DaVita Saúde

Como a pandemia alterou o cenário de transplantes de órgãos

A pandemia de Covid-19 tem alterado muitos cenários e não foi diferente no contexto dos transplantes de órgãos e tecidos em território brasileiro. Segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde, esses procedimentos sofreram uma queda de 22% no Brasil, por causa das dificuldades impostas pelo novo coronavírus. De janeiro a dezembro de 2020, o Brasil registrou 62,9 mil transplantes realizados pelo Sistema Único de Saúde ante 81,4 mil feitos no ano anterior. O desempenho de 2020 foi o menor em oito anos.

Os especialistas atribuem essa diminuição a vários fatores, com destaque para o grande número de óbitos por Covid-19, que, sendo uma doença infectocontagiosa, com reflexos para vários órgãos e sistemas do corpo, inviabiliza as doações – a não ser que o potencial doador já esteja livre do vírus há, pelo menos, quatro semanas (veja boxe). Milhares de órgãos, portanto, acabaram descartados no ano passado por conta da infecção pelo vírus.

A pandemia elevou o número de recusas por parte dos familiares – que são responsáveis pela autorização das doações – para que seus entes pudessem ser sepultados rapidamente, e também interferiu na logística de transporte de órgãos entre municípios e Estados, fez cair a busca ativa por órgãos para resguardar a saúde dos profissionais que atuam nesse processo e até adiou os planos de transplantes entre médicos e pacientes – o número de novos cadastros caiu quase 30% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2019.

Para completar, com a grande dedicação dos leitos de tratamento intensivo para atendimento aos pacientes com Covid-19, não apenas houve menos espaço para receber vítimas de traumas com morte cerebral, que representam a maioria dos doadores e precisam de respiradores para que os órgãos permaneçam viáveis, como também para acomodar com segurança os transplantados, que, por receberem imunossupressores após o procedimento, ficam mais vulneráveis a infecções.

Com isso, a fila de pessoas à espera de órgãos se moveu devagar no Brasil, especialmente no primeiro semestre de 2020. Entre abril e junho, houve uma queda de 61% no número de transplantes em relação aos feitos no primeiro trimestre do ano, o que resultou num aumento de 44,5% nas mortes dos pacientes que estavam na fila, também em comparação com os registros dos três primeiros meses de 2020. O segundo semestre apresentou melhora, mas o fato é que o Brasil chegou a novembro com mais de 41 mil pessoas esperando um procedimento.

Com o novo crescimento da pandemia, é de se imaginar que as atuais condições sanitárias irão favorecer muito pouco os transplantes em 2021. Assim, precisamos falar sobre o assunto para que, pelo menos no que depender de cada cidadão comum, os procedimentos não sejam dificultados quanto à autorização da doação – que, afinal, já configura meio caminho andado.

Nossa legislação considera que não há necessidade de um documento para declarar que uma pessoa é doadora. Basta que ela tenha sinalizado esse desejo em vida para a família. Assim, é importante que o tema seja discutido em casa, com naturalidade. Apesar da enorme dor que a morte de um ente querido representa, saber que a situação permitirá que outras pessoas vivam – e um doador de órgãos salva até dez indivíduos – pode ser um consolo imenso.

Vamos falar sobre transplantes

Em que momento se determina que uma pessoa não tem mais chance de viver e pode ser doadora de órgãos?

Quando ela recebe o diagnóstico de morte encefálica, ou cerebral, uma situação irreversível, bem diferente do coma, que pode ser revertido, e que é confirmada por critérios objetivos, os quais envolvem a ausência de movimentos respiratórios e a falta de fluxo sanguíneo no cérebro.

Em que casos não é possível doar órgãos?

A pessoa não pode doar órgãos se tiver sido portadora de doenças infecciosas agudas graves, bem como de câncer, de insuficiência múltipla de órgãos e de doenças infectocontagiosas, a exemplo de HIV/aids, hepatite B e C, toxoplasmose, sífilis, doença de Chagas e citomegalovirose, além de Covid-19 não curada.

Que órgãos e tecidos podem ser doados?

Rins, fígado, coração ou válvulas cardíacas, pâncreas, pulmões, intestino, córneas, ossos, medula óssea e pele podem ser doados, evidentemente dependendo da compatibilidade entre doador e receptor.

Como é o procedimento de retirada dos órgãos?

A remoção ocorre como qualquer outra intervenção, sempre em centro cirúrgico, com todos os cuidados necessários de assepsia. Após o término do procedimento, o corpo é reconstituído, ficando sem deformidades, como estava antes da cirurgia. Pode, portanto, ser velado e sepultado sem nenhum impedimento.

Há possibilidade de ser doador em vida?

O doador vivo pode doar um dos rins, assim como parte da medula óssea, do fígado ou do pulmão. Precisa ser maior de idade e estar em boas condições de saúde para que o procedimento não o prejudique, além de ter parentesco de até quarto grau com o receptor – para não aparentados, há necessidade de autorização judicial para o transplante. Evidentemente, também nesse caso doador e receptor devem ser compatíveis.

Dá para saber a quem o órgão de um falecido vai ser doado?

Devido a questões éticas, mantém-se o anonimato dos protagonistas do processo. Existe um filme sobre o assunto, 21 gramas, do diretor mexicano Alejandro González Iñarritu, que toca justamente nesse ponto delicado ao abordar a relação entre um transplantado cardíaco e a esposa do doador, morto em um acidente. Vale conferir.

Morte por Covid-19 e doação de órgãos

A morte recente do senador Major Olímpio por Covid-19, aos 58 anos, levantou publicamente essa questão, já que a família expressou, nas redes sociais, que era desejo dele doar seus órgãos ao falecer. Contudo, o Ministério da Saúde, em nota divulgada no ano passado, afirma que há contraindicação absoluta para doar órgãos e tecidos nos casos de pessoas que morreram com a infecção ativa pelo Sars-CoV-2, com teste positivo para o vírus, ou, então, com síndrome respiratória aguda grave sem etiologia definida nem teste laboratorial comprobatório. Já para indivíduos que tiveram Covid-19, mas que já estavam recuperados ao falecer, o Ministério da Saúde diz que existe uma contraindicação relativa, o que significa que a equipe de transplante deve validar o processo para a liberação do órgão de acordo com a urgência do receptor. Nessa situação, é necessário que haja um intervalo de, pelo menos, 28 dias entre a resolução da infecção e o óbito.

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22/10/2021
Saúde da Mulher

Benefícios da Mamografia

Desde que realizada periodicamente, a mamografia diminui a mortalidade por câncer de mama em 40% e até mesmo a incidência do tipo mais letal desse tumor.    Benefícios da Mamografia O câncer de mama é o segundo mais incidente entre as brasileiras, ficando atrás apenas do tumor de pele não melanoma. Até o fim deste ano, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que haverá 66,2 mil casos no Brasil.  A doença também responde pelo maior número de mortes por tumores malignos no sexo feminino em nosso país. De acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer, 18.295 mulheres morreram por essa causa em 2019.  Diferentemente de outros cânceres, cuja prevenção depende muito de mudanças no estilo de vida, o de mama ocorre com mais frequência à medida que a mulher envelhece – após a menopausa, a partir dos 50 anos – e está relacionado não apenas com fatores comportamentais, que podem ser modificados, mas também com fatores reprodutivos, hormonais e genéticos, sobre os quais quase sempre não há como interferir. Diagnóstico precoce Dessa forma, a estratégia que melhor funciona para salvar vidas femininas é a detecção precoce do tumor mamário, ou seja, quando a lesão ainda se encontra em estágio inicial e, por conseguinte, têm elevada probabilidade de cura.  Para essa finalidade, utiliza-se como triagem um exame chamado mamografia, uma espécie de radiografia das mamas que consegue reconhecer alterações milimétricas, sugestivas de câncer, antes mesmo que a paciente ou o médico percebam um nódulo pelo toque.  De acordo com o Inca, trata-se do único método diagnóstico com eficácia comprovada na diminuição da mortalidade por tumor mamário, desde que feita periodicamente, conforme orientação médica.  Para ter uma ideia, um estudo sueco publicado no ano passado na revista Cancer, da Associação Americana de Câncer, mostrou que, nas pacientes diagnosticadas com a doença, a realização de mamografias regulares reduziu a mortalidade por câncer de mama em 41% nos dez anos que se seguiram após o diagnóstico.  O levantamento, que analisou dados de 30% da população feminina sueca elegível para o estudo mamográfico, apontou que o exame ainda se provou útil para diminuir em 25% a incidência de tumor mamário avançado, o mais letal.  Início do rastreamento No Brasil, as entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Mastologia e o Colégio Brasileiro de Radiologia, recomendam iniciar o rastreamento periódico com mamografia preventiva a partir dos 40 anos de idade e o Ministério da Saúde, a partir dos 50 anos.  Como o exame precisa de pedido médico, na prática vale mesmo a prescrição do ginecologista ou mastologista consultado, até porque cada paciente traz um universo de fatores de risco (veja boxe). O intervalo até a próxima mamografia costuma ser de um ano, mas é possível que seja menor, dependendo dos achados do último exame.  A mamografia pode incomodar um pouco, o que varia muito de mulher para mulher, conforme a densidade da mama, principalmente, mas não chega a doer. Para aquelas que estão em idade reprodutiva, recomenda-se agendar o exame após o período menstrual para torná-lo menos desconfortável, uma vez que as mamas ficam doloridas antes e durante a menstruação.  Marque aqui sua consulta com ginecologista ou mastologista e mantenha seu rastreamento mamográfico em dia.    Boxe Fatores de risco para o câncer de mama   Ambientais e comportamentais: - Obesidade e sobrepeso - Inatividade física - Consumo de bebidas alcoólicas - Exposição frequente à radiação (proveniente de tratamentos ou exames) - Tabagismo   Reprodutivos e hormonais - Primeira menstruação antes dos 12 anos - Primeira gravidez após os 30 anos - Não aleitamento - Ausência de gestações - Uso de anticoncepcionais hormonais - Uso de terapia de reposição hormonal por mais de cinco anos   Genéticos e hereditários - História familiar de câncer de ovário - História de parentes com câncer de mama antes dos 50 anos - História de homens com câncer de mama na família - Presença de mutações em genes associados ao tumor de mama, sobretudo BRCA1 e BRCA2

18/10/2021
Criança

Dislexia: Salada de Letras

Transtorno de aprendizagem hereditário, a dislexia precisa ser identificada e tratada precocemente para evitar prejuízos à plena formação da criança.   Dislexia: Salada de Letras O que personalidades de áreas diferentes como o piloto de fórmula 1 Lewis Hamilton, o cofundador da Apple, Steve Jobs, o ator Tom Cruise, o chef Jamie Oliver, a atriz Jennifer Aniston e o ator, dramaturgo e escritor Pedro Cardoso têm em comum? Todos sofreram com algum grau de dislexia, um transtorno de aprendizagem caracterizado pela dificuldade de aprender e realizar a leitura e a escrita, que afeta até 17% da população mundial, segundo a Associação Internacional de Dislexia.  Causado por uma alteração cromossômica, transmitida de forma hereditária numa mesma família, o problema incide mais em meninos que em meninas e não tem nada a ver com atraso mental ou baixa inteligência – pelo contrário, trata-se de pessoas extremamente criativas. Em geral, é suspeitado justamente na idade escolar, quando a criança demora a decolar na alfabetização (veja os demais sintomas no boxe), mas acontece de os casos serem flagrados entre adolescentes e até em adultos. Na prática, o cérebro do portador desse distúrbio não consegue associar adequadamente os sons às letras, comprometendo o encadeamento das sílabas e a formação das palavras, tampouco faz a necessária correspondência entre os conceitos e símbolos matemáticos e seu significado. Dessa maneira, a criança acaba restringindo sua experiência de leitura, o que interfere na ampliação do vocabulário e na obtenção de novos conhecimentos.    Reconhecimento Evidentemente, é preciso excluir outras condições de saúde antes de confirmar a hipótese de dislexia, a exemplo de deficiências visuais, como erros de refração, algum grau de perda auditiva, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, escolarização insuficiente, condições neurológicas e problemas emocionais, psicológicos e socioeconômicos que possam comprometer a aprendizagem. Por tudo isso, um possível caso de dislexia requer a avaliação de uma equipe multidisciplinar, composta de pediatria, neurologista, psiquiatra, terapeuta ocupacional, psicólogo, fonoaudiólogo e psicopedagogo. Quanto mais cedo a condição for reconhecida, mais precocemente o tratamento pode ser iniciado para assegurar que a criança tenha um bom aprendizado e, assim, consiga apresentar um desenvolvimento adequado nos estudos e na vida profissional, reduzindo as chances de haver impactos no seu equilíbrio emocional.      Suporte especializado Não existe prevenção, tampouco remédios para dislexia. O tratamento exige acompanhamento fonoaudiológico e psicológico, com exercícios para superar as dificuldades de codificar e decodificar os símbolos gráficos e outros empecilhos da rotina de aprendizagem. A psicoterapia tem igualmente um papel fundamental para trabalhar a autoestima da criança.  Além disso, vale investir em facilidades hoje oferecidas pela tecnologia. Entre elas, há, por exemplo, videogames para treinar as habilidades de leitura e escrita de forma lúdica e livros para escutar (audiobooks), que permitem a associação entre sons e palavras. Em paralelo, os especialistas recomendam que esse grupo de crianças tenha sua já marcada criatividade estimulada por artes, música e esportes. A abordagem da dislexia é um processo longo, que exige persistência de pais e educadores, mas dá bons resultados. Comece tendo uma conversa com o pediatra. Marque agora uma consulta com a equipe de Pediatria da DaVita.   Boxe Sintomas clássicos da dislexia na infância  Dificuldade na aquisição e na automatização da leitura e escrita Baixa compreensão do conteúdo de uma leitura Dificuldade para identificar fonemas e fazer sua associação com as letras Troca, inversão, omissão ou acréscimo de letras e sílabas à escrita Dificuldade para estudar e copiar a lição de livros e da lousa Dificuldade para memorizar a tabuada, reconhecer símbolos e conceitos matemáticos Dificuldade para aprender rimas e canções Dispersão e falta de atenção Desinteresse por livros e outros materiais que contenham texto Falta de coordenação motora Desorganização temporal e espacial

27/09/2021
Saúde da Mulher

Fisiatria: Tudo pela reabilitação

Em parceria com uma equipe multidisciplinar, o médico fisiatra trabalha para mitigar as repercussões de doenças agudas ou crônicas nas atividades diárias do paciente.  Fisiatria: Tudo pela reabilitação   Imagine que você teve um problema sério no ombro, por exemplo, uma ruptura nos músculos que recobrem a cabeça do úmero e permitem que façamos rotações diversas com os braços. O tratamento reparador para essa condição é cirúrgico, porém, de acordo com as condições de cada indivíduo, caso a opção seja o tratamento conservador,  o  Fisiatra fará o planejamento e condução do tratamento, visando reintegrar o paciente social e funcionalmente, sendo então, o médico clínico responsável pela reabilitação dos pacientes após quaisquer doenças que possam causar incapacidades temporárias ou permanentes. O fisiatra trata de patologias ortopédicas como a citada no ombro, problemas  de coluna e extremidades por desgaste natural, e sequelas por lesões mais severas como acidente vascular cerebral, paralisia cerebral e lesão na medula espinhal, entre outras, causando incapacidades permanentes. Diante desses desafios clínicos, o fisiatra tem um importante papel no sentido de buscar uma forma de reabilitação para que a pessoa possa conviver com as sequelas  buscando desenvolver suas capacidades com menor impacto funcional e social possível. Portanto, além de complementar o tratamento-padrão de muitas doenças, esse especialista pode indicar, nessas situações clínicas, o uso de órteses para melhor posicionamento dos membros; próteses para substituir membros amputados, e  recursos auxiliares de locomoção, como muletas, bengalas e cadeiras de rodas – que, afinal, exigem um período de adaptação.  O médico fisiatra também executa procedimentos para amenizar dores crônicas de diferentes naturezas e reduzir a rigidez de músculos. Habitualmente  trabalha em conjunto com outros profissionais (equipe multidisciplinar) para buscar o bem-estar dos pacientes:  fisioterapeutas, quiropraxistas, fonoaudiólogos , terapeutas ocupacionais, psicólogos, psicopedagogos , nutricionistas, dentre outros.   Pós-Covid-19   Se, num passado próximo, a atuação da Fisiatria estava associada a consequências de doenças neurológicas e lesões no sistema musculoesquelético, a pandemia de Covid-19 vem trazendo para essa especialidade médica uma nova categoria de pacientes.  Entre eles, há pessoas de diferentes idades que passaram por internação prolongada em UTI e mesmo em enfermaria, que precisam ganhar massa muscular, reaprender a andar ou fazer suas atividades de rotina sem depender de terceiros e se recuperar emocionalmente, após tantas perdas. Nesses casos, o fisiatra traça um plano de tratamento o qual muitas vezes já começa no próprio hospital, com o apoio de uma equipe multidisciplinar conforme já descrito.  Outro grupo de pacientes que requerem essa abordagem é formado por aquelas pessoas que, mesmo depois da resolução da infecção onde não houve necessidade de internação hospitalar, passaram a apresentar a chamada síndrome pós-Covid-19, ou Covid-19 prolongada, com sintomas que se arrastam de semanas a meses, a exemplo de fadiga extrema, falta de ar, fraqueza muscular, dor generalizada, alterações de memória e concentração, transtornos de humor e distúrbios do sono. Nessas  situações, como qualquer outro médico, o fisiatra precisa investigar a causa das queixas,  visto que, em indivíduos que tiveram Covid-19 pode haver sequelas importantes, envolvendo órgãos vitais, como cérebro, coração e pulmões. Fazer acompanhamento em conjunto com outros especialistas,  prescrever medicamentos pertinentes a sua área, e indicar sessões de exercícios, costumam ser a base do tratamento, buscando a melhora do cansaço, das dores, da falta de ar e de outros sintomas da síndrome. Se, contudo, os pacientes mais graves recebem este atendimento no hospital durante a internação, os que apresentam quadros leves e permanecem com sintomas prolongados nem sempre buscam esclarecimento – como as queixas são diversas, muitas vezes mal sabem que especialista procurar. O fisiatra tem a formação ideal para manejar tais casos e, acredite, ele é tão acessível quanto qualquer outro especialista que consultamos rotineiramente. A DaVita conta com uma equipe de Fisiatria pronta para ajudar você a se reabilitar após a Covid-19 ou em qualquer outra situação clínica que gere sintomas incapacitantes.    Marque agora mesmo sua consulta!

16/09/2021
Prevenção

Conheça melhor a psoríase

Resultante de um ataque do sistema imunológico às células da pele, associado a fatores externos e genéticos, a psoríase compromete a qualidade de vida, mas tem tratamento.   Conheça melhor a Psoríase Doença inflamatória da pele a Psoríase não é contagiosa, caracteriza-se por lesões avermelhadas e descamativas que surgem em diferentes partes do corpo.  Tem evolução crônica, com ciclos de remissão e exacerbação; geralmente as lesões permanecem localizadas, mas pode ocorrer generalização em uma minoria dos casos. A afecção afeta cerca de 2 milhões de brasileiros, em ambos os sexos, conforme dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Veja o que está por trás da condição.  Por que as lesões aparecem? A doença envolve um ataque indevido do sistema imunológico à pele, o que começa quando os linfócitos T liberam substâncias inflamatórias e formadoras de vasos no maior órgão do corpo humano. O organismo responde a essa agressão com a dilatação dos vasos sanguíneos locais e a infiltração da pele por neutrófilos, além de passar a produzir mais células cutâneas, aumentando a velocidade de seu ciclo evolutivo, o que resulta numa grande produção de células imaturas. Como o corpo não consegue eliminá-las, elas ficam acumuladas na superfície da pele e originam as placas avermelhadas que caracterizam a psoríase.   O que causa esse processo? A causa exata não está bem esclarecida, mas os especialistas defendem que a psoríase decorra de uma combinação de fatores. Além do processo autoimune descrito anteriormente, com as células de defesa atacando as células da pele, existem vários gatilhos externos para as crises, tanto ambientais quanto comportamentais, como estresse, exposição ao frio, obesidade, infecções, tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas, entre outros. E quem possui histórico familiar da doença, para completar, tem entre 30% e 40% de chance de também vir a apresentar lesões ao longo da vida.   A doença se manifesta sempre da mesma forma? Há várias apresentações. A mais comum é a psoríase em placas, também conhecida como psoríase vulgar, que representa 90% dos casos e envolve cotovelos, joelhos, dorso e couro cabeludo. As lesões são avermelhadas e elevadas, com escamas esbranquiçadas, que se desprendem e se espalham por roupas e objetos da pessoa. A doença tem ainda outras formas que podem afetar exclusivamente unhas, tronco e membros, couro cabeludo e dobras, como axilas e virilhas, além daquelas que cursam com bolhas de pus, com inflamação nas articulações e com manchas por todo o corpo.  Além das lesões, há outros sintomas? As manifestações variam conforme o tipo da doença e podem incluir pequenas manchas claras ou escuras, como residuais das lesões ativas, ressecamento da pele, descamação das placas que pode até desencadear sangramento local, coceira é muito frequente, além de queimação, alterações visíveis nas unhas, inclusive com descolamento, e até acometimento articular com dor, inchaço e rigidez nas articulações.  Como é feito o diagnóstico da condição? Apenas com um exame clínico, um dermatologista consegue identificar as manchas e sinais característicos da doença, embora em alguns casos possa precisar de uma biópsia de pele para distinguir o quadro de outras doenças cutâneas.  A psoríase tem cura? Como é o tratamento? A doença não pode ser curada, mas o tratamento permite o controle da doença e das crises e proporciona ao paciente uma melhor qualidade de vida. Nos casos leves, usam-se cremes e pomadas tópicas, hidratantes para a pele e banhos de sol no início da manhã ou fim da tarde. Para casos moderados e graves, a primeira opção de tratamento é a exposição à luz ultravioleta, em cabines, sob supervisão médica (fototerapia). Caso o paciente não melhore com essa estratégia, recorre-se a medicamentos de ação sistêmica. Se não der certo, entram em cena os biológicos, feitos a partir de células vivas cultivadas em laboratório. Esses fármacos imunossupressores agem sobre as moléculas inflamatórias envolvidas na doença ou mesmo sobre proteínas que desencadeiam os sintomas.  É possível prevenir a doença? A psoríase não pode ser prevenida, mas, para quem já é portador, mitigar os fatores externos que levam ao surgimento das lesões contribui para evitar as crises. Recomenda-se ficar longe do cigarro e das bebidas alcoólicas, manter o peso, controlar o estresse e o estado emocional, fazer atividade física, hidratar a pele e se expor ao sol antes nos horários de menor incidência dos raios ultravioleta. O acompanhamento periódico com o dermatologista é fundamental, mesmo na ausência de lesões. Marque aqui sua consulta. 

13/09/2021
Bem-estar

Tempo de controlar o Estresse

 A atual conjuntura sanitária, econômica e social do nosso país tem contribuído para uma vida ainda mais estressante. Saiba como contra-atacar a tensão e se manter saudável nesse caos.    Tempo de controlar o Estresse Responda rápido: a pandemia deixou você mais estressado? Considerando a dificuldade de conciliar vida profissional e pessoal das pessoas que trabalharam e ainda trabalham em sistema de home office, a árdua luta para salvar a vida dos acometidos pela Covid-19 entre os profissionais de saúde e as dificuldades imensas vividas pelos mais de 14,7 milhões de brasileiros que estão desempregados, a probabilidade de a resposta a essa pergunta ter sido afirmativa é grande.  Mesmo com o ritmo da vacinação se acelerando, vale assinalar, ainda estamos vivendo em um país com mais de 700 vidas perdidas diariamente para a Covid-19, mais de 17 meses após o início da pandemia no Brasil. Como se não bastasse, a variante delta do vírus, que faz subir o número de infectados mesmo nos continentes que já tinham o problema como vencido, está circulando em nosso território e sinaliza como distante o dia em que poderemos finalmente colocar um epílogo nessa história.   Com tantas variáveis diferentes, o estresse, que serve para o corpo se preparar para uma adversidade, ficou crônico para muita gente, que, assim, tem convivido com níveis elevados de cortisol, o chamado hormônio do estresse, dia após dia. Isso tem um preço para o organismo, já que, em volume sempre elevado, essa substância patrocina altas concentrações de glicose no sangue, subida da pressão arterial, aumento do apetite, com consequente ganho de peso e todas as complicações que o excesso de gordura corporal implica, e queda da imunidade, entre outras condições clínicas importantes. Para não sofrer com a tensão do momento, infelizmente não existe botão de liga e desliga. Ao contrário: é preciso investir cotidianamente em atitudes que aumentem o bem-estar e criem uma certa blindagem contra as contrariedades da rotina e o atual contexto de incertezas e reveses. A DaVita selecionou algumas dicas para ajudar você nesse sentido. Confira e comece agora a combater o estresse!   Medidas antiestresse  - Organize-se. Se estiver em home office, estabeleça horário para começar e parar de trabalhar, procure planejar antes o almoço e o jantar – se for responsável por essa tarefa – e reserve tempo para o convívio em família e o lazer. Caso bata cartão presencialmente, o planejamento também vale para sair mais cedo de casa e evitar trânsito, assim como o respeito rigoroso aos horários do expediente.   - Converse com seus gestores sobre metas, expectativas, prazos e limites de atuação. Desdobrar-se uma vez ou outra para entregar um serviço de última hora é colaboração. Se isso vira rotina, algo está errado nos processos e quem pode pagar a conta é sua saúde.   - Reserve alguns minutos para a meditação, que pode preparar você para lidar melhor com situações estressantes. Há vários aplicativos para aprender a dominar essa técnica, que baixa o hormônio do estresse, a pressão arterial e a frequência cardíaca.    - Pratique atividade aeróbica três vezes por semana, por cerca de 30 minutos. A regularidade do exercício promove a remoção da glicose da circulação, melhora a qualidade do sono e aumenta o metabolismo. A corrida, em particular, produz endorfinas, neurotransmissores que conferem sensação de bem-estar. Se nada disso for viável, sobretudo em tempos de Covid-19, ande em casa. Um contador de passos pode ser útil para mostrar sua evolução.   - Ouça música ao longo do dia, desde que, evidentemente, a natureza de suas atividades o permita. Escutar suas canções preferidas funciona como um potente redutor do estresse, seja porque exercem um efeito relaxante, no caso das lentas, seja porque levantam o ânimo, no caso das mais animadas.   - Tenha um ou mais hobbies. Cozinhe, colecione objetos, cultive uma mini-horta, desenhe, pinte ou borde... Vale o que sua imaginação mandar. No momento em que estiver ocupado com sua atividade predileta, você se desligará dos problemas e receios da vida cotidiana.   - Tome menos café e outras bebidas com cafeína, já que essa substância faz aumentar os níveis de cortisol no organismo. Chás de ervas, a exemplo de camomila, erva-cidreira, erva-doce e hortelã, são bons substitutos. Aposte neles!   - Inclua no cardápio peixes como salmão, sardinha, arenque, anchova e truta, ricos em ômega-3, uma gordura boa que também contribui com a saúde cardiovascular. Invista ainda em fontes de vitamina C, como frutas cítricas e vegetais alaranjados, que dão uma ajuda à imunidade, e em alimentos fermentados, caso do iogurte e da kombucha, que colaboram para diminuir as concentrações do hormônio do estresse.   - Tenha cuidado com dietas restritivas e pouco calóricas, que causam irritabilidade e potencializam a tensão para lidar com os perrengues cotidianos. Não passe mais de três horas em jejum, sempre ingerindo lanches saudáveis entre as refeições principais. Se deseja emagrecer, consulte um endocrinologista e um profissional de nutrição para perder peso sem comprometer a saúde nem elevar o estresse.   - Procure ter disciplina e respeite as horas que seu corpo e sua mente precisam para recarregar as baterias. Uma noite mal dormida, afinal, fatalmente patrocina um dia seguinte estressante. Se tiver dificuldade para dormir, crie uma rotina antes de se deitar, preparando o ambiente para o descanso, e evite distrações – celular, tevê... Se não funcionar, vale conversar com um médico especializado em distúrbios do sono.   - É verdade que a pandemia tornou bem difícil a programação de férias em um local agradável, realmente desestressante, em contato com a natureza. Na falta disso, organize-se para caminhar em áreas arborizadas ou na praia vazia, quando tiver oportunidade, de forma leve e despreocupada. Fuja dos horários de pico, que não só favorecem a contaminação pelo novo coronavírus, como também jogam por terra seu intuito de relaxar.    - Não se acostume com o isolamento social, o que, por si só, constitui fator de tensão. Ainda é complicado reunir um grande número de pessoas num ambiente interno. No entanto, ao ar livre, seguindo as medidas de distanciamento e usando máscara, já é possível começar a se reencontrar com amigos e parentes para colocar os últimos acontecimentos em dia.  Se, mesmo após tentar essas dicas, você ainda se sentir muito estressado no dia a dia, procure auxílio profissional. Um médico de família pode orientar os primeiros passos rumo a mais qualidade de vida e bem-estar. Marque sua consulta com a equipe de Medicina de Família e Comunidade da DaVita. 

