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O que é anemia e como os sintomas também sinalizam outras doenças ou alterações

Adquiridas ou hereditárias, as anemias possuem sintomas que causam fadiga, palidez, dificuldade de aprendizagem nas crianças, e falta de disposição para o trabalho, nos adultos, entre outros sintomas.

Talvez você já tenha apresentado sintomas e se questionado sobre o que é anemia. Ela é um problema de saúde que afeta cerca de um terço da população mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde. Essa condição não é exatamente uma enfermidade, mas um sinal de que algo não vai bem no organismo.

A presença de anemia pode ser detectada por um simples hemograma, exame que faz a contagem das células sanguíneas, e o tratamento depende da identificação do motivo de seu surgimento, é necessário fazer uma investigação para descobrir e corrigir a causa, a fim de reverter o quadro. Até porque os sintomas da anemia costumam incomodar e interferir na qualidade de vida.

A equipe de Hematologia da DaVita Serviços Médicos esclarece, a seguir, as principais dúvidas sobre o assunto.

O que é anemia?

Trata-se de um termo médico genérico para descrever um estado em que o sangue do paciente apresenta uma quantidade reduzida de hemoglobina, a proteína que fica dentro das células vermelhas do sangue e leva o oxigênio do pulmão para todo o corpo humano. A anemia também pode designar condições em que os glóbulos vermelhos não se formam por completo ou são deformados.

Quais os tipos da condição?

As anemias podem ser divididas em adquiridas ou hereditárias. No primeiro caso, podem surgir por falta de nutrientes e alterações na medula óssea, como ocorre em linfomas e leucemias, ou, ainda, por conta de outras doenças que causam o quadro por diferentes mecanismos, como afecções inflamatórias, renais e infecciosas, entre outras.

Nos casos hereditários, o problema tem origem em defeitos genéticos herdados dos pais. Há também anemias autoimunes, causadas por falhas do sistema imunológico que levam as defesas a atacarem a medula óssea ou prejudicarem a absorção de algum nutriente importante para a produção dos glóbulos vermelhos.

Em todas essas situações, as anemias sempre são crônicas. Mas as agudas também existem e se restringem a situações em que há grande perda de sangue, como pode acontecer em acidentes e cirurgias.

Que deficiências nutricionais estão por trás das anemias adquiridas?

A mais comum é a deficiência de ferro, que, de acordo com os especialistas, responde por mais de 90% dos casos. Falamos da anemia ferropriva, mais frequente na infância e na gestação, quando o organismo precisa muito do mineral, e na maturidade, quando a alimentação deixa a desejar. O ferro é fundamental para a medula óssea fabricar hemoglobina da forma adequada.

O quadro ainda pode se dar por falta de outras vitaminas, igualmente essenciais para que os glóbulos vermelhos sejam produzidos, como a B9 (presente em vegetais verde-escuros, frutas cítricas, grãos e sementes, abacate, nozes e castanhas) e B12 (encontrada principalmente em carnes, peixes, leite e derivados, entre outros), quando a anemia é chamada de megaloblástica.

Como ocorrem as anemias hereditárias?

Entre as anemias hereditárias mais conhecidas estão a talassemia, ou anemia do Mediterrâneo, mais comum em pessoas de ascendência italiana, grega, turca e libanesa, e a anemia falciforme, mais incidente na população afrodescendente.

Nos dois casos, o indivíduo precisa herdar o gene alterado tanto do pai quanto da mãe para manifestar os sintomas, que já começam tão logo a criança nasce – não por acaso, o rastreamento de anemia falciforme faz parte do teste do pezinho, obrigatório em todo o Brasil.

Caso o gene venha apenas de um dos dois, o indivíduo terá apenas o traço falciforme ou, no caso da anemia do Mediterrâneo, a talassemia menor, com nenhuma ou mesmo com mínimas manifestações.

Que mecanismos explicam as anemias autoimunes?

Existem alguns tipos de anemias autoimunes que, em comum, têm um ataque indevido do sistema imunológico à medula óssea, às células sanguíneas ou outras estruturas. Na anemia perniciosa, as defesas do corpo impedem que o organismo absorva vitamina B12, gerando carência do nutriente e queda da hemoglobina.

Já na anemia aplásica, há destruição da medula óssea pelas mesmas células que deveriam proteger o corpo. Com isso, todos os elementos do sangue vão deixando de ser produzidos adequadamente, o que determina sintomas fortes de anemia, além de vulnerabilidade a infecções e sangramentos.

Por fim, vale destacar a anemia hemolítica autoimune, em que ocorre a destruição de glóbulos vermelhos ainda jovens pelas células de defesa sem que a medula tenha tempo de fazer sua reposição.

Quais os sintomas da anemia?

- Fadiga generalizada

- Falta de apetite

- Palidez de pele e mucosas (parte interna do olho e das gengivas)

- Menor disposição para o trabalho

- Falta de ar

- Tonturas

- Dor no peito

- Mãos e pés frios

- Dor de cabeça

- Apatia

- Dificuldade de aprendizagem (nas crianças)

- Queda de pressão arterial (em casos de anemias agudas)

Como os médicos suspeitam de anemia?

Os sintomas podem ser indicativos do quadro, mas apenas um hemograma confirma a redução na contagem da hemoglobina. O diagnóstico fica determinado quando os valores de hemoglobina estão abaixo de 12 g/dL, para mulheres, e abaixo de 14 g/dL, para homens. A investigação das causas pode requerer exames complementares, desde dosagens de ferro e vitaminas B12 e B9, até um exame da medula óssea, o mielograma.

Qual é o tratamento para esses quadros?

Isso varia de acordo com o que está causando a doença, podendo incluir suplementação ou alimentação enriquecida com o nutriente que falta, quando a condição se deve a fatores nutricionais. Mas quando causada por alterações na medula óssea, a anemia é curada tratando o linfoma ou a leucemia, da mesma forma que em outras doenças.

As autoimunes podem requerer medicamentos imunossupressores para controle da resposta imunológica. Mas se a medula parar, apenas o transplante de um doador compatível e o bom estado geral do paciente podem resolver o caso.

As hereditárias também dependem de transplante para a cura completa. Como estão presentes desde o nascimento, requerem acompanhamento médico constante e muitas vezes são necessárias transfusões frequentes de sangue, além de outras providências para evitar complicações mais graves.

Como prevenir as anemias?

As únicas anemias preveníveis são as ocasionadas por carências nutricionais. Dessa forma, é fundamental manter uma alimentação equilibrada, rica em vegetais e frutas variadas, fontes de proteínas e cereais, de preferência integrais.

Essa base fornece diversos nutrientes, inclusive ferro e vitaminas B9 e B12. Uma vez que a anemia ferropriva é a que mais prevalece, deve-se dar bastante atenção ao consumo de alimentos que são fonte de ferro, como carne vermelha, feijões, lentilha, vegetais verde-escuros, entre outros.

Para garantir a melhor absorção do mineral, os nutricionistas sugerem o consumo de uma porção de frutas ricas em vitamina C logo após as refeições (como limão, laranja, morango e tangerina).

Crianças, gestantes, idosos e mulheres com fluxo menstrual muito intenso correm mais risco de desenvolver anemia por carência de nutrientes e requerem supervisão cuidadosa. Fora do contexto alimentar, vale lembrar que qualquer sintoma de anemia deve ser valorizado e esclarecido com um médico de sua confiança.

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