça mais sobre os mestres do cuidado

Antes, durante e depois da assistência médica, quem presta o cuidado em um serviço de saúde é o profissional de enfermagem, encarregando-se não apenas de executar a prescrição, seguindo os procedimentos técnicos e científicos, mas levando em conta as necessidades de cada paciente em particular. Assim, não se furta a repetir uma orientação quantas vezes forem necessárias para tranquilizar um indivíduo mais aflito, desdobra-se para obter a colaboração de uma criança num procedimento, vale-se de grande empatia num momento de dor e, claro, vibra junto com o paciente diante da melhora do quadro clínico. Além de participar de todas as etapas da assistência, o enfermeiro, assim como o técnico e o auxiliar de enfermagem, hoje está envolvido em muitas outras iniciativas que ajudam a promover saúde para a coletividade, como pesquisas, programas de prevenção, empreendedorismo, saúde ocupacional e atividades acadêmicas, só para citar algumas. O fato é que a atuação dos profissionais dessa área, que já são mais de 2 milhões no Brasil, segundo o Conselho Federal de Enfermagem, vem se ampliando cada vez mais, sem jamais deixar de lado a essência humana do cuidar, que tanta diferença faz na vida de milhões de pessoas a cada dia, em qualquer lugar do mundo. Na DaVita Serviços Médicos, prezamos muito pelo cuidado com os nossos pacientes e isso se reflete em nosso time de enfermagem, que está sempre pronto para atender e cuidar deles com todo o carinho e atenção necessários.   Por isso, gostaríamos de deixar o nosso agradecimento e homenagem a esses profissionais que, todos os dias, atuam de forma dedicada para oferecer sempre o melhor atendimento que nossos pacientes poderiam querer.   Homenagem da DaVita ao Dia Internacional da Enfermagem – 12 de maio

13/05/2019
Prevenção

Você sabe qual a diferença entre atendimento imediato e pronto-socorro?

O serviço de atendimento imediato está capacitado para atender pacientes com doenças e condições clínicas agudas, de surgimento súbito, que não podem esperar uma consulta eletiva, mas que não configuram uma urgência médica. Como exemplos desses casos, podemos citar dor de garganta, gripes e resfriados, crise de dor nas costas, sintomas como febre alta, tosse, diarreia e vômitos, ferimentos leves e lesões ortopédicas. Diante de sintomas ou suspeita de condições que ofereçam algum risco de danos permanentes ou até mesmo risco iminente de vida, o serviço mais indicado é o pronto-socorro, que dispõe de pessoal e estrutura para prestar cuidados intensivos. Nessa categoria, estão incluídas situações clínicas como dor no peito, perda de consciência, convulsões, fraturas, diabetes descompensado, hemorragias, falta de ar, acidentes de trânsito e de trabalho, picada de animais venenosos e ferimentos profundos, entre outras. Entender essa diferença é fundamental para que, em uma ou em outra circunstância, você possa receber rapidamente o cuidado mais eficiente e adequado para a melhora de sua queixa.   Como o atendimento imediato pode ajudar você O atendimento imediato é o serviço capacitado para prestar cuidados aos pacientes com problemas agudos de saúde, aqueles que podem evoluir, se não procurarmos atendimento médico, mas que não representam agravos mais sérios à saúde. Alguns exemplos de condições agudas: Crise de dor nas costas Resfriados e gripes Dor de garganta Dor de ouvido Tosse persistente Ferimentos leves Diarreia e vômitos     Saiba quando você deve procurar um pronto-socorro Diante de sintomas ou de suspeita de doenças graves, que impliquem risco de vida ou de danos permanentes, apenas um pronto-socorro pode oferecer os cuidados que essas situações requerem. Alguns exemplos de urgências: Dor no peito Perda de consciência Hemorragias Ferimentos profundos Acidentes de trânsito Acidentes de trabalho Picada de animais venenosos Falta de ar Fraturas Saber a diferença entre esses dois serviços ajuda a ganhar tempo, num momento em que ele pode ser tão precioso, e permite que você receba o atendimento mais adequado para seu caso.