09/09/2021
Bem-estar

Precisamos falar sobre Suicídio

Na maioria das pessoas que decidem tirar a própria vida, existe um problema psiquiátrico de fundo, que pode ser tratado e acompanhado para evitar esse desfecho tão triste.    Precisamos falar sobre Suicídio De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os anos há mais mortes por suicídio do que por doenças extremamente prevalentes, tais como câncer, complicações de HIV/aids e malária, e até mais do que as causadas por guerras e homicídios. Em 2019, último levantamento divulgado pela OMS, 700 mil óbitos foram provocados ao redor do mundo, especialmente em homens. Embora tenham caído globalmente no período de 2010 a 2019, nas Américas as taxas de suicídio cresceram 17% nesse intervalo. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que 12 mil pessoas tirem a vida todos os anos, ou seja, um episódio a cada 46 minutos, que envolve principalmente crianças, adolescentes e adultos jovens, entre 10 e 29 anos. Em São Paulo, desde 2011 o número de casos passa dos 2 mil casos anuais. Em 2019, 2.365 pessoas morreram dessa forma no Estado. É um dado estarrecedor. Em mais de 90% dos envolvidos, existe uma doença psiquiátrica por trás dessa decisão extremada, sobretudo entre os de menor idade, com destaque para depressão, transtorno de bipolaridade e abuso de drogas, além de vários fatores de risco (veja boxe). A boa notícia é que também em nove de cada dez pessoas com tendências suicidas o desfecho pode ser evitado.  Identificar e tratar Em primeiro lugar, evidentemente, é necessário identificar o comportamento/ideação suicida e, nesse aspecto, família e amigos têm grande relevância. Pessoas em risco transmitem a ideia de que a vida não vale a pena, seja afirmando com todas as letras que preferem morrer, seja exibindo extrema desesperança, seja adotando atitudes inconsequentes e perigosas, entre outros sinais. Não, elas não estão querendo chamar a atenção nessas situações – precisam realmente de ajuda. No meio desse poço sem fundo, é possível que apareçam repentinamente alegres depois de meses se arrastando. Alerta máximo: podem já ter decidido tomar a saída mais triste do mundo. Uma medida de emergência é oferecer os ouvidos ou, ainda melhor, o apoio bastante eficiente do Centro de Valorização da Vida, o CVV, no telefone 188, serviço que conta com pessoas treinadas para escutar os problemas do interlocutor com respeito, sem julgamento e de forma sigilosa, levando-o a perceber que há esperança. A providência seguinte é procurar um profissional especializado para uma intervenção terapêutica imediata, sempre tendo em mente que a pessoa com essa ideação não deve ter à mão meios de subtrair a vida – medicamentos, armas e venenos – nem ficar sozinha diante de janelas ou espaços de grande altitude sem grades de proteção. Políticas de prevenção Preocupada com o avanço dessa epidemia trágica e silenciosa, ainda mais em tempos de pandemia de Covid-19, quando os fatores de risco para esses casos aumentaram – desemprego, perda de pessoas queridas para a infecção pelo novo coronavírus, isolamento social e dificuldades econômicas –, a OMS está orientando os países a intensificar os esforços para prevenir o suicídio – hoje, apenas 38 nações trabalham nesse sentido. Um dos caminhos que a entidade lançou para conquistar esse objetivo é a abordagem Live life, que inclui estratégias como limitar o acesso a métodos usados para tirar a vida, como armas de fogo e pesticidas, educar a mídia para a promoção de coberturas responsáveis de suicídio, sobretudo de personalidades, desenvolver habilidades socioemocionais nos adolescentes e, para pessoas já acometidas por comportamentos suicidas, ações de identificação precoce, avaliação, gestão e acompanhamento. Por sua vez, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), que lançou recentemente uma diretriz sobre o tema, sustenta que, em relação aos jovens, a família e a sociedade devem se pautar pelos fatores que os protegem dessa atitude derradeira, o que inclui uma conexão saudável com a escola, boas horas de sono para garantir o adequado funcionamento dos neurônios, resiliência para encarar melhor as adversidades da vida e alguma espiritualidade para que o dia a dia tenha um sentido maior. Além disso, a ABP defende que se faça um trabalho de posvenção sobre os núcleos em volta de um caso de suicídio, já que, segundo estimativas dos especialistas, cada episódio impacta fortemente pelo menos seis pessoas. Quem convive com alguém que escolheu essa via necessita de apoio para não ficar também sob risco – e o apoio pode ser profissional e vir também de familiares, de amigos e de grupos na escola ou trabalho. Não é deixando de falar sobre o assunto que o evitamos. Enfim, essa preocupação não pode ser adiada ou deixada de lado. Se você vive com alguém que tem ideações suicidas ou acha que esse risco pode residir em seu íntimo, procure ajuda. A DaVita tem um equipe de psiquiatras e psicólogos bastante preparados para a abordagem desses casos. Marque aqui sua consulta.   Boxe Fique atento aos fatores de risco - Tentativa anterior de suicídio - Mau relacionamento familiar - Transtornos de humor, como depressão e bipolaridade - Violência na comunidade - Abuso de drogas (lícitas e ilícitas) - Histórico de suicídio entre familiares e pessoas próximas - Transtornos de imagem corporal - Histórico de maus-tratos na infância - Automutilação - Dores crônicas e intensas - Obesidade - Sono curto e não reparador - Estresse pós-traumático - Doenças psiquiátricas, como esquizofrenia

13/08/2021
Prevenção

Como garantir a segurança no retorno ao trabalho presencial

No início de julho, a Prefeitura de São Paulo determinou que os funcionários públicos já imunizados contra a Covid-19 em regime de home office retornassem ao trabalho presencial. O decreto permitiu inclusive que pessoas acima de 60 anos, portadoras de deficiência ou do grupo de risco para complicações da doença novamente fossem escaladas para bater o ponto, desde que já tivessem o registro da primeira dose da vacina – ou da dose única. As exceções ficaram por conta das gestantes e das lactantes. Cerca de duas semanas depois, o Governo do Estado de São Paulo também anunciou a suspensão do trabalho remoto para os servidores estaduais que estavam cumprindo o expediente a distância. De acordo com o governador João Doria, a decisão vale para todos os indivíduos saudáveis, independentemente de já terem recebido ou não algum imunizante, mesmo porque, argumentou Doria, todos os maiores de 18 anos deverão ser imunizados com a primeira dose até 20 de agosto em São Paulo, segundo o calendário do Estado. Os funcionários do grupo de risco, como na Prefeitura, só voltarão depois de vacinados com, ao menos, uma dose. O fato é que cada vez mais se tem notícia de serviços públicos e privados que voltam às repartições e aos escritórios. Uma pesquisa recente feita pela consultoria KPMG confirmou a tendência, ao revelar que 66,2% das empresas brasileiras já retomaram o trabalho presencial ou estão planejando fazê-lo ainda em 2021, à medida que a vacinação contra a Covid-19 avança no País. Evidentemente, a regra é flexível em muitas companhias justamente para evitar aglomerações, para manter a economia obtida – muitas diminuíram custos com os escritórios fechados ou reduzidos – e para atender a questões pessoais dos colaboradores. Tanto é assim que, no mesmo levantamento da consultoria, 87% das organizações afirmaram que adotam ou pretendem adotar a forma mista, com trabalho presencial e home office. Tudo indica, portanto, que muito em breve haverá ainda mais gente saindo para trabalhar nas capitais e grandes cidades do Brasil.   Sempre alerta Uma vez que o controle real sobre uma pandemia só se atinge com mais de 70% da população vacinada – hoje ainda não chegamos a 20%, convém frisar –, todo o cuidado continua sendo pouco para evitar o contágio pelo novo coronavírus e sua transmissão, visto que ainda temos muitos brasileiros desprotegidos e que a variante delta do vírus, surgida na Índia e altamente transmissível, já circula por aqui e em mais de 110 países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).  Esse recado vale sobretudo para os imunizados. As vacinas hoje disponíveis, quaisquer que sejam, podem até reduzir a chance da infecção, mas não impedem totalmente que ela ocorra. Em outras palavras, é possível pegar Covid-19 após ter recebido as duas doses da vacina e mesmo depois de ter tido uma vez a doença e já ter sido vacinado – como ocorreu com o próprio governador de São Paulo recentemente. O papel do imunizante, que fique claro, é prevenir formas graves da infecção e, por consequência, as mortes por essa causa, como vem demonstrando, em todo mundo, a queda no percentual de ocupação de leitos de UTI e a redução no número de óbitos. Portanto, ao sair para trabalhar, cuide-se como se fosse o primeiro dia da pandemia.   Com o que se preocupar no trabalho no novo normal Imunidade contra a Covid-19 Em primeiro lugar, considere-se plenamente vacinado somente 15 dias depois de receber a segunda dose das vacinas CoranaVac, da AstraZeneca ou da Pfizer ou a dose única da Janssen, por enquanto as únicas usadas em nosso país. E sempre tenha em mente que você ainda pode pegar e transmitir a infecção sem os devidos cuidados, mesmo estando imunizado. Máscaras Use máscaras de qualidade, de preferência PFF2 ou N95, por todo o tempo em que estiver fora de casa. Caso não seja possível, opte pela cirurgia, mas tenha cuidado para não deixar lacunas sobre o nariz ou na lateral. Uma boa saída é combiná-la com uma máscara de pano, o que, segundo o Center for Diseases Control, dos EUA, apresenta uma capacidade de bloquear até 96% das partículas. De qualquer modo, diferentemente da PFF2, que dispensa troca durante o dia, a cirúrgica e a de pano precisam ser trocadas/descartadas sempre que estiverem úmidas. Distanciamento social Cuidado ao almoçar em restaurantes ou refeitórios com colegas. Afinal, trata-se do momento em que todos estarão comendo, sem máscara. Convém levar ou pedir uma refeição e manter um distanciamento estratégico – cada um em um canto do ambiente – ou mesmo um escalonamento na hora do almoço. Se for inevitável, prefira restaurantes ao ar livre e seja breve. Evite reuniões de longa duração com um grande número de participantes em espaços pequenos. Caso seja imprescindível reunir muitas pessoas, opte por ambientes externos da empresa ou, então, remonte às práticas de conferência on-line usadas nos momentos mais críticos da pandemia. Não dá para arriscar. Mãos limpas Lave bem as mãos ou desinfete-as com álcool em gel ao longo de todo o dia e sempre que tocar as superfícies do escritório que são frequentemente manipuladas, como maçanetas, máquinas de café, impressoras... Pense bem, a lista é grande.  Atente-se especialmente à higiene das mãos após usar transporte coletivo. Uma pesquisa da Fiocruz de Pernambuco demonstrou que os locais com maior risco de contrair a infecção são os terminais de ônibus, que chegam a ter mais vírus que os arredores de hospitais (48,7% ante 26,8%). Os pesquisadores colheram amostras de áreas como torneiras, maçanetas, vasos sanitários, interruptores de luz, leitores de biometria, catracas e corrimão de escadas. Assim, não é exagero extrapolar os dados para estações de trem e metrô.  Se você vai trabalhar de carro e o deixa em estacionamento com manobrista, tome os mesmos cuidados. Surgimento de sintomas Se as variantes que predominavam no Brasil até agora muitas vezes começavam com perda de olfato e paladar ou mesmo evoluíam rapidamente para manifestações pulmonares, a variante delta causa manifestações mais brandas, como dor de cabeça, dor de garganta, coriza e febre. Parece um resfriado. O problema é que, segundo um estudo conduzido por pesquisadores da OMS e do Imperial College London, essa cepa tem taxa de transmissibilidade 97% maior que a da original, surgida na China em 2019. Assim, valorize esses sintomas ainda que você já tenha sido vacinado. Isole-se, faça o teste de Covid-19 e avise a empresa e seus colegas de trabalho para que as devidas medidas de precaução de contágio sejam tomadas. Na dúvida, procure seu médico de família ou conte com o Pronto Atendimento da DaVita, onde você pode passar por consulta e, se necessário, fazer o teste de PCR para Covid-19   A empresa também tem de fazer a lição de casa Já no ano passado, por conta da manutenção do funcionamento dos setores essenciais da economia, o Ministério Público do Trabalho publicou uma recomendação com instruções para a proteção do ambiente laboral e a redução dos riscos aos trabalhadores. O documento determina que os empregadores mantenham: - Protocolos de barreiras sanitárias para terceiros e visitantes das unidades, com triagem epidemiológica e controle de temperatura (com termômetro) ou de oxigenação (com oxímetro)  - Práticas de verificação diária de saúde dos funcionários, pessoal ou virtualmente, com triagem de sintomas ou de temperatura - Higienização constante do ambiente, incluindo superfícies, equipamentos e demais instrumentos de trabalho, assim como dos locais com grande circulação de pessoas - Busca ativa de casos em caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce - Políticas e práticas de distanciamento social no ambiente de trabalho - Instalação de equipamentos de proteção coletiva e fornecimento de equipamentos de proteção individual (como máscaras de qualidade) - Ventilação dos ambientes de trabalho e implementação do plano de manutenção, operação e controle de ar-condicionado, previsto numa lei específica de 2018

21/07/2021
Prevenção

Após 18 meses de pandemia, a visão pede socorro

Entre os importantes impactos da Covid-19 na qualidade de vida das pessoas no mundo todo está também o aumento – e mesmo o agravamento – das doenças oculares. A pandemia de Covid-19 está afetando de maneira indireta, mas bastante relevante, a saúde ocular. Os problemas ocorrem em três frentes no Brasil e em outras partes do mundo. A consequência mais imediata foi o cancelamento de cirurgias eletivas, que levou muitos idosos portadores de catarata e glaucoma a terem seus quadros agravados.  Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o Sistema Único de Saúde (SUS) deixou de realizar 6,7 mil cirurgias para tratar o glaucoma em 2020. Somando todos os tipos de procedimentos cirúrgicos ambulatoriais, de janeiro a maio do ano passado, o SUS fez 36% menos intervenções que no mesmo período de 2019.  Nos Estados Unidos, a perda do volume de atendimento oftalmológico geral, incluindo todos os serviços, ultrapassou 80% entre março e abril de 2020, em comparação ao mesmo bimestre do ano anterior, segundo dados da National Patient and Procedure Volume Tracker Analysis. O CBO ainda não possui números sobre os efeitos dessas reduções em nossa população, mas muitos oftalmologistas relatam que tiveram alguns pacientes que evoluíram para perda total ou parcial da visão por conta de tais adiamentos. Hoje, com as medidas de precaução de contágio bem estabelecidas nos serviços de saúde e o avanço da vacinação contra o Sars-CoV-2, as cirurgias eletivas já voltaram à rotina, se não totalmente na rede pública, pelo menos na rede suplementar. Os protocolos de segurança são bastante rígidos para as equipes médica e de enfermagem e os pacientes, por sua vez, precisam se submeter ao teste de Covid-19 por RT-PCR alguns dias antes de seu ingresso no centro cirúrgico.​ Debandada do consultório Além das cirurgias adiadas, muitas pessoas, por medo da Covid-19, sumiram do consultório oftalmológico e não voltaram mais a pensar no assunto. Com isso, diversas doenças que progridem para cegueira sem tratamento em tempo hábil não foram diagnosticadas, como a retinopatia diabética, que piora com o descontrole do diabetes – algo que vem acontecendo bastante entre esse grupo de pacientes na pandemia – e a degeneração macular relacionada à idade, apenas para citar algumas.  O glaucoma merece um capítulo à parte. De acordo com o CBO, o SUS deixou de fazer nada menos que 1,6 milhão de exames para detecção precoce da doença em 2020, o que representou uma redução de quase 30% em relação a 2019. Essas pessoas correm um risco importante de perda de visão, já que o aumento da pressão intraocular que caracteriza a condição ocorre silenciosamente e lesa o nervo óptico – responsável por transmitir as informações visuais para o cérebro – de forma irreversível. Muito tempo de tela Para completar, o mundo tem assistido a um expressivo crescimento dos casos de miopia em crianças e adolescentes devido ao isolamento social e ao consequente uso excessivo de gadgets, inclusive para aulas a distância.  Apenas para dar uma ideia, um estudo que analisou o comportamento de 120 mil crianças chinesas durante a quarentena, feito naquele que foi o primeiro país a sofrer com o Sars-CoV-2, encontrou um aumento de três vezes na incidência desse erro de refração, na comparação com os cinco anos anteriores, entre meninos e meninas de 6 a 8 anos de idade.  Apesar de todos os impactos da pandemia na saúde ocular, ainda dá para minimizar esses prejuízos e evitar problemas mais graves. O CBO estabeleceu protocolos de segurança não só para cirurgias, mas também para todos os atendimentos na área, de exames para medir a acuidade visual até procedimentos mais invasivos. Escolha o Oftalmologista da DaVita mais próximo de você e marque agora mesmo sua consulta. ​  

21/07/2021
Saúde da Mulher

Como cuidar da pele do rosto.

Incorporar a rotina de skincare é mais fácil do que você imagina. Antes de tudo, porém, vale consultar um dermatologista para entender as necessidades de sua pele. Para manter um rosto sempre saudável, os dermatologistas recomendam uma rotina de cuidados com a pele da região, mais conhecida pelo termo skincare. De modo geral, o processo exige pouco tempo e se compõe basicamente de limpeza, tonificação e hidratação, devendo ser precedido de remoção da maquiagem, quando for o caso. Cremes para tratamento, como antirrugas, clareadores e anti acne, por exemplo, entram na sequência. Durante o dia, a rotina se completa com a aplicação do filtro solar, sem o qual os cuidados ficam incompletos, já que a exposição solar cumulativa, sem proteção, além de causar câncer de pele, o mais frequente na população brasileira, responde por mais de 80% do envelhecimento da pele do rosto. Embora o mercado de cosméticos esteja coalhado de opções para todos os bolsos e gostos, é fundamental consultar primeiro um dermatologista para que ele possa identificar as necessidades de cada pele e prescrever, caso a caso, os produtos mais indicados, especialmente aqueles para tratamento, que devem possuir ativos farmacológicos – são os chamados dermocosméticos. Na tabela a seguir, a equipe de Dermatologia da DaVita explica o passo a passo da rotina de cuidados com a pele do rosto, que deve ser feita de manhã e à noite. Rotina de skincare Passos Resultado Como fazer Dicas Se estiver usando maquiagem, antes de tudo, aplique demaquilante ou água micelar para remover os produtos 1º Limpeza Elimina impurezas e excesso de oleosidade   Lave bem o rosto com um produto adequado a seu tipo de pele: sabonete em gel para peles mistas a oleosas ou espuma de limpeza para peles normais a secas Se o sabonete for mais abrasivo, evite a área dos olhos 2º Tonificação Reequilibra o pH da pele e remove vestígios de maquiagem e de impurezas que ainda tenham restado da limpeza Umedeça um pedaço de algodão com o produto e passe-o por toda a superfície do rosto, evitando a área dos olhos Em peles mais sensíveis, a água micelar pode dar conta dessa etapa sem prejuízos 3ºHidratação Repõe a água e os nutrientes da pele, a fim de melhorar tanto o aspecto quanto a saúde do rosto Aplique um produto próprio para seu tipo de pele: um gel-creme ou sérum para peles mistas a oleosas ou um creme para peles normais a secas. Espalhe o hidratante por todo o rosto até que seja completamente absorvido pela pele Aproveite para massagear o rosto enquanto passa o hidratante 4ºTratamento Depende do objetivo e/ou necessidade de cada pessoa: tratar acne, eliminar rugas e marcas do tempo, clarear manchas e assim por diante Aplique o produto conforme recomendação do dermatologista – lembre-se de que geralmente se trata de dermocosméticos, com ativos farmacológicos que vão agir sobre a queixa apresentada  Alguns produtos, como os que contêm ácidos, são indicados somente à noite, enquanto aqueles com ação antioxidante, como os que contêm vitamina C, podem ser usados de manhã 5º Filtro solar Protege a pele da ação dos raios solares Use um filtro com fator de proteção solar 30, no mínimo, e aplique-o diariamente, pela manhã, faça chuva ou faça sol. Não se esqueça de reaplicar o filtro ao longo do dia Escolha um produto apropriado para a pele do rosto, que é mais leve que as fórmulas corporais   Clique aqui e marque uma consulta com um dermatologista da equipe da DaVita. 

22/06/2021
Criança

A luta contra o câncer na infância

O câncer infantojuvenil compreende um grupo de doenças caracterizadas pela proliferação descontrolada de células anormais em qualquer parte do corpo. De acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil teve 8,4 mil novos casos desses cânceres na população entre 0 e 19 anos de idade em 2020, com destaque para leucemias e linfomas, que representam a maior parte dos casos. Diferentemente da maioria dos tumores em adultos, que estão mais relacionados a fatores de risco externos, como ocorre, por exemplo, com o de pulmão, muito associado ao tabagismo, e com o colorretal, bastante vinculado ao consumo excessivo de carne vermelha e embutidos e à falta de ingestão de fibras, o câncer que acomete crianças se origina das células embrionárias, desenvolvendo-se mais rapidamente e de modo mais agressivo. Por isso mesmo, inclusive, não há como prevenir seu surgimento. Por outro lado, as diferentes doenças agrupadas sob a denominação de câncer infantojuvenil (veja quadro) são altamente curáveis – em torno de 80% dos pacientes entram em remissão, segundo o Inca – quando diagnosticadas precocemente e tratadas de forma adequada em centros especializados, com o apoio de uma equipe multidisciplinar. Mesmo porque, vale assinalar, a criança costuma responder bem ao tratamento, que, basicamente, inclui quimioterapia, radioterapia e, nos tumores sólidos, cirurgia. Quadro clínico pode confundir Com esse panorama, portanto, é fundamental ficar atento ao aparecimento dos sinais e sintomas iniciais do câncer na população de 0 a 19 anos, que podem ser semelhantes aos de doenças corriqueiras na infância e na adolescência, como viroses, ou mesmo podem ser erroneamente ligados a traumas ou a brincadeiras e esportes mais vigorosos. A melhor forma de não deixar nada passar é manter o acompanhamento pediátrico regularmente em todas as fases da vida da criança e do adolescente e, claro, valorizar as queixas dos pequenos – ou o choro insistente dos menores. Ainda que não pareça importante, uma dor de perna constante é, sim, motivo para marcar uma consulta. Por meio do exame e da história clínica, o pediatra consegue definir se o quadro corresponde, por exemplo, a uma dor de crescimento, muito frequente na infância, ou se requer investigação mais aprofundada com exames de sangue e de imagem – além de câncer, diversas outras doenças podem cursar com essa manifestação. Na dúvida, converse sempre com o pediatra ou com um médico de sua confiança. Conheça os sinais e sintomas de alerta Caroços ou inchaços, sobretudo quando aparecem sem dor, febre ou sinal de infecção Palidez Hematomas (manchas roxas) pelo corpo Sangramento na gengiva ou pelo nariz Dor de perna ou dor óssea frequentes, que não cessam sem analgésicos Perda de peso mesmo com alimentação adequada Febre prolongada sem manifestações de infecção Tosse persistente ou falta de ar Suores noturnos Alterações oculares: pupila branca diante da exposição à luz, estrabismo súbito, perda visual, manchas roxas ou inchaço ao redor dos olhos Inchaço no abdome Dor de cabeça persistente e grave Vômitos pela manhã, com piora progressiva ao longo dos dias Cansaço e letargia, a ponto de a criança se negar a brincar ou se isolar Tontura e falta de equilíbrio e coordenação Alterações de comportamento Tipos de câncer infantojuvenil: Leucemias Linfomas Tumores no sistema nervoso central Neuroblastoma (no abdome) Tumor de Wilms (nos rins) Retinoblastoma (na retina) Tumor germinativo (nas células que dão origem a ovários e testículos) Osteossarcomas (nos ossos) Sarcomas (nas partes moles)

21/06/2021
Saúde da Mulher

Todo cuidado é pouco para evitar a hepatite B na gestação

Entre os exames realizados no pré-natal estão os voltados para o diagnóstico de hepatite B, uma inflamação no fígado, causada pelo vírus HBV, que pode se resolver espontaneamente ou se tornar crônica, com risco de cirrose e câncer hepático. Mas o que uma doença no fígado tem a ver com a gravidez? Ocorre que a hepatite B é uma condição infecciosa que tem possibilidade de ser transmitida para o bebê durante a gestação, através da placenta, e no momento do nascimento, pelo contato da criança com o sangue materno no canal de parto. Dessa forma, já na primeira consulta de pré-natal, o obstetra precisa verificar se a mulher apresenta a infecção para poder tratá-la, muitas vezes em conjunto com um hepatologista e/ou infectologista, e assim prevenir o risco de transmissão vertical da doença, ou seja, da mãe para o bebê. Mesmo porque a hepatite B pode passar despercebida quando cursa sem sintomas, sobretudo na forma crônica. Vacinação: antes tarde do que nunca Está certo que hoje o risco de transmissão vertical da doença é um pouco menor porque a vacina contra a hepatite B faz parte do Programa Nacional de Imunizações e, portanto, muitas mulheres em idade fértil já foram vacinadas na infância. Ainda assim, de acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais de 2019, emitido pelo Ministério da Saúde, o Brasil registrou 1.301 casos da hepatite B em grávidas no ano de 2018, a maioria na faixa dos 20 aos 39 anos. Na hora do pré-natal, portanto, além de se certificar de que a gestante está livre da infecção, o obstetra tem de levantar seu histórico vacinal. Caso não tenha recebido o imunizante, ou mesmo não tenha o registro dessa informação, a gestante deve ser vacinada já no primeiro trimestre gestacional. Tratamento com antivirais A hepatite B aguda é tratada com repouso, hidratação e alimentação pobre em gordura, medidas que ajudam o fígado a se recuperar da inflamação. Já o tratamento da hepatite B crônica pode requerer medicamentos para evitar lesões hepáticas. De qualquer forma, o Ministério da Saúde preconiza o uso de um antiviral, o tenofovir, entre 28 e 32 semanas de gestação para reduzir o risco de transmissão da doença da mãe para o bebê. Qualquer que seja a forma da hepatite B, todos os recém-nascidos de mães infectadas precisam receber, logo nas primeiras horas de vida, a primeira dose da vacina e também a imunoglobulina humana anti-hepatite B, um tipo de proteína que ajuda a prevenir a infecção em pessoas expostas ao vírus. Todos esses cuidados se justificam porque o risco de contrair a forma crônica da hepatite B chega a 90% quando a infecção ocorre até os 6 meses de idade. Além disso, entre as pessoas que adquirem a doença na infância, cerca de 25% acabam desenvolvendo cirrose ou câncer hepático. Um prognóstico negativo, que, porém, tem tudo para ser evitado com um pré-natal adequado.

21/06/2021
Saúde da Mulher

O que você precisa saber sobre o câncer de colo do útero

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, o câncer de colo do útero responde pela morte de 35,7 mil mulheres latino-americanas a cada ano – no Brasil, a doença causou 6,5 mil mortes em 2019, segundo dados do Atlas de Mortalidade por Câncer. A estimativa da entidade é que os óbitos pelo tumor cheguem a mais de 51,5 mil, em 2030, na América Latina e no Caribe. Se, muitas vezes, não é possível lutar contra a biologia de cada indivíduo para evitar uma doença maligna, que cursa com a multiplicação desordenada de células anormais, esse não é o caso do tumor de colo uterino, que pode ser perfeitamente prevenido por um conjunto de informação, acesso à assistência médica periódica e, mais recentemente, vacinação. Confira alguns fatos importantes sobre a doença. Causa Terceiro tumor maligno mais frequente no sexo feminino no Brasil, com mais de 16,5 mil casos registrados a cada ano, o câncer de colo do útero decorre da infecção persistente por alguns tipos do papilomavírus humano, o HPV. O agente é tão comum que, segundo os especialistas, afeta mais de 80% das pessoas sexualmente ativas em algum momento da vida. Transmissão do HPV O vírus HPV é transmitido por via sexual, por meio de abrasões mínimas na mucosa do colo uterino ou mesmo em qualquer ponto da pele da região genital. Dessa forma, o preservativo – sempre indicado em todas as relações, vale assinalar – não consegue impedir totalmente o contato com o vírus e não basta prevenir a infecção pelo vírus. Papel do papanicolau Felizmente, as alterações celulares causadas pelo HPV podem ser descobertas pelo exame preventivo das células do colo uterino, a colpocitologia oncótica, também chamada de papanicolau. Quando essas lesões pré-cancerígenas são detectadas e tratadas de forma precoce, não evoluem para câncer em 100% dos casos. População-alvo da testagem Para contribuir efetivamente com a prevenção do câncer de colo uterino, recomenda-se que o papanicolau seja feito por mulheres com idade entre 25 e 64 anos, a partir do início de sua vida sexual. A periodicidade do exame é definida pelo médico, conforme os resultados encontrados. Vacinação Outra forma mais recente de prevenir a doença é a vacina quadrivalente contra o HPV, que cobre dois dos principais tipos de HPV associados ao câncer, o 16 e 18, responsáveis por 70% de todos os casos. Para maior eficácia, o imunizante tem de ser aplicado em duas doses, com intervalo de seis meses, antes do início da atividade sexual, razão pela qual faz parte do Calendário Nacional de Vacinação para meninas de 9 a 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos. Prevenção combinada A vacina não substitui o rastreamento de lesões precursoras de câncer porque existem outros tipos de HPV, além do 16 e do 18, capazes de provocar alterações celulares e, em longo prazo, doenças malignas. Portanto, mesmo mulheres vacinadas devem fazer papanicolau periodicamente. Sintomas Quando se pensa em câncer de colo do útero, não dá para esperar sua manifestação para tomar alguma atitude, pois a doença tem desenvolvimento lento e, no estágio inicial, nem sempre produz incômodos. Os sintomas costumam surgir em fase mais avançada e incluem sangramento leve entre o período menstrual e o não menstrual na idade reprodutiva, mancha ou sangramento na pós-menopausa, sangramento após relação sexual, aumento do corrimento vaginal, às vezes com odor desagradável, e dor abdominal associada a queixas urinárias e/ou intestinais. Fatores de risco A infecção pelo HPV está relacionada a todos os casos de câncer de colo uterino, mas há outros fatores que predispõem uma mulher ao desenvolvimento da doença, como início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros, uso prolongado de contraceptivos orais e tabagismo. Todos esses pontos também podem ser alvo de orientação e promoção de saúde, especialmente em adolescentes e jovens adultas.

21/06/2021
Sexo

Tratamento contra HIV impede a transmissão do vírus

Se, na década de 1980, o diagnóstico de HIV/aids soava como sentença de morte, já que os fármacos que se usavam então não conseguiam controlar a doença, hoje, apesar de ainda não haver uma cura para a condição, as pessoas que fazem a terapia antirretroviral não apenas vivem muito bem com o vírus, como também deixam de transmiti-lo, de modo que os especialistas consideram o tratamento igualmente uma grande forma de prevenção. Para isso, no entanto, é necessário atingir o que se chama de carga viral indetectável – quando o HIV está no organismo, porém numa quantidade tão inexpressiva que mesmo os métodos laboratoriais mais precisos não são capazes de flagrar sua presença. Esse status se consegue em apenas alguns meses de tratamento, o qual combina três medicamentos antirretrovirais, que agem nos mecanismos de multiplicação do vírus e impedem que ele infecte as células de defesa do paciente. Já se observava que gestantes vivendo com HIV em tratamento e com carga viral indetectável não passavam o vírus a seus bebês, desde que tomados alguns cuidados no parto e orientada a não amamentação. Contudo, a certeza de que o tratamento impede a transmissão por via sexual só veio depois de pesquisas com casais sorodivergentes, ou seja, quando uma pessoa tem o vírus e a outra, não. Diversos estudos diferentes analisaram mais de 160 mil relações sexuais desprotegidas em países distintos, incluindo o Brasil, dos quais resultou a constatação de que indivíduos com carga viral indetectável, em tratamento antirretroviral, não contaminam seus respectivos parceiros, independentemente de sua orientação sexual. Os pesquisadores apenas orientam que o paciente deve estar recebendo acompanhamento médico e ter a carga viral do HIV indetectável há, pelo menos, seis meses. Segundo especialistas, a certeza de não transmitir o vírus funciona ainda como mais um fator de adesão ao tratamento. Os pacientes, afinal, temem passar a doença para seus parceiros e querem levar uma vida normal, por exemplo, ter filhos sem risco. Evidentemente, o uso do preservativo permanece sendo incentivado, sobretudo para a prevenção de outras doenças sexualmente transmissíveis, a exemplo da sífilis, que costuma ser bastante devastadora para todo o organismo. Diagnósticos em queda Para iniciar a terapia antirretroviral e se beneficiar dos seus efeitos (veja boxe), o diagnóstico precoce da presença do HIV é fundamental. Em 2020, porém, com a pandemia de Covid-19, o número de notificações de casos diagnosticados caiu 68,3% no Brasil, de acordo com dados do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Essa queda não se deveu a alguma diminuição na incidência da doença, conforme esclarecem os especialistas, tampouco à falta de testes na rede pública, mas a uma baixa procura dos pacientes por serviços de testagem em vista do receio de contágio com o novo coronavírus. Como a pandemia continua, existe recomendação unânime de que as pessoas voltem a se preocupar com o HIV. Testar é a única forma de permitir o diagnóstico precoce de HIV/aids, iniciar rapidamente o tratamento – que, no Brasil, é oferecido pelo Sistema Único de Saúde –, aumentar a expectativa de vida e diminuir a transmissão da doença. Quando testar? Toda pessoa deve fazer o teste de HIV ao menos uma vez na vida. Entretanto, em caso de suspeita de exposição ao vírus numa relação desprotegida, o Ministério da Saúde orienta que a pessoa espere cerca de 30 dias para se testar, uma vez que, nesse intervalo de tempo, ocorre a produção de anticorpos no sangue. Na dúvida, converse com um médico de sua confiança ou procure uma Unidade Básica de Saúde. Benefícios do tratamento com antirretrovirais- Permite a frequente recuperação do sistema imunológico (da imunidade)- Baixa a carga viral de HIV a níveis indetectáveis- Impede a transmissão do vírus por via sexual - Evita o desenvolvimento da aids (manifestação da infecção pelo HIV)- Aumenta a expectativa e a qualidade de vida do paciente

18/06/2021
Bem-estar

Doação de sangue em tempos de Covid-19

Em São Paulo, os estoques da Fundação Pró-Sangue, um dos maiores bancos de sangue da América Latina, estão em estado crítico neste mês de março. Embora a Covid-19 seja hoje a principal queixa nos serviços de saúde, dezenas de condições, como anemias crônicas, complicações decorrentes da dengue e febre amarela, tratamentos oncológicos e acidentes, entre outras, continuam ocorrendo e implicando o uso de milhares de bolsas de sangue e hemoderivados por mês. A baixa nos estoques geralmente é observada nos hemocentros de todo o Brasil no início de cada ano, mas se acentuou com a pandemia, tendo impactado os demais meses. Só em 2020, houve uma queda de 15% a 20% no total de doações, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Contudo, apesar do momento restritivo por que o país atravessa, é importante esclarecer que os bancos de sangue adotam protocolos rígidos de segurança para evitar a contaminação pelo novo coronavírus e estão bem preparados para receber candidatos a doadores mesmo neste período tão complicado. No ano passado, a Anvisa publicou, em nota técnica, orientações gerais para que os profissionais de hemoterapia intensificassem as medidas de prevenção de contágio nesses locais, como higienização de mãos e de áreas, instrumentos e superfícies, além de disponibilização de álcool em gel. As doações vêm sendo agendadas para que haja poucas pessoas atendidas ao mesmo tempo e as poltronas ficam distantes pelo menos dois metros umas das outras. É claro que essas estratégias não isentam o doador de adotar seus cuidados, ou seja, higienizar as mãos, usar máscara profissional, PFF2 ou N95, ou combinar duas máscaras – segundo a Organização Mundial de Saúde, a dupla proteção reduz em até 95% a exposição a aerossóis de Sars-CoV-2 – e evitar aglomerações durante o deslocamento até o banco de sangue. Se possível, convém usar veículo próprio ou aplicativo. Vale lembrar que o hemocentro só realiza rastreamento para doenças transmitidas por sangue, como hepatite B e C, sífilis, doença de Chagas, HIV/aids e infecção por HTLV-I e II, e não efetua testes para Covid-19. Portanto, se você estiver com algum sintoma respiratório ou tiver tido contato com alguém infectado pelo novo coronavírus, adie a visita ao hemocentro. Existem até regras novas nesse sentido. Impedimentos temporários ligados à Covid-19 De fato, a lista de impedimentos temporários para doar sangue ficou um pouco mais longa com o surgimento da Covid-19. Pessoas que estiveram infectadas ou indivíduos com suspeita da infecção devem aguardar obrigatoriamente 14 dias para visitar o hemocentro, o que vale igualmente para profissionais de saúde que trabalhem na linha de frente e queiram fazer doação. Já quem contraiu a doença precisa esperar 30 dias após a recuperação clínica completa, ou seja, a partir do momento em que deixar de apresentar sintomas.Assim como já acontece com outras vacinas, quem já foi recentemente imunizado também requer um pequeno intervalo antes de doar. O tempo de espera deve ser de 48 horas, no caso da CoronaVac, e de sete dias, no caso da Oxford/AstraZeneca. Quando outros imunizantes vierem para o Brasil, certamente haverá mais recomendações a esse respeito. As questões relacionadas ao novo coronavírus esbarram em todas as áreas de saúde, mas são novas e permanecem em constante atualização. Se você tiver alguma dúvida, não custa esclarecer com o hemocentro antes de agendar sua doação. Só não desista. Mais do que nunca, essa iniciativa está salvando muitas vidas. Confira os requisitos para doar sangue - Ter idade entre 16 e 69 anos. Menores de idade precisam do termo de consentimento de um responsável e pessoas a partir de 60 anos já devem ter doado sangue alguma vez anteriormente. - Estar alimentado no momento da doação. É importante evitar o consumo de alimentos gordurosos nas três horas que antecedem o procedimento.  - Caso a última refeição tenha sido o almoço, faça um intervalo de duas horas. - Pesar, no mínimo, 50 kg. - Estar em boas condições de saúde. - Ter dormido ao menos seis horas na noite anterior à doação. - Apresentar documento de identidade original com foto e, para menores de 18 anos, também o formulário de autorização de um responsável legal.

04/06/2021
Saúde da Mulher

SAIBA MAIS SOBRE CÂNCER DE MAMA HEREDITÁRIO

Uma pequena parte dos casos de câncer de mama está associada a mutações germinativas em determinados genes, herdadas dos pais, e pode afetar os familiares, inclusive os homens. Uma herança nada fortuita Assim como qualquer outra doença maligna, o câncer de mama se deve a um defeito genético de origem desconhecida, que leva as células mamárias a se multiplicarem de forma rápida e desordenada, formando uma lesão infiltrativa, ou seja, com capacidade de invadir inclusive outros órgãos e tecidos do corpo. Na grande maioria dos casos, o defeito genético ocorre ao longo da vida em decorrência do envelhecimento e de fatores externos e hormonais principalmente, mas também pode ser herdado dos pais. Nessas situações, temos o tumor de mama hereditário, que representa de 5% a 7% de todos os casos, segundo especialistas. Essa forma de câncer de mama está associada a mutações germinativas – presentes em todas as células, desde o nascimento – nos genes BRCA1 e BRCA2, os mais estudados, além de TP53, PTEN, ATM, STK11, CDH1 e LKB1, entre outros que têm sido implicados mais recentemente nesse contexto. Além disso, apresenta um comportamento mais agressivo, com alta chance de se espalhar para outros órgãos, resultando em alta taxa de mortalidade. Testes genéticos podem flagrar essas mutações nas pessoas numa amostra de sangue ou saliva, mas só estão indicados em casos que atendem às características particulares de incidência da doença: história pessoal ou familiar de câncer em idade abaixo de 50 anos, tumor mamário em homens da família, tumor nas duas mamas simultaneamente ou em um curto intervalo de tempo e acometimento de múltiplas gerações familiares – não só pelo câncer de mama, mas também de próstata e outros mais raros, como de pâncreas, de ovário e melanoma. É claro que o encontro das mutações nos genes não significa que a pessoa necessariamente vai desenvolver tumor de mama, mas aumenta muito o risco da ocorrência. Uma mulher sem nenhum fator de risco apresenta probabilidade de 12% de ter a doença em algum momento, ao passo que, se for de uma família portadora de mutação nos genes BRCA1 e BRCA2, a chance de o câncer surgir sobe para 80% até os 70 anos de idade. Quando se preocupar Muitas mulheres pensam que estão fadadas a ter câncer de mama porque parentes de primeiro grau foram acometidas pela doença, como mãe, tia e irmã, achando, enfim, que qualquer forma de câncer pode ser hereditária. De fato, não é raro em uma mesma família reunir alguns casos desse tumor porque se trata mesmo de uma condição bastante frequente na população feminina. Contudo, para que se caracterize como hereditário, o câncer familiar precisa ter se manifestado da maneira acima descrita ou, ao menos, ter surgido numa pessoa que sabidamente possui mutações em algum gene associado à doença. Apenas com uma história pessoal ou familiar desse tipo é que se deve cogitar a possibilidade de haver um risco genético mais pronunciado para a doença. Para tanto, deve-se procurar um médico, de preferência geneticista, para que ele avalie se há indicação de proceder à testagem para os genes de suscetibilidade a câncer. Se os exames forem feitos e vierem positivos, outros membros da família podem ser orientados a também realizar os testes. A melhor maneira de diminuir radicalmente o risco de câncer de mama em pacientes com mutação genética associada à doença é a mastectomia preventiva, como fez a atriz Angelina Jolie para evitar o surgimento do tumor que matara sua mãe, aos 56 anos, que era portadora de alteração germinativa em BRCA1. Com a mesma mutação, Angelina depois removeu também os ovários, já que o defeito nesse gene igualmente eleva o risco de tumor nesses órgãos. Em geral, recomenda-se a realização das cirurgias de retirada de mamas e ovários depois que a mulher tem filhos e amamenta, mas não antes dos 30 anos. Até lá, como se trata de pacientes de alto risco para câncer, essas pessoas precisam ser submetidas a exames periódicos de rastreamento, com mamografia e ressonância magnética, exame que consegue fazer uma avaliação mais detalhada da região à procura de nódulos e de outras alterações. Decisão difícil Evidentemente, essa decisão não é fácil, uma vez que traz alguns prejuízos, como a menopausa precoce, decorrente da falta de produção hormonal pelos ovários. Ademais, existem os riscos inerentes a quaisquer intervenções cirúrgicas. Para muitas mulheres, no entanto, viver praticamente sem medo de o câncer surgir compensa qualquer outro problema. Angelina, por exemplo, afirmou que não gostaria de passar pelo mesmo que sua mãe nem que seus filhos tivessem medo de perdê-la para a doença. No que concerne à parte estética, vale lembrar que hoje os procedimentos de mastectomia estão bem melhores –remove-se a parte central das mamas, onde se encontra local de início do câncer, com preservação de toda a pele que as recobre, inclusive aréola e mamilo. A cirurgia termina com a colocação de uma prótese de silicone atrás do músculo peitoral maior. Quem apresenta mutações nos genes de suscetibilidade a câncer e não tem vontade de remover as mamas, podem optar por medicação que reduz o risco do câncer de mama, além disso, precisa se submeter a um acompanhamento médico muito estrito, com consultas e exames de rastreamento, a fim de flagrar qualquer sinal muito precoce de câncer, além de conviver de forma muito próxima com uma possibilidade elevada de detectar a doença. De qualquer modo, vale sempre aquela máxima: quanto antes seja feito o diagnóstico, melhor o prognóstico, ainda que se trate de um câncer mais agressivo.

04/06/2021
Prevenção

Um novo horizonte para os portadores de fibrose cística

Há cerca de dois anos, uma notícia trouxe mais esperança para os portadores de fibrose cística, doença genética causada por um defeito no gene CFTR, herdado dos genitores, que produz falhas na fabricação de uma proteína de mesmo nome. Localizada na superfície das células, essa proteína é fundamental para a liberação da água usada para a produção de secreções do corpo. Com isso, os diferentes fluidos orgânicos tornam-se mais espessos, causando diversas repercussões à saúde, sobretudo para os pulmões, que sofrem com o acúmulo de muco e ficam mais predispostos a infecções, e o pâncreas, que não consegue secretar adequadamente as enzimas digestivas necessárias para a absorção dos nutrientes devido à obstrução de seus ductos por secreções mais densas. A boa-nova é que agora existem medicamentos que atuam diretamente na causa da fibrose cística – ao contrário do tratamento convencional, que foca nas consequências (veja boxe). Trata-se dos chamados moduladores de CFTR, que aumentam a função da proteína defeituosa ou, então, elevam sua expressão na superfície celular. Hoje, há três novos fármacos dessa categoria, mas cada um deles se volta para mutações específicas no gene CFTR. Portanto, só estão indicados para portadores da doença que sabidamente têm as respectivas alterações genéticas – o que é determinado por meio de testes genéticos. Esse fato, evidentemente, torna tais medicações mais restritas, porém especialistas e pacientes estão animados com a janela aberta pela novidade, uma vez que, nessa linha de desenvolvimento, outras drogas estão em teste ao redor do mundo. SUS já dispensa um medicamento A Agência Nacional de Vigilância Sanitária já deu aval para o uso de dois moduladores de CFTR no Brasil. Um deles, o ivacaftor, foi recentemente incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS), que passou a dispensá-lo para crianças a partir de 6 anos de idade com uma das seguintes mutações no gene CFTR – G551D, G1244E, G1349D, G178R, G551S, S1251N, S1255P, S549N ou S549R. Na prática, o medicamento mantém a proteína CFTR aberta na superfície das células por mais tempo, melhorando o transporte de sal e água através da membrana celular e contribuindo para hidratar e higienizar as vias respiratórias. Não se conhecem ainda dados sobre os efeitos dos novos fármacos no aumento da expectativa de vida das pessoas com fibrose cística, que hoje alcança pouco mais de 40 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Contudo, acredita-se que, ao reduzir a probabilidade de complicações pulmonares, que são a principal causa de morte nesse grupo, o uso de tais moduladores traga, sim, um prognóstico mais feliz para esses núcleos familiares, com maior sobrevida e melhor qualidade de vida para o portador da doença. Foco nas consequências Até o surgimento dessa nova classe terapêutica, o tratamento da fibrose cística só podia mirar em suas consequências: Para os pulmões, medicamentos orais e inalações para limpar e fluidificar as secreções, antibióticos para evitar pneumonias e tratar inflamações e também broncodilatadores para melhorar a função pulmonar. Para o combate aos problemas gerados no pâncreas, reposição das enzimas digestivas que o órgão não consegue disponibilizar. Para o fígado, que também pode sofrer lesões, um ácido presente na bile humana, a fim de prevenir cirrose hepática. Para a desnutrição e a melhora do quadro geral, reidratação, reposição de sódio, suplementação de vitaminas e dieta calórica.

25/05/2021
Bem-estar

Como a pandemia alterou o cenário de transplantes de órgãos

A pandemia de Covid-19 tem alterado muitos cenários e não foi diferente no contexto dos transplantes de órgãos e tecidos em território brasileiro. Segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde, esses procedimentos sofreram uma queda de 22% no Brasil, por causa das dificuldades impostas pelo novo coronavírus. De janeiro a dezembro de 2020, o Brasil registrou 62,9 mil transplantes realizados pelo Sistema Único de Saúde ante 81,4 mil feitos no ano anterior. O desempenho de 2020 foi o menor em oito anos. Os especialistas atribuem essa diminuição a vários fatores, com destaque para o grande número de óbitos por Covid-19, que, sendo uma doença infectocontagiosa, com reflexos para vários órgãos e sistemas do corpo, inviabiliza as doações – a não ser que o potencial doador já esteja livre do vírus há, pelo menos, quatro semanas (veja boxe). Milhares de órgãos, portanto, acabaram descartados no ano passado por conta da infecção pelo vírus. A pandemia elevou o número de recusas por parte dos familiares – que são responsáveis pela autorização das doações – para que seus entes pudessem ser sepultados rapidamente, e também interferiu na logística de transporte de órgãos entre municípios e Estados, fez cair a busca ativa por órgãos para resguardar a saúde dos profissionais que atuam nesse processo e até adiou os planos de transplantes entre médicos e pacientes – o número de novos cadastros caiu quase 30% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2019. Para completar, com a grande dedicação dos leitos de tratamento intensivo para atendimento aos pacientes com Covid-19, não apenas houve menos espaço para receber vítimas de traumas com morte cerebral, que representam a maioria dos doadores e precisam de respiradores para que os órgãos permaneçam viáveis, como também para acomodar com segurança os transplantados, que, por receberem imunossupressores após o procedimento, ficam mais vulneráveis a infecções. Com isso, a fila de pessoas à espera de órgãos se moveu devagar no Brasil, especialmente no primeiro semestre de 2020. Entre abril e junho, houve uma queda de 61% no número de transplantes em relação aos feitos no primeiro trimestre do ano, o que resultou num aumento de 44,5% nas mortes dos pacientes que estavam na fila, também em comparação com os registros dos três primeiros meses de 2020. O segundo semestre apresentou melhora, mas o fato é que o Brasil chegou a novembro com mais de 41 mil pessoas esperando um procedimento. Com o novo crescimento da pandemia, é de se imaginar que as atuais condições sanitárias irão favorecer muito pouco os transplantes em 2021. Assim, precisamos falar sobre o assunto para que, pelo menos no que depender de cada cidadão comum, os procedimentos não sejam dificultados quanto à autorização da doação – que, afinal, já configura meio caminho andado. Nossa legislação considera que não há necessidade de um documento para declarar que uma pessoa é doadora. Basta que ela tenha sinalizado esse desejo em vida para a família. Assim, é importante que o tema seja discutido em casa, com naturalidade. Apesar da enorme dor que a morte de um ente querido representa, saber que a situação permitirá que outras pessoas vivam – e um doador de órgãos salva até dez indivíduos – pode ser um consolo imenso. Vamos falar sobre transplantes Em que momento se determina que uma pessoa não tem mais chance de viver e pode ser doadora de órgãos? Quando ela recebe o diagnóstico de morte encefálica, ou cerebral, uma situação irreversível, bem diferente do coma, que pode ser revertido, e que é confirmada por critérios objetivos, os quais envolvem a ausência de movimentos respiratórios e a falta de fluxo sanguíneo no cérebro. Em que casos não é possível doar órgãos? A pessoa não pode doar órgãos se tiver sido portadora de doenças infecciosas agudas graves, bem como de câncer, de insuficiência múltipla de órgãos e de doenças infectocontagiosas, a exemplo de HIV/aids, hepatite B e C, toxoplasmose, sífilis, doença de Chagas e citomegalovirose, além de Covid-19 não curada. Que órgãos e tecidos podem ser doados? Rins, fígado, coração ou válvulas cardíacas, pâncreas, pulmões, intestino, córneas, ossos, medula óssea e pele podem ser doados, evidentemente dependendo da compatibilidade entre doador e receptor. Como é o procedimento de retirada dos órgãos? A remoção ocorre como qualquer outra intervenção, sempre em centro cirúrgico, com todos os cuidados necessários de assepsia. Após o término do procedimento, o corpo é reconstituído, ficando sem deformidades, como estava antes da cirurgia. Pode, portanto, ser velado e sepultado sem nenhum impedimento. Há possibilidade de ser doador em vida? O doador vivo pode doar um dos rins, assim como parte da medula óssea, do fígado ou do pulmão. Precisa ser maior de idade e estar em boas condições de saúde para que o procedimento não o prejudique, além de ter parentesco de até quarto grau com o receptor – para não aparentados, há necessidade de autorização judicial para o transplante. Evidentemente, também nesse caso doador e receptor devem ser compatíveis. Dá para saber a quem o órgão de um falecido vai ser doado? Devido a questões éticas, mantém-se o anonimato dos protagonistas do processo. Existe um filme sobre o assunto, 21 gramas, do diretor mexicano Alejandro González Iñarritu, que toca justamente nesse ponto delicado ao abordar a relação entre um transplantado cardíaco e a esposa do doador, morto em um acidente. Vale conferir. Morte por Covid-19 e doação de órgãos A morte recente do senador Major Olímpio por Covid-19, aos 58 anos, levantou publicamente essa questão, já que a família expressou, nas redes sociais, que era desejo dele doar seus órgãos ao falecer. Contudo, o Ministério da Saúde, em nota divulgada no ano passado, afirma que há contraindicação absoluta para doar órgãos e tecidos nos casos de pessoas que morreram com a infecção ativa pelo Sars-CoV-2, com teste positivo para o vírus, ou, então, com síndrome respiratória aguda grave sem etiologia definida nem teste laboratorial comprobatório. Já para indivíduos que tiveram Covid-19, mas que já estavam recuperados ao falecer, o Ministério da Saúde diz que existe uma contraindicação relativa, o que significa que a equipe de transplante deve validar o processo para a liberação do órgão de acordo com a urgência do receptor. Nessa situação, é necessário que haja um intervalo de, pelo menos, 28 dias entre a resolução da infecção e o óbito.

28/12/2020
Prevenção

Veja o que diz o plano nacional de vacinação contra a Covid

O Ministério da Saúde anunciou, no último dia 12 de dezembro, um plano de imunização contra a Covid-19, ao qual fez algumas inclusões durante a cerimônia de apresentação do documento nessa quarta-feira, 16. O plano não traz datas e deixa pontos abertos, a exemplo das redes de frio para armazenar as vacinas, especialmente as que exigem temperaturas muito baixas. Contudo, ao menos mostra que a pasta e o governo federal parecem estar sintonizados com os governos estaduais em torno da ideia de não haver outra estratégia para combater a pandemia senão a vacinação. Confira os destaques: Quem será vacinado prioritariamente?O plano nacional de operalização da vacinação contra a COVID-19 do Ministério da Saúde publicado em 16/12/2020 optou pela seguinte ordem de priorização; - Trabalhadores da área da saúde; - Pessoas com mais de 75 anos; - Pessoas a partir de 60 anos institucionalizadas; - Comunidades ribeirinhas e quilombolas; - População indígena de áreas demarcadas; - Outros grupos que virão a seguir  incluem: populações em situação de rua, pessoas com doenças graves, trabalhadores da área de educação, trabalhadores do transporte coletivo,  Trabalhadores do transporte rodoviário de cargas,  Indivíduos privados de liberdade, Funcionários do sistema prisional e Profissionais das forças de segurança e salvamento. Quando começará a vacinação?O plano não define a data do início da campanha, mas diz que os grupos com prioridade serão imunizados ainda no primeiro semestre de 2021 durante quatro meses, em três fases, e os demais brasileiros, em 12 meses. O tempo total estimado pelo governo para imunizar nossa população contra a Covid é, portanto, de 16 meses. No entanto, um dia após a apresentação oficial do plano, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, cogitou que o Brasil pode começar a vacinar os grupos de maior risco em janeiro. Com que imunizantes a população será vacinada?O Ministério da Saúde diz estar negociando com diferentes empresas que têm vacinas em estudos de fase 3 para que possa oferecer a maior quantidade possível de doses à população brasileira. Além de mencionar a parceria com o AstraZeneca/Oxford, que prevê a transferência de tecnologia para a Fiocruz fabricar o produto no Brasil, e a adesão ao consórcio Covax, organizado pela Organização Mundial da Saúde (link para matéria de vacinas), que facilitará o acesso a nove imunizantes em desenvolvimento, o documento cita as seguintes possibilidades de acordo:- Pfizer/BioNTech (EUA/Alemanha)- Moderna (EUA)- Sinovac/Instituto Butantan (China)- Instituto Gamaleya (Rússia)- Janssen (Bélgica)- Bharat Biotech (Índia) Apesar de se mostrar aberto a todas essas frentes, o ministro da Saúde afirmou, em entrevista coletiva, que as vacinas fabricadas no Brasil, pelo Butantan, pela Fiocruz ou por qualquer outra empresa, terão prioridade no Sistema Único de Saúde. Como as vacinas serão distribuídas para os Estados?A logística ficará a cargo de empresa terceirizada, conforme detalha o plano. Há um complexo central ao lado do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), com sede também em Brasília, Rio de Janeiro e Recife. As vacinas seguirão por rodovia em caminhões refrigerados para Santa Catarina, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e outros Estados que fiquem a 1.400 km desses complexos. Para o Nordeste, o transporte será feito por avião até Recife, que coordenará a distribuição aos Estados vizinhos por rodovia. Já para o Norte, companhias aéreas tradicionais e aviões cargueiros particulares se encarregarão da distribuição.  Próximo passo: conscientizaçãoO governo prevê uma campanha de comunicação para transmitir à população inicialmente a segurança das vacinas que vier a oferecer. Assim que a imunização começar, a iniciativa vai prosseguir para conclamar os grupos prioritários a se vacinarem. Em paralelo, o Supremo Tribunal Federal resolveu sobre a constitucionalidade da vacinação obrigatória e que os estados e municípios tem o direito de adotar essa medida.

28/12/2020
Prevenção

Não abra as portas para a Covid-19 neste fim de ano

Se você pretende reunir a família e amigos para celebrar o Natal e ano-novo neste período de pandemia, os especialistas avisam que não há medidas que impeçam totalmente a transmissão da Covid-19, por mais que os convidados adotem os cuidados recomendados. Afinal, não dá para comer e beber usando máscara e a manutenção do distanciamento social num só ambiente pode ser bastante desafiante. As pessoas circulam e acabam se aglomerando sem que percebam. As entidades médicas, incluindo a Organização Mundial de Saúde, o Centro de Controle de Doenças dos EUA e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Brasil, defendem que a forma mais segura de passar as festas neste inusitado 2020 é comemorar apenas entre os que residem na mesma casa – inclusive sem viajar. A mistura de indivíduos que vivem em outras residências, cada qual com sua história de últimos contatos, pode resultar na transmissão do coronavírus para um ou, pior, para vários dos presentes.  Parece exagero? Vamos às estatísticas. O Brasil está com uma taxa de transmissão do coronavírus de 1,13 (calculada em 15/12/20) , o que significa que cem pessoas podem disseminar o agente para outras 113, segundo o Imperial College de Londres, no Reino Unido. De cada cem pessoas que pegam a Covid-19, 80 apresentam a forma leve da infecção ou nem manifestam sintomas, mas 15 são internadas e cinco vão para a unidade de terapia intensiva, especialmente idosos e pessoas com comorbidades (doenças cardíacas, doenças autoimunes, diabetes, câncer e outras).  O fato é que, direta ou indiretamente, uma festa de fim de ano tradicional, com a mistura de diferentes gerações, pode culminar, em algumas semanas, na hospitalização de algumas pessoas que nos são caras e na necessidade de uso de medidas invasivas para manter a capacidade respiratória de outras. Será que vale a pena colocar os mais vulneráveis da família ou do círculo de amigos em risco? Pense nisso. Se você não abre mão de comemorar, busque alternativas. Use a tecnologia para fazer um amigo-secreto virtual e dê um jeito de enviar os presentes depois, por exemplo. Há quem aposte em compartilhar preparações da ceia com os parentes para que todos possam cear em segurança, na mesma hora, cada um em sua casa, também com uma videoconferência. Enfim, é possível pôr a criatividade para funcionar e promover uma festa diferente e segura nestes tempos de restrição de contatos. Mas tem (muita) gente que insiste em correr o risco Para quem, apesar de tudo, ainda pretende reunir as pessoas para confraternizar, os especialistas recomendam, além de uso de máscara, distanciamento e mãos higienizadas, cuidados com a escolha do local da reunião, com o número de convidados, com a duração da festa e com a forma de cear, entre vários outros detalhes. É importante ter em mente que indivíduos com qualquer sintoma de Covid-19 (coriza, tosse, diarreia, ausência de paladar ou cheiro, febre, falta de ar e outros), mesmo sem confirmação da infecção, não devem participar de nenhuma reunião, mas se manter isolados, inclusive das pessoas com quem convivem. Quem espera resultado do teste de PCR para Covid-19 também precisa permanecer em quarentena, assim como aqueles que tiveram contato com alguém contaminado nos 14 dias anteriores. Por fim, quem reside com idosos e pessoas com maior risco de complicações e morte pela doença deve ter a empatia de passar Natal e ano-novo em casa e de não receber convidados.  A seguir, relacionamos um resumo de orientações que ajudam a mitigar os riscos, os quais, vale reforçar, não podem ser eliminados totalmente numa confraternização, ainda que pequena. Confraternização com responsabilidade - Se você for o anfitrião, convide o menor número de pessoas possível, de preferência provenientes de um menor número de casas. É melhor ter seis convidados de duas residências diferentes do que quatro que vivem cada qual em um local distinto. - Faça adaptações em seu ambiente para que os convidados que não convivem possam ficar a uma distância segura entre si, de dois metros.  - Reserve cantos separados para cada grupo que vem de um mesmo local, orientando essas pessoas para que se sentem e comam juntas. - Procure montar a confraternização ao ar livre ou em espaços bem ventilados, com portas e janelas abertas. Uma boa dica é posicionar ventiladores nas janelas, uma vez que puxam o ar interno e o jogam para fora. Só não ligue o ar-condicionado.  - Use máscara durante todo o tempo em que não estiver comendo ou bebendo e tenha consigo mais de uma unidade para troca, pois, após algum tempo, o tecido fica molhado e compromete a barreira de proteção. - Higiene suas mãos a todo momento. Tenha seu próprio álcool em gel ou lave as mãos com frequência, usando papel-toalha para enxugá-las. - Ao chegar à confraternização ou ao receber os convidados, não os cumprimente com beijos, abraços e apertos de mão. A pandemia não permite contato físico. - Mantenha música e tevê em volume bem discreto para que os convidados não tenham que falar muito alto ou gritar. Quando estiverem comendo, principalmente, isso aumenta a emissão de saliva e aerossóis no ambiente. - Como anfitrião, oriente que cada núcleo ou convidado-solo leve sua própria comida e bebida para reduzir os riscos. Se pretende compartilhar um ou mais pratos, por exemplo, uma sobremesa ou uma salada, lave muito bem as mãos e use máscara na hora de prepará-los. - Sirva as bebidas em embalagens individuais a fim de evitar que várias mãos toquem na mesma garrafa e coloque-as em baldes de gelo para que os convidados se sirvam sozinhos. É conveniente restringir ou mesmo não oferecer bebidas alcoólicas, pois, após alguns drinques, as pessoas tendem a baixar a guarda. Ademais, isso pode prolongar a confraternização, tornando-a ainda mais arriscada. - Ofereça temperos e condimentos também embalados individualmente, como sachês de sal e pimenta ou de molhos para salada. - Na hora de comer, nada de colocar todos à mesa ou de formar fila para que os convidados possam se servir das preparações. Uma pessoa pode ser escalada para montar os pratos (sempre de máscara), de modo a minimizar os toques nos talheres de servir, pegadores e travessas.  - Se os convidados não puderem cear no local onde estão sentados, faça um revezamento à mesa, colocando um grupo de cada vez – sendo cada um deles de pessoas que já convivem. É importante que cada leva de comensais não passe muito tempo à mesa, sem máscara. - Como anfitrião, intensifique a limpeza durante a festa. Mantenha papel-toalha no banheiro e sabonete líquido, além de frascos de álcool em gel espalhados por todo o ambiente. Limpe a toda hora maçanetas, chaves, porta da geladeira, interfone e superfícies em que as pessoas colocam as mãos frequentemente. Não é hora de relaxar. - Não reúna o grupo para fotos, mesmo que todos estejam usando máscara, e não aproxime as pessoas para um brinde. Isso pode ser feito a distância, com cada convidado levantando seu copo sem sair do lugar. Para outros detalhes, acesse também a cartilha que a Fiocruz criou para conscientizar a população: https://portal.fiocruz.br/coronavirus/material-para-download

28/12/2020
Prevenção

Conheça as principais vacinas contra a Covid-19

Em 8/12/2020 , o Reino Unido começou a imunizar seus primeiros cidadãos com a vacina contra a Covid-19 da Pfizer/BioNTech, que também obteve o sinal verde do Food and Drug Administration e do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) americano para uso emergencial nos Estados Unidos em 20/12/2020. Podemos acreditar que o mundo, finalmente, assiste ao início da batalha contra a pandemia que já infectou mais de 79 milhões de pessoas e fez mais de 1,7 milhão de vítimas no mundo todo, segundo dados da Johns Hopkins University. A Rússia, desde o início de dezembro, já vem aplicando a vacina Sputnik V, de desenvolvimento local, em professores, profissionais da saúde e assistentes sociais e em 30/11/20 já iniciou na população geral. Na China, por usa vez, a CoronaVac igualmente encontra-se em uso em funcionários do governo, profissionais de saúde e equipes que trabalham nas fronteiras daquele país, juntamente com outros dois tipos de imunizante igualmente produzidos por laboratórios chineses. O fato é que, em uma corrida pela imunização sem precedentes, que envolve mais de 200 imunizantes, quase um quarto já em estudos clínicos, essas vacinas estão saindo na frente. Juntamente com outras promissoras candidatas, saiba como elas pretendem tornar as pessoas imunes ao que já pode ser considerado o mal do presente século. Pfizer/BioNTech Origem: Estados Unidos/Alemanha.Eficácia: 95%, segundo resultados preliminares da fase 3 dos estudos clínicos, publicados no periódico científico no The New England Journal of Medicine.Doses necessárias: duas.Utilização atual: pelo Reino Unido, pelos Estados Unidos,  Canadá, Arabia Saudita, Israel, Suiça, Chile, Costa Rica, Mexico,Kwait, Servia, Hungria, Catar .Brasil: assinou carta de intenção para a compra de 70 milhões de doses.Logística: pode ser complicada em países tropicais devido à necessidade de armazenamento a 70o C negativos.Mecanismo de proteção: trata-se de uma vacina gênica, ou de RNA mensageiro, como você pode ler por aí, que carrega as instruções para que nosso próprio corpo produza a proteína Spike do coronavírus. O imunizante carrega uma sequência de RNA do agente, totalmente sintética e, portanto, incapaz de causar doença, envolta em uma capinha de gordura, que é absorvida pelo organismo. A partir de então, nossas células fabricam a proteína e a expõem em sua superfície ou a liberam na circulação, o que basta para o sistema imunológico armar toda a estratégia de defesa sempre que estiver diante do SARV-CoV-2 propriamente dito.  Moderna/National Institutes of Health Origem: Estados Unidos.Eficácia: 94,1%, segundo resultados preliminares dos estudos clínicos de fase 3 anunciados pela empresa.Doses necessárias: duas.Utilização atual: aprovada em regime emergencial nos  Estados Unidos.Brasil: pode obter o imunizante por intermédio do consórcio Covax Facility, coordenado pela Organização Mundial de Saúde, ao qual o Ministério da Saúde aderiu para ter acesso a nove vacinas em desenvolvimento. Contudo, nosso país optou pela cobertura mínima ao ingressar no consórcio, ou seja, por doses para imunizar apenas 10% da população brasileira – poderia ser até 50%.Logística: ainda um tanto complexa para países tropicais, já que precisa ser armazenada a 20o C negativos.Mecanismo de proteção: também configura uma vacina de RNA mensageiro, que ensina o organismo a fabricar a proteína Spike do SARS-CoV-2 sem introduzir nenhuma estrutura viral dentro do ser humano, a partir da qual o sistema imunológico consegue elaborar uma resposta diante da ameaça real. Sputnik V Origem: Rússia/Instituto Gamaleya.Eficácia: 91,4%, segundo dados divulgados pelo Gamaleya baseados em estudos clínicos de fase 3, ainda não publicados.Doses necessárias: duas.Utilização atual: pela Rússia e, em breve, pela Argentina.Brasil: o governo federal não faz menção a essa vacina em seu plano de imunização, mas afirma, no documento, que está em prospecção de quaisquer imunizantes em fase 3. Contudo, tanto Paraná quanto Bahia têm acordo com a Rússia para futuros estudos clínicos em seus respectivos Estados e, conforme os resultados, posterior aquisição de doses.Logística: mais simples para países que próximos à Linha do Equador, uma que vez que a forma seca do produto pode ser armazenada entre 2o e 8o C, temperatura de um refrigerador comum.Mecanismo de proteção: é uma vacina de vetor viral, que usa a carcaça de dois tipos de adenovírus inativados, causadores de resfriados em humanos, recheada com a proteína Spike, que, por sua vez, estimula nosso sistema imunológico a produzir defesas contra o agente, como anticorpos e células T. AstraZeneca/Universidade de Oxford Origem: Inglaterra.Eficácia: média de 70,4%, chegando a 90% em pessoas que tomaram a dose menor, de acordo com resultados preliminares dos estudos de fase 3.Doses necessárias: uma primeira reduzida mais uma completa (uma dose e meia).Utilização atual: ainda em processo de aprovação. Brasil: foi a maior aposta do governo brasileiro até agora, que negociou a transferência de tecnologia para que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) produza a vacina em território nacional. No primeiro semestre, estima-se a fabricação de 100,4 milhões de doses com a matéria-prima importada e, no segundo, de 30 milhões de doses por mês, segundo o plano de imunização do Ministério da Saúde, já com o princípio ativo do imunizante também produzido aqui. Logística: facilitada, visto que o produto pode ser armazenado entre 2o e 8o C.Mecanismo de proteção: trata-se igualmente de um imunizante de vetor viral, com a diferença de que a carcaça é composta de um adenovírus de chimpanzés. Inativado, esse vírus recebe a proteína Spike do SARS-CoV-2 e, uma vez injetado em nosso organismo como vacina, desencadeia uma resposta imunológica específica para combater o agente. CoronaVac Origem: China/Sinovac.Eficácia: ainda sem resultados preliminares.Doses necessárias: duas.Utilização atual: pela China.Brasil: embora o plano de imunização do governo federal não se refira a esse imunizante, o governo de São Paulo fechou um acordo com a empresa chinesa, que inclui transferência de tecnologia para a produção da CoronaVac no Instituto Butantan, o qual, aliás, já começou a fabricação. Pela negociação, São Paulo contará com 46 milhões de doses, 40 milhões produzidas por aqui e as restantes importadas. Confiante de que a vacina será eficaz, o Estado ainda não apresentou à Anvisa o ensaio completo dos estudos de fase 3 que realizou com voluntários brasileiros, em paralelo, pedirá também o registro à agência reguladora chinesa, a NMPA. Depois da aprovação desta, a Anvisa terá 72 horas para dar seu aval, conforme determina a legislação brasileira. Apesar disso, o governo paulista já estabeleceu até data para começar a imunização – dia 25 de janeiro, não por acaso o aniversário da capital do Estado.Logística: descomplicada, visto que o produto pode ser armazenado entre 2o e 8o C.Mecanismo de proteção: a CoronaVac consiste em uma vacina de vírus inativado, um tipo bem clássico, já usado em outros imunizantes com sucesso, e possivelmente por isso o governo paulista esteja apostando alto no produto. No laboratório, o SARS-CoV-2 passa por calor e processos químicos e perde totalmente seu potencial de causar doença. Quando injetado como vacina, no entanto, ainda consegue acionar o sistema imunológico, criando nele uma memória para que possa dar conta de defender nosso organismo quando tiver contato com o vírus vivo.  O que vem por aí De fato, a chegada efetiva de imunizantes para conter a pandemia pouco menos de um ano depois de ela ter surgido representa uma notícia e tanto, sobretudo após meses de incertezas. Espera-se que, no ano que vem, outras potenciais candidatas a vacina possam ser também estudadas e liberadas para aplicação. Mas os números de casos e vítimas não deixam dúvidas sobre a postura que devemos adotar mesmo com essa perspectiva: não podemos nos descuidar das medidas de proteção individual – usar máscara, higienizar sempre as mãos e manter distanciamento social. Até porque os poucos países que já começaram a imunização estão privilegiando, por enquanto, as populações mais expostas e as de maior risco para a Covid-19. Não há vacina para todos e existe todo um planeta para ser vacinado ainda. A vida vai demorar a ser o que era, ao que parece, ou talvez nunca mais seja como antes, mesmo porque aprendemos a viver de forma diferente nesse período. Contudo, estamos terminando 2020 com algum horizonte. 