06/05/2019
Prevenção

Como e por que manter a higienização correta das mãos

Na década de 1840, impressionado com o número de mortes de mulheres por febre puerperal, o médico húngaro Ignaz Philipp Semmelweis começou a buscar as causas do problema na maternidade do Hospital de Viena, no qual trabalhava, e constatou que as pacientes morriam mais na ala em que eram atendidas por médicos e estudantes do que na ala em que eram assistidas por parteiras. Depois de observar que quanto mais rápido era o parto, menos as parturientes adoeciam, o médico concluiu que não se tratava de nenhuma epidemia, mas de uma causa endêmica, ou seja, de dentro da instituição. Seu raciocínio já se aproximava da solução quando um professor de Medicina Legal veio a morrer após ter contraído uma infecção decorrente de um ferimento ocasionado por seus alunos durante as autópsias. Ao comparar o quadro clínico do colega com o das mulheres que tinham a infecção pós-parto, Semmelweis percebeu que estava diante de uma causa comum. As mãos de médicos e estudantes carregavam bactérias dos cadáveres para as gestantes, as mesmas que infectaram o professor. Diante disso, o obstetra determinou que toda a equipe médica e de enfermagem, incluindo estudantes, passasse a usar, naquele hospital, uma solução clorada para a lavagem das mãos após as autópsias e antes de examinar as gestantes. Em pouco tempo, a mortalidade despencou de 12,2% para 1,2%. Hoje, quase 200 anos depois, a higienização correta de mãos continua sendo a medida mais importante para evitar infecções em serviços de saúde – e, portanto, para salvar vidas –, incluindo aquelas provocadas por microrganismos multirresistentes, que não respondem aos tratamentos clássicos. A solução clorada foi substituída por produtos de eficiência comprovada contra agentes patogênicos, como sabonete antisséptico, álcool e clorexidina, só para citar os mais conhecidos. Mas a verdade é que o tema, desde então, jamais saiu da pauta diária no ambiente de assistência à saúde.   Contra epidemias   Fora dos serviços de saúde, a recomendação é a mesma para manter a família a salvo de doenças – lavar as mãos adequadamente, apenas com água e sabão ou sabonete. A Organização Pan-Americana de Saúde recomenda que o cuidado seja ensinado desde cedo, como parte da educação, em casa e na escola, de modo que as crianças levem esse hábito vida afora e se mantenham protegidas das infecções, já que são alvo de muitas das doenças provocadas pela negligência a essa recomendação. Para ter uma ideia, 50% das mortes por diarreia e 25% das mortes por infecções respiratórias na população abaixo de 5 anos podem ser evitadas com a lavagem das mãos com água e sabão, antes das refeições e após o uso do banheiro, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A correta higienização das mãos também previne 41% dos óbitos de recém-nascidos, de acordo com o Unicef, sendo reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como a atitude mais eficaz contra epidemias. Então, o que está esperando para se prevenir?   Quando lavar as mãos   Na assistência à saúde: - Antes e depois do contato com o paciente;- Antes da realização de um procedimento;- Após a exposição a fluidos corporais do paciente;- Depois do contato com áreas próximas ao paciente. No dia a dia: - Antes e depois de preparar os alimentos; - Antes de fazer cada refeição;- Antes e depois de manusear qualquer machucado, sobretudo em crianças;- Antes e depois do contato com pessoas doentes;- Depois de usar o banheiro;- Ao chegar em casa. Passo a passo da lavagem das mãos   Abra a torneira e molhe as mãos. Use sabão, sabonete ou detergente. Friccione as palmas das mãos, esfregando a da direita contra o dorso da esquerda e vice-versa, além de entrelaçar os dedos. Esfregue pontas dos dedos, unhas, polegares e punhos. Enxágue as mãos e remova os resíduos de sabonete. Enxugue bem as mãos com toalha ou pano limpos ou, ainda, papel-toalha.  

29/04/2019
Prevenção

Hanseníase ainda existe. Conheça os sintomas

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa que ocorre desde a Antiguidade, havendo relatos, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, de que existiria há mais de 4 mil anos em países como Índia, China e Egito. Mas não pense que esse problema sumiu do mapa. O Brasil, acredite, ainda registra cerca de 30 mil casos por ano, ficando só atrás da Índia no ranking mundial. Antes conhecida como lepra, a moléstia é causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, em referência a Armauer Hansen, o cientista que descobriu esse microrganismo, em 1873. Apesar de se tratar de uma doença de pele, o bacilo não é transmitido pelo contato físico com doentes, mas por gotículas de saliva e espirros, o que se dá mais facilmente quando há convivência prolongada com um paciente que não sabe ser portador da hanseníase. Para ter uma ideia, o período de incubação, entre a contaminação e o surgimento dos sintomas, varia de seis meses a cinco anos. A alta prevalência nos dias atuais se deve ao fato de muitas pessoas ainda viverem sob péssimas condições de saneamento básico ao redor do mundo, razão por que os especialistas consideram que a hanseníase é uma enfermidade típica de países em desenvolvimento. Nos Estados Unidos e nos países europeus, por exemplo, a doença foi erradicada no século passado, após a melhoria da qualidade de vida de suas populações.   Quando suspeitar da doença? Como é o diagnóstico e o tratamento da hanseníase?   A hanseníase causa manchas claras, vermelhas e até escuras, de limites imprecisos. Ao exame clínico-dermatológico, observa-se diminuição ou até perda da sensibilidade nas áreas afetadas – a pessoa pode encostar o local afetado numa superfície muito quente e nada sentir –, associadas à queda de pelos e ausência de transpiração. Isso ocorre porque o M. leprae afeta nervos e músculos. Também pode haver dormência e fraqueza muscular, retração dos dedos e até incapacidade física. Ainda na fase aguda, existe a possibilidade de aparecerem caroços e/ou inchaços nas partes mais frias do corpo, tais como orelhas, mãos, cotovelos e pés. Geralmente o médico faz o diagnóstico por meio do exame físico, ou dermatoneurológico, mas, caso tenha dúvidas, segue com a coleta de secreções úmidas presentes em orelhas, cotovelos e pele em geral, que encaminha para análise laboratorial, além de fazer a biópsia de pele, que consiste na obtenção de minúsculos fragmentos das áreas lesionadas para estudo anatomopatológico, exame que verifica macro e microscopicamente a natureza das alterações. Uma vez confirmada a infecção pelo bacilo de Hansen, o paciente é submetido a um tratamento de longa duração, de seis meses a um ano, feito com uma combinação de antibióticos e fornecido gratuitamente pelo SUS. Após a primeira dose, não há mais risco de transmissão, porém a cura só vem com o término da terapêutica. Diante de qualquer mancha na pele, convém buscar esclarecimento com um dermatologista. Além disso, em caso de conviver com algum paciente com hanseníase, é necessário receber a vacina BCG, também disponível na rede pública, que configura um cuidado essencial para evitar a contaminação e a disseminação do bacilo. Se tiver dúvidas, procure um dermatologista.