09/11/2020
Novembro Azul

O que esperar do tratamento do câncer de próstata?

Ao receber o diagnóstico de câncer de próstata, milhares de questionamentos assolam a cabeça dos pacientes, os quais vão das dúvidas quanto à sobrevida, passando pela insegurança em relação a procedimentos invasivos, até o receio de sequelas pós-tratamento.  A comparação com os tumores que incidem sobre o sexo feminino, em especial o de mama, é inevitável. Também no caso da doença prostática, quanto mais cedo for o diagnóstico, menos extensas serão as intervenções. Há homens, inclusive, que nem são candidatos a terapias, mas se enquadram na chamada vigilância ativa, um acompanhamento bem próximo, que envolve apenas exames e avaliações clínicas periódicas. De qualquer modo, quando não dá para abrir mão de combater o tumor imediatamente, diversas possibilidades terapêuticas podem ser consideradas, sempre de modo individual, o que inclui cirurgia, radioterapia, hormonioterapia e quimioterapia, cada qual com diferentes modalidades.  A escolha da melhor abordagem varia conforme o estágio do tumor (veja tabela), a idade e as condições de saúde do paciente, por exemplo, se ele tem outras doenças, as chances de cura e, claro, as expectativas em relação aos efeitos adversos de cada terapia. Até porque todas as opções podem causar algum impacto no trato urinário e na vida sexual do homem. Apesar disso, sempre vale assinalar que, nesse contexto, a terapia de reabilitação progrediu bastante nos últimos anos e, se não pode restabelecer as funções temporariamente prejudicadas na íntegra, chega muito perto disso. Os tratamentos  Também chamada de prostatectomia radical, a cirurgia está indicada para cânceres localizados, restritos à glândula. Pode ser feita de modo convencional ou por videolaparoscopia, com mínimas incisões pélvicas, ou, ainda, por via robótica, neste caso permitindo maior precisão, melhor visualização do local da intervenção e menos sangramento no período pós-operatório. Outra possibilidade é a remoção cirúrgica da próstata via uretra, específica para pacientes que estão com sintomas urinários muito intensos, a fim de aliviá-los, mas com a desvantagem de não remover todo o câncer.  Ainda dentro do campo dos procedimentos, vale destacar a termoablação, um tipo de ultrassom de alta intensidade que promove o aquecimento e a destruição das células malignas da glândula. Com a ajuda de exames de imagem, a tecnologia consegue focar apenas as células doentes e manter intactas as sadias, reduzindo, assim, os efeitos colaterais. Já a radioterapia, igualmente indicada para tumores confinados à próstata, pode ser efetuada de forma externa ou interna. A primeira, tradicional, corresponde à emissão de doses de radiação ionizante sobre o local afetado. Hoje as técnicas melhoraram muito, com menor prejuízo das áreas vizinhas. A interna, por sua vez, consiste na colocação de sementes radioativas milimétricas no interior da glândula, as quais fazem o mesmo papel da técnica externa, porém com efeitos reduzidos. Contudo, a braquiterapia, como é chamada, só serve para lesões menores. Testosterona em foco Para cânceres de maior agressividade, quando o tumor migrou para regiões e linfonodos próximos ou, então, para outros órgãos e ossos, a hormonioterapia costuma ser a primeira opção ou, então, entrar no esquema terapêutico como adjuvante, ou seja, depois da cirurgia – quando esta puder ser realizada – ou antes ou após a radioterapia.  Em quaisquer dos casos, o tratamento visa a tirar de cena a testosterona, hormônio masculino que estimula o crescimento do câncer de próstata. Isso pode ser obtido com uma cirurgia para remoção do tecido central dos testículos, nos quais a testosterona é produzida, ou com injeções de medicamentos que reduzem a produção hormonal. Em geral, os pacientes costumam preferir as injeções, cujos efeitos, especialmente sobre a libido e a saúde óssea, são temporários. Essa estratégia, contudo, não elimina toda a testosterona do organismo, já que as glândulas adrenais, que ficam sobre os rins, também sintetizam andrógenos. Assim, podem ainda ser necessários antiandrogênicos, fármacos que impedem o organismo de usar o que eventualmente haja de hormônio masculino no corpo. Nos últimos anos, novas drogas foram desenvolvidas com essa finalidade, uma vez que existem casos de cânceres resistentes ao bloqueio de testosterona tradicional. Há, por exemplo, medicamentos que impedem a ligação da testosterona com o receptor do andrógeno dentro da célula maligna.  Em geral, só se recorre à quimioterapia no câncer de próstata quando a resposta às opções anteriores não foi satisfatória. Apesar disso, existem estudos que demonstram que, em homens com pior prognóstico, os agentes quimioterápicos, usados em conjunto com a hormonioterapia, conferem ao paciente um ganho adicional em sobrevida e também em qualidade de vida, à medida que reduzem o tamanho do tumor e os sintomas. Embora todo mundo queira ser curado, a busca desse equilíbrio entre benefícios versus efeitos do tratamento não pode ser perdida de vista. Por isso, converse abertamente com seu oncologista.   Estágios do câncer de próstata A análise dos fragmentos coletados na biópsia faz o diagnóstico de câncer e ainda revela o tipo de célula envolvida, bem como a gravidade e a extensão da doença. Com esses dados, além de outros exames de imagem para a pesquisa de lesões em outros órgãos e de testes que informam as características biológicas do tumor, o médico determina seu estágio: Estágio I Lesão encontrada ao acaso ou por conta do aumento dos níveis do antígeno prostático específico (PSA); restrita à glândula Estágio II (A ou B) Nódulo em um só lado (IIA) ou em ambos os lados (IIB) da glândula, mas ainda confinado à próstata  Estágio III (A, B ou C) Nódulo que envolve próstata mais vesícula seminal (IIIA), reto (IIIB) ou bexiga (IIIC) Estágio IV (A ou B) Lesão disseminada para linfonodos regionais (IVA) ou para outros órgãos e para os ossos (IVB)

09/11/2020
Novembro Azul

Quando o câncer de próstata pode ser apenas vigiado

Muitas vezes, o diagnóstico de câncer de próstata vem acompanhado de uma notícia, de certa forma, acalentadora quando a princípio não há necessidade de tratamento. É o que os especialistas chamam de vigilância ativa ou, ainda, de conduta expectante. Estudos internacionais dão conta de que cerca de 30% a 40% dos tumores prostáticos recebem essa abordagem no mundo, o que, veja bem, não significa não fazer nada. Esses pacientes são acompanhados muito de perto por seus médicos, com exame clínico da próstata por toque retal e testes laboratoriais, incluindo a dosagem de antígeno prostático específico – o PSA, aquele marcador de alterações na glândula – a cada três ou seis meses ou conforme definição personalizada, a fim de verificar se tudo permanece estável, além de biópsia e ressonância magnética também periódicas.  Com esse verdadeiro cerco ao tumor, qualquer mínima alteração pode ser flagrada e, assim, eventualmente implicar a mudança de conduta do oncologista ou do urologista que está à frente do seguimento. Dessa maneira, o paciente, sobretudo aquele homem com menos de 75 anos, em bom estado de saúde, é poupado das disfunções urinárias e sexuais que o tratamento acarreta por tempo variável.  Segundo os especialistas, pelo menos metade dos indivíduos que se enquadram nessa estratégia pode ficar em acompanhamento por aproximadamente 15 anos sem que surja alguma alteração que realmente justifique a instituição de uma terapia anticâncer ou cirurgia.  Ademais, quando levamos em conta que o tumor de próstata é uma doença que pode se desenvolver de modo mais lento, isso pode significar que parte dos indivíduos em vigilância ativa, especialmente os mais velhos, tem possibilidade de passar o resto da vida sem necessitar de intervenções terapêuticas por causa da doença – desde que, é claro, a lesão continue sem incomodar, assintomática.  Critérios bem definidos Contudo, existem critérios rigorosos para recomendar essa estratégia aos pacientes. Em primeiro lugar, o câncer deve ter lento desenvolvimento, ou seja, exibir um tecido muito próximo ao das células normais da glândula ao exame microscópico, além de apresentar tamanho pequeno e estar confinado à glândula. Já o valor do PSA no sangue precisa se encontrar abaixo de 10 ng/mL. E, claro, o paciente deve concordar em ser acompanhado dessa forma.  Muito embora já tenha sido demonstrado que tal conduta é segura, ou seja, não reduz as chances de cura nos homens com tumor que cresce no meio da vigilância, em comparação àqueles que preferiram tratar o câncer logo ao diagnóstico, alguns pacientes não toleram viver na ansiedade de repetir os testes e de temer os resultados ano após ano – o que é perfeitamente compreensível. Estes preferem se submeter ao tratamento, que costuma envolver cirurgia e radioterapia nos estágios iniciais do tumor. Atualmente, tem se recorrido a métodos cada vez mais modernos para amparar essa decisão com uma segurança ainda maior. Tais exames, aos quais o acesso ainda é limitado devido a seu alto custo, analisam um conjunto de genes relacionados com a organização e a proliferação celular e com a expressão de andrógenos, calculando, a partir disso, um escore para pontuar a agressivamente do tumor. Quanto mais baixa a pontuação, mais segura a indicação da vigilância ativa. De qualquer modo, mais importante do que qualquer recurso laboratorial é manter uma relação de confiança com o médico, que permita francas conversas sobre riscos e benefícios das diferentes condutas e, acima de tudo, possibilite que o paciente se sinta confortável – e seguro – com cada decisão.

09/11/2020
Novembro Azul

Como fica a função sexual após o tratamento do câncer de próstata?

Um dos grandes receios do homem que se submete ao tratamento do câncer de próstata, especialmente à cirurgia, é a perda da função sexual, também chamada de disfunção erétil, acompanhada ou não da incontinência urinária, que consiste na perda involuntária de urina, dois efeitos comuns, mas reversíveis, do pós-operatório. De acordo com os especialistas, hoje as técnicas cirúrgicas evoluíram bastante e permitem maior ampliação visual, liberdade de movimentos e precisão. Sobretudo a cirurgia robótica e a videolaparoscopia possibilitam ao cirurgião isolar os feixes de vasos sanguíneos e de nervos cavernosos e, assim, preservar ao máximo tanto o esfíncter da uretra, que controla as micções, quanto a capacidade de o homem ter ereção. Mesmo com os avanços, porém, pelo menos metade dos homens que passam pela prostatectomia costuma ter necessidade de um período variável de reabilitação para a retomada das funções temporariamente perdidas. Para recuperar plenamente a continência da urina, em geral se estimam de três a seis meses de fisioterapia e exercícios apropriados, que envolvem o períneo, estrutura que envolve a genitália e o ânus. Essa estratégia usualmente basta, mas, nos casos mais resistentes, é possível implantar um esfíncter artificial. Já o retorno das ereções depende de outros fatores, incluindo doenças preexistentes – diabetes, colesterol elevado e tabagismo, por exemplo – e fatores psicológicos. De qualquer modo, há um protocolo para reabilitar a função sexual, o qual começa com medicamentos orais para facilitar a entrada de sangue no pênis, uma espécie de fisioterapia medicamentosa, a fim de manter a oxigenação do pênis. Só com os fármacos, não raro a função sexual volta ao normal e, dessa forma, há homens que já conseguem retomar a vida depois do procedimento, desde que não aconteça nenhuma intercorrência, evidentemente. A única diferença é que, como não tem mais a próstata, o homem terá um orgasmo seco, sem líquido seminal. A mudança pode até ser incômoda no início, mas o único efeito prático disso é mesmo a infertilidade, sem impacto na sensação de prazer. Seguindo o protocolo, se os fármacos orais não derem certo, a próxima opção é a terapia com injeção de drogas vasodilatadoras, que o próprio homem pode aplicar no pênis logo antes do ato sexual. Caso isso ainda não dê certo, pode-se recorrer ainda a uma prótese peniana, o que, contudo, configura uma alternativa definitiva, não permitindo reversão. Vale salientar que as opções para a reabilitação da função sexual também envolvem a dinâmica do casal. Assim, a participação da companheira nesse momento do pós-tratamento deve ser considerada e encorajada.  Efeitos de outros tratamentos A radioterapia também pode afetar as ereções justamente porque a radiação emitida sobre a próstata pode causar lesões nos vasos que levam sangue até o pênis. Estima-se que um quarto dos homens que realizam essa modalidade de tratamento para combater o tumor prostático sinta diferença nas ereções e/ou tenha dificuldade para mantê-las. Contudo, os mesmos medicamentos usados no pós-operatório de prostatectomia podem ser tentados nos casos mais difíceis e, se não forem efetivos, seguidos de outras modalidades terapêuticas. Já a hormonioterapia mexe com a função sexual por bloquear a ação da testosterona no organismo. Sem o hormônio masculino em circulação, há perda de libido e consequente disfunção erétil. Nessa situação, no entanto, o efeito negativo sobre a atividade sexual pode cessar assim que a medicação for suspensa.

06/11/2020
Novembro Azul

Como deve ser o cerco ao câncer de próstata

Se, nas mulheres, as mamas e o colo do útero estão entre os principais alvos do câncer, nos homens, a próstata ocupa lugar semelhante. O tumor nessa glândula exclusiva do sexo masculino é o segundo tipo de câncer mais comum entre os brasileiros, atrás apenas do de pele não melanoma. De acordo com a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), até o fim do ano deverá haver mais de 65,8 mil novos casos no País. No mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde/Organização Pan-Americana de Saúde, a estimativa para 2040 bate na casa de 1,3 milhão de casos. Boa parte da alta incidência do tumor se explica pelo fato de se tratar de um problema vinculado à maturidade. Cerca de 75% de todos os pacientes com a doença em todo o mundo já passaram dos 65 anos de idade. Portanto, quanto mais avançada a expectativa de vida no planeta – o que está acontecendo em todos os continentes, vale assinalar –, mais se espera que o número de diagnósticos aumente. A idade, porém, não é o único fator de risco para o câncer de próstata, o excesso de peso também favorece seu surgimento. Por sua vez, a herança genética configura um aspecto contundente no desenvolvimento da doença, especialmente diante de história familiar de pai, irmão e avô com o tumor, mas responde por menos de 10% de todos os casos. Por fim, esse câncer também é mais frequente em afrodescendentes – o risco aumenta em duas a três vezes em relação ao de outras etnias. Atitudes preventivas, portanto, devem focar em alimentação equilibrada, prática regular de atividade física e hábitos de vida saudáveis. Os demais fatores que ampliam a possibilidade de aparecimento de lesões malignas na próstata infelizmente não têm como ser modificados. Diagnósticos tardios O Brasil ainda registra mais de 15,5 mil mortes anuais por câncer prostático, o que o torna um problema de saúde pública, mas não porque a doença seja extremamente agressiva. Em geral, o tumor leva cerca de 15 anos para alcançar 1 cm3 , segundo o Inca, e pode nem chegar a atrapalhar a vida do homem se for bem acompanhado. Mas a verdade é que os diagnósticos continuam sendo tardios. Um estudo da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostrou que 30% dos pacientes da rede pública e 20% dos provenientes da rede de saúde suplementar já estavam com câncer avançado no momento de sua descoberta. A ligeira diferença pode acusar falta de amplo acesso à assistência médica nos serviços públicos, de fato, mas, por outro lado, parece confirmar o que já se sabe – o homem vai menos ao consultório preventivamente. Para completar, o tumor de próstata cursa de forma silenciosa no início. Os sintomas, caracterizados por alterações urinárias e dores ósseas, podem não aparecer ou só incomodar num momento em que a lesão já está num estágio mais grave, quando requer tratamentos mais extensos. Rastreamento, eis a questão Apesar disso, ao contrário do que ocorre na abordagem do câncer de mama, em que há um exame que reconhecidamente reduz a taxa de mortalidade pela doença – a mamografia –, no câncer de próstata não se preconiza o mesmo tipo de rastreamento universal. Estudos feitos com milhares de homens na Europa e nos Estados Unidos no início desta década concluíram que a realização indiscriminada de testes laboratoriais e de imagem não impacta o número de mortes causadas pela doença. Essa estratégia tem sido questionada por trabalhos posteriores, mas ainda se mantém. Na dúvida, a SBU recomenda que, por volta dos 50 anos, todos os homens procurem um urologista para uma avaliação individual, decidindo com o médico a necessidade, os riscos e os benefícios da pesquisa de lesões na próstata. Em geral, o rastreamento inclui o toque retal e dosagem de PSA no sangue.  Dependendo dos achados, a investigação pode prosseguir com a ultrassonografia e outros exames de imagem, assim como a biópsia de próstata. Homens com algum fator de risco, incluindo obesidade, afrodescendência e história de parentes que tiveram tumor prostático antes dos 60 anos, devem marcar consulta com o especialista mais cedo, já a partir de 45 anos.  Não custa lembrar que, em caso de sintomas – que até podem ser de outras condições –, é imperativo esclarecer imediatamente o quadro com um urologista ou com um médico de sua confiança. 

19/10/2020
Outubro Rosa

Como a ultrassonografia entra no rastreamento de câncer de mama

Você vai ao ginecologista e seu médico pede, além da mamografia, uma ultrassonografia das mamas. E a pergunta que vem à cabeça é: preciso mesmo realizar os dois exames?   A mamografia, que consiste numa radiografia das mamas, de fato é o único método de imagem com eficácia comprovada na redução de mortalidade por câncer de mama, razão pela qual é usada de forma universal para rastrear a doença em mulheres a partir da meia-idade. Logo, desse exame não dá para abrir mão.   Mas a ultrassonografia pode ser necessária para melhorar a sensibilidade – justamente a capacidade de encontrar alterações – da mamografia em pacientes cujas mamas são densas, ou seja, compostas por mais tecido fibroglandular do que por gordura.    Ocorre que esse tecido, que contém as estruturas envolvidas na produção de leite, aparece esbranquiçado nas imagens mamográficas, da mesma forma que eventuais nódulos ou lesões mamárias, dificultando o rastreamento, mesmo para os olhos treinados do radiologista. A parte gordurosa da mama, ao contrário, fica escura no exame, permitindo maior contraste com lesões.    Quem precisa dos dois exames   O predomínio do tecido fibroglandular é característico de mulheres mais jovens. Acontece que, mesmo a partir da quarta década de vida, muitas pacientes continuam com mamas densas devido a fatores hormonais e reprodutivos, o que pode dificultar o diagnóstico de determinadas alterações pelo estudo mamográfico.    Por isso, os especialistas consideram a realização combinada de mamografia e ultrassonografia nesse grupo de pacientes. Uma não substitui a outra, que fique bem claro: são métodos complementares.   Em mulheres com mamas formadas principalmente por tecido gorduroso, por sua vez, a mamografia costuma dar conta do recado e pode dispensar o complemento ultrassonográfico no rastreamento.    O que a ultrassonografia das mamas mostra   A ultrassonografia, que usa ondas sonoras para captar imagens do interior dos órgãos, detecta lesões que não podem ser bem visualizadas na mamografia por conta da maior densidade mamária.    Além disso, o exame distingue cistos, que têm conteúdo líquido ou espesso em sua maioria, de nódulos, que apresentam conteúdo sólido. Nas imagens da avaliação mamográfica, os dois tipos de lesão se assemelham.   Em mulheres jovens, que ainda não fazem rastreamento periódico de câncer de mama, a ultrassonografia é o exame de escolha para investigar queixas de nódulos palpáveis, complicações após cirurgias e outras doenças mamárias.   Vale lembrar que o método também serve para guiar biópsias de mama, procedimento executado quando há necessidade de extrair fragmentos de lesões para verificar a natureza de suas alterações no laboratório. 

19/10/2020
Outubro Rosa

Minha mamografia deu BI-RADS. Devo me preocupar?

Se não bastassem os termos de difícil entendimento para uma pessoa leiga no resultado de uma mamografia, o laudo também conclui a análise com uma sigla, BI-RADS, acompanhada de um número que vai de 0 a 6. Muita gente estranha essa nomenclatura. Meu exame recebeu a classificação BI-RADS 3, o que isso significa? O BI-RADS é a sigla da expressão Breast Image Reporting and Data System, uma metodologia criada pelo Colégio Americano de Radiologia, em 1993, para padronizar os laudos da mamografia, de forma a reduzir os riscos de má interpretação dos achados de imagem entre diferentes médicos e serviços de saúde, e ainda favorecer a comparação de resultados a cada ano – já que o rastreamento mamográfico é anual.  A estratégia ajuda o médico que acompanha a paciente a definir a continuidade da investigação com outros métodos de imagem ou mesmo com a biópsia mamária, procedimento realizado para a retirada de fragmentos de uma lesão de mama em casos suspeitos de câncer. Inicialmente, o sistema foi desenvolvido para categorizar os laudos de mamografia, mas hoje também se aplica a exames de ultrassonografia das mamas e de ressonância magnética das mamas.  Para que você possa entender melhor os próximos passos da investigação diagnóstica a partir de um resultado de mamografia ou de outro exame de imagem das mamas, nossos especialistas explicam o significado de cada categoria do BI-RADS. Confira.  Classificação dos achados da imagem segundo o BI-RADS Categoria Significado BI-RADS   0 Exame inconclusivo, o que pode ocorrer por problemas técnicos, como mau posicionamento das mamas e axilas no aparelho e movimentação da paciente durante o exame. Recorre-se também a essa categoria quando há dúvidas sobre a existência de alguma alteração, o que geralmente implica a realização de uma nova mamografia na sequência ou outros exames de imagem. BI-RADS 1 Exame normal, sem achados. Nessa situação, a mamografia não encontra nenhuma alteração e não há risco de câncer de mama. A próxima avaliação mamográfica pode ser feita com intervalo de um ano. BI-RADS 2 Exame com achados benignos. A mamografia detecta alterações, mas, apenas por seu aspecto, o radiologista consegue determinar que apresentam natureza benigna. Cistos simples (veja boxe) são exemplos bem comuns dessas lesões. Da mesma forma, o estudo pode ser repetido normalmente em 12 meses. BI-RADS 3 Exame com achados provavelmente benignos. Aqui, embora as lesões pareçam benignas, o radiologista não tem 100% de certeza disso. Assim, a recomendação, para uma mamografia com esse resultado, é repetir o exame em seis meses para verificar se houve mudanças ou se os achados iniciais permaneceram estáveis. De qualquer modo, o risco de uma lesão BI-RADS 3 ser câncer de mama não passa de 2%. BI-RADS 4 Exame com achados suspeitos de câncer. Quando uma lesão recebe essa classificação, obrigatoriamente precisa de biópsia para esclarecimento de sua natureza – se benigna ou maligna. Nem sempre, no entanto, a alteração encontrada corresponde a um tumor maligno. Por isso, a categoria abrange três subdivisões: BI-RADS 4A, que tem baixo risco de malignidade, entre 2% e 10%; BI-RADS 4B, com risco entre 11% e 50%; e BI-RADS 4C, com risco entre 51% e 95%. BI-RADS 5 Exame com elevado risco de câncer. Nessa categoria, só pelo aspecto dos achados o radiologista percebe que se trata de lesão/alteração altamente suspeita de tumor de mama, acima de 95%. De qualquer modo, todos os casos que recebem essa classificação também requerem biópsia para a confirmação diagnóstica da doença. BI-RADS 6 Resultado com lesão maligna já conhecida. Costuma aparecer nos laudos de exames de pacientes antes ou durante o tratamento – por exemplo, na mamografia de mulheres que já começaram uma quimioterapia. A categoria, na pratica, serve para indicar ao médico solicitante que a lesão em questão não é nova, mas aquela que motivou a terapia. Também tem importância para que o achado não seja contabilizado como um novo caso de câncer, para efeitos epidemiológicos.   Entenda outros termos que pode encontrar em seus exames de mama NódulosLesões com conteúdo sólido. Características como tamanho, contorno (regular ou irregular), limites e densidade ajudam a indicar se são benignos ou suspeitas de câncer.   CistosTêm conteúdo líquido e espesso, quando são considerados cistos simples, ou conteúdo heterogêneo, líquido e sólido, quando são tidos como cistos complexos. Quase sempre têm natureza benigna.   Microcalcificações Cristais de cálcio depositados na mama. Podem corresponder ao primeiro sinal de câncer de mama apenas quando aparecem agrupadas, com densidade, formatos e tamanhos diferentes. 

19/10/2020
Outubro Rosa

Mamografia reduz a mortalidade por câncer de mama

Diversas condições clínicas podem ser prevenidas com comportamentos saudáveis e seguros, especialmente as que apresentam poucas causas. No câncer de mama, que decorre de diferentes fatores de risco, como ambientais, biológicos, comportamentais, reprodutivos, hormonais e genéticos, o desafio de evitar a doença dessa forma é maior – mas não impossível.  Segundo o Instituto Brasileiro de Câncer (Inca), algumas boas escolhas que fazemos são capazes de prevenir 30% dos casos desse tumor. Entre elas, praticar atividade física regularmente, controlar o peso e manter uma alimentação saudável.  O Inca também lembra que o aleitamento materno configura um fator de proteção contra o tumor. Conforme um estudo que envolveu mulheres de 30 nacionalidades diferentes, o risco de desenvolver câncer de mama cai 4,3% a cada 12 meses de amamentação. Contudo, com exceção dos fatores de risco comportamentais, os demais aspectos que aumentam a chance de desenvolver um tumor mamário não podem ser modificados. Por isso, os especialistas utilizam a chamada estratégia de prevenção secundária, que consiste em pesquisar o câncer quando ainda não há sinais e sintomas dele (veja boxe). Para tanto, utiliza-se a mamografia, uma radiografia das mamas capaz de revelar nódulos (caroços) não palpáveis ou mínimas alterações compatíveis com um tumor em estágio inicial. Benefícios do rastreamento  O Ministério da Saúde recomenda que as mulheres realizem a mamografia entre os 50 e os 69 anos de idade, a cada dois anos, a mesma indicação da Organização Mundial de Saúde. Já o Colégio Brasileiro de Radiologia, a Sociedade Brasileira de Mastologia e a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia defendem que o exame seja feito anualmente a partir dos 40 anos. Entre um parecer e outro, evidentemente, vale o que o seu médico orientar. Diversos estudos ao redor do mundo apontam que o rastreamento mamográfico periódico reduz de forma importante a mortalidade por câncer de mama – os percentuais de redução variam de 25% a 40% – e diminui a agressividade do tratamento e seus efeitos adversos. Afinal, quanto mais cedo se detecta uma lesão maligna, menos recursos terapêuticos são necessários para combatê-la. O fato é que a mamografia não previne o tumor mamário, mas permite seu diagnóstico precoce, possibilitando que a mulher saiba que tem a doença antes mesmo de apresentar qualquer manifestação clínica e faça o tratamento antes que o tumor cresça e se espalhe. Por essa razão, o uso do método está relacionado à diminuição da taxa de mortalidade por câncer de mama. Em situações especiais, como em casos de risco de câncer hereditário ou na presença de mamas muito densas, a mamografia pode ser combinada à ressonância magnética ou à ultrassonografia para aumentar a sensibilidade do rastreamento. A associação desses métodos de imagem visa sempre ao diagnóstico do câncer em estágio inicial, quando, vale assinalar, as chances de cura ultrapassam a casa dos 90%.  Atenção a sinais e sintomas nas mamas Mesmo fazendo mamografia conforme a periodicidade determinada nas consultas anuais com o ginecologista e/ou mastologista, nos intervalos entre um rastreamento e outro, procure se certificar de que suas mamas permaneçam inalteradas desde a última avaliação, observando-as e palpando-as pelo menos uma vez por mês. Conheça seu corpo e fique atenta particularmente à presença de: - Caroço fixo e indolor, percebido pela palpação - Pele das mamas avermelhada e retraída - Mamilos alterados - Secreção nos mamilos (que sai espontaneamente) - Gânglios no pescoço ou nas axilas Esses sinais e sintomas são característicos de doenças de mama, inclusive câncer. Portanto, se encontrar algum deles, procure esclarecimentos com seu médico. 

19/10/2020
Outubro Rosa

Estou com câncer de mama. E agora?

Após receber o diagnóstico de câncer de mama, é natural que o chão pareça sumir por alguns segundos. A gente logo pensa numa cirurgia extensa e num tratamento agressivo.  Mas respire fundo e escute o que seu médico tem a dizer. Hoje as coisas estão muito melhores.  Na maioria dos casos, as intervenções para a remoção do tumor são menos invasivas, envolvendo a retirada de um quadrante (quadrantectomia) ou de um setor (setorectomia) da mama, assim como de alguns linfonodos das axilas. A mastectomia, que consiste na remoção total do órgão, atualmente se reserva apenas aos casos mais graves e, mesmo assim, os médicos costumam tentar outras saídas que preservem a mama antes de recorrer a esse expediente. Qualquer que seja o tipo de procedimento, o bem-estar da mulher com seu corpo agora está na ordem do dia, sem prejuízo da eficácia da retirada da lesão. Tanto na rede pública quanto na rede de saúde suplementar, as pacientes têm direito à cirurgia de reconstrução imediata da mama afetada, sempre que houver condições, é claro. Caso ocorra alguma assimetria, a lei também prevê a cobertura de eventual correção posteriormente.   Depois da cirurgia O tratamento, contudo, não termina após a operação. A seguir, há necessidade de alguma estratégia para impedir que as células que formaram o tumor continuem proliferando e espalhando a doença, localmente ou em outros órgãos. É o que se chama de terapia adjuvante, que envolve, além da quimioterapia, a radioterapia, a terapia biológica e a hormonioterapia (veja boxe). Essas modalidades podem ser usadas isoladamente ou em conjunto, conforme as necessidades de cada paciente. Também é possível empregá-las, inclusive, para o reduzir o tamanho do tumor antes da operação – trata-se da terapia neoadjuvante. A escolha da melhor conduta depende das características biológicas do tumor – se tem receptores para hormônios ou para proteínas que promovem seu crescimento – e da extensão da doença, o que varia de acordo com o tamanho do câncer e com sua eventual disseminação para linfonodos próximos ou para outros órgãos (veja tabela). As condições da paciente também são levadas em conta, incluindo idade, presença de outras enfermidades, fato de já ter entrado ou não na menopausa e até mesmo preferências pessoais. Na prática, quanto mais precocemente o tumor for descoberto, menos agressivas serão as medidas terapêuticas. Como pode flagrar o câncer em estágio inicial, o rastreamento anual com mamografia traz justamente essa possibilidade. Daí a insistência na pesquisa do tumor antes que ele se manifeste.   Como funcionam os diversos tratamentos para o câncer de mama   Radioterapia: utiliza radiação para evitar que as células malignas voltem a se multiplicar nas mamas ou em outros órgãos. O tratamento é local, dirigindo-se apenas à mama acometida pelo tumor.   Hormonioterapia: prescrito para os tumores que têm receptores hormonais, como estrógeno e progesterona, que, nesses casos, são estimulantes de seu crescimento. O tratamento, feito por via oral, bloqueia a atividade hormonal e a consequente disseminação das células alteradas.   Quimioterapia: consiste na infusão intravenosa de medicamentos anticancerígenos que combatem o tumor, controlam seu crescimento e inibem a proliferação das células malignas. Como se trata de uma terapia sistêmica, que se reflete por todo o corpo, células saudáveis também acabam sendo impactadas, notadamente as sanguíneas, as da mucosa (da boca, do estômago e dos genitais) e as dos folículos capilares.   Terapia biológica: indicada para tumores que apresentam receptores para o fator de crescimento epidérmico 2, o HER-2, que também estimula o desenvolvimento do câncer. Igualmente administrada por infusão intravenosa, volta-se contra essa proteína nas células cancerígenas, razão pela qual é conhecida como terapia-alvo.    Como é feita a classificação da extensão da doença   A biópsia com análise anatomopatológica fecha o diagnóstico de câncer e ainda revela o tipo de célula envolvida, assim como a gravidade e a extensão da doença. Com esse estudo, combinado a um ou mais exames de imagem para a pesquisa de lesões em outros órgãos (metástases) e a testes que informam as características biológicas do tumor, o médico consegue conhecer o estágio do câncer, o que o ajuda a fazer a escolha terapêutica e a determinar o prognóstico – ou seja, como a doença vai evoluir. De modo geral, o tumor de mama pode ser classificado em quatro estágios, segundo o Instituto Nacional de Câncer:   Estágio I - Tumores com tamanho igual ou inferior a 2 cm sem comprometimento dos linfonodos Estágio II - Tumores com tamanho igual ou inferior a 2 cm com comprometimento dos linfonodos - Tumores de 2 a 5 com ou sem comprometimento dos linfonodos - Tumores maiores que 5 cm sem comprometimento dos linfonodos Estágio III - Tumores com tamanho igual ou inferior a 5 cm com comprometimento importante dos linfonodos - Tumores maiores que 5 cm com comprometimento dos linfonodos  - Tumores com extensão para a parede do tórax ou para a pele, com ou sem comprometimento dos linfonodos - Tumores inflamatórios Estágio IV - Tumor de qualquer tamanho com metástase a distância (em outro órgão, como pulmões, cérebro e fígado, entre outros)

16/10/2020
Outubro Rosa

A origem do câncer de mama

O câncer é uma doença causada pela multiplicação rápida e desordenada de células anormais, que formam um tumor. Pode ocorrer em diversas estruturas do corpo e, quando envolve as células das glândulas mamárias, determina o câncer de mama, que se apresenta sob diferentes formas, algumas restritas aos ductos e lóbulos envolvidos na produção de leite, outras mais agressivas, que tomam todos os tecidos mamários e podem se espalhar pelo corpo. Bastante frequente no mundo todo, o tumor de mama divide a primeira posição com o de pulmão no ranking dos cânceres mais incidentes do globo, respondendo por mais de 2 milhões de casos novos por ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, as estimativas para 2020 apontam mais de 66,2 mil casos novos, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Apesar dos avanços no diagnóstico e nas modalidades de tratamento que marcaram as últimas décadas, a mortalidade pela doença continua bastante elevada. Dados da OMS e do Inca dão conta de que houve 627 mil mortes por câncer de mama no mundo em 2018, sendo 17,7 mil no Brasil. Isso significa que a maioria desses casos foi diagnosticada de modo tardio, pois, quando descoberto precocemente, esse tumor tem elevada taxa de cura, que passa de 90%. Riscos em toda parte Mas por que ainda temos tantos casos, em pleno século 21? É claro que a falta de acesso à saúde pelo mundo responde, em boa parte, por tais números, mas vamos aqui tratar de fatores que facilitam o desenvolvimento da doença. A idade é o principal deles, quatro em cada cinco casos ocorrerem após os 50 anos, segundo o Inca. Quanto maior a expectativa de vida no planeta, que só aumenta, haverá mais casos. Outros fatores determinantes para o desenvolvimento do tumor mamário são ambientais, comportamentais, reprodutivos e hormonais, além dos genéticos.  Os fatores hormonais e reprodutivos dizem respeito à exposição aos hormônios femininos ao longo da vida reprodutiva da mulher, já que eles estão por trás de 70% de todos os cânceres de mama, servindo de combustível para a proliferação das células malignas e, consequentemente, para o crescimento dos tumores. Incluem a primeira menstruação antes dos 12 anos, entrada na menopausa depois dos 55 anos, primeira gestação depois dos 30 anos, ausência de gravidez, uso de contraceptivos orais e terapia de reposição hormonal.  Entre os fatores ambientais estão ganho de peso após a menopausa, falta de atividade física, exposição à radiação ionizante (sobretudo radioterapia no tórax em idade precoce) e consumo de álcool – mesmo a ingestão de poucas doses por semana aumenta o risco de tumor mamário. Algumas atividades ocupacionais também estão relacionadas à doença, conforme afirma o Inca, como as das indústrias de borracha, plástico e química, bem como das refinarias de petróleo. Por fim, a genética igualmente interfere na possibilidade de desenvolver esse câncer, mas é responsável por apenas 5% a 10% dos casos. A presença de parentes de primeiro grau com a doença eleva o risco, mas desde que o diagnóstico tenha sido feito antes dos 50 anos nas pessoas acometidas. A história familiar de tumor de ovário e de tumor de mama em homens – sim, isso pode acontecer, embora com frequência bem menor que nas mulheres – do mesmo modo aumenta o risco, assim como o encontro de mutações em genes associados às formas hereditárias de câncer de mama, como BRCA1 e BRCA2. À exceção dos fatores ambientais, que, em sua maioria, podem ser modificados, os demais praticamente não permitem intervenção. Por isso, as sociedades médicas e as autoridades de saúde adotam uma estratégia de prevenção secundária do câncer de mama, baseada na pesquisa da doença antes que a mulher apresente sintomas, o que é feito com mamografia e outros exames de imagem, conforme idade e riscos da paciente.

23/03/2020
Criança

Um cérebro diferente. Assim é o autismo

A série The Good Doctor trouxe ao público um tema pouco discutido na sociedade: a capacidade de o autista exercer uma profissão, relacionar-se e ser independente. O protagonista, o cirurgião Shaun Murphy, tem autismo e uma síndrome rara (Savant), que lhe permite fazer cálculos complicados e se valer de uma memória fotográfica. Apesar dos preconceitos de colegas e de pacientes, o jovem profissional ajuda a elucidar diagnósticos complexos e a buscar soluções inusitadas na sala cirúrgica e até fora dela, mudando a percepção das pessoas a seu respeito. A série é uma ficção romanceada, mas especialistas não acham impossível que um indivíduo autista seja competente na área do conhecimento de sua escolha, mesmo que isso se aplique a uma minoria. Depende justamente do grau do chamado transtorno do espectro autista, que recebe esse nome por ser um conjunto de condições caracterizadas por alterações no desenvolvimento neurológico, que se manifestam, em conjunto ou isoladamente, por dificuldade de comunicação, de linguagem e de socialização, assim como por interesses e atividades restritas e repetitivas.  O nível de funcionamento intelectual varia muito, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, havendo desde comprometimento cognitivo profundo até níveis superiores de desempenho, sendo ainda muito comum que os indivíduos apresentem outros distúrbios psiquiátricos e neurológicos concomitantes, como epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade.  Diversos espectros No autismo clássico, as pessoas são ensimesmadas e não estabelecem contato visual com seus interlocutores, tampouco com o ambiente ao redor. A fala não é usada como recurso de comunicação, apesar de poderem falar e entender ideias e palavras simples, desde que no sentido literal, sem metáforas nem duplos sentidos. Há preferência por brincadeiras solitárias na infância e isolamento conforme os anos passam.  Já no autismo de alto desempenho, também conhecido como síndrome de Asperger, embora possam apresentar as mesmas dificuldades de relacionamento e comportamento em graus variáveis, os indivíduos são bastante verbais e inteligentes, muitas vezes exibindo um desempenho genial em suas atividades. Dependendo do nível de interação social, conseguem levar uma vida sem impedimentos.  Dentro do espectro autista, há ainda os distúrbios globais do desenvolvimento, cujos sintomas, que vão além das dificuldades de comunicação e de relacionamento – incluindo, por exemplo, aversão ao toque, problemas de coordenação motora, alterações de humor e muitos outros –, não se encaixam em nenhuma das duas outras formas, impondo maior desafio ao diagnóstico. Todas as apresentações podem ser muito variáveis, algumas bem discretas, outras mais evidentes. Por isso se usa o termo espectro na denominação da condição – são várias facetas de uma mesma moeda. Na maioria dos casos, os sinais de autismo ficam perceptíveis até os 5 anos de idade e persistem por toda a vida. Com frequência, mães de filhos autistas relatam que seus bebês não as olhavam nos olhos durante a amamentação, já demonstrando uma das características mais marcantes da condição – a falta de contato visual. Apoio e cuidados para muitos A OMS estima que 70 milhões de pessoas em todo o mundo apresentem algum transtorno do espectro autista, das quais 2 milhões no Brasil, embora não tenhamos por aqui nenhum estudo de frequência entre brasileiros. As autoridades sanitárias mundiais observam um aumento no número de casos, que, no entanto, atribuem a uma maior conscientização sobre a condição, ao aprimoramento das informações reportadas e a uma ampliação dos critérios e dos recursos diagnósticos. As causas do transtorno permanecem sob uma certa névoa para a ciência, mas parece haver um consenso de que envolvem sobretudo fatores genéticos. Mutações em proteínas que ficam ancoradas na superfície dos neurônios, para permitir que o estímulo nervoso flua de forma adequada entre eles, provocam desequilíbrio entre os sinais de excitação e inibição que navegam entre as células nervosas, impactando a linguagem, o aprendizado, a interação social e a memória dos indivíduos. Já existem testes genéticos que ajudam a dar suporte ao diagnóstico, contudo a identificação do quadro permanece sendo essencialmente clínica, feita no consultório. Quanto ao tratamento, como qualquer condição que envolva comportamento, o autismo requer uma abordagem personalizada e não tem cura. Em todos os casos, exige o engajamento dos pais, educadores e de uma equipe de saúde multidisciplinar para promover a reabilitação do indivíduo e sua inclusão social. Quanto mais cedo essa estratégia se inicie, melhor o resultado. De qualquer forma, a condição traz impactos econômicos e sociais importantes para o portador e sua família. Voltando ao nosso exemplo inicial, apenas dois em cada dez autistas conseguem ter alguma independência semelhante à do Dr. Shaun. A maioria precisa de apoio social e de cuidados permanentes, o que implica o empoderamento dos cuidadores por parte das autoridades de saúde. Portanto, conhecer exatamente a epidemiologia da condição é essencial para criar políticas públicas para essa população, não só no que tange ao atendimento de saúde, mas também à garantia do cumprimento dos direitos desse grupo, que, afinal, é mais vulnerável em todos os sentidos.  Se você tem dúvidas sobre o comportamento de seu filho, ainda que ele já tenha passado dos 5 anos, não perca tempo. Procure um médico que conheça a história clínica da criança para esclarecimentos e eventual encaminhamento a um especialista. Exemplo real de inclusão Greta Thunberg, a ativista ambiental sueca que tem cutucado a ferida dos grandes poluentes do planeta, foi diagnosticada com Asperger aos 11 anos. Em vez de contê-la, porém, a descoberta a impulsionou, evidentemente graças à boa acolhida na família, na escola, nos serviços de saúde e na sociedade. Assim, conseguiu transformar sua obsessão e seu temor com a degradação ambiental e o aquecimento global numa luta produtiva, que acabou mobilizando milhões de outros jovens. O fato é que a sueca, hoje com 16 anos, é um exemplo real de inclusão do autista na sociedade mundial, que deixa qualquer romance no lugar dele – na esfera ficcional.

09/03/2020
Prevenção

Saúde bucal reflete o bem-estar geral

Quem já teve dor de dente ou machucados no interior da boca sabe quanto essas condições podem ser incômodas. Às vezes, é só um dente avariado, às vezes uma afta pequena, mas  a impressão é a de que há um trator indo e voltando em torno de nosso rosto. A sensação é tão desconfortável que chega a atrapalhar a vida diária de muita gente no auge de sua produtividade. Segundo uma pesquisa feita pela Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo, metade dos 6.051 indivíduos na faixa etária de 35 a 44 anos relataram que problemas na boca ou nos dentes causam impacto negativo em suas atividades diárias. Feita em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a pesquisa analisou o comportamento de 17.560 pessoas em relação à saúde bucal versus qualidade de vida. De fato, a saúde bucal está intimamente relacionada com a saúde integral do ser humano. A boca cumpre várias funções essenciais na fala, na mastigação e na respiração. Além disso, funciona como uma grande porta de entrada para nutrientes essenciais à nossa sobrevivência – e, claro, também a bactérias e outros microrganismos. Assim, qualquer problema bucal ou dentário pode afetar nossa capacidade de falar, sorrir, saborear, mastigar, engolir e até de transmitir emoções. Felizmente, de acordo com a Federação Mundial de Odontologia, uma boa higiene bucal é capaz de reduzir o risco de desenvolvimento de doenças na boca e nos dentes, como cáries, mau hálito, placa bacteriana e o tártaro (ou placa endurecida). Além disso, o tabaco e bebidas alcoólicas devem ser evitados, já que são patrocinadores de diversos males, como câncer de boca, assim como a má alimentação. Alimentos ricos em açúcares e amido produzem ácidos que removem o esmalte dos dentes, propiciando a formação de cáries. O grande problema é que doenças da cavidade oral podem não se restringir à boca, especialmente a periodontite, também chamada de doença periodontal,que, na verdade, é uma espécie de inflamação da gengiva em estágio avançado, causada quase sempre por má higiene bucal.Da mesma forma que as cáries muitas vezes reduzem a qualidade de vida das pessoas, seja pela necessidade de tratamentos incômodos, seja pelas implicações estéticas, a doença periodontal, por afetar a parte de tecido entre os dentes e a mandíbula, dá espaço para a proliferação de bactérias para outros sítios através da circulação sanguínea, incluindo cérebro, pulmão e coração. A associação entre problemas na gengiva e doenças cardíacas é comum, culminando muitas vezes com endocardite, uma inflamação das válvulas e do tecido cardíaco de origem bacteriana. Quando a boca dá o alarme Se alguns problemas bucais geram efeitos sistêmicos, o contrário também é verdadeiro. A boca pode manifestar sinais de diversas doenças, inclusive de algumas não diagnosticadas, o que torna o check-up periódico com o dentista ainda mais importante. Diante de alterações reconhecíveis, mas que fogem ao seu escopo, ele encaminhará o paciente para o médico competente. No capítulo das doenças infecciosas, a sífilis primária, por exemplo, pode se manifestar como uma lesão na gengiva que demora a cicatrizar ou como uma lesão com placas vermelhas. Já gengivite, grandes aftas, sapinho e linhas brancas na lateral da língua sugerem aids, manifestação do vírus HIV. Por sua vez, a presença de verrugas indica infecção pelo papilomavírus humano, ou HPV, as quais podem evoluir para câncer de boca. Doenças autoimunes, nas quais o sistema de defesa se volta contra estruturas do próprio corpo, produzem úlceras muito dolorosas na mucosa bucal, que demoram semanas para regredir. Entre elas estão o lúpus eritematoso sistêmico, a doença de Behçet e o pênfigo vulgar. Enfermidades hematológicas do mesmo modo apresentam sintomas bucais. Uma língua muito lisa pode ser sinal de anemia e uma gengiva inchada, com sangramentos espontâneos, não raro levanta a suspeita de leucemia. Problemas no fígado também se manifestam na cavidade oral. A cirrose hepática, por exemplo, deixa as partes moles da boca amareladas e esverdeadas. E o diabetes costuma ser uma importante causa de gengivite. Até mesmo transtornos alimentares, como a inaparente bulimia, podem ser flagrados na cadeira do dentista. O hábito de regurgitar a comida em segredo, característico dessa condição, leva à boca ácidos estomacais que acabam com o esmalte dos dentes e machucam as mucosas. O fato é que a boca diz muito sobre nosso estado geral. Visite um dentista regularmente e não negligencie lesões, sangramentos ou quaisquer sensibilidades nos dentes. Cuide bem de sua boca - Remova a placa bacteriana por meio da escovação adequada dos dentes - Use fio dental a cada higienização dentária - Vá ao dentista regularmente, conforme periodicidade estabelecida por ele- Limpe a língua, retirando a chamada saburra lingual, onde se depositam microrganismos causadores de mau cheiro. Vale lembrar que a escova de dentes não dá conta desse serviço e, por isso, você pode optar pelo uso de raspadores- Evite consumir muitos doces, assim como o açúcar de mesa- Prefira cremes dentais com flúor mineral, pois eles ajudam a prevenir cáries - Não fume e evite ingerir bebidas alcoólicas - Caso utilize próteses dentárias, garanta que fiquem bem ajustadas e, claro, sempre limpas

09/03/2020
Bem-estar

Pessoas com síndrome de Down estão vivendo mais e melhor

Até a década de 80, a expectativa de vida dos indivíduos com síndrome de Down usualmente não ia muito além dos 30 anos. A boa notícia é que, nos dias atuais, esse grupo chega a viver mais do que o dobro, entre 60 e 70 anos. É certo que a população geral igualmente está mais longeva, porém não experimentou o mesmo crescimento em matéria de anos vividos. O que mudou, então, para tais pessoas? Para os especialistas, os significativos avanços em tecnologia e também as descobertas em saúde, educação e nutrição respondem não só pelo prolongamento, como também pela melhora da qualidade de vida desses indivíduos, na medida em que vêm permitindo reduzir o impacto dos problemas decorrentes da presença de um cromossomo 21 extra – em vez de um par de 21, todas as células do portador da condição têm um trio. Daí por que a síndrome de Down é chamada também de trissomia do 21. Mais observado em gestações de mulheres com mais de 35 anos, embora possa ocorrer em qualquer idade materna, esse acidente genético na hora da divisão celular do embrião ocasiona, além de determinadas características físicas, um combo de implicações à saúde. Entre elas estão defeitos cardíacos, redução da força e do tônus muscular, dificuldades auditivas e visuais, deficiência intelectual e maior vulnerabilidade a algumas doenças que afetam o metabolismo, como diabetes, hipotireoidismo e obesidade, assim como a infecções pulmonares. Tudo isso, no entanto, pode receber algum tipo de intervenção já ao nascimento e, sobretudo, nos meses e anos subsequentes, com o acompanhamento de uma equipe de saúde multidisciplinar.  A começar pelas más formações cardíacas, que são graves e afetam pelo menos 50% dos nascidos com a trissomia do 21. Há algumas décadas, tais defeitos não tinham tratamento cirúrgico. Nos últimos 30 anos, no entanto, houve um expressivo investimento em técnicas para cirurgias de cardiopatias congênitas em geral, incluindo as que acometem os portadores de síndrome de Down. Só isso já representou um grande ganho na expectativa de vida dessa população. Hoje também se sabe que o metabolismo de quem possui um cromossomo 21 extra é mais lento e que suas células sofrem um maior processo de oxidação. Assim, as famílias são orientadas a oferecer às crianças, desde cedo, alimentos ricos em antioxidantes, que previnem o envelhecimento precoce das células e ainda aprimoram o desenvolvimento dos neurônios, o que se reflete em melhor aprendizado e saúde ocular. Para completar, exercícios físicos e terapias específicas ajudam a baixar os riscos de obesidade e diabetes, além de aumentarem o tônus muscular. Munição para as defesas A imunização é outro pilar que ampliou a expectativa de vida de quem nasce com a trissomia do 21, asseguram os especialistas, dada a maior  vulnerabilidade desse grupo a doenças. Além das vacinas tradicionais, previstas no Calendário Nacional de Vacinação para a população geral, o portador da trissomia deve receber imunizantes próprios para prevenir infecções respiratórias, como a vacina contra o pneumococo, causador de pneumonias, assim como a vacina contra a gripe. Mais recentemente, para crianças Down que nasceram com cardiopatias ou prematuras, tem sido recomendado o uso de um anticorpo artificial contra a infecção dos brônquios pelo vírus sincicial respiratório, aplicado nos meses de maior circulação do agente.  Além da vacinação, outro cuidado essencial para fortalecer o sistema imunológico desse grupo, bem como de todos os recém-nascidos, é evidentemente o aleitamento materno, pouco estimulado no passado. Isso, contudo, veio mudando. Bebês com um trio de 21 podem e devem ser amamentados, porém a tarefa exige maior dedicação porque, como eles têm baixo tônus muscular, apresentam grande dificuldade para fazer o movimento de sucção, requerendo um estímulo dobrado e, não raro, orientação de uma equipe de fonoaudiologia já desde a maternidade.  A força da inclusão Esse conjunto de medidas faz muita diferença na qualidade de vida das pessoas com síndrome de Down, mas não responde sozinho por sua maior expectativa de vida. Os médicos observam que, em associação com o avanço ocorrido, a forma como hoje os portadores da trissomia do 21 são inseridos na sociedade também contribui bastante para essa mudança de cenário. Hoje, eles não ficam mais escondidos. Têm oportunidades de viver com saúde e de se tornar independentes. Vão à escola, passeiam, trabalham, fazem televisão e cinema, formam famílias. É claro que isso não quer dizer que não haja dificuldade nem preconceito. Mas, ao menos, estamos no meio do caminho. Em 2012, por exemplo, o Ministério da Saúde publicou uma diretriz de cuidados aos portadores da Síndrome de Down para tratar e prevenir doenças e riscos comuns a essa população, com exames recomendados, cuidados e orientações necessárias em cada fase da vida de quem tem a trissomia do 21, do nascimento à maturidade. Apesar do avanço da empreitada, muitas famílias e profissionais de saúde ainda a desconhecem. Informe-se em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_pessoa_sindrome_down.pdf.  De acordo com o Censo Escolar de 2017, o número de estudantes com qualquer deficiência, incluindo a intelectual, matriculados em escolas regulares foi de 85,5%, em 2013, para 90,9%, em 2017. Mesmo assim, apenas 40% dos estudantes tiveram acesso ao atendimento educacional especializado nesse período, o qual permite que estudantes recebam o mesmo conteúdo programático dos demais, mas com outros estímulos – para os portadores da trissomia do 21, por exemplo, funcionam muito mais os visuais que os auditivos numa sala de aula.  Por outro lado, o que evolui não regride mais. No fim de 2018, a notificação dos nascidos com síndrome de Down se tornou obrigatória no Brasil, o que também ajudará o País a fazer um cálculo exato dessa população – hoje, estima-se que haja cerca de 350 mil brasileiros com essa trissomia. Lidar com diversidade exige conhecimento e estratégia. 

03/03/2020
Saúde da Mulher

Coração feminino no sufoco?

As doenças cardiovasculares continuam no topo das causas de morte no Brasil. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), superam todos os tipos de câncer juntos, acidentes e violência, afecções respiratórias e também infecções, incluindo HIV/aids. Até o fim de 2020, o cardiômetro, um indicador criado pela SBC, aponta uma estimativa de cerca de 400 mil óbitos por enfermidades dessa natureza no Brasil, incluindo as mais prevalentes, ou seja, o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC), entre outras.  Se, há 50 anos, 90% das vítimas eram do sexo masculino, hoje essa proporção está bem diferente e quase equipara ambos os sexos: por volta de 48% entre as mulheres e de 52% entre os homens. Mas o que mudou de lá para cá, especialmente quando se sabe que a ala feminina apresenta mais atitudes benéficas para a saúde – elas vão mais ao médico, consomem maiores quantidades de vegetais e frutas, têm, no geral, riscos cardiovasculares inferiores aos dos homens e ainda se tornam fumantes com menor frequência? Esses dados são do estudo Saúde Cardiovascular da Mulher Brasileira, realizado pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) e pela Fundación Mapfre e divulgado em 2019. Respostas vêm de longe Bem, a questão deve ser observada do ponto de vista sociocultural. Durante a Segunda Guerra Mundial, as mulheres começaram a participar mais dos negócios da família, já que os homens estavam no campo de batalha. Em muitos núcleos, os rumos seguiram assim nas décadas seguintes por conta da morte ou incapacidade física dos que haviam voltado do front. A seguir, na década de 60, a revolução sexual patrocinada pela pílula anticoncepcional, que permitiu à mulher um maior planejamento sobre a quantidade de filhos que teria, passou a gerar um novo risco cardiovascular, sobretudo quando combinada ao cigarro.  Tudo isso ocorreu quase em paralelo ao desenvolvimento da indústria, especialmente a norte-americana, mais aquecida por conta de uma Europa destruída pela guerra, e que, assim, cada vez mais inventava novidades de consumo, inclusive eletrodomésticos que facilitaram a vida da dona de casa em todas as partes do mundo. Apropriando-se de suas escolhas e com mais tempo livre, a mulher passou a seguir rumo ao mercado de trabalho e a se preparar também para ser profissional liberal. Do lado de cá do Hemisfério Sul, no entanto, pesou igualmente o lado financeiro. As contas da casa não fechavam com um só salário. A ascensão feminina no terreno profissional, contudo, não se deu de modo simultâneo a uma diminuição de suas responsabilidades domésticas. Daí veio a sobrecarga, a jornada dupla com as tarefas da casa e até tripla com a educação dos filhos. Não por acaso, a pesquisa da Socesp e da Mapfre detectou, entre as mulheres, as formas mais graves de estresse no ambiente profissional, no lar, nos relacionamentos e até no que diz respeito às finanças. Juntamente com a depressão, esse vilão aumenta em duas a cinco vezes o risco de infarto ou AVC, alerta a Socesp. Coração na corda bamba O fato é que o ingresso das mulheres no mercado de trabalho trouxe ao sexo feminino os fatores de risco cardiovasculares que até então prevaleciam no homem. Além do malfadado estresse, entram na lista o sedentarismo, o tabagismo – embora haja menos fumantes na ala feminina, a mulher tem mais dificuldade de parar –, a ingestão de bebidas alcoólicas em excesso e os maus hábitos alimentares, incluindo o consumo frequente de fast-food. A combinação de sobrecarga física e mental, pouco ou nenhum exercício físico e um estilo de vida insalubre resulta em obesidade, colesterol alto, diabetes e hipertensão arterial, todos patrocinadores de afecções cardiovasculares.  Some a esse combo os fatores biológicos e temos agravantes. Durante a idade reprodutiva, a mulher tem a colaboração do estrógeno, hormônio feminino que dilata os vasos, facilitando o fluxo do sangue nas artérias e, portanto, ajudando a evitar doenças circulatórias. A menopausa, que ocorre justamente na meia-idade, dá fim a essa proteção e aumenta o risco cardiovascular feminino. Além disso, estudos parecem sinalizar que a mulher exibe maior fragilidade vascular, ficando ainda mais predisposta a problemas dessa natureza. Para completar, nem sempre a paciente do sexo feminino apresenta os sintomas clássicos do infarto, em particular, o qual tipicamente cursa com dor no peito, irradiada para os braços. Muitas vezes, as manifestações podem se assemelhar a um quadro de indigestão, com náuseas e enjoos, dor e desconforto abdominal, cansaço excessivo, ansiedade e até mesmo dor muscular.  Assim, a mulher demora a valorizar essas manifestações e pode acabar postergando a busca pelo serviço de emergência ou nem receber o diagnóstico correto, pelo fato de as queixas serem muito atípicas. Isso torna o papel da avaliação clínica dos riscos femininos ainda mais importante como estratégia preventiva. De acordo com os especialistas, a incidência de doenças cardiovasculares ainda é maior no homem, mas, na ala feminina, tais condições têm maior gravidade e maior letalidade. Portanto, não espere o tempo passar para começar a pensar no assunto. Faça a lição de casa em matéria de prevenção e visite um médico que conheça bem seu histórico de saúde, de modo que ele possa identificar fatores de risco e ajudar você a reduzi-los, especialmente aqueles que não estão ao seu alcance.  Conheça os fatores de risco para doenças cardiovasculares na mulher Sedentarismo Diabetes Estresse Hipertensão arterial Obesidade Tabagismo Colesterol alto História familiar de infartos e AVC Idade (acima de 55 anos) Uso de anticoncepcionais orais Prevenção deve ser diária Mantenha-se no peso ideal Faça exercícios físicos regularmente, no mínimo 150 minutos de atividade moderada por semana Tenha uma alimentação saudável, rica em vegetais e frutas frescas, nozes e sementes, gorduras do bem (ômega-6 e monoinsaturada), peixes, carnes magras e cereais integrais Limite a ingestão de açúcar e sal – não só direto do açucareiro ou do saleiro, mas também do que está escondido em produtos processados Procure se equilibrar emocionalmente para combater o estresse do dia a dia. Não fume – nem passivamente – e tenha parcimônia com as bebidas alcoólicas Visite um médico com regularidade Não negligencie possíveis sintomas cardíacos, especialmente os atípicos.

17/02/2020
Bem-estar

Aproveite a folia sem descuidar da saúde

Se, por um lado, o carnaval é uma das festas mais alegres do mundo, por outro, a aglomeração, o calor intenso do verão, as chuvas torrenciais e os excessos acabam predispondo as pessoas a adoecerem durante e, especialmente, após esse período. Pensando no seu bem-estar, a DaVita selecionou algumas dicas para você começar e terminar a folia com saúde e alto-astral. Água e companhiaPraia, campo ou blocos na cidade, independentemente do seu destino, hidrate-se de forma abundante a qualquer hora do dia. Para quem não abre mão das bebidas alcoólicas, é imperativo intercalar os drinques com água ou bebidas hidratantes, como água de coco e isotônicos. Como se não bastasse o calor intenso de fevereiro, o álcool também desidrata rapidamente o organismo. Uma boa opção para complementar a hidratação é consumir frutas como melancia, laranja, melão e abacaxi que são ricas em água. Você também pode optar por sorvetes de frutas ou ainda, fazer sucos que combinem vegetais e frutas, pois eles são ótimos para repor sais minerais.  AlimentosNão saia sem se alimentar de verdade, especialmente se for enfrentar uma maratona de blocos e desfiles. O cardápio pré-folia, segundo especialistas, deve conter carboidrato na versão integral, que sacia e garante energia por mais tempo, combinado com uma proteína e vegetais. Um macarrão integral ao sugo, acompanhado de frango grelhado e salada, agrada ao paladar e dá conta do recado. Frituras e alimentos gordurosos, de difícil digestão, são más escolhas. Leve ainda uma fruta ou barrinha de cereais para comer durante a festa. Sanduíche, só se for com recheios que não se deterioram facilmente, como atum ou sardinha em conserva. Procure não comer alimentos preparados por ambulantes, que podem estar contaminados por causa das más condições de higiene e do calor.  SolAinda que esteja longe da praia, não vá para a folia durante o dia sem protetor solar. Para peles claras, use FPS 30, no mínimo, e para peles escuras, FPS 15. Recorra também a acessórios como chapéu ou boné e óculos de sol, bem como roupas leves. Um único dia de exagero pode minar o restante da festa. Evite ainda a exposição solar nos horários de maior incidência dos raios ultravioleta, ou seja, das 10h às 16h. Doenças causadas por mosquitosContra a febre amarela, é possível e recomendado vacinar-se dez dias antes da viagem. Hoje, apenas alguns estados do Nordeste não são considerados áreas endêmicas da doença. Portanto, a maioria dos destinos no Brasil requer esse cuidado. Existe uma vacina que previne a dengue, mas tem indicação limitada e está sujeita à prescrição médica. Vale conversar com seu médico com antecedência. Na prática, as estratégias contra a dengue, a febre chikungunya e a infecção pelo vírus zika, as três causadas pelo Aedes aegypti, infelizmente ainda se restringem à aplicação de um repelente potente nas áreas expostas do corpo e à utilização de telas nas janelas.  Sexo É imprescindível usar métodos de barreira física em todas as relações sexuais para prevenir infecções sexualmente transmissíveis, como gonorreia, sífilis e HIV/aids, entre outras. Nesse período, o Ministério da Saúde sempre aumenta a distribuição de preservativos femininos e masculinos não só nos postos de saúde, como também em locais de grande fluxo de pessoas. Mas isso não basta. De acordo com o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, o álcool e outras substâncias que prejudicam a capacidade de julgamento também configuram fator de risco para a aquisição de doenças como HIV/aids. Leve em conta mais esse aspecto para moderar o consumo de bebidas alcoólicas e ficar longe de drogas ilícitas.  Viagem Quem vai pegar estrada deve fazer uma revisão no automóvel e nos pneus antes de partir, além de planejar a viagem, com paciência e sem pressa de chegar. É imprescindível se programar para dirigir sem sono ou cansaço. Além disso, deve-se respeitar as placas de sinalização e a velocidade permitida, bem como manter distância do veículo da frente . Convém ainda lembrar que álcool e volante não combinam, tampouco olhar o celular no trânsito. Se houver alguma urgência para resolver por telefone ou por mensagem, vá para o acostamento.  Para quem tem, como destino, locais muito afastados ou exóticos, é interessante levar uma farmacinha para situações mais comuns, como picadas de insetos, alergias, ferimentos leves, diarreias e resfriados. Peça orientações para seu médico.