22/04/2019
Prevenção

Aprenda a cuidar da sua voz. Confira dicas

Como qualquer outra estrutura do corpo, a voz também precisa de atenção para não sofrer alterações, envelhecimento precoce – sim, ela muda com o passar dos anos – e impactos dos distúrbios no aparelho fonador, dos quais os mais comuns são os calos, ou nódulos, nas cordas vocais. Essa missão exige, além de disciplina, um estilo de vida saudável. Segundo a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, o fumo e o álcool comprometem a saúde vocal. O cigarro afeta os tecidos da laringe, justamente onde estão as cordas vocais, e aumenta os riscos de câncer nessa cavidade. As bebidas alcoólicas, por sua vez, promovem inicialmente um efeito anestésico, com possibilidade até de suavizar problemas. Tal qual o cigarro, são irritativas e ainda diminuem o controle sobre a voz – podendo resultar num abuso vocal, como falar muito alto e gritar. A exposição ao ar condicionado igualmente pode ser prejudicial, não pela temperatura mais fria do ambiente, mas pela falta de umidade que afeta todo o aparelho fonador. A solução, dizem os especialistas, é beber bastante água, que hidrata as cordas vocais e reduz o esforço necessário para produzir o som da fala. A recomendação de comer maçã para complementar os cuidados não é mito. Os fonoaudiólogos e otorrinolaringologistas indicam o consumo da fruta por conta de suas propriedades adstringentes – ou seja, ela ajuda a limpar a boca e a laringe, melhorando a ressonância da voz. Fora isso, a mastigação que a maçã exige solta a musculatura responsável pela articulação das palavras. Ainda dentro do quesito alimentação, vale lembrar que extremos de temperatura irritam a laringe, de acordo com os especialistas, e comprometem a saúde vocal. Os fumegantes, particularmente, fazem mal inclusive para o esôfago. O mais seguro, portanto, é optar por alimentos e líquidos nem tão gelados nem muito quentes.   Como educar a voz   Além de tudo isso, a forma de usar a voz precisa ser educada. Uma vez que ocasiona um forte atrito entre as cordas vocais, o ato de gritar constantemente acaba dando origem a lesões na região – quem nunca acordou rouco depois de se empolgar em um show ou uma partida de futebol? Por outro lado, sussurrar com frequência causa impacto ao aparelho fonador porque, para a emissão do sussurro, há necessidade de tensão para bloquear o som natural da voz. Na prática, deve-se buscar o equilíbrio, ou seja, falar sem fazer força e abrir bem a boca para articular cada palavra, evitando ambientes muito ruidosos, que acabam resultando em abuso vocal. O cuidado pode precisar ser ainda mais intenso se a voz for, digamos, um instrumento de trabalho. Atores, advogados, apresentadores, jornalistas, radialistas, professores, cantores, políticos e, mais recentemente, palestrantes, operadores de telemarketing e youtubers, entre muitos outros, soltam o verbo no dia a dia para defender suas ideias e vender seu peixe. Para essas pessoas, a realização de exercícios vocais com fonoaudiólogo pode ajudar a manter a voz bonita e minimizar o risco de lesões.   Problemas com a voz. O que fazer?   Até aqui, tratamos de prevenção. Mas, se já houver queixas, apenas essas providências não bastam. De acordo com os especialistas, qualquer dificuldade deve ser valorizada. Isso vai desde mudanças perceptíveis na voz – ficou fina, grossa ou entrecortada –, passando por cansaço ao falar, pigarro e tosse, até rouquidão e dor ao engolir. Vale observar se as manifestações aumentam quando há uso excessivo da voz ou se diminuem em momentos de repouso vocal. Nesses casos, procure logo um otorrinolaringologista e não caia na tentação de recorrer a soluções caseiras, como fazer gargarejos, que podem até piorar o quadro.  