27/01/2020
Prevenção

Atenção integral: o paciente recebe o cuidado certo, no momento certo

Ainda temos em mente a figura do médico que chega à casa com a maleta e presta assistência aos membros da família. De tudo um pouco ele parece entender. Pesa e mede a criança pequena e lembra aos pais que ela precisa comer melhor, por causa da leve anemia que notou no exame clínico, além de tomar banhos de sol. Avalia as pernas da avó em busca de edemas, mede sua pressão arterial e pergunta se ela está tomando direito os anti-hipertensivos prescritos. Conversa com a gestante, dando orientações sobre alimentação no último trimestre da gravidez, e aconselha o futuro pai a tirar férias juntamente com a licença-paternidade, para que possa participar mais dos cuidados ao bebê logo após o nascimento. Por fim, examina detalhadamente o jovem daquele núcleo, à procura de sinais para explicar a febre súbita, e deixa uma receita, porém comentando que deverá vê-lo novamente em alguns dias se o sintoma persistir ou aparecer algo novo. Pois bem, essa descrição é apenas uma parte da rotina de um médico de família, personagem comum no passado e que hoje cada vez mais retorna às clínicas médicas. Com a diferença de que os pacientes é que vão procurá-lo nos consultórios, em geral de fácil acesso em termos de localização geográfica. Com formação em Clínica Geral, mas também com experiência em Pediatria, Ginecologia e Cirurgia Geral, esse profissional especializado em pessoas das mais diferentes idades é a figura central dos programas de atenção primária à saúde, nos quais cada indivíduo volta a ser visto clinicamente como um todo, levando-se ainda em consideração suas questões psicossociais. Saiba como funciona um programa liderado por um médico da família. O que é atenção integral à saúde? Trata-se de um modelo de assistência que une os serviços de atenção primária, secundária e terciária. Atenção primária à saúde é a que atende de forma regionalizada, sistematizada e contínua à maior parte das necessidades de uma população – cerca de 85% das queixas apresentadas, segundo estudos internacionais. O melhor de tudo é que a estratégia de atenção integral atua não apenas com ações curativas, mas sobretudo com ações preventivas. Além do médico, o serviço conta com uma equipe multidisciplinar composta de enfermeiros, auxiliares e coordenação com determinadas especialidades, já que, quando se faz necessário, é realizado o encaminhamento dos pacientes aos especialistas.  Nesse formato, as pessoas recebem cuidados da mesma equipe de saúde, que, ao longo dos atendimentos, vai conhecendo seu histórico e seu contexto social, o que garante uma maior adesão ao plano de cuidado proposto e, portanto, alta resolubilidade. O fato é que, além de resolver as condições clínicas mais comuns e frequentes na população, a atenção integral realiza um trabalho de promoção de saúde e qualidade de vida, intervindo para modificar os fatores que mais causam doenças, como sedentarismo, alimentação inadequada e tabagismo, entre outros. O modelo de atenção à saúde com um médico generalista é uma novidade? Não é. Em 1920, na Inglaterra, o médico da rainha propôs um sistema de saúde organizado em centros de saúde primários e domiciliares, liderados por médicos generalistas que deveriam resolver, se não todas, a maior parte das demandas em saúde dos britânicos. Os casos que não pudessem ser solucionados por tais profissionais seriam encaminhados para centros secundários, com especialistas em várias áreas, e, quando houvesse necessidade de internação ou cirurgia, para hospitais. Esse modelo, que só entrou em vigor naquele país em 1945, inspirou os sistemas de saúde em todo o mundo, inclusive no Brasil. Para ter uma ideia do reconhecimento da eficácia desse tipo de iniciativa, a própria Organização Mundial de Saúde, juntamente com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, estabeleceu, em 1978, um acordo para a instituição de serviços focados nas necessidades dos pacientes, conhecido como Alma-Ata, o qual foi assinado por 134 países.  O modelo de saúde usado no Brasil contempla, então, essa ideia? Embora, na saúde privada, ainda prevaleça o sistema de atenção focado diretamente na procura de especialidades e hospitais, a atenção integral vem se tornando cada vez mais relevante. Por exemplo, diante de uma enxaqueca, é comum que as pessoas já marquem consulta com um neurologista ( especialista, ou atenção secundária) ou procurem um pronto-socorro (hospitais, ou atenção terciária), quando esse sintoma simples poderia ser resolvido com um médico de família e sua equipe, possibilitando, assim, que os especialistas atuem sobre casos mais complexos. Além disso, uma vez que a dor e cabeça também pode ser provocada por diversas condições, incluindo causas sociais e psicológicas, deve ser inicialmente avaliada por um médico generalista – está aí a ideia da atenção integral. Se entender que se trata de um caso para a Neurologia, ele encaminhará o paciente para um neurologista ou mesmo para o pronto-socorro, se achar urgente.  Então, qual é o papel do especialista nesse formato de assistência? Originalmente, o especialista soluciona aquilo que seja atribuição de sua especialidade. Acontece que há casos e casos. Assistir um paciente com hipertensão arterial que responde bem ao tratamento e às demais medidas que devem ser adotadas nesses casos – cuidados com alimentação, redução do sódio, prática regular de atividade física e perda de peso – pode ficar a cargo do médico da família, já que se trata de uma condição muito frequente, que, às vezes, até dispensa tratamento medicamentoso com a mudança dos fatores de risco. Contudo, uma hipertensão persistente, que não responde aos fármacos, já precisa do olhar do cardiologista. O especialista, portanto, entra em cena quando necessário, como ocorria no passado, uma vez que foi formado para elucidar casos que dependem de um profundo conhecimento do sistema orgânico no qual se especializou. A atenção integral, nesse sentido, coloca o paciente para receber a assistência certa, no momento certo. Se esse tipo de assistência é tão eficiente, por que ainda parece pouco disponível? É uma questão de tempo. Por conta da especialização extrema, que leva as pessoas a cuidarem de sua saúde com diversos especialistas e recorrerem ao pronto-socorro para queixas agudas, mas pouco complexas, como uma dor de garganta, a saúde suplementar também tem aderido ao modelo de atenção integral. Com base nos melhores sistemas de saúde do mundo, a DaVita Serviços Médicos está lançando um programa de atenção integral, sobre o qual falaremos bastante neste espaço. Vamos proporcionar um cuidado personalizado e humanizado, com um olhar dirigido para as necessidades do paciente, ajudando  a prevenir doenças, além de atendimentos com um médico de sua confiança, no momento em que você precisa, evitando a procura desnecessária por pronto-socorros.

20/01/2020
Bem-estar

Ar-condicionado e ventilador: use bem para se manter saudável

As altas temperaturas do verão nos últimos anos pedem recursos para se refrescar dentro dos ambientes. Com isso, o uso de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores vem sendo cada vez mais comuns dentro das casas e dos escritórios. Mas você já se perguntou qual a forma mais adequada de utilizar esses aparelhos de refrigeração?  Em primeiro lugar, todo o cuidado é pouco com a manutenção dos sistemas, principalmente com os de ar-condicionado, que podem acumular agentes causadores de doenças respiratórias como ácaros, bactérias e fungos. A Organização Mundial de Saúde (OMS), inclusive, reconhece que a falta de vistoria e higienização de tais aparelhos, configura uma das causas da chamada síndrome do edifício doente. Segundo a entidade, a condição está presente em cerca de 30% dos prédios do mundo, podendo ocasionar de irritação nos olhos, passando por dor de cabeça, até dificuldades respiratórias durante o período dos indivíduos nesses ambientes. Assim, a limpeza geral e a troca dos filtros, os quais retêm microrganismos, poeira e fuligem, são essenciais para que os equipamentos emitam um ar limpo e funcionem adequadamente. Tanto os sistemas de ar automotivos quanto os domésticos devem ser limpos e ter seus filtros substituídos de forma periódica, em geral a cada seis meses ou conforme as instruções do fabricante, levando em conta a frequência de uso. Nos espaços corporativos, cabe à área de segurança e saúde do trabalhador definir estratégias em ações de prevenção de doenças ocupacionais. Já os filtros precisam ser trocados conforme o tamanho do local. Em fábricas, por exemplo, o ideal é que os aparelhos recebam novos acessórios a cada 15 dias. Mesmo os ventiladores comuns, tanto os portáteis quanto os de teto ou parede, requerem limpeza de suas pás e grades com regularidade, pois, do contrário, espalham poeira e sujeira nos ambientes, o que afeta sobretudo quem sofre com doenças alérgicas das vias aéreas, como rinite e asma, ou, ainda, doenças respiratórias crônicas como enfisema, bronquite ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Frequência e intensidade da refrigeração Com base em informações de especialistas, o uso inadequado do equipamento de ar-condicionado também pode ser prejudicial à saúde. A começar pela temperatura, que deve ficar entre 22oC e 23oC, como num dia de outono. Abaixo disso, um ambiente de trabalho, por exemplo, pode se tornar improdutivo e aumentar o risco de choque térmico porque, toda vez que os funcionários entram e saem do local, ficam sujeitos a extremos de temperatura, o que favorece ainda mais o surgimento de doenças respiratórias. Em espaços menores, não é diferente. Os especialistas não recomendam permanecer por muito tempo com o ar-condicionado ligado em qualquer local da casa, sobretudo no quarto, durante à noite. Mesmo numa temperatura razoável, vale lembrar que o aparelho remove a umidade local, comprometendo as vias respiratórias. O ideal é deixar o ambiente refrigerado antes de entrar nele. Está certo que quem acorda no meio da madrugada, por causa do calor, pode até acionar o ar algumas vezes, mas, de preferência, mantendo um recipiente com água no quarto para garantir a umidade. Além disso, é necessário ter o cuidado de não adormecer sob o ar frio e seco. Dentro do carro, da mesma forma, convém alternar o ar gelado com o ar proveniente do exterior para evitar a exposição demasiada a baixas temperaturas, o ressecamento das mucosas das vias aéreas e até mesmo o choque térmico. Ventiladores não abaixam a temperatura nem ressecam o ambiente, sendo, portanto, preferíveis ao aparelho de ar-condicionado, sobretudo em casa. Mas o vento não deve ser direcionado diretamente para as pessoas, e, sim, para o alto. Se possível, recomenda-se usar a função de exaustão, quando houver, já que é considerada a mais indicada pelos profissionais de saúde por apenas colocar o ar em movimento, reduzindo a sensação de calor. Caso você fique com infecções respiratórias frequentes, tente reduzir sua exposição a sistemas de refrigeração e, de qualquer modo, converse com um médico que conheça bem seu histórico de saúde para que ele possa investigar mais a fundo essa vulnerabilidade.   Como evitar os maus efeitos dos sistemas de ar-condicionado Se, em casa, você tem acesso ao controle do aparelho de ar-condicionado, não dá para dizer o mesmo de edifícios comerciais, ambientes corporativos, fábricas e redes de serviços em geral  como hotéis, shoppings, hospitais e laboratórios. Nesses espaços, o sistema costuma ser central e, quando a temperatura cai demais, o jeito é se proteger da exposição contínua ao ar gelado. Veja algumas dicas: - Mantenha as narinas hidratadas com soro fisiológico ou gel hidratante. - Procure deixar uma garrafa de água sempre à mão para hidratar bem o corpo, o que evita o ressecamento da pele e das vias respiratórias. - Aplique hidratante corporal na pele que fica exposta, assim como protetor labial. - Se as janelas não forem vedadas, deixe pequenas frestas para a entrada de ar externo, a exemplo do que facilmente pode ser feito no carro. - Não passe frio. Tenha sempre um agasalho consigo para ficar confortável no ambiente.

20/01/2020
Bem-estar

Ano novo, saúde nova: confira dicas para ampliar sua saúde nos próximos anos

Durante a virada de ano, podemos observar muita gente que nem é supersticiosa adulando a sorte. Por via das dúvidas, as pessoas pulam sete ondas, comem sete bagos de uva, vestem branco com o adereço amarelo para atrair dinheiro e, assim, iniciam o novo ciclo cheias de esperanças e, claro, resoluções. Em geral, todas essas metas envolvem melhorias na aparência, na carreira, nas conquistas materiais e nos relacionamentos. Bem, mas onde fica a saúde? A saúde não costuma ganhar a atenção que merece nessas listas e, quando aparece, é  travestida com a necessidade de emagrecer e de modelar o corpo – não exatamente de ficar mais saudável. Em uma pesquisa feita, por um site norte-americano há alguns anos, com 8 mil pessoas, a perda de peso foi a meta número um para quase 20% dos entrevistados.  Por outro lado, esse desejo indiretamente pode levar a escolhas menos nocivas no estilo de vida, mas o fato é que as resoluções podem e devem ser ampliadas no que diz respeito à saúde. Para ajudar você a dar um upgrade no seu bem-estar neste ano, os médicos da DaVita dão algumas sugestões. Resoluções para melhorar a saúde no novo ano 1. Mexa-se regularmenteA realização de exercícios regulares deve estar no topo da lista de resoluções. Afinal, a prática  traz benefícios gerais: ajuda a perder peso, modela o corpo, melhora o condicionamento físico, aumenta a disposição para qualquer atividade, favorece o bom funcionamento geral do organismo, notadamente do sistema cardiorrespiratório, e contribui para afastar a depressão. As vantagens são de brilhar os olhos, porém não adianta começar com metas muito ousadas. Se você está sedentário há muito tempo, pense em objetivos factíveis. Se não gosta de academia, caminhe, corra, pedale, entre num grupo de dança, aprenda a nadar ou faça exercícios na piscina. Mas comece devagar – nada de abraçar o mundo. E, antes de tudo, converse com um médico que conheça bem sua saúde para que ele possa verificar se você está apto para o exercício escolhido. Qualquer dor mais pronunciada depois de uma semana de pedaladas, por exemplo, pode jogar ladeira abaixo sua resolução. 2. Coma melhorNinguém está dizendo para você entrar numa dieta, mas sim, para ter uma alimentação balanceada na maioria dos dias e não fazer das guloseimas uma rotina. Pode comer hambúrguer com batata frita? Claro que sim. Contudo, esse lanche não pode ser a base da alimentação, pois lhe faltam nutrientes essenciais para saúde e, além disso, contém altos níveis de sódio e gorduras saturadas, nocivas ao coração. Mais do que contar calorias, é necessário ingerir todos os tipos de nutrientes, o que facilmente se consegue com o consumo de uma variedade de frutas, vegetais, proteínas (carne, peixe, frango), cereais integrais (diferentes tipos de arroz, trigo, cevada) e leguminosas (feijão, lentilha, soja, grão de bico). Doces, sal, gorduras e industrializados em geral exigem moderação.   4. Beba mais água Nas pausas para o cafezinho, tome também um copo de água ou encha uma garrafa para deixar junto de você. O certo não é esperar sentir sede, mas se hidratar o dia todo. Ora, se nosso corpo é formado por cerca de 60% a 70% de água, a falta de reposição desse combustível afeta seu funcionamento, provocando cãibras, cansaço, pele ressecada, alterações na pressão arterial, prisão de ventre, cálculos renais e até problemas de cognição – sim, o cérebro depende bastante da hidratação corporal. Não há exatamente um consenso sobre o volume recomendado, mas isso varia de pessoa a pessoa. Quem transpira mais devido à prática de atividade física, por exemplo, precisa aumentar o consumo hídrico. De qualquer modo, uma boa medida é a cor da urina, que deve estar sempre amarelo-clara para sinalizar boa hidratação. Fique atento a esse indicador e insira a meta da água no dia a dia. 5. Durma bemEstabeleça um horário máximo para se deitar e faça a chamada higiene do sono. Não jante logo antes de dormir nem se exercite à noite. No mais, procure criar um ritual: prepare o quarto, diminua as luzes e mantenha a temperatura agradável. Nada de tentar adormecer com a TV ligada, tampouco de olhar o celular quando já quando estiver deitado no travesseiro. No máximo, vale ler algumas páginas de um livro para relaxar. Dormir bem é um dos pilares para uma vida saudável. Noites maldormidas interferem na concentração e na disposição, além de aumentarem o risco de acidentes. Mexem também com o sistema endócrino, bagunçando o metabolismo e aumentando a necessidade de insulina em até um terço, segundo os especialistas. Isso significa que quem dorme mal não apenas ganha mais peso, como também apresenta maior risco de desenvolver o diabetes tipo 2.  6. Tome banhos diários de sol Cerca de 10 a 25 minutos diários, fora do horário de maior incidência dos raios ultravioleta, entre 10 e 16 horas, exponha braços e pernas ao sol, como se faz com os bebês. O banho de sol, no jargão dos especialistas, ajuda a “fazer osso”. Isso porque a pele, quando em contato com o astro-rei, produz vitamina D, um pró-hormônio que ajuda o cálcio a ser absorvido pelo corpo e é depositado no esqueleto.  Para cumprir a meta, você precisa incorporar algum hábito que o faça ter alguma exposição solar – só ficar com um braço para fora do carro não resolve. Quer sugestões? Leve as crianças a pé para a escola, compre pães frescos todos os dias na padaria mais distante do bairro ou saia para passear com o cachorro antes de ir para o trabalho – o que, aliás, vai fazer bem para a saúde dele também. Vale lembrar que a vitamina D, além de regular o metabolismo ósseo em todas as idades, tem participação no sistema imunológico, de modo que sua deficiência está ligada com o desenvolvimento de doenças autoimunes, nas quais as células de defesa atacam estruturas do próprio corpo, a exemplo de artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico. 7. Não envenene o organismoCigarro, álcool, automedicação... Seu corpo não merece esse disparate. Parar de fumar talvez seja a meta mais difícil, mas não impossível. O tabagismo é uma condição clínica que, como tal, precisa de tratamento (link para matéria de tratamento para parar de fumar). Só determinação não basta. Hoje há programas antitabagismo interessantes, que combinam terapia e medicamentos. Converse com um médico da sua confiança e estabeleça uma data para deixar de se intoxicar. Você vai ficar livre de mais de 4 mil substâncias tóxicas, voltará a sentir cheiros e sabores que antes se perdiam na fumaça e diminuirá aos poucos o seu risco para alguns tipos de câncer e, especialmente, para doenças cardiovasculares.  Bastante tolerado e associado às comemorações, o álcool, em excesso, pode se tornar um problema sério. Além de fazer o fígado adoecer, a ingestão exagerada de bebida alcoólica produz efeitos no sistema nervoso que afetam o comportamento e, não raramente, resultam em problemas familiares e sociais, sem falar em acidentes. Antes que esse hábito se transforme numa dependência, reduza a frequência com que bebe, bem como suas doses. Se não conseguir, tente buscar a ajuda de um profissional. Por fim, não abuse de remédios sem prescrição. Aumentar uma dose por conta própria pode ser letal. Mesmo que se trate de uma aparentemente inofensiva Aspirina®. Se você precisa de medicações a toda hora, ainda que para dor de cabeça ou qualquer sintoma inespecífico, há algo errado que deve ser resolvido e investigado com um médico que conheça bem seu histórico de saúde. 8. Passe mais tempo com a família e os amigosAs relações humanas são fundamentais para a saúde. Quem vive sozinho tem mais chance de adoecer. Uma pesquisa do Ministério da Saúde, por exemplo, mostrou que homens que vivem solitários na terceira idade têm uma expectativa de vida menor porque se descuidam – são as companheiras que os fazem procurar atendimento médico diante de alguma queixa. O isolamento, em qualquer idade, ainda favorece o desenvolvimento de transtornos de humor, sobretudo a depressão. Assim, por mais que você precise trabalhar, determine um limite de horas dedicadas às atividades profissionais para que possa estar com amigos, companheiro, filhos e pais, de forma que não seja sempre o último a chegar em casa e fazer suas refeições sozinho. A partir deste ano, deixe de sair tarde do escritório. Use o almoço para encontrar amigos, tome um café com seus pais em alguns dias da semana, surpreenda sua família com um programa inesperado. O que vale nessa vida são as horas que passamos com quem mais amamos.  9. Combata o estresseNão, ele não vai embora porque existe desde sempre. O estresse prepara o corpo para reagir a um perigo, liberando adrenalina e cortisol. Na época das cavernas, o homem dava vazão a essas substâncias ao fugir das ameaças ou mesmo ao enfrentá-las. Hoje, porém, o organismo continua se comportando da mesma forma, mas as ameaças são de outra natureza – o engarrafamento, o medo da violência, as metas profissionais, as dificuldades no trabalho, as preocupações financeiras – e não conseguimos nos livrar facilmente dos efeitos desses dois hormônios, que aceleram os batimentos cardíacos, aumentam a pressão arterial e, em longo prazo, polarizam doenças.  A prática de atividade física é uma forma de debelar o estresse – portanto, se você cumprir a resolução número um, automaticamente dará conta desta. Cultivar hobbies também ajuda a reduzir as tensões. Cozinhar, cuidar do jardim, desenhar e pintar são alguns exemplos de atividades que podem ajudar seu corpo a entender que você não está sob ameaça o tempo todo.  10. Aprenda uma nova tarefaQue tal voltar a estudar? Não precisa ser uma nova faculdade, tampouco a conclusão de um curso interrompido. Você pode ingressar num programa para aprender alguma coisa diferente, desafiante mesmo. Tal decisão ajuda você de todas as formas. Amplia sua rede de relacionamentos e também sua rede de conexões neuronais. Quanto mais aprendemos, menos desenvolvemos demências na terceira idade, garantem os especialistas. Para atender a mais de um objetivo com os estudos, você pode envolver alguém da família nessa iniciativa, por exemplo, e, assim, passar mais tempo com essa pessoa. 11. Use as redes sociais com moderaçãoAs redes sociais tornam as pessoas mais próximas, ajudam a marcar encontros e a divulgar informações relevantes, mas têm seu lado B. Na área da saúde, prestaram um grande desserviço nos últimos anos, ao circularem notícias falsas sobre vacinação, que ainda hoje atrapalham muito a adesão das pessoas a essa proteção. No panorama sociopolítico, provocam desavenças, perseguições e culminam com um resultado contrário: separam pessoas ao invés de agregá-las. E há ainda outra vertente perigosa: o vício nas redes, que roubam horas de trabalho e de sono, assim como a atenção que poderia ser dada aos entes queridos, gerando improdutividade, isolamento, ansiedade e depressão. Contra tudo isso, mude a forma de empregar essas ferramentas. Utilize o WhatsApp para mensagens pontuais – já cheguei, espero você no endereço tal, deixei a encomenda na sua portaria. Não se exponha nas demais, tampouco sua família e filhos pequenos. Não gaste tempo sondando a vida de colegas, famosos e formadores de opinião – o jardim do vizinho é sempre mais verde. O melhor mesmo, após o trabalho, é usar o celular para a primeira finalidade do aparelho – como telefone – e aproveitar o pouco tempo livre para viver. Parafraseando o verso de uma música que o ex-Beatle John Lennon dedicou ao seu filho, a vida é o que nos acontece enquanto estamos ocupados fazendo outros planos.

13/01/2020
Prevenção

Tempo de pensar no combate ao câncer de pele

Adivinhe qual o câncer mais frequente no Brasil? Quem pensou em mama, próstata, intestino ou pulmão não acertou. O tumor maligno mais comum nestas terras ensolaradas é o de pele não melanoma, sobretudo dos tipos basocelular e espinocelular, representando cerca de um terço de todos os casos de câncer em nosso país. Só em 2018, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, foram 165,5 mil casos, dos quais 85,1 mil em homens e 80,1 mil em mulheres. Segundo especialistas, diversos fatores explicam o grande número de pessoas acometidas pela doença. Com clima tropical, é comum a alta incidência solar o ano todo no Brasil, o que torna a população mais vulnerável ao tumor. Isso também ocorre devido ao fato de muitos brasileiros manterem o hábito de usar protetor solar somente quando vão à praia ou à piscina, não se protegendo no dia a dia, o que aumenta o nível de exposição à radiação. Alguns outros fatores de risco incluem ainda histórico familiar e pele muito clara. O excesso de exposição solar ao longo da vida também aumenta a possibilidade de adquirir essa lesão maligna, já que os malefícios dos raios ultravioleta A e B (UVA e UVB) às células da pele são cumulativos. Não faz muito tempo, usava-se óleo bronzeador na praia e trabalhadores do campo, da construção civil e da limpeza urbana não se protegiam adequadamente com roupas e mesmo praticantes de esportes aquáticos e ao ar livre só aplicavam, no máximo, uma camada de creme contra assaduras no nariz e nas bochechas.  O fato é que a cultura da fotoproteção é um tanto recente no Brasil porque, por muito tempo, vigorou a ideia de que pele saudável é a pele bronzeada. Para se ter uma ideia, os bronzeadores chegaram aqui na década de 1960 e os produtos com fator de proteção solar (FPS), apenas na década de 1980, inicialmente nas versões 4, 8 e 15.  Por outro lado, felizmente, o tumor de pele é bem menos letal que os demais cânceres – com exceção do melanoma, que, embora mais raro, apresenta uma taxa de mortalidade elevada porque costuma se espalhar de maneira rápida para outros órgãos. Mesmo assim, tanto o tipo basocelular quanto o espinocelular precisam ser tratados com rapidez, pois há riscos de causarem lesões que podem mutilar ou desfigurar a pele em áreas expostas do corpo, podendo ter grande impacto emocional nos pacientes. Como reconhecer o tumor É evidente que se proteger do sol tem vital importância nesse contexto, mas a fotoproteção não basta, justamente por conta dos demais fatores de risco para a doença. Na prática, as pessoas devem conhecer bem o próprio corpo e a localização de pintas, manchas e outras lesões. Além disso, precisam, estar atento às regiões  da pele que mais recebem sol, como rosto, braços, orelhas, pescoço, lábios, ombros, costas e couro cabeludo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), lesões suspeitas de câncer de pele não melanoma têm aparência elevada e brilhante, além de coloração vermelha, castanha ou rosada e sangram com facilidade. Manchas e feridas que não cicatrizam também devem levantar o alerta, sobretudo se crescem, coçam, sangram e apresentam crostas. O encontro dos sinais é suficiente para procurar um dermatologista o quanto antes para uma avaliação detalhada. O diagnóstico depende de exame clínico, dermatoscópico (realizado durante a consulta) e biópsia das lesões, ou seja, retirada de fragmentos minúsculos para exame micro e macroscópico da natureza de suas alterações. Opções de tratamento Existem várias formas de tratamento para o câncer de pele não melanoma, tais como remoção cirúrgica convencional e a laser, raspagem da lesão e destruição das células malignas por bisturi elétrico, congelamento do tumor com nitrogênio líquido e cirurgia micrográfica de Mohs, uma técnica baseada na retirada dos tecidos comprometidos e em sua análise ao microscópio, por várias vezes, até não restarem mais células tumorais – os tecidos sadios são preservados.   Outra possibilidade é a terapia fotodinâmica, que combina a aplicação de uma substância fotossensibilizante (sensível à luz) na lesão e na exposição da região a uma fonte luminosa que ativa esse agente e destrói as células malignas, com um mínimo impacto à pele. Para completar, usam-se ainda as modalidades terapêuticas clássicas, especialmente quando o tumor pode ter algum risco de se disseminar, como quimioterapia e radioterapia. A escolha da melhor opção é feita caso a caso pelo dermatologista, que leva em consideração o tipo e o tamanho da lesão, bem como sua localização. Como todo câncer, quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores serão as possibilidades de cura, sem grandes repercussões à aparência ou mesmo à qualidade de vida do paciente. Proteja sua pele o ano todo e visite um dermatologista periodicamente. Carcinoma basocelular ou espinocelular? Conheça a diferença A classificação de câncer de pele não melanoma tem a ver com o tipo de célula envolvida na lesão. O basocelular, o mais comum, origina-se das chamadas células basais, encontradas na camada mais profunda da pele. Costuma aparecer nas áreas que ficam expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, costas e ombros. Já o espinocelular se forma a partir de células escamosas, que compõem a maior parte das camadas superiores da pele. Também é mais comum em regiões expostas, mas pode surgir em qualquer parte do corpo. Além do sol, vale lembrar que esse tumor está associado a feridas crônicas e cicatrizes, uso de medicamentos contra rejeição de órgãos transplantados e exposição a determinados produtos químicos e a outros tipos de radiação. A prevenção do câncer de pele está ao seu alcance - Utilize um produto com cobertura contra raios UVA e UVB e com FPS 30, no mínimo. Para peles negras, no entanto, o FPS pode até ser menor, entre 15 e 20, pois contam com uma proteção natural, ou seja, há maior quantidade de melanina que funciona como um escudo contra os raios solares. Contudo, a escolha do FPS ideal também deve levar em conta o tom de pele desse grupo, que varia bastante.  - Incorpore o hábito do uso do FPS diariamente em sua rotina e em todas as estações do ano. Quem fica em ambientes fechados deve aplicar o produto antes de sair de casa e  reaplicar na hora do almoço, antes ir para a rua. Já para quem permanece em ambiente externo, a reaplicação deve ocorrer a cada duas horas, em média, principalmente em caso de prática de esportes, uma vez que a transpiração excessiva remove a proteção. - Aprenda a usar o protetor de forma correta. Adivinhe qual o câncer mais frequente no Brasil? Quem pensou em mama, próstata, intestino ou pulmão não acertou. O tumor maligno mais comum em terras ensolaradas é o de pele não melanoma, principalmente dos tipos basocelular e espinocelular, representando cerca de um terço de todos os casos de câncer em nosso país. Só no ano passado, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, foram mais de 165 mil casos, dos quais 85,1 mil em homens e 80,1 mil em mulheres. - Evite se expor ao sol no período de maior incidência dos raios ultravioleta (UV), ou seja, entre 10h e 16h, mesmo em dias mais nublados. Se estiver ao ar livre, na praia ou na piscina, abrigue-se à sombra. Vale lembrar que o guarda-sol e as barracas de nylon não são totalmente eficientes, pois a maior parte da radiação solar ultrapassa esse material. Se optar por barracas, o ideal é que sejam de lona ou de algodão, que absorvem pelo menos metade dos raios UV. Contudo, mesmo à sombra, não abra mão do protetor solar na praia, na piscina, no campo ou até mesmo na rua. - Passe o produto cerca de 30 minutos antes da exposição solar, de modo que a pele o absorva, distribuindo-o uniformemente em todas as partes do corpo que ficarão expostas. A quantidade ideal, de acordo com a SBD, é de uma colher de chá para cada parte do corpo, em média. Não se esqueça de orelhas, nuca, mãos e pés, quase sempre negligenciados. Reaplique o protetor a cada duas horas ou após transpiração excessiva e/ou entrada na água. Esse cuidado vale para peles de qualquer tom. Vale lembrar que a barreira natural da pele negra deixa de funcionar se não houver aplicação adequada.  - Mantenha os bebês protegidos do sol, uma vez que produtos com FPS só podem ser aplicados em crianças a partir de 6 meses de idade. O banho de sol diário, recomendado pelos pediatras para a produção de vitamina D pelo organismo, deve ser feito sem protetor, com braços e pernas expostos, por, pelo menos, dez minutos, mas sempre antes das 9h. - Ao ar livre, utilize recursos além do protetor, tais como camisetas, óculos escuros, bonés, chapéus de abas largas, camisetas de manga longa com fator de proteção solar e outros. Quem trabalha ao ar livre, por exemplo, precisa ficar totalmente coberto. - Faça o autoexame da pele, seguindo a regra do ABCDE. Independentemente dos achados, procure um dermatologista ao menos uma vez por ano para uma avaliação geral.  Como usar a regra do ABCDE no autoexame da pele Para facilitar a identificação de lesões suspeitas pelo próprio paciente, a SBD sugere o uso da regra do ABCDE. Confira: Letra / O que observar  Característica de tumor maligno Característica de tumor benigno A de assimetria Assimétrico Simétrico B de borda Irregular Regular C de cor Duas ou mais Única D de dimensão Acima de 6 mm(provavelmente maligno) Abaixo de 6 mm(provavelmente benigno) E de evolução Cresce e muda de cor(provavelmente maligno) Não cresce nem muda de cor(provavelmente benigno)

13/01/2020
Prevenção

Hiperplasia benigna: um dos problemas mais comuns de próstata

Exclusiva do aparelho reprodutor masculino, a próstata é uma glândula que fabrica esperma, o líquido que nutre os espermatozoides e que representa cerca de 30% da composição do sêmen. Está localizada junto de estruturas do trato urinário, ou seja, logo abaixo da bexiga e ao redor da uretra, por onde a urina sai. Apesar de suas dimensões diminutas perto de outros órgãos – pesa em torno de 20 gramas –, pode passar a incomodar à medida que os anos avançam.  Isso porque, na meia-idade, as células prostáticas começam se multiplicar, o que ainda não está bem explicado pela ciência, mas parece decorrer do envelhecimento e de uma combinação de fatores hormonais, genéticos e ambientais. Em consequência, ocorre um crescimento anormal da glândula na maioria dos homens, configurando a chamada hiperplasia da próstata, que vale deixar bem claro, nada tem a ver com câncer nem aumenta o risco. A hiperplasia é uma lesão benigna, restrita à glândula. No tumor maligno, as células crescem e invadem outros tecidos. Devido à localização da próstata, no entanto, o aumento de suas dimensões vai pressionando a bexiga e apertando a uretra. Por isso, a condição pode causar sintomas urinários obstrutivos ou de armazenamento – na prática, dificuldade para urinar e aumento da frequência das micções. Essas manifestações podem ser bem toleradas no começo, mas, conforme o tempo passa, atrapalham bastante a qualidade de vida do homem e também elevam o risco de infecções urinárias, obstruções graves, retenção importante de urina, cálculos urinários e até insuficiência renal.  Como se detecta a hiperplasia de próstata  O diagnóstico depende do exame clínico – de toque retal – e do levantamento da história do paciente para que o médico possa afastar outros problemas urinários e saber, por exemplo, se há uso de medicamentos que interferem no funcionamento da bexiga, tais como antialérgicos e diuréticos, além de consumo excessivo de líquidos e de cafeína, que estimulam a diurese. Alguns testes complementares são necessários, como a dosagem sanguínea do antígeno prostático específico, ou PSA, um marcador de alterações na glândula, que se eleva discretamente nesses casos. Por sua vez, o exame de urina e a ultrassonografia das vias urinárias ajudam a afastar a possibilidade de distúrbios exclusivos do trato urinário. Por fim, existem métodos diagnósticos específicos para medir a força do jato de urina e o esvaziamento da bexiga, entre outros parâmetros que dão suporte ao diagnóstico, como é caso da urodinâmica e da urofluxometria. Opções de tratamento para a hiperplasia prostática Uma vez detectada a hiperplasia benigna da próstata, os especialistas costumam tratar apenas os pacientes sintomáticos. Do contrário, mantém-se uma vigilância periódica das dimensões da próstata, com exame clínico e dosagem de PSA, pelo menos. Para casos que vão de leves a moderados, o problema pode ser tratado com medicamentos. Existem hoje várias categorias de fármacos usadas nesse contexto, que são selecionadas conforme o tipo de sintoma apresentado pelo paciente, de forma isolada ou combinada. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, os alfabloqueadores estão entre as drogas mais utilizadas, já que aliviam as queixas urinárias logo nas primeiras semanas.  Todas as classes de medicamentos, no entanto, apresentam efeitos adversos que devem ser discutidos entre médico e paciente antes de tudo. Ademais, nenhum deles cura a condição. São remédios de uso contínuo, o que significa que, se interrompida sua administração por qualquer razão, os sintomas tornam a aparecer. Quem apresenta um quadro clínico mais intenso ou não responde aos fármacos tem indicação de realizar cirurgia. Hoje, o tratamento cirúrgico é feito sobretudo por métodos menos invasivos, como o procedimento endoscópico, que usa uma microcâmera dotada de um tipo de garra, que vai da uretra até a próstata e ali abre um caminho para o escoamento da urina, ou intervenção a laser, semelhante na execução, mas com menores efeitos indesejáveis. A cirurgia convencional, com incisão abdominal, fica reservada a poucos casos. Da mesma forma que no caso dos medicamentos, o paciente deve entender vantagens e desvantagens. O fato é que nenhum homem precisa ter sua qualidade de vida comprometida por conta do aumento da próstata. Mais um motivo para visitar periodicamente o urologista a partir da meia-idade e não ser pego de surpresa pela condição. Sintomas do aumento da próstata De armazenamento: - Urgência em urinar;- Aumento da frequência das micções, especialmente à noite;- Incontinência urinária (escape);- Dores para urinar. Obstrutivos: - Demora para iniciar a micção, mesmo quando precisa urinar;- Interrupção involuntária da micção;- Jato de urina fraco;- Sensação de que a bexiga não foi totalmente esvaziada;- Gotejamento ao fim da micção. Dá para prevenir a hiperplasia de próstata? Se o homem caminha para viver cada vez mais, a hiperplasia de próstata acabará chegando no futuro, mais dia menos dia. Contudo, os especialistas acreditam que a manutenção de um estilo de vida saudável ao longo dos anos, com atividade física regular, controle do peso e ingestão de vegetais, frutas, peixes e castanhas, exerça algum efeito sobre a prevenção da condição. Vale tentar, mesmo porque essa conduta também evita muitas outras doenças.

06/01/2020
Prevenção

HIV e gestação: Uma vitória da vida sobre o vírus

Apesar das poucas formas de contrair o vírus HIV, a aids surgiu como uma ameaça letal nos anos 80, mas hoje é considerada uma doença crônica graças aos avanços da ciência. Isso significa que, mesmo sem ter uma cura, existe um tratamento eficaz, assim como acontece com o diabetes. A transmissão do HIV ocorre de diferentes formas, desde o contato com o vírus através de relações sexuais sem preservativo, passando pelo corte ou perfuração da pele por materiais cortantes contaminados, até em transfusões de sangue. Existe também a transmissão vertical, quando o bebê é infectado pela mãe, seja pela placenta, durante a gravidez, seja no parto, seja na amamentação. As duas primeiras contam com estratégias de prevenção já conhecidas e dependem muito de autocuidado. Nas demais, no entanto, quem está vulnerável ao HIV não tem escolha, embora as transfusões atualmente sejam muito mais seguras do que nos anos 80 e 90. Na gravidez, por sua vez, o bebê depende exclusivamente da responsabilidade da mãe para não ser infectado, pois há hoje um protocolo médico para diminuir ao máximo o risco de transmissão vertical. O fato é que o tratamento para aids, que já é bem-sucedido, também pode ser feito durante a gestação e, juntamente com outras medidas preventivas, reduz a possibilidade de infecção da criança para menos de 1%. Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas para Aids (Unaids), 82% das grávidas que vivem com o vírus no mundo tiveram acesso, no ano passado, aos medicamentos antirretrovirais que suprimem a quantidade de vírus, ou carga viral, no organismo, a ponto de torná-la indetectável no sangue.  Só na América Latina e no Caribe, quase 31 mil bebês nasceram sem HIV, entre 2010 e 2017, graças a esse protocolo. No Brasil, de 2007 a 2017, houve uma redução de 42% no número de casos de transmissão vertical de HIV, apesar de ter ocorrido, nesse mesmo período, um crescimento de 21,7% no número de gestantes infectadas. Como a transmissão vertical pode ser evitada A gestante soropositiva precisa aderir de forma integral à terapia antirretroviral ao longo de toda a gravidez para que o HIV fique indetectável na circulação. Essa estratégia impede a transmissão durante a gestação e pode, inclusive, liberar o parto normal, muito embora essa opção dependa também de outros fatores clínicos – tudo vai depender do momento em que a mulher se descobre soropositiva. Por isso, quanto antes o pré-natal se inicie, mais chances existem de diminuir a quantidade de vírus circulando no organismo materno. Na hora do trabalho de parto ou pouco antes da cesárea, de qualquer modo, a mãe recebe o antirretroviral zidovudina (AZT) por via endovenosa e, logo após o nascimento, o mesmo medicamento também é administrado à criança por via oral – tudo com a finalidade de minimizar a contaminação do bebê, que, afinal, sempre acaba exposto ao sangue materno ao nascer, mesmo na cesárea. No caso de a mulher não ter feito tratamento contra o HIV no pré-natal, ou ter apresentado carga viral igual ou superior a 1.000 cópias/mL no último trimestre gestacional, o esquema preventivo para o recém-nascido também conta com mais um antirretroviral, a nevirapina. Independentemente dos fármacos usados, o tempo de duração desse tratamento varia de quatro a seis semanas.  Como o bebê carrega os anticorpos anti-HIV da mãe nos primeiros meses após nascer, o exame que indica uma eventual contaminação nos primeiros meses só pode ser o referente à carga viral, e não o teste sorológico clássico, que vai se mostrar positivo nesse momento. A determinação da quantidade de vírus deve ser feita de duas a três vezes entre o primeiro e o segundo mês, ou conforme orientação pediátrica. Havendo dois resultados com vírus detectáveis, considera-se a criança infectada e, até os 12 meses, inicia-se o tratamento, qualquer que seja o valor da carga de vírus e da contagem de CD4. Após os 12 meses, a decisão de começar a terapia antirretroviral varia conforme o quadro clínico e o resultado desses exames. O fato é que o período pós-parto é igualmente decisivo para completar o esquema de combate à transmissão vertical. Mas nem todas as famílias prosseguem em acompanhamento. Conforme dados do Unaids, do 1,1 milhão de bebês expostos ao HIV no ano passado nos 23 países mais afetados por HIV, só 63% foram testados até os 2 meses de idade.  Mesmo com carga viral indetectável, o seguimento pediátrico precisa continuar porque a resposta definitiva de que o bebê não tem mesmo o vírus só vem após 18 meses. Se a sorologia estiver positiva depois desse período, o diagnóstico de HIV fica confirmado e o tratamento com antirretrovirais também é realizado conforme o estado do paciente e os resultados da carga viral e da contagem de CD4, célula de defesa que é o principal alvo do HIV – quanto maior sua quantidade, menor o comprometimento imunológico e a vulnerabilidade às complicações do vírus.   Vale lembrar que, como o HIV também pode ser transmitido pelo aleitamento, a amamentação é totalmente contraindicada para soropositivas, mesmo que o vírus não possa ser detectado no sangue. No Brasil, desde 1999, crianças nascidas de mães que vivem com HIV têm direito a uma fórmula láctea em quantidade suficiente para sua alimentação ao menos até 6 meses de idade. A mulher, por sua vez, recebe medicamento para inibir a lactação. Pré-natal é tudo no combate ao HIV em crianças Para impedir a transmissão vertical, portanto, fica claro que a gestante deve ser muito bem acompanhada ao longo dos nove meses de gestação e, evidentemente, necessita de apoio e muita informação quando o bebê nasce, de forma que não se afaste do serviço médico.  Para começar, o ideal mesmo é fazer o teste de HIV ainda no planejamento familiar, juntamente com o parceiro. Dessa forma, se soropositiva, a mulher pode procurar engravidar já com a carga viral indetectável e, portanto, com o menor risco possível para o bebê.  Como isso muitas vezes não acontece na prática, é imprescindível agilizar o pré-natal quanto antes. O teste de HIV é pedido logo na primeira consulta e, se vier negativo, é repetido também no último trimestre gestacional, de forma que a equipe médica se certifique de que pode abrir mão dos cuidados durante o parto e após o nascimento. Se o exame for positivo no início, a gestante deve usar os antirretrovirais indicados pelo médico e realizar a quantificação carga viral, já que o objetivo do tratamento é tornar a quantidade de vírus indetectável no sangue, e a contagem de CD4. São ainda feitos testes das funções renal e hepática, que requerem acompanhamento por conta do uso desses medicamentos. No mais, o pré-natal é exatamente o mesmo de qualquer grávida. Saber-se portadora do HIV logo no começo da gestação pode, evidentemente, ser uma notícia difícil para a mulher, mas é a maneira mais efetiva de proteger o bebê desse vírus tão devastador na infância e de outros agentes transmitidos sexualmente, como o Treponema pallidum, que causa a sífilis congênita, uma doença bastante grave pelas sequelas que pode causar à criança nascida de mães não tratadas.  Dê a maior prova de amor a seu bebê antes mesmo de ele ser concebido. Aconselhe-se com seu ginecologista para planejar a gravidez e, acima de tudo, faça o pré-natal, seguindo rigorosamente as instruções de seu obstetra. Em busca do fim da transmissão vertical de HIV De 2008 a 2017, 1,6 milhão de crianças deixaram de ser infectadas globalmente graças ao tratamento antirretroviral na gravidez, no parto e logo após o nascimento, segundo o Unaids. Mas ainda há muito a ser feito. Só no ano passado, 160 mil crianças no mundo receberam o diagnóstico de aids. Acabar com a possibilidade de contaminação de quem não tem escolha para se defender é a meta da Organização Mundial de Saúde (OMS), que vem reconhecendo os países que eliminam essa forma de transmissão. Na prática, a OMS concede uma certificação às nações que reduzem as taxas de transmissão vertical a níveis inferiores a 2% – ou dois casos de HIV em crianças a cada 100 gestantes infectadas. Cuba foi o primeiro país a receber o documento, seguida por Tailândia, Armênia e Moldávia. No Brasil, com suas dimensões continentais, por enquanto apenas três municípios com mais de 100 mil habitantes – condição para receber o reconhecimento – conseguiram atingir esse objetivo: Curitiba e Umuarama, ambos no Paraná, e, mais recentemente, São Paulo. Já é um começo.

26/12/2019
Alimentação

Ceia Saudável: Saiba como preparar

Quem já não assistiu a este filme? Forno ligado o dia todo na véspera de réveillon, aquele cheirinho de ceia no ar, e a casa fervendo por causa do calor de mais de 30 graus do fim de dezembro. No cardápio, além dos assados como peru, tender e pernil, maionese de batata, arroz à grega e farofa amanteigada com bacon e ovos, sem falar na sobremesa, com rabanada, sorvete e panetone recheado com creme de chocolate. E, claro, tudo regado a cerveja, refrigerante e também champanhe para brindar à meia-noite. Por herança da colonização portuguesa, combinada a invenções mais moderninhas, como o recheio do panetone, muitos desses pratos figuram em nossas mesas há gerações, mas estão longe de formar um menu adequado e saudável para servir à noite em pleno verão. Com exceção do peru, essas preparações são calóricas, de difícil digestão, ricas em gordura saturada (do tipo que faz mal para o coração) e em carboidratos de rápida absorção, que elevam a taxa de glicose no sangue. A DaVita selecionou algumas dicas de especialistas em nutrição para você preparar uma ceia mais saudável, com menos calorias e muito mais nutrientes e, detalhe importante, sem abrir mão da tradição e do sabor. Leia abaixo e surpreenda-se! Saúde à mesa na hora de comemorar Há muitas opções para fazer um prato principal saudável para sua ceia. Aves como peru ou chester sem pele são pratos tradicionais e com pouca gordura, mas ainda existem alternativas como peixes, a exemplo de salmão ou bacalhau, que vão muito bem com legumes – uma ótima pedida para incluir fibras na ceia. Outra opção é o lombo de porco para não abrir mão do sabor de uma carne magra. Lembre-se, porém, que apenas um tipo de assado basta. A tradicional farofa não precisa sair do cardápio, mas você pode abrir mão de ingredientes gordurosos e apostar em frutas secas, como tâmara, ameixa, uva-passa e damasco. Apesar de serem ricas em carboidratos, mais até que as frutas in natura, elas oferecem também fibras, vitaminas e minerais. Para quem não tolera a mistura de doces com salgados, uma opção é utilizar legumes, como couve, cenoura, vagem e abobrinha, para preparar pratos coloridos, apetitosos e bem menos calóricos. Para petiscar antes da ceia Você pode optar por castanhas, amêndoas, nozes e avelãs, comuns nesta época do ano. Prefira as versões assadas e sem sal. Todas são ricas em minerais, vitaminas e gorduras boas para a saúde cardiovascular. Só não dá para exagerar por se tratar de alimentos muito calóricos. Aproveite as frutas da estação para montar uma linda mesa. Ameixa, pêssego, uva, cereja, melão, melancia e figo enchem os olhos dos convidados e agradam aos mais exigentes paladares como sobremesa. Se a família não fica sem um doce, faça apenas uma preparação, e não uma dezena, como muitas vezes acontece. Deixe o panetone para o café da manhã do dia seguinte. Acompanhamentos para a sua ceia saudável Uma boa pedida é o arroz à grega, trocando a versão convencional pela integral ou, então, pelo arroz negro ou pelo arroz vermelho. Esses grãos contêm mais nutrientes e fazem bonito em sua mesa. Vale ainda combinar o cereal com algum tipo de fruta oleaginosa, como lascas de amêndoas, para aumentar as qualidades nutricionais do prato. Quando o assunto é salada, não economize. Enriqueça o menu com, pelo menos, três opções diferentes, servindo-as como entrada ou até mesmo para acompanhar a carne. Afinal, não tem melhor escolha para o calor da estação, já que refrescam e fornecem vitaminas, minerais e fibras. Aposte em saladas de folhas frescas e de vegetais crus e cozidos. Para preparações como salpicão, saladas árabes e salada de lentilha, opte por molhos leves, feitos com iogurte, ervas e azeite de oliva, sem creme de leite ou maionese, e coloque pouco sal. Opção de bebidas Não é preciso abrir mão do prazer de brindar com o champanhe, mas convém não exagerar, especialmente com os destilados. Outra dica importante é alternar os drinques com água para evitar a desidratação e os efeitos desagradáveis do álcool. Uma alternativa para manter os copos cheios é servir água aromatizada com frutas ou ervas. São pouco calóricas e refrescantes. Não deixe de consultar seu médico caso tenha alguma restrição alimentar. E boas festas!

23/12/2019
Saúde da Mulher

Sífilis Não é coisa do passado. Saiba como se prevenir

Da mesma forma que a aids assustou a comunidade científica nos anos 80, pela rapidez com que levou as pessoas contaminadas pelo vírus HIV à deficiência quase completa das defesas orgânicas, a sífilis deixou os médicos atordoados no século 16, quando se espalhou numa velocidade impressionante em todas as esferas sociais da Europa de então. Foi a primeira epidemia de infecção sexualmente transmissível de que se tem notícia. A medicina da época não apresentava registros sobre a doença, que começa com pequenas feridas na área genital, as quais desaparecem espontaneamente e não deixam cicatrizes (fase primária), sendo seguida, em alguns meses, por manchas no corpo, febre e mal-estar (fase secundária), que também podem regredir sem nenhuma intervenção. Num intervalo de tempo bastante variável, após um período sem sintomas (fase latente), o quadro muitas vezes culmina com graves complicações neurológicas e cardíacas, assim como com lesões nos ossos e na pele (fase terciária).  Não demorou muito para que a doença fosse associada ao ato sexual, porém inicialmente a culpa pela transmissão foi atribuída apenas às relações ilícitas. Logo também se observou que mães contaminadas podiam gerar filhos doentes, com consequências que variavam de malformações, surdez e cegueira até aborto espontâneo e morte ao nascer. Foram séculos difíceis para muita gente do velho continente – assim como do novo –, já que não havia tratamento eficaz. Enfim, no começo do século 20, o causador de tanto estrago foi descoberto. Tratava-se da bactéria Treponema pallidum, transmitida em qualquer tipo de relação sexual, mas também em transfusões sanguíneas e de forma vertical, da mãe para o bebê, durante a gestação ou no momento do parto, conforme a fase da doença da gestante. A partir de então, surgiram formas terapêuticas mais efetivas, até a descoberta da penicilina, em 1943, que trouxe finalmente a cura para a enfermidade. Sífilis não ficou no passado Com esse histórico, é natural que muitas pessoas pensem que sífilis é coisa do passado. É aí que mora o perigo. A doença nunca deixou de existir e, diferentemente de algumas enfermidades infectocontagiosas, uma pessoa contaminada pode ser curada da infecção e voltar a contraí-la ao praticar sexo sem proteção. Hoje, 12 milhões de pessoas ao redor do globo estão infectados, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, o último Boletim Epidemiológico de Sífilis do Ministério da Saúde, divulgado em dezembro do ano passado, com dados sobre 2017, mostrou que fechamos aquele ano com 120 mil casos de sífilis contraídas por relações sexuais desprotegidas, 24,6 mil casos da forma congênita – de crianças que nasceram com a doença – e 49 mil casos em gestantes. Parece pouco perto do contingente global, mas o que vem preocupando as autoridades de saúde é o aumento significativo da quantidade de casos. O número de pessoas que contraíram a doença através do ato sexual desprotegido cresceu 29 vezes em sete anos no País, tendo passado de 2 casos por 100 mil habitantes, em 2010, quando a infecção começou a ser notificada compulsoriamente, para 58,1 por 100 mil, em 2017. O que facilita a transmissão de sífilis? Alguns fatores explicam esse surto, segundo os especialistas. O principal é a falta de proteção contra infecções sexualmente transmissíveis. As gerações atuais não conheceram a epidemia de aids, não viram as consequências decorrentes de complicações da doença e já nasceram com a falsa segurança do coquetel de medicamentos antirretrovirais para controlar a multiplicação do vírus HIV. Assim, o uso de preservativo nas relações sexuais tem sido ignorado, o que abre espaço para a sífilis e outras doenças sexualmente transmitidas. O grupo mais afetado, segundo o Ministério da Saúde, é justamente o das mulheres jovens, na faixa dos 20 a 29 anos, no auge da fertilidade, o que ajuda a explicar o crescimento da infecção em gestantes e bebês. Outro fator que contribuiu para esse cenário foi a falta de antibióticos para combater a sífilis, como a injeção de penicilina benzatina, entre 2016 e 2017, nos hospitais e serviços de saúde. A OMS reconheceu esse problema, que também atingiu outros 20 países, incluindo os Estados Unidos, o que favoreceu o crescimento do número global de casos.  O número de casos aumentou também pela falta de informação sobre as formas de contágio, sintomas e prevenção. Muitos desconhecem estar infectados pelo Treponema pallidum por conta da variação dos sintomas nas diferentes fases da infecção, que se alternam com períodos de melhora. Por isso, é importante aprender a reconhecer os sintomas da sífilis e, diante de qualquer suspeita, procurar a orientação de um médico ou buscar uma Unidade Básica de Saúde para fazer os exames necessários, que são gratuitos na rede pública.  Como é feito o diagnóstico de sífilis? Em 30 minutos, a pessoa realiza um teste rápido, que indica um resultado negativo ou positivo para sífilis. Em caso de positivo, é preciso confirmá-lo com um exame diferente, que leva mais tempo para ficar pronto. Com o diagnóstico estabelecido, o tratamento é feito por meio de injeções de penicilina benzatina, conforme a fase da doença, sendo estendido ao parceiro sexual da pessoa infectada. Há ainda necessidade de acompanhamento laboratorial até que os testes fiquem negativos. Já o diagnóstico na gestante ocorre no pré-natal, com a pesquisa de sífilis nos três trimestres gestacionais para confirmar uma possível contaminação. Se o resultado de algum dos exames for positivo, a gestante e o parceiro sexual são imediatamente tratados para evitar uma nova infecção e não comprometer a saúde do feto. Caso a gestante esteja infectada por algum motivo e não faça o tratamento adequado, o bebê, ao nascer, deve passar por uma bateria de exames e, com o diagnóstico confirmado, fica internado por dez dias para receber antibiótico.  Como se prevenir contra a sífilis? O ideal é planejar a gravidez e realizar o exame para sífilis antes de qualquer tentativa de engravidar, só estando seguro diante de um resultado negativo ou, no caso de haver infecção, apenas após tratamento e confirmação da cura. Como esse cuidado nem sempre acontece, seguir o pré-natal à risca é a melhor opção para a prevenção da sífilis congênita. Para evitar a sífilis através do ato sexual, a regra é usar preservativo masculino ou feminino em qualquer relação sexual, além de visitar um médico periodicamente para um check-up. Conheça as fases da sífilis e os sintomas PrimáriaFerida, geralmente única, no local de entrada da bactéria em qualquer região do aparelho genital, colo uterino, ânus, boca ou mesmo pele, que surge entre 10 e 90 dias após o contágio. A ferida não dói nem arde, muito menos coça ou apresenta pus, desaparecendo de forma espontânea. Pode causar também aumento dos linfonodos na virilha.  SecundáriaOcorre entre seis semanas e seis meses após a cicatrização da ferida, com manchas pelo corpo, inclusive nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, que não coçam, além de febre, mal-estar, dor de cabeça e aumento dos linfonodos. Essas manifestações podem regredir sem tratamento, embora a doença continue ativa no organismo. TerciáriaExiste a possibilidade de se manifestar num longo intervalo de tempo após o início da infecção, entre 2 e 40 anos depois da fase primária, com manifestações graves no coração, no sistema nervoso central, na pele e nos ossos.  LatenteNão apresenta sintomas, muito embora a bactéria permaneça no organismo, e se divide em sífilis latente recente, quando ocorre há menos de dois anos da infecção, e sífilis latente tardia, quando ocorre há mais de dois anos. Pode ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.

01/12/2019
Saúde do Homem

Hiperplasia benigna: um dos problemas mais comuns de próstata

Exclusiva do aparelho reprodutor masculino, a próstata é uma glândula que fabrica esperma, o líquido que nutre os espermatozoides e que representa cerca de 30% da composição do sêmen. Está localizada junto de estruturas do trato urinário, ou seja, logo abaixo da bexiga e ao redor da uretra, por onde a urina sai. Apesar de suas dimensões diminutas perto de outros órgãos – pesa em torno de 20 gramas –, pode passar a incomodar à medida que os anos avançam.  Isso porque, na meia-idade, as células prostáticas começam se multiplicar, o que ainda não está bem explicado pela ciência, mas parece decorrer do envelhecimento e de uma combinação de fatores hormonais, genéticos e ambientais. Em consequência, ocorre um crescimento anormal da glândula na maioria dos homens, configurando a chamada hiperplasia da próstata, que, vale deixar bem claro, nada tem a ver com câncer nem aumenta esse risco. A hiperplasia é uma lesão benigna, restrita à glândula. No tumor maligno, as células crescem e invadem outros tecidos. Devido à localização da próstata, no entanto, o aumento de suas dimensões vai pressionando a bexiga e apertando a uretra. Por isso, a condição pode causar sintomas urinários obstrutivos ou de armazenamento – na prática, dificuldade para urinar e aumento da frequência das micções. Essas manifestações podem ser bem toleradas no começo, mas, conforme o tempo passa, atrapalham bastante a qualidade de vida do homem e também elevam o risco de infecções urinárias, obstruções graves, com retenção importante de urina, cálculos urinários e até de insuficiência renal.  Como se detecta a hiperplasia de próstata  O diagnóstico depende do exame clínico – de toque retal – e do levantamento da história do paciente para que o médico possa afastar outros problemas urinários e saber, por exemplo, se há uso de medicamentos que interferem no funcionamento da bexiga, tais como antialérgicos e diuréticos, além de consumo excessivo de líquidos e de cafeína, que estimulam a diurese. Alguns testes complementares são necessários, como a dosagem sanguínea do antígeno prostático específico, ou PSA, um marcador de alterações na glândula, que se eleva discretamente nesses casos. Por sua vez, o exame de urina e a ultrassonografia das vias urinárias ajudam a afastar a possibilidade de distúrbios exclusivos do trato urinário. Por fim, existem métodos diagnósticos específicos para medir a força do jato de urina e o esvaziamento da bexiga, entre outros parâmetros que dão suporte ao diagnóstico, como é caso da urodinâmica e da urofluxometria. Opções de tratamento para a hiperplasia prostática Uma vez detectada a hiperplasia benigna da próstata, os especialistas costumam tratar apenas os pacientes sintomáticos. Do contrário, mantém-se uma vigilância periódica das dimensões da próstata, com exame clínico e dosagem de PSA, pelo menos. Para casos que vão de leves a moderados, o problema pode ser tratado com medicamentos. Existem hoje várias categorias de fármacos usadas nesse contexto, que são selecionadas conforme o tipo de sintoma apresentado pelo paciente, de forma isolada ou combinada. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, os alfabloqueadores estão entre as drogas mais utilizadas, já que aliviam as queixas urinárias logo nas primeiras semanas.  Todas as classes de medicamentos, no entanto, apresentam efeitos adversos que devem ser discutidos entre médico e paciente antes de tudo. Ademais, nenhum deles cura a condição. São remédios de uso contínuo, o que significa que, se interrompida sua administração por qualquer razão, os sintomas tornam a aparecer. Quem apresenta um quadro clínico mais intenso ou não responde aos fármacos tem indicação de realizar cirurgia. Hoje, o tratamento cirúrgico é feito sobretudo por métodos menos invasivos, como o procedimento endoscópico, que usa uma microcâmera dotada de um tipo de garra, que vai da uretra até a próstata e ali abre um caminho para o escoamento da urina, ou intervenção a laser, semelhante na execução, mas com menores efeitos indesejáveis. A cirurgia convencional, com incisão abdominal, fica reservada a poucos casos. Da mesma forma que no caso dos medicamentos, o paciente deve entender vantagens e desvantagens. O fato é que nenhum homem precisa ter sua qualidade de vida comprometida por conta do aumento da próstata. Mais um motivo para visitar periodicamente o urologista a partir da meia-idade e não ser pego de surpresa pela condição. Sintomas do aumento da próstata De armazenamento: - Urgência em urinar;- Aumento da frequência das micções, especialmente à noite;- Incontinência urinária (escape);- Dores para urinar. Obstrutivos: - Demora para iniciar a micção, mesmo quando precisa urinar;- Interrupção involuntária da micção;- Jato de urina fraco;- Sensação de que a bexiga não foi totalmente esvaziada;- Gotejamento ao fim da micção. Dá para prevenir a hiperplasia de próstata? Se o homem caminha para viver cada vez mais, a hiperplasia de próstata acabará chegando no futuro, mais dia menos dia. Contudo, os especialistas acreditam que a manutenção de um estilo de vida saudável ao longo dos anos, com atividade física regular, controle do peso e ingestão de vegetais, frutas, peixes e castanhas, exerça algum efeito sobre a prevenção da condição. Vale tentar, mesmo porque essa conduta também evita muitas outras doenças.

17/11/2019
Novembro Azul

Próstata: chegou a hora da consulta com o urologista

Novembro Azul na DaVita De acordo com um levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), mais da metade da população masculina só vai ao médico a pedido da esposa ou do empregador. Isso ajuda, em parte, a justificar a alta taxa de mortalidade pelo câncer de próstata no Brasil, de 25%, apesar de se tratar de um tumor de desenvolvimento lento – segundo o Instituto Nacional do Câncer, a maioria leva cerca de 15 anos para crescer um centímetro cúbico.  Essa hesitação em visitar o consultório, em particular o do urologista, já melhorou com o advento dos tratamentos para disfunção erétil, popularmente conhecida como impotência sexual, mas persiste nos dias atuais. Para os especialistas, o homem, sobretudo aquele que precisa marcar a consulta com o urologista pela primeira vez, ainda teme o exame de toque retal por preconceito e medo de dor.  Ocorre que o exame é essencial para avaliar a saúde da próstata, uma vez que permite ao urologista palpar a glândula e perceber quaisquer anormalidades ali presentes. Essa avaliação, em conjunto com a dosagem do antígeno prostático específico (PSA), um exame de sangue que, quando aumentado, sugere que a glândula apresenta algum distúrbio, alcança mais de 90% de eficiência para diagnosticar um tumor na região.  Na ausência de alterações físicas na próstata e na dosagem de PSA, médico e paciente combinam, de forma personalizada, o intervalo até a nova avaliação, que varia conforme riscos e achados de cada consulta. Já diante de resultados alterados, a investigação costuma prosseguir com ultrassonografia e biópsia da glândula, procedimento que retira fragmentos das lesões para análise no laboratório e pode revelar se elas são benignas ou malignas. Vale lembrar que a visita ao urologista configura igualmente uma boa oportunidade para que esse médico possa avaliar o estado geral da saúde do homem – e voltamos ao início deste texto –, já que, como indica a pesquisa da SBU, ele não é muito de passar na porta do consultório. Prevenção do câncer de próstata para as futuras gerações  Para desmistificar essa consulta no universo masculino, os especialistas vêm recomendando que os garotos adolescentes sejam levados para a primeira consulta com o urologista assim que iniciarem sua vida sexual – da mesma forma que as garotas, que logo são estimuladas a procurar o ginecologista para que recebam orientações sobre saúde sexual e prevenção de gravidez precoce, de doenças sexualmente transmissíveis e de outros problemas incidentes no sexo feminino. Com essa iniciativa, além de ser devidamente orientado em relação aos cuidados para uma vida sexual saudável, o rapaz pode criar um vínculo com esse especialista, que vai facilitar as coisas, no futuro, quando a questão da próstata estiver em evidência.  Dê esse passo e vá conversar com um urologista sobre sua saúde integral.  

13/11/2019
Prevenção

Diabetes: Prevenir é o Melhor Remédio

Vivemos atualmente uma epidemia global de diabetes, doença crônica que ocorre quando o pâncreas não fabrica insulina suficiente ou quando o organismo não consegue usar adequadamente esse hormônio, cuja função é colocar a energia – leia-se glicose – proveniente dos alimentos dentro das células. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o contingente de diabéticos no planeta saltou de 108 milhões, em 1980, para 422 milhões, em 2014.   O Brasil acompanha o ritmo mundial e registrou, nos últimos dez anos, um crescimento do número de casos da ordem de 61,8%, de acordo com o Ministério da Saúde. Com isso, hoje a doença atinge 8,9% dos brasileiros, o equivalente a cerca de 18,5 milhões de pessoas, com base na projeção atual do tamanho da população do País, calculada em 208,9 milhões de habitantes pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Não por acaso o Brasil figura como o quarto colocado entre os países que mais têm portadores da doença, só atrás de China, Índia e Estados Unidos.   Esses números trazem um grande impacto para a saúde pública porque a diabetes é uma afecção que lesa os vasos sanguíneos e, ao longo do tempo, provoca importantes complicações micro e macrovasculares, como doença renal crônica, retinopatia diabética e neuropatia diabética, com risco de amputações, no primeiro caso, e acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio e doença arterial periférica, no segundo. A OMS estimou em 1,6 milhão o número de mortes em 2015 por conta dessas complicações.   A obesidade explica  Embora haja vários tipos da doença, o diabetes tipo 2 é o mais comum e o que mais responde pelo avanço no número de casos, uma vez que está intimamente relacionado com sedentarismo, com alimentação rica em açúcar e gorduras saturadas e com obesidade, outra epidemia em curso – só no Brasil, vale lembrar, 18,9% da população está obesa e 54% dos brasileiros têm sobrepeso, segundo dados da pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde.  Por ação de substâncias produzidas pelas células de gordura, a insulina não consegue exercer o mesmo efeito no corpo, fenômeno que é conhecido como resistência insulínica. Isso pode levar ao pré-diabetes, que, sem tratamento, tem possibilidade de evoluir para o diabetes propriamente dito. Em paralelo, pode acontecer também de o pâncreas não conseguir fabricar quantidade suficiente do hormônio para dar conta de tanta demanda. Embora o panorama seja crítico, os especialistas concordam em que esse cenário pode ser revertido com medidas comportamentais. A mudança de hábitos ajuda a manter a taxa de glicose dentro dos índices considerados normais e reduz o risco de desenvolver a doença, mesmo em grupos mais suscetíveis (boxe/link). Converse com seu médico.   Fique a salvo do diabetes - Alimente-se de forma equilibrada, enriquecendo a dieta com hortaliças, frutas e verduras e reduzindo o consumo de carboidratos e gorduras saturadas.  - Controle o peso. A obesidade é um dos principais fatores de risco para o diabetes. - Vá ao médico periodicamente e faça os exames preventivos que ele solicitar. - Exercite-se de forma regular, no mínimo meia hora por dia. Uma caminhada já funciona. - Não fume. Há associação do tabagismo com o desenvolvimento de diabetes. - Não beba com frequência. Entre outros efeitos nocivos já conhecidos, o álcool favorece a obesidade. - Durma bem. A falta de sono atrapalha o aproveitamento da insulina pelo organismo.

12/11/2019
Prevenção

Automedicação e disfunção erétil: problemas à vista

Ainda no século passado, em 1998, a indústria farmacêutica apresentava ao mundo o citrato de sildenafila, ou sildenafil, para disfunção erétil, que é a incapacidade de ter ou manter uma ereção suficiente para a atividade sexual. O remédio, famoso como o “comprimido azul”, antes usado no manejo de doenças cardíacas, permitiu que muitos homens na maturidade voltassem a se relacionar sexualmente e pôs em pauta um assunto sobre o qual não se falava abertamente.  Na esteira do sildenafil ainda vieram outros fármacos da mesma classe, que funcionam de modo parecido, dilatando os vasos sanguíneos existentes dentro do pênis e aumentando o fluxo de sangue nos corpos cavernosos para facilitar a ereção.  Passados 20 anos, no entanto, o sucesso do tratamento vem trazendo algumas preocupações para os médicos. Apesar de a novidade ter aproximado o homem do consultório do urologista, hoje 62% dos indivíduos do sexo masculino compram esses remédios sem prescrição, segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia.  Os perigos da automedicação A automedicação é uma prática condenada pela comunidade médica por oferecer vários riscos e atrasar, ou até mesmo impedir, o correto diagnóstico de uma queixa. Com a disfunção erétil não é diferente. Ela pode ser originada por múltiplos fatores, entre os quais distúrbios circulatórios, desequilíbrio hormonal, doenças crônicas como diabetes e alterações neurológicas, sem falar nos aspectos emocionais. O urologista, portanto, precisa investigar e identificar a causa para poder tratá-la e, dependendo da necessidade – que pode nem existir –, prescrever algum medicamento, desde que não haja contraindicações. Outra preocupação está no uso sem prescrição de vários medicamentos ao mesmo tempo. Os remédios da família do sildenafil não podem ser misturados com medicações à base de nitratos – usadas para algumas doenças cardíacas –, já que essa combinação provoca uma queda da pressão arterial muito acentuada. Como o leigo, muitas vezes, desconhece os componentes dos fármacos que utiliza, a prescrição de um eventual medicamento para disfunção erétil deve vir invariavelmente de um médico que conheça o histórico completo do paciente – doenças pregressas e atuais, antecedentes familiares, tratamentos realizados, etc.  Os riscos do uso recreativo de remédios para disfunção erétil Com a popularização do sildenafil, há também homens saudáveis que, embora não tenham problema algum, usam esses remédios de forma recreativa, seja por curiosidade, seja por medo de falhar no ato sexual. Os médicos observam que especialmente os mais jovens têm aderido a essa prática, que, além não trazer benefícios extras à relação, não está isenta de efeitos indesejáveis, entre eles dor de cabeça, rubor na face, congestão nasal, zumbido, palpitações cardíacas e alterações visuais, para citar os mais relatados.  Especialistas em comportamento ainda alertam para o risco de dependência psicológica desses medicamentos em tais circunstâncias, sobretudo entre os rapazes mais novos, que podem passar a atribuir a qualidade de suas relações ao remédio e deixar de acreditar que são capazes de manter a ereção sem esse apoio químico justamente quando estão no ápice de seu vigor sexual, obrigando-se ao uso contínuo de um fármaco que, de outra forma, seria totalmente dispensável.  Mas dá para evitar tudo isso com uma boa conversa com o urologista. Aproveite o Novembro Azul, mês da saúde masculina, e marque uma consulta.

03/11/2019
Novembro Azul

Hora de pensar na próstata: o que é? Cuidados

Novembro Azul na DaVita Em primeiro lugar, saiba mais sobre ela. Localizada na parte baixa do abdome, a próstata é uma glândula que faz parte do sistema reprodutor masculino e tem a função de fabricar esperma, líquido que nutre os espermatozoides e facilita seu deslizamento até o óvulo, cumprindo, portanto, importante papel na fase reprodutiva do homem.  Acontece que, entre os 40 e 50 anos de idade, as células prostáticas começam a se multiplicar, em parte estimuladas pela própria testosterona, e promovem um crescimento anormal da glândula, a chamada hiperplasia benigna da próstata, que afeta de 80% a 90% dos indivíduos do sexo masculino na meia-idade, segundo especialistas. Dada sua proximidade com os órgãos do trato urinário, a glândula, aumentada, pressiona a bexiga. Com isso, o homem passa a ter dificuldade para expelir todo o volume urinário acumulado, sentindo necessidade de urinar várias vezes, especialmente durante a noite.   Apesar de os sintomas se intensificarem a partir dos 60 anos, muitos homens chegam a conviver pacificamente com eles. Contudo, para cerca de um terço da população masculina afetada, esse quadro prejudica bastante a qualidade de vida e requer tratamento, que pode ser cirúrgico ou medicamentoso, tanto com fármacos que relaxam a uretra quanto com os que bloqueiam a ação da testosterona na glândula. Tudo vai depender do grau de aumento da próstata. Câncer de próstata – como se prevenir  Pode acontecer também de as células que se multiplicam na região serem malignas e capazes de invadir tecidos vizinhos, dando origem ao câncer de próstata, o segundo mais comum no sexo masculino – o Instituto Nacional do Câncer estima que surgem mais de 60 mil novos casos por ano no Brasil. Por se tratar de uma doença mais frequente depois dos 65 anos, seu desenvolvimento costuma ser lento e assintomático. As manifestações clínicas, que incluem também queixas urinárias, só aparecem num estágio avançado, quando as chances de cura são menores. Por isso, é preciso ter uma postura vigilante para flagrar o tumor no início, conhecer sua natureza e definir a conduta, que, não raro, pode ser simplesmente de acompanhamento com exames. Contudo, diferentemente do que ocorre com o câncer de mama, em que se recomenda o rastreamento mamográfico para todas as mulheres sem sintomas em determinados grupos etários, a pesquisa do câncer de próstata em indivíduos que não apresentam queixas não é feita indistintamente, mas conforme a idade, a história e os riscos de cada paciente. Para facilitar, as sociedades médicas recomendam que homens a partir de 50 anos visitem um urologista para uma avaliação individualizada. Já aqueles que têm risco aumentado de câncer de próstata, como afrodescendentes e pessoas com histórico da doença na família, devem procurar o médico mais cedo, aos 45 anos.  Nos dois grupos, a avaliação pode incluir o exame da glândula, realizado no consultório, e testes laboratoriais, como a dosagem do antígeno prostático específico, ou PSA, um biomarcador, presente no sangue, que aumenta quando há alterações de qualquer natureza na próstata. A periodicidade das consultas é definida caso a caso. Aproveite este mês para cuidar de sua saúde. Marque uma consulta com um urologista.

28/10/2019
Saúde da Mulher

Câncer de colo de útero: atenção à prevenção

O Outubro Rosa foi criado para conscientizar as mulheres sobre a importância do rastreamento do câncer de mama, mas vale aproveitar a oportunidade e extrapolar a campanha para a prevenção de outras doenças bastante incidentes na população feminina, como o câncer de colo de útero, o terceiro mais comum entre as mulheres, segundo o Instituto Nacional do Câncer. Predominantemente, o câncer de colo de útero está associado ao papilomavírus humano, o HPV, transmitido pela via sexual. A infecção na vagina e em demais áreas da região genital por esse vírus é muito frequente na população geral e pode até se resolver de modo espontâneo. Contudo, dependendo da imunidade de cada pessoa, combinada a outros fatores de risco, existe a possibilidade de o HPV causar alterações celulares no tecido uterino com risco de evolução para câncer.  Essa transformação, entretanto, costuma levar alguns anos. Por isso se recomenda que as mulheres realizem, após o início da vida sexual, o exame citopatológico, também conhecido como Papanicolaou. Por meio dele, é possível reconhecer precocemente essas lesões precursoras de câncer, permitindo seu tratamento e impedindo sua evolução. Em geral, o exame deve ser feito uma vez por ano, como o rastreamento dos tumores de mama, mas cada mulher pode receber orientações personalizadas, conforme avaliação de seu médico. Atualmente também se indica que as meninas sejam imunizadas contra o HPV antes do início da atividade sexual, dos 9 aos 14 anos, bem como os meninos, dos 11 aos 14 anos. A vacina, tetravalente, protege contra os subtipos mais frequentes do vírus, dois deles associados a verrugas genitais, que também podem afetar o sexo masculino, e outros dois relacionados com nada menos que 70% dos casos de câncer de colo uterino.  Por conta da imunização, talvez as futuras gerações de mulheres tenham menos câncer de colo de útero, mas, por enquanto, essa estratégia não substitui as demais medidas de prevenção, que, além do Papanicolaou, exigem a neutralização e/ou redução dos fatores de risco e o uso de preservativo em todas as relações sexuais. Muito embora proteja apenas parcialmente contra o HPV, o preservativo, não custa lembrar, impede o contágio com outros agentes de doenças sexualmente transmissíveis. Procure seu ginecologista e aproveite este mês para colocar sua saúde em dia! Conheça os fatores de risco para o câncer de colo de útero - Infecção pelo HPV- Múltiplos parceiros sexuais- Início precoce da atividade sexual- Tabagismo- Uso prolongado de pílula anticoncepcional- Queda na imunidade (por doenças ou tratamentos)

28/10/2019
Bem-estar

Em busca do envelhecimento saudável

O mundo está envelhecendo devido ao aumento global da expectativa de vida e à queda dos níveis de fertilidade. Assim, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, em 2050, as pessoas com mais de 60 anos vão somar 2 bilhões no planeta. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula que, em 2060, os idosos serão 32% da nossa população – hoje o porcentual fica em torno de 13%. Pelo que demonstram as estatísticas, portanto, quem está ainda distante da meia-idade vai viver bastante, com boas chances de passar dos 80 anos. O que se desenha no horizonte, entretanto, é como vamos chegar lá. Segundo levantamentos feitos pelo Ministério da Saúde, 25,1% dos idosos brasileiros têm diabetes, 18,7% são obesos, 57,1% são hipertensos e 66,8% estão na faixa de sobrepeso – e tudo isso é fator de risco para doenças cardiovasculares, as que mais causam morbidade e mortalidade em nosso país. Diante do envelhecimento populacional, as demências também se avolumam, com 55 mil novos casos a cada ano no Brasil, especialmente da doença de Alzheimer, de acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.  Em face desse cenário, o desafio não é o de conseguir apagar sete, oito ou nove dezenas de velhinhas, e, sim, o de comemorar esses aniversários com a maior disposição possível, de corpo e mente. Estudos estimam que os hábitos cultivados ao longo da vida, bons e maus, respondem por mais de dois terços do nosso estado de saúde na maturidade. O resto vem do que herdamos de nossos progenitores. Dessa forma, temos grande responsabilidade sobre o que nos advém no terceiro tempo da vida. Num mundo que está ficando de cabelos brancos, portanto, a palavra-chave deve ser planejamento. Não dá para começar a pensar no assunto aos 60 anos, ensinam os especialistas, mas cada vez mais instrumentalizar crianças e jovens a chegarem à meia-idade e à maturidade em boas condições, não só do ponto de vista físico e emocional, mas também social e financeiro.  Isso implica cultivar um estilo de vida saudável desde cedo, o que inclui controlar o estresse, usar os meios de prevenção disponíveis contra doenças, como acompanhamento médico, exames periódicos e vacinação, praticar atividade física regularmente, manter a mente ocupada, ter uma rede de relacionamentos e, evidentemente, tentar poupar algum dinheiro durante a vida economicamente ativa, entre outras medidas que descrevemos a seguir.  Cumprindo essa cartilha preventiva, pode ser mais fácil viver bem depois dos 60 anos. Mesmo que a genética traga alguma surpresa, sempre é menos complicado enfrentar um problema de saúde quando não há outras doenças associadas, causadas por maus hábitos. Comece hoje mesmo a preparar o terreno para que você vivencie, no futuro, todas as experiências com as quais sonha. Orientações para viver mais tempo e com mais saúdeOs cuidados que precisamos ter para envelhecer com saúde são quase os mesmos que devemos adotar em qualquer idade para desfrutar de bem-estar.  Com o corpo - Não fume. Vale lembrar que a fumaça do cigarro exala mais de 4,7 mil substâncias tóxicas e patrocina diversas doenças, inclusive vários tipos de câncer. - Beba com moderação, sempre preferindo o vinho tinto a outras bebidas, uma vez que ele é rico no antioxidante resveratrol. Só não ultrapasse uma taça por dia. - Mantenha-se no peso ideal para sua idade e gênero. - Faça exercícios regulares, no mínimo 150 minutos de atividade moderada por semana, como recomenda a OMS. - Não tome nenhum remédio por conta própria. - Respeite a necessidade de sono de seu corpo. - Cuide da saúde bucal e dos dentes, com escovação após as refeições e visitas periódicas ao dentista. - Tome todas as vacinas indicadas para sua idade. Na dúvida, consulte o Calendário Nacional de Vacinação. - Faça uma visita médica anual com um médico de sua confiança. Tanto homens quanto mulheres devem passar por exames preventivos para rastrear as doenças mais prevalentes, cujo diagnóstico precoce aumenta as chances de cura. Com a alimentação - Mantenha uma dieta rica em frutas, vegetais, cereais, carnes magras e leite e derivados desnatados. - Evite o consumo de leite e derivados integrais, congelados industrializados, comida ultraprocessada, embutidos, miúdos, carnes gordas, crustáceos, bacon, banha e gordura vegetal  hidrogenada, entre outros do mesmo gênero. - Dê preferência para alimentos assados ou cozidos, evitando ao máximo as frituras. - Pelo menos duas ou três vezes por semana, troque a carne vermelha por frango sem pele ou peixe. - Consuma o mínimo possível de sódio, olhando rótulos e substituindo o sal de mesa por ervas, por exemplo, e fique de olho na pressão arterial. - Ingira cerca de 25 a 35 gramas de fibras por dia para ajudar o intestino a funcionar bem, prevenir o câncer colorretal e controlar o colesterol.

21/10/2019
Prevenção

Osteoporose: causas, sintomas, prevenção

Responda rápido: você já pensou em sua saúde óssea? Pois deveria. A osteoporose, condição clínica que torna o esqueleto frágil e predisposto a fraturas bastante incapacitantes, afeta 200 milhões de pessoas ao redor do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde, 10 milhões só no Brasil. Por fazer parte do processo natural de envelhecimento, num mundo que vem aumentando globalmente a expectativa de vida, tende a atingir cada vez mais pessoas. O sexo feminino é o mais acometido devido à queda brusca, na meia-idade, do hormônio estrógeno, que estimula a fixação de cálcio nos ossos. Segundo os especialistas, nos cinco anos subsequentes à menopausa, as mulheres sofrem uma perda óssea de 3% a cada ano. Os homens também experimentam esse processo, mas numa velocidade bem mais lenta. Até os 65 anos, estima-se que a queda de massa óssea masculina seja de 0,5% ao ano. Por volta dos 70 anos, a perda anual fica em 1% para ambos os sexos. Há também a osteoporose secundária, causada pelo uso crônico de determinados medicamentos, como corticoides e anticonvulsivantes, por diversas outras doenças, de distúrbios endócrinos (diabetes, disfunções da tireoide), passando por afecções reumáticas (artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico), até condições hematológicas (leucemias, linfomas), e também pelo tabagismo e pelo alcoolismo. Como ocorre a perda de massa óssea Qualquer que seja o desencadeante, a perda de osso provém do desequilíbrio entre o trabalho das células ósseas – osteoclastos e osteoblastos – que participam da renovação periódica do esqueleto na vida adulta.  Até os 20 anos, o processo de formação óssea predomina nas pessoas, sendo, em sua maior parte, dependente da genética e, em sua menor parte, da atividade física, da nutrição e do nível de desenvolvimento da puberdade. Após essa faixa etária, prevalece o processo de remodelação óssea, no qual os osteoclastos removem tecido ósseo antigo, abrindo cavidades, e reabsorvem os minerais, enquanto os osteoblastos preenchem tais espaços com osso novo. Tudo isso ocorre sob estímulo hormonal – incluindo a vitamina D, essencial para a absorção de cálcio – e também sob estímulo mecânico gerado pelo exercício físico. A partir da meia-idade, ou até antes, no caso da osteoporose secundária, esse trabalho tão simétrico começa a ficar descoordenado. Os osteoclastos, que degradam osso, trabalham mais rápido que os osteoblastos, que repõem esse tecido. A degeneração óssea, no entanto, não atinge igualmente a todos. Quem consumiu bastante cálcio na juventude forma uma boa reserva e consegue passar ao largo do déficit de produção de osso novo. Contudo, quem poupou pouco do mineral sofre mais as consequências na maturidade.  Sintomas em forma de fraturas A primeira etapa dessa degeneração é a osteopenia, que, sem nenhuma intervenção, evolui em silêncio para osteoporose até que haja uma fratura, que ocorre espontaneamente, diante de um esforço para tossir, por exemplo, ou devido a um trauma leve, geralmente queda. As lesões nas vértebras são as mais comuns em pessoas com a doença. Podem provocar dor crônica e deformidade, além de limitarem os movimentos e até interferirem na capacidade respiratória.  Outra fratura característica é a de fêmur, que representa a face mais grave da osteoporose, já que requer hospitalização para o tratamento cirúrgico da lesão e imobilização prolongada, com risco de complicações importantes, como trombose, tromboembolismo pulmonar e pneumonia, aumentando a taxa mortalidade pela doença – sem falar na dependência de terceiros para a realização de qualquer atividade da vida diária e na perda de produtividade.  Um estudo recente, publicado em março de 2019 no periódico científico Journal of Medical Economics, revelou que o custo da osteoporose no mundo por conta de hospitalização decorrente de fraturas osteoporóticas soma 19,8 bilhões de reais por ano, mais que o do infarto do miocárdio (16,7 bilhões de reais) e do acidente vascular cerebral (11,7 bilhões de reais). O Brasil, sozinho, gasta 1,2 milhão de reais com a doença, entre custos de saúde e previdenciários. Como diagnosticar a osteoporose antes da fratura Diante desse panorama, a osteoporose pode ser considerada mais uma ameaça fantasma na meia-idade, para as mulheres, e na maturidade, devendo ser adequadamente investigada antes que ocorra uma fratura. Para pesquisá-la, os médicos utilizam a densitometria óssea, um exame que mede a densidade do fêmur e da coluna e compara os resultados com os da média de massa óssea de uma população jovem do mesmo sexo do paciente avaliado. O exame é indicado universalmente para mulheres a partir de 65 anos e homens a partir de 70 anos, de acordo com a Sociedade Internacional de Densitometria Clínica, com periodicidade que varia de indivíduo para indivíduo. Abaixo dessa idade, deve ser realizado na presença de fatores de risco, sobretudo antecedente de fratura osteoporótica, doença associada à diminuição da massa óssea e baixo peso. Uma vez constatada a perda inicial de massa óssea, a primeira providência é ajustar a dieta para a ingestão correta de cálcio e vitamina D ou, então, recorrer ao uso de suplementos desses nutrientes. Se, contudo, a osteoporose já estiver em curso, o substrato básico para a formação de ossos não basta, havendo necessidade de medicamentos específicos para impedir a degeneração e estimular a formação óssea, como os bisfosfonatos, a calcitonina e os fármacos biológicos, feitos por meio de biotecnologia.  Mas ninguém precisa chegar a esse ponto. É fundamental consultar um médico regularmente para avaliar também a saúde óssea e, em paralelo, seguir o exemplo das crianças – apostar fortemente em exercícios físicos, ingerir alimentos ricos em cálcio e manter a vitamina D em níveis adequados no organismo. Isso também é garantia de independência e qualidade de vida na maturidade. Prevenção começa na infânciaMesmo se tratando de uma doença relacionada à meia-idade e à maturidade, a osteoporose deve começar a ser prevenida ainda na infância, com a formação de uma boa reserva óssea, o que só é possível com a manutenção dos lácteos na dieta das crianças e dos adolescentes, já que se constituem na principal fonte de cálcio.  Dos 14 aos 18 anos, especialmente, a família deve zelar para que a garotada chegue a um consumo de 1.300 mg de cálcio por dia – quase a mesma ingestão recomendada para mulheres na pós-menopausa e homens acima de 70 anos, de 1.200 mg –, o equivalente a cinco porções lácteas, como um copo de leite de 200 mL, um pote de iogurte de 200 g ou uma fatia de queijo branco de 50 g.  Outra estratégia importante é a prática regular de atividade física, visto que, assim como os músculos, o esqueleto se fortalece com os exercícios, sobretudo os de impacto, como corrida, vôlei, basquete, handebol e vários outros esportes em que os pés em algum momento ficam fora do solo.  Para completar, os especialistas recomendam 20 minutos de exposição diária ao sol, sem protetor, em horários de menor concentração de raios ultravioleta, ou seja, antes das 10 horas e depois das 16 horas. Ocorre que o astro-rei, quando toca a pele, mesmo em parte do corpo – só com braços e pernas expostos –, faz com que o organismo produza a vitamina D necessária para um dia. Pela dieta, essa meta é quase impossível, uma vez que poucos alimentos contêm o nutriente. Mais um motivo para sair de casa e se exercitar com as crianças ao ar livre, no parque ou na quadra.

21/10/2019
Bem-estar

Para sair da depressão

Há uma epidemia de depressão no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a condição afeta 4,4% da população da Terra, o que hoje totaliza por volta de 340 milhões de pessoas, sendo a quarta principal causa de incapacitação, em qualquer classe social. Apesar de a doença ocorrer com mais frequência em locais com inverno muito rigoroso – devido ao isolamento social e à ausência de luz do sol, como acontece na Finlândia –, o Brasil, um país tipicamente tropical, ostenta a nada orgulhosa marca de nação mais depressiva da América Latina, tendo quase 6% da população acometida por esse transtorno, ou 12,6 milhões de brasileiros, de acordo com os números atuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Diferentemente da tristeza, que faz parte da natureza humana, tem motivos conhecidos e cessa em curto prazo, a depressão é uma doença psiquiátrica crônica, associada a uma forte predisposição genética e causada por um desequilíbrio bioquímico no cérebro, que reduz a produção de neurotransmissores relacionados ao humor e ao bem-estar, como a serotonina, a noradrenalina e a dopamina, entre outros. Essas substâncias transmitem impulsos entre as células do cérebro, formando vários caminhos neurais que resultam em cognição, interesse e vontade. Assim, dá para entender por que a menor oferta desses neurotransmissores leva a um quadro de infelicidade profunda, desinteresse geral e falta de vitalidade, muitas vezes sem razão, embora possa haver algum gatilho, como veremos a seguir. Além disso, o quadro aumenta a vulnerabilidade do indivíduo a adoecer fisicamente, na medida em que mina suas defesas naturais e favorece o estado inflamatório do organismo. Isso explica, por exemplo, sua relação com doenças cardiovasculares, dores crônicas e infecções recorrentes. Por que o mundo anda deprimido? Segundo os especialistas, diversos motivos podem justificar esses números. Como primeiro argumento, vale assinalar que a depressão tem sido mais diagnosticada. A doença sempre existiu, é verdade, mas não só havia poucos profissionais de saúde capacitados para detectá-la, como também os pacientes, por falta de informação, mantinham os sintomas e sinais em segredo, temendo ser mal interpretados. Outro fator que contribui fortemente para aumentar a incidência é o estresse, que hoje afeta a maior parte das pessoas ao redor do globo, expostas a trabalho extenuante, violência urbana, medo do desemprego, trânsito, filas intermináveis, intempéries da natureza... Essa tensão diária atormenta a saúde mental na mesma proporção, por exemplo, que o cigarro faz mal para as artérias do coração e do cérebro, assim como para as lesões pulmonares. E essa tensão sem controle acaba culminando em transtornos de humor, entre os quais a depressão.  O consumo de álcool, de drogas ilícitas e até de certos medicamentos também predispõe ao desenvolvimento da doença e vem aumentando em todo o mundo, em especial entre os mais jovens. Algumas condições de saúde ainda favorecem o quadro, como hipotireoidismo e outras disfunções hormonais, obesidade, doenças cardíacas, doenças neurodegenerativas, câncer, traumas físicos e psicológicos e enxaqueca crônica, entre outros.  Por fim, fatos naturais da vida e do cotidiano servem como gatilhos para quadros depressivos, sobretudo para quem já apresenta histórico familiar de alterações do humor, a exemplo de divórcio, demissão e perda de um ente querido, bem como determinados comportamentos, como o uso excessivo de redes sociais – o deprimido, mais facilmente que outros, sente que todos têm uma vida melhor que a sua, viajam, divertem-se e contam com amigos e relacionamentos perfeitos.  Tratamento da depressão à base de terapia e medicamentos É importante salientar que a depressão não é uma doença autolimitada, que se resolve sozinha – ao contrário de um estado de espírito, como a raiva, a decepção e a tristeza. Pode durar de meses a anos e requer tratamento e manutenção constante. Se as pessoas conseguem conviver com a forma leve, empurrando o cotidiano do jeito que dá, a grave pode ser paralisante e ter um desfecho ruim, com comportamentos e atos suicidas.  O fato é que não dá para negligenciar o quadro nem classificá-lo como falha de caráter ou, ainda, considerá-lo como um comportamento normal da idade, notadamente em jovens e idosos, que tendem a se isolar. Deve-se buscar ajuda médica ao reconhecer os primeiros sinais e sintomas, de preferência com psiquiatra, e seguir as recomendações terapêuticas à risca. Afinal, quem teve uma primeira crise, de acordo com os especialistas, apresenta 50% de chance de passar por uma segunda e esse percentual vai se elevando conforme se repetem os episódios.  O tratamento usualmente combina psicoterapia com medicamentos. Nos casos mais leves, pode se restringir à abordagem psicológica. Os antidepressivos, no entanto, são fundamentais nos quadros moderados e graves, com o objetivo de tirar a pessoa da crise. Contudo, os fármacos não fazem efeito rapidamente, levando de duas a quatro semanas para que comecem a oferecer alguma melhora, e costumam causar alguns efeitos colaterais. Por isso, no começo, o paciente requer atenção médica e psicológica bem frequente para aderir às medicações e às sessões psicoterápicas.  A prática de atividade física é altamente recomendável em qualquer grau de depressão, uma vez que os exercícios levam o corpo liberar endorfina e outras substâncias associadas ao bem-estar. Por fim, o apoio e o acolhimento dos entes queridos têm particular importância nesse contexto. Os familiares devem se informar sobre a doença, valorizar as queixas do paciente e participar de seu tratamento, procurando entender que estão diante de uma condição crônica de saúde como outra qualquer – que demanda e pode apresentar seus altos e baixos. Ao mesmo tempo, precisam funcionar como uma referência para ajudar o indivíduo a manter determinados padrões, como se alimentar nas horas certas e de forma saudável, cuidar de sua higiene pessoal e interagir com as demais pessoas da casa.  Não é normal ficar sempre melancólico. Se o interesse pelas coisas está se esvaindo, procure orientação psiquiátrica ou peça ajuda de seu médico de confiança e de seus familiares. Vale insistir: depressão é doença e tem tratamento. Sintomas dos quadros depressivos - Angústia- Ansiedade- Baixa autoestima- Cansaço exagerado- Comportamentos compulsivos- Dificuldade de concentração- Dores crônicas- Fraqueza- Ganho ou perda de peso não intencional- Irritabilidade- Pensamentos suicidas- Perda ou redução do interesse e do prazer pela vida- Pessimismo- Problemas sexuais- Sensação de incapacidade para realizar atividades cotidianas- Sono em excesso ou insônia Dá para prevenir a depressão?Alguns cuidados podem ajudar a evitar a instalação do desequilíbrio bioquímico que caracteriza a depressão: Faça atividades que deixem a mente mais livre de preocupações e pensamentos nocivos, a exemplo de hobbies: leituras, cursos, pintura, jardinagem, música, canto... Controle o estresse. Administre os fatores que estão ao seu alcance, como evitar os horários de pico no trânsito, em shoppings, em repartições públicas e outros, e aprenda a lidar com aqueles sobre os quais não tem controle.  Pratique exercícios físicos regularmente, já que eles ajudam o organismo a produzir agentes químicos essenciais para a manutenção do humor. Sem contar que auxiliam a boa forma, melhorando a autoestima. Mantenha uma alimentação saudável, à base de alimentos consumidos pelos mediterrâneos, como azeite de oliva, nozes e castanhas, peixes, frutas e vegetais, os quais são ricos em gorduras e antioxidantes que fazem muito bem à saúde da rede de neurônios. Evite o consumo de álcool e drogas, que são devastadores para o cérebro e podem precipitar estados depressivos.

14/10/2019
Outubro Rosa

Prevenção Para Levar Vantagem Sobre O Câncer De Mama

Outubro Rosa DaVita A detecção precoce é uma estratégia em medicina que permite a identificação de um determinado problema de saúde numa fase em que ainda não há sintomas. O rastreamento do câncer de mama com mamografia periódica tem justamente esse objetivo, ou seja, detectar o tumor em seu estágio inicial, quando ele ainda tem uns poucos milímetros e não é palpável nem para a paciente nem para o médico. Embora receber um diagnóstico de câncer seja ainda uma notícia de difícil processamento, a neoplasia de mama, quando diagnosticada precocemente, tem mais de 90% de chance de cura. O tratamento tende a ser mais conservador, o que significa remoção de apenas uma parte da mama, a chamada quadrantectomia, combinada ao uso de radioterapia e de bloqueio hormonal. Além disso, é possível fazer a reconstrução mamária. Previna o câncer de mama: não deixe os exames para depois Apesar dos avanços, a taxa de mortalidade pela doença permanece elevada. O Brasil registrou 15.403 mortes por câncer de mama em 2015, segundo o Instituto Nacional do Câncer. Ocorre que, na grande maioria dos casos fatais, o diagnóstico é tardio. Por falta de acesso a serviços médicos, desconhecimento, negligência com a própria saúde ou até receio do que possa ser encontrado, muitas mulheres descobrem a doença num momento em que ela está mais evidente e, portanto, mais avançada. Nessa fase, não só o tratamento é mais radical, com cirurgia mais invasiva e quimioterapia, como também há mais chance de as células cancerígenas migrarem para outros órgãos.  O Outubro Rosa propõe justamente uma conscientização para que as mulheres jamais adiem esse compromisso periódico com sua saúde. Para que se informem, procurem seus médicos e realizem os exames periódicos indicados, de forma que, se tiverem de enfrentar um câncer de mama, possam fazê-lo em condições de vantagem. Procure seu ginecologista ou mastologista e marque os exames de rastreamento quanto antes.  

30/09/2019
Bem-estar

Estresse: se não dá para viver sem ele, é possível reduzir seus efeitos

A tensão de uma determinada situação faz o organismo liberar diversas substâncias para enfrentar o perigo ou escapar dele, entre as quais a adrenalina e o cortisol, dois hormônios que desencadeiam uma série de reações bioquímicas e, entre outros efeitos, resultam em batimentos cardíacos acelerados, aumento da pressão arterial e maior aporte de energia nos músculos – é o estresse, uma resposta orgânica bem conhecida dos brasileiros, visto que nosso país ocupa o segundo lugar no ranking das nações mais estressadas do mundo, de acordo com a International Stress Management Association do Brasil (Isma-BR). Se essa reação natural assegurou a sobrevivência da espécie humana em condições muito ameaçadoras, hoje a tensão constante, dia após dia, torna-se prejudicial ao organismo, uma vez que já não é possível dar vazão a esse estado de alerta quando ele chega. Os estressores estão em toda parte, sobretudo nos reveses, com os quais muitas vezes é preciso conviver, a exemplo de divórcio, demissão, falecimento de pessoas queridas, violência urbana e doenças, como também em acontecimentos bons que exigem uma carga de adaptação: gravidez, nascimento de um filho, casamento e emprego novo.  O trabalho, a propósito, figura como o fator que mais provoca estresse, de acordo com levantamento da Isma-BR. A cobrança por resultados, o excesso de demandas, as longas jornadas, o enxugamento dos quadros de funcionários e o medo do desemprego, entre outros aspectos, fazem o corpo entender o cotidiano profissional como uma verdadeira arena greco-romana de gladiadores. Para completar, características pessoais ajudam a tornar tudo mais tenso, como perfeccionismo e desejo de fazer tudo ao mesmo tempo, além de gatilhos menores, mas não menos importantes para um organismo que já acorda preparado para enfrentar leões, dentre os quais se destacam o trânsito, as filas e a burocracia, só para citar alguns.  O que fazer para reduzir o estresse? Entretanto, há situações estressantes que podem ser contornadas com pequenas mudanças de ordem prática e uma dose de planejamento. Vale tentar, por exemplo, sair meia hora mais cedo para escapar do trânsito, assim como preparar antes de dormir tudo que será usado pela manhã, como roupa, uniforme, lanche ou marmita, ganhando assim o máximo de tempo possível na hora da correria.  Se o tráfego não fluir, sempre dá para tentar um plano B para transformar a dificuldade numa oportunidade – revisar a matéria da prova com as crianças a caminho da escola ou inventar um jogo divertido, aprender uma nova língua estrangeira na volta para casa, ouvir entrevistas de personalidades interessantes no trajeto e outras diferentes opções para aproveitar as horas perdidas no congestionamento. Só fique atento para não começar a trabalhar pelo celular, o que só vai aumentar o estresse.  Essa prevenção, contudo, só se aplica mesmo aos estressores pequenos, sobre os quais as pessoas exercem controle. Em relação aos demais, é preciso aprender a administrá-los e a mudar a maneira de enfrentá-los, além de incluir na rotina novos hábitos e atividades para neutralizar os efeitos das reações bioquímicas aumentando a resistência do organismo a elas. Só assim o indivíduo pode evitar que o estresse crônico evolua para ansiedade e depressão ou que contribua para aumentar o risco de desenvolvimento de outras enfermidades, como infecções e doenças cardiovasculares. Se estiver se sentindo muito desgastado, busque ajuda médica ou psicológica e, desde já, procure pôr em prática o que os especialistas sugerem para aliviar o estresse.   O corpo fala e reclama do estressePreste atenção porque ele dá sinais de que a tensão do dia a dia está fazendo mal para os órgãos e sistemas:  . No sistema cardiovascular: batimentos cardíacos aumentados, pressão arterial elevada;. No cérebro: dor de cabeça, irritabilidade, insônia ou sono em excesso, variações de humor, problemas de atenção, memória e concentração;. Na pele: acne, queda de cabelo, outras doenças cutâneas;. Nas vias aéreas: respiração curta, sensação de dificuldade para respirar;. No estômago: má digestão, azia, gastrite;. No aparelho locomotor: dores, tensão muscular, formigamento nos membros;. No comportamento: desgaste emocional, apatia, queda na libido, alteração do apetite, perda do interesse pelas coisas. Dicas para desestressar - Cotidianamente, reserve uma parte do dia para uma atividade de que goste, mesmo que seja por alguns instantes. Você merece essa recompensa. - Faça exercícios físicos regularmente. Além de todos os benefícios para o sistema cardiovascular, que sofre bastante