22/04/2019
Prevenção

Hipertensão: cuidado com o consumo de sal

Provavelmente você já deve ter ouvido por aí que o sal está associado ao aumento da pressão sistólica e diastólica nas artérias e que, em excesso, contribui para o surgimento da hipertensão arterial, condição caracterizada por índices pressóricos iguais ou superiores a 140/90 milímetros de mercúrio – ou 14 por 9 –, que configura importante fator de risco para o acidente vascular cerebral e a insuficiência renal. Essa relação realmente existe e se deve à ação do cloreto de sódio, elemento presente no sal. Ocorre que, quando ingerimos alimentos muito salgados, o sódio se acumula não só na corrente sanguínea, como também nos fluidos que ficam fora das células. Como ele atrai moléculas de água, o organismo passa a reter líquidos para manter o equilíbrio entre o volume hídrico no espaço extracelular e no sangue, cuja quantidade em circulação aumenta. Com mais sangue no interior dos vasos, a pressão que ele faz para contornar o sistema circulatório fica maior, já que naturalmente as artérias oferecem alguma resistência à sua passagem – é como se o fluxo de uma torneira fosse aberto e a água passasse a avançar violentamente pelo interior de uma mangueira. Se isso ocorre de forma crônica, está estabelecida a hipertensão arterial.   Prevenção pede menos sal no prato e nas prateleiras   Por ser uma doença silenciosa, que costuma causar sintomas só quando o organismo já está bastante exposto aos efeitos de níveis pressóricos elevados, pode demorar até que uma pessoa saiba ser hipertensa, principalmente se não vai ao médico de forma periódica. Desse modo, a redução do consumo de sal para níveis aceitáveis é uma medida acessível e eficaz para prevenir o aumento da pressão arterial – muito embora a hipertensão tenha também outras causas. Entretanto, não dá para cortar o sal de vez porque o cloreto de sódio tem funções importantes no corpo, visto que atua no equilíbrio da água, participa das contrações dos músculos e fornece energia. Assim, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, a necessidade diária de sódio é de 2.000 mg, equivalentes a 5 g de sal. Os brasileiros, porém, consomem mais que o dobro desse limite, por volta de 12 g, segundo o Ministério da Saúde. E, na maioria das vezes, fazemos isso por hábito, veja só. Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística revelaram que a indústria responde por 23,8% do sódio consumido em território nacional, enquanto o restante, 76,2%, é adicionado no fim da preparação dos alimentos como tempero. Faça a sua parte para controlar a ingestão de sal e não deixe de ir ao médico periodicamente para avaliar sua pressão arterial.   Dicas para reduzir o consumo de sódio   - Retire o saleiro da mesa. - Cozinhe sem nenhum sal e depois acrescente apenas a quantidade recomendada, especialmente se for hipertenso. - Abuse de ervas e temperos naturais – alho, cebola, orégano, salsinha, manjericão, limão e gengibre, entre outros –, usando-os no lugar do sal. - Dê preferência ao consumo de alimentos frescos, como carnes, frutas e vegetais. - Fora de casa, prefira estabelecimentos que servem comida pouco temperada e restaurantes por quilo, que oferecem mais opções de alimentos frescos. - Antes de comprar industrializados, leia o rótulo e leve apenas os que tiverem baixo teor de sódio. - Evite alimentos ultraprocessados, como linguiça e bacon, além de molhos prontos, como maionese, shoyo, catchup e mostarda.   Outras causas da hipertensão arterial Além do consumo de sal em excesso, outros fatores contribuem para uma pessoa se tornar hipertensa:- História familiar da doença (o único não modificável)- Bebidas alcoólicas- Cigarro- Obesidade- Estresse- Níveis altos de colesterol- Falta de atividade física

15/04/2019
Outubro Rosa

Como reduzir o risco de câncer de mama

Diversos aspectos estão relacionados ao surgimento do câncer de mama, incluindo fatores biológicos, hormonais, genéticos e comportamentais. Muitos não podem ser modificados, como a idade. De cada cinco casos da neoplasia, quatro ocorrem em pacientes com mais de 50 anos. Contudo, naquilo que compete a cada mulher, há, sim, muito que fazer para evitar o desenvolvimento da doença – é o que médicos chamam de prevenção primária. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que seja possível reduzir o risco em até 30% com algumas mudanças no estilo de vida. Saiba como se prevenir contra o câncer de mama: Controle o pesoManter-se no peso ideal é uma estratégia de prevenção bastante importante, em especial na menopausa. As gorduras que sobram produzem estrógeno em excesso, numa fase em que as mulheres precisam menos dele porque os ovários já não funcionam. O estrógeno produzido pelo tecido gorduroso estimula a proliferação de células mamárias. Isso, somado ao estado inflamatório crônico gerado pela obesidade, cria um cenário próprio para a multiplicação desordenada de células mamárias malignas.   Faça atividade físicaExercitar-se beneficia todo o organismo e favorece a prevenção de diversas outras doenças, além do câncer de mama. A atividade física, quando feita regularmente e sob orientação, é essencial para a manutenção do peso ideal, impedindo a formação de um ambiente propício ao desenvolvimento de células mamárias malignas. Além disso, previne o envelhecimento celular. Evite bebidas alcoólicasO consumo de álcool está cada vez mais associado aos tumores de mama. Pesquisadores europeus e norte-americanos têm constatado que a ingestão de apenas uma dose por dia de qualquer bebida com mais de 10 gramas de álcool – por exemplo, uma taça de vinho – já aumenta o risco de câncer de mama em 5% e 9% na pré-menopausa e na menopausa, respectivamente. Especula-se que o fator por trás dessa relação também seja a produção estrogênica demasiada. Convém lembrar que o álcool ainda compromete outros órgãos, causa acidentes de trânsito e traz inúmeros prejuízos sociais quando usado de forma crônica. Mantenha uma alimentação balanceadaEstudos populacionais indicam que o consumo de uma dieta baseada em frutas, vegetais e grãos integrais reduz o risco de desenvolver câncer de mama, o que é maior quando esse hábito já vem da adolescência – mais um motivo para as garotas não rejeitarem a salada! Em comum, tais alimentos estão repletos de fibras, que contribuem para a saciedade e o controle do peso. Vale lembrar que esse cardápio também diminui o risco de outros cânceres, como de intestino, de esôfago, de próstata e de estômago, segundo o Inca. Diga sim à amamentaçãoSe você engravidar, faça o impossível para amamentar. Além de proporcionar inúmeros benefícios ao bebê, essa prática é considerada um fator protetor da saúde das mamas. De acordo com informações do Ministério da Saúde, o risco de ter câncer de mama cai 4,3% a cada ano de amamentação. O mecanismo de proteção não está bem esclarecido, mas se acredita que, pelo fato de não ovular nesse período, a mulher fica menos exposta à ação do estrógeno. Esse hormônio, afinal, guarda relação com a maioria dos casos de câncer de mama. Não fumeO cigarro está relacionado ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer e de problemas cardiovasculares. Em relação aos tumores de mama, há evidências da participação do tabagismo no aumento do risco, mas os resultados ainda são contraditórios, no entender do Inca. De qualquer forma, vale também ficar bem longe desse hábito no contexto da prevenção da doença.

15/04/2019
Prevenção

Saiba como é garantida a segurança do paciente

Quando você utiliza qualquer serviço de saúde, espera que o médico e a equipe de enfermagem entendam suas queixas clínicas e ofereçam uma solução para atenuá-las, seja uma orientação, seja um procedimento mais invasivo, seja um exame de sangue ou de imagem, seja a administração ou a prescrição de medicamentos. Muito embora as instituições de saúde também tenham a expectativa de que tudo funcione a contento, sempre há um pequeno risco do que os especialistas chamam de evento adverso, ou seja, qualquer incidente que resulte em dano para o paciente, desde falhas em sua identificação, passando por lesões, como hematomas após coleta de sangue ou infusão de medicações, até erros em procedimentos cirúrgicos. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Brasil ainda tem uma alta incidência desses problemas, beirando os 10%, segundo estudos recentes. Procurando reduzir o número de eventos adversos no País, o Ministério da Saúde lançou, em 2013, o Programa Nacional de Segurança ao Paciente, seguindo o modelo da Organização Mundial de Saúde, que mantém a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente. O objetivo da iniciativa é reduzir, para um mínimo aceitável, o risco de dano para quem recebe qualquer tipo de assistência à saúde, em qualquer ponto do território nacional. Além de estabelecer continuamente diversos protocolos de segurança, a Anvisa determinou, dentro do programa, a criação de Núcleos de Segurança ao Paciente, uma instância obrigatória, tanto nos serviços públicos quanto nos privados, para promover ações voltadas à segurança do paciente. Juntamente com atividades de prevenção, essa estrutura deve controlar e mitigar riscos, integrar setores de trabalho e articular processos e informações que impactam o indivíduo assistido.   Abril: mês da segurança do paciente Como o programa foi criado em 1º abril de 2013, muitas instituições de saúde dedicam justamente esse mês para reforçar os procedimentos a fim de garantir a segurança na abordagem do paciente e, assim, melhorar a qualidade do serviço como um todo. Entre os assuntos revisitados nessas ocasiões, podem estar, por exemplo, os protocolos de manuseio e descarte de material perfurocortante e aqueles que versam sobre segurança cirúrgica, apenas para citar alguns temas em foco. Para a Anvisa, tudo isso contribui para a qualificação dos processos de cuidado e da prestação de serviços nos estabelecimentos instalados no Brasil, o que permite oferecer maior segurança não apenas para quem recebe a assistência, mas também para quem a presta e para todo o ambiente em que ocorre o cuidado.   O que pode afetar a segurança do paciente Conheça alguns dos temas que merecem profunda atenção de quem trabalha para evitar eventos adversos na assistência à saúde: Higiene das mãos Aspectos relacionados a cirurgias Prescrição, uso e administração de medicamentos Transfusões de sangue e hemocomponentes Utilização de equipamentos e materiais Prevenção de quedas Prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde    

08/04/2019
Prevenção

Mamografia substitui o autoexame das mamas?

Quem já está na casa dos 30, 40 anos deve se lembrar dos folhetos explicativos que mostravam, há algumas décadas, o passo a passo do autoexame em campanhas sobre a prevenção do câncer de mama. Naquele momento, preconizava-se esse procedimento como uma estratégia essencial para a detecção precoce da doença. Mas vieram os avanços em Medicina Diagnóstica, especialmente na área de imagem. Com o surgimento da mamografia, capaz de flagrar tumores com milímetros, ainda em estágio inicial, por um baixo custo, as autoridades de saúde passaram a ser mais parcimoniosas com a recomendação do autoexame. Afinal, perto da mamografia, essa prática só consegue identificar sinais visíveis ou massas palpáveis, que, se confirmados como manifestações de um tumor maligno, já podem corresponder a um câncer num estágio mais avançado. Mas isso não significa que o autoexame tenha saído de cena. Os especialistas concordam em que a mulher deve reservar periodicamente um tempo para buscar qualquer alteração interna ou externa nas mamas, mesmo uma ligeira assimetria, fazendo uma palpação minuciosa e uma observação detalhada. Isso pode fazer diferença, por exemplo, no intervalo entre uma mamografia e outra – que geralmente é de um ano – ou mesmo numa região com pouca disponibilidade de serviços de saúde.   O fato é que o autoexame permanece importante, desde que integre um programa de rastreamento de câncer de mama. Quando isolado, não reduz a mortalidade pela doença, o que foi comprovado por estudos internacionais que envolveram milhares de mulheres. Assim, as sociedades médicas não desestimulam a estratégia, porém deixam claro que, para rastrear os tumores mamários, é indispensável realizar o exame clínico das mamas, durante a consulta com ginecologista ou mastologista, bem como os métodos de imagem indicados para cada mulher, notadamente a mamografia. Autoexame é válido, mas dentro desse pacote. Converse com seu ginecologista ou mastologista e saiba mais.

01/04/2019
Atividade Física

Exercícios físicos geram benefícios à saúde mental

Não é segredo que a atividade física tem mil e uma utilidades no que diz respeito à saúde. A prática regular de exercícios participa de forma bastante relevante na prevenção de doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte no mundo todo, promove um funcionamento mais harmônico de todos os órgãos e, claro, melhora a forma e a disposição, entre muitos outros benefícios ao corpo. Não é à toa que boa parte das pessoas, quando começa algum programa de treinamento tem, como propósito, emagrecer ou tratar – isso mesmo – outras enfermidades. Por exemplo, em associação a uma dieta equilibrada, os exercícios regulares podem manter os índices de glicemia controlados em pacientes com diabetes tipo 2, diminuindo ou reduzindo a necessidade de medicamentos. Se esses efeitos são incontestáveis, cada vez mais se associa o trabalho corporal à manutenção da boa saúde mental. Além de a atividade física fazer o cérebro liberar endorfina, o “hormônio da felicidade”, e outros neurotransmissores associados ao bem-estar, os exercícios, segundo os especialistas, parecem estimular o crescimento de células nervosas no hipocampo, área que regular o humor e que, em pacientes com depressão, é menor, quando vista em exames de imagem. Contudo, se a liberação de substâncias que conferem satisfação ocorre logo após o treino, o impacto da malhação na regeneração neuronal de um cérebro deprimido depende da regularidade da prática. Exercícios como antídoto contra a depressão As linhas de pesquisa demonstram ainda que os exercícios não apenas contribuem para tratar, como também para prevenir transtornos de humor. Um estudo publicado pelo The American Journal of Psichiatry no ano passado mostrou que movimentar o corpo exerce um efeito protetor contra a depressão em indivíduos saudáveis, independentemente da idade da pessoa e da região geográfica em que vive. Feito por pesquisadores de quatro universidades brasileiras e sete estrangeiras, esse estudo reuniu informações de 49 trabalhos e analisou dados de 265 mil pessoas, de 20 países. Outros benefícios dos exercícios físicos Além dos mecanismos neuronais e bioquímicos, os exercícios interferem em outros fatores que impactam a saúde mental. Reduzem os efeitos do estresse do dia a dia, o que dispensa explicações, e elevam a qualidade do sono, permitindo que o indivíduo ingresse em suas fases mais profundas e possa acordar mais relaxado e disposto. Por último, mas não menos importante, a prática de atividades físicas favorece igualmente o ganho de autoestima, uma vez que modela o corpo, e, sobretudo quando feita em grupo, possibilita interações com outras pessoas, tirando o indivíduo do isolamento. Uma coleção de motivos para ficar de bem com a vida. Lembre-se sempre de procurar um médico antes de começar a se exercitar. O efeito da atividade física no corpo Contribui para o bom funcionamento dos órgãos, sobretudo do sistema cardiorrespiratório Ajuda o intestino a funcionar bem Previne doenças, tais como problemas cardiovasculares, diabetes, osteoporose e reumatismo, entre outras, além de ser adjuvante em seu tratamento Contribui para a perda de gordura e o ganho de músculos Ajuda a equilibrar a ingestão de calorias e o gasto de energia  

01/04/2019
Prevenção

Câncer: tire suas dúvidas sobre a doença

Tipos de Câncer   As células normais do corpo humano O corpo humano é composto por trilhões de células vivas, que crescem, têm uma divisão ordenada e morrem. Na fase adulta, a maioria delas se divide para substituir células desgastadas ou para reparar danos.   Como o câncer começa O câncer resulta de uma multiplicação celular desordenada. Esse crescimento é diferente do normal, pois, em vez de morrer, a célula continua formando unidades anormais. Essas células cancerosas crescem e invadem outros tecidos, algo que as normais não fazem. Além disso, são capazes de formar novos vasos sanguíneos para receber oxigênio e nutrientes e driblar nosso sistema imunológico. Algumas chegam a se desprender desse tumor inicial, caem na corrente sanguínea ou nos vasos linfáticos e dão origem a novos tumores em órgãos distantes, o que os médicos chamam de metástases.   Por que o câncer ocorre A multiplicação desordenada de células pode ser desencadeada por motivos biológicos internos, como herança genética, envelhecimento celular ou doenças do próprio organismo, ou por motivo externo, como o ambiente. Em muitos casos, a causa do câncer ainda é desconhecida e a doença pode se desenvolver em qualquer tecido ou órgão. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a exposição solar, o tabagismo, o sedentarismo e a alimentação inadequada são os principais fatores ambientais que favorecem o surgimento de tumores.   Novas perspectivas Com base nos dados do Inca, foram estimados, no Brasil, aproximadamente 600 mil casos novos de câncer no ano de 2018. A importância de um diagnóstico precoce, com exames clínicos e rastreamento de rotina, pode fazer com que a história dessa doença tenha um desfecho muito favorável na grande maioria das vezes, alcançando melhores resultados no tratamento e, em muitos casos, até a cura. Dessa forma, a necessidade de acompanhamento médico periódico e realização de exames específicos faz toda a diferença na vida do paciente.   O papel da genética Em aproximadamente 10% dos casos, o fator que altera o material genético, levando à predisposição ao surgimento de câncer, é herdado do pai, da mãe ou de ambos, os quais, por sua vez, o herdam de gerações anteriores. São os cânceres hereditários, que incluem alguns casos de tumor de mama, ovário, intestino, tireoide e rim, entre outros. Com a evolução da Medicina Genética, hoje podem ser identificadas alterações em determinados genes por meio de exames de DNA. A detecção dessas mutações permite intervir no rumo da doença e, em algumas circunstâncias, até evitar seu aparecimento. Como exemplo, podemos referir o câncer de mama e ovário, no qual se observam mutações nos genes BRCA1 e BRCA2.   Avanços terapêuticos Conhecer o câncer em profundidade possibilita escolher o melhor tratamento para o paciente. Tradicionalmente, o tratamento dos diversos tipos de câncer baseia-se na quimioterapia, na radioterapia e em cirurgias. Enquanto a quimioterapia, criada em 1970, ataca todas as células de crescimento rápido do corpo, trazendo resultados muito aquém dos esperados, com efeitos colaterais penosos para o paciente, o surgimento de novas modalidades terapêuticas vem mudando esse cenário, com resultados surpreendentemente superiores à quimioterapia e ainda com efeitos colaterais imensamente menores, promovendo uma qualidade de vida excepcional. São eles: -Os agentes antiangiogênicos, que promovem o bloqueio dos vasos sanguíneos do tumor, impedindo seu crescimento. -Os agentes imunoterápicos, que estimulam o sistema imunológico a atacar especificamente as células cancerígenas e vêm se destacando em alguns tipos de câncer, como o melanoma, o renal e o de pulmão. -E, o que parece ser o maior dos avanços atuais, o surgimento do tratamento personalizado para cada tipo de câncer, chamado de terapia-alvo.  Trata-se de uma modalidade que surgiu por meio do melhor entendimento da ação dos genes, das proteínas e de moléculas presentes nas células tumorais. Na prática, esses medicamentos identificam e atacam características específicas das células cancerígenas, bloqueando o crescimento e a disseminação do câncer. Alguns exemplos da aplicação dessa terapêutica: Câncer de mama – Cerca de 20% a 25% dos casos da doença têm a proteína denominada receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER2), que estimula o crescimento das células tumorais. Assim, em pacientes com câncer de mama invasivo, recomenda-se que sejam realizados testes para HER2. Se os resultados mostram que o tumor é positivo para essa proteína, vários medicamentos podem ser utilizados como opções de tratamento. Câncer colorretal – Medicamentos que bloqueiam o receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR), que, muitas vezes, é produzido em excesso nesse tipo de câncer, podem ser eficazes para parar ou retardar o crescimento do tumor colorretal, desde que este não tenha uma mutação no gene KRAS. Além disso, a terapia-alvo pode ser direcionada para o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), uma proteína que ajuda a formar novos vasos sanguíneos. Câncer de pulmão – Medicamentos que bloqueiam o EGFR podem ser eficazes para deter ou retardar o crescimento desse câncer, especialmente se o gene EGFR contiver determinadas mutações. A terapia-alvo também está disponível para tratar o tumor de pulmão acionado pelo gene ALK mutado. Melanoma – Aproximadamente 50% dos melanomas têm um gene BRAF mutante ou ativado. Pesquisas recentes mostraram que alterações específicas nesse gene funcionam como bons alvos para fármacos. Leucemia mieloide crônica – É causada por uma lesão genética específica, denominada BCR-ABL ou, ainda, cromossomo Filadélfia. Vários medicamentos foram criados para atacar especificamente essa alteração genética, como imatinib, dasatinib e nilotinib. Notavelmente, esses tratamentos podem ser administrados por via oral, têm poucos efeitos colaterais e alguns pacientes podem ser efetivamente curados.   Apesar de o cenário de tratamento do câncer estar se transformando a cada ano, é importante também buscar um estilo de vida saudável, não fumar, ingerir bebidas alcoólicas com muita parcimônia, manter uma dieta equilibrada, rica em fibras e alimentos frescos, controlar o peso, fazer exercícios regulares e se proteger do sol. Esse conjunto de medidas, segundo o Inca, pode ajudar a prevenir pelo menos uma parcela de todos os casos de câncer que ocorrem a cada ano. Faça a sua parte.   Fontes: AC Camargo Instituto Nacional do CâncerOncoguia

19/03/2019
Outubro Rosa

Conheça Mitos E Verdades Sobre A Mamografia

Uma vez que o câncer de mama é o segundo mais frequente entre as mulheres, a campanha Outubro Rosa surgiu na década de 1990 com o objetivo de falar sobre a doença e incentivar a população feminina a procurar serviços de saúde para fazer consultas e exames de rastreamento. Entre eles, o destaque fica por conta da mamografia, que comprovadamente reduz a mortalidade pelo câncer de mama por conseguir detectar o tumor em estágio inicial, numa fase em que as chances de cura são maiores. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer e o Ministério da Saúde recomendam a realização do exame a partir de 50 anos para mulheres sem histórico da doença na família, enquanto o Colégio Brasileiro de Radiologia sugere fazer a primeira avaliação mamográfica a partir dos 40 anos. Na prática, porém, vale a indicação de seu médico. Apesar de a mamografia ser um exame simples, não invasivo, o assunto ainda gera dúvidas, que a DaVita ajuda a esclarecer nesta oportunidade. Não tenho nódulos nem alterações nas mamas, então estou dispensada da mamografia.Mito. A mamografia procura justamente alterações milimétricas, que podem corresponder ao câncer de mama em estágio inicial, quando tem maiores chances de cura. Quando o nódulo está palpável ou a mama se encontra visivelmente alterada, existe a possibilidade de se tratar de um tumor em estágio mais avançado e, por conseguinte, mais difícil de tratar. Não preciso fazer o exame porque ninguém da minha família teve câncer de mama.Mito. A maioria dos casos de câncer de mama não é hereditária. Portanto, toda mulher pode vir a desenvolver a doença e, dessa forma, deve fazer o estudo mamográfico para rastreá-la quanto antes. Mantenho um estilo de vida saudável e não preciso me preocupar com o risco desse câncer.Mito. Apesar da importância de bons hábitos de vida para diminuir o risco de qualquer tumor, isso não basta para prevenir a neoplasia de mama, cujo surgimento está relacionado também a fatores genéticos e hormonais, sobre os quais temos pouco ou nenhum controle. A radiação emitida pelo exame pode fazer mal.Mito. Só há contraindicações em caso de gravidez, condição mais difícil na faixa etária em que se indica a mamografia. Fora dessa circunstância, o exame está liberado, pois a radiação que emite é muito baixa e insuficiente para causar problemas em outros órgãos do corpo. A mamografia causa desconforto.Verdade. Mesmo não sendo invasivo, o exame comprime as mamas entre duas placas, o que, para determinadas mulheres, gera incômodo, embora tolerável. De qualquer forma, é possível tornar a mamografia menos desconfortável, marcando-a no começo do ciclo menstrual, quando as mamas estão menos sensíveis. Há médicos que recomendam a ingestão de um analgésico simples antes do exame. Converse com o seu e veja o que ele também pode sugerir nesse sentido. Como tenho mamas pequenas, o exame será doloroso.Mito. O eventual desconforto com a compressão das mamas não está relacionado a tamanho, mas à sensibilidade individual de cada mulher. A prótese mamária torna a mamografia menos eficaz.Verdade. Mas não significa que o exame não deva ser feito, e, sim, eventualmente complementado com outro método de imagem, se assim for indicado pelo médico. Se você tem mais dúvidas, não deixe de esclarecê-las com um ginecologista ou mastologista antes da próxima mamografia.

14/02/2019
Prevenção

Os benefícios do sol para a saúde

Está certo que a exposição solar em excesso causa queimaduras, câncer de pele e envelhecimento precoce.  Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 30% dos tumores malignos no Brasil são câncer de pele, com uma estimativa de 165,5 mil novos casos do tumor não melanoma entre os anos 2018-2019.  Mas, apesar dos cuidados que inspira, o sol está longe de ser um vilão para a saúde. Um dos benefícios mais importantes proporcionados pelo astro-rei é a produção de vitamina D, essencial para consolidar a absorção de cálcio e manter os ossos saudáveis. Há poucos alimentos ricos nesse nutriente e, na prática, sua maior fonte é mesmo a exposição solar por 20 minutos, sem filtro de proteção – sempre nos períodos de menor incidência dos raios UVA e UVB, vale o grifo, antes das 10 horas e depois das 16 horas –, o que permite a obtenção de 10.000 unidades de vitamina D, a meta diária para um adulto. Tomar sol ainda contribui para fortalecer o sistema imunológico, igualmente por ação da polivalente vitamina D, e atua como adjuvante no tratamento de doenças de pele, como vitiligo, já que os raios solares estimulam a produção de células que fabricam pigmentos, que não funcionam bem em portadores dessa doença. No campo da saúde mental, a luz solar também oferece contribuição ao ajudar no controle da depressão. Isso porque, ao ser exposto ao sol, o cérebro reduz a produção de melatonina, hormônio que causa relaxamento e sonolência e que, em excesso, pode levar o indivíduo a se ensimesmar. Ao mesmo tempo, o sol promove um incremento na síntese de serotonina, um neurotransmissor associado ao bem-estar, melhorando o humor. Fotoproteção Apesar dessas qualidades, não dá para abrir mão da fotoproteção. Se é possível dispensar o protetor solar para obter a cota diária de vitamina D naqueles poucos minutos, fora dessa circunstância a Sociedade Brasileira de Dermatologia preconiza o uso de FPS 30, no mínimo, tanto para sair diariamente à rua quanto para exposições mais prolongadas, na praia, na piscina ou no campo, nesses casos com reaplicações a cada duas horas ou, então, após entrar na água ou transpirar demasiadamente. Essa recomendação não vale apenas para pessoas de pele mais clara, mas também para indivíduos de pele negra. Contudo, por conterem maior quantidade de melanina, que funciona como uma proteção natural, os afrodescendentes podem usar um produto com FPS menor, mas nunca inferior a 15. O filtro solar deve ser utilizado em bebês apenas a partir dos 6 meses de idade, em forma de produtos específicos à pele da criança, prescritos pelo médico pediatra ou dermatologista. É importante lembrar que a conscientização da fotoproteção deve começar desde a infância e a adolescência para evitar os efeitos nocivos do sol ao longo dos anos. Além do filtro solar, a Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda o uso de outros acessórios para se proteger do sol, como boné e chapéu, assim como o de camisetas de algodão nas atividades ao ar livre, pois estas roupas bloqueiam a maior parte da radiação ultravioleta. Óculos escuros são essenciais também para prevenir catarata e outras doenças nos olhos. Na praia, vale utilizar ainda barracas de lona ou de algodão, que absorvem pelo menos metade da radiação ultravioleta, de acordo com a entidade. De qualquer forma, mesmo com filtro solar e a paramentação necessária, onde quer que seja o cenário, invariavelmente é mais seguro encarar o sol antes das 10 horas e depois das 16 horas, além de se manter sob a sombra sempre que possível. Para quem quer se bronzear, esse objetivo vai ser alcançado do mesmo jeito, mas sem agressão à pele nem risco de lesão maligna. Consulte um dermatologista ao menos uma vez por ano para fazer um check-up da pele ou sempre que tiver alguma queixa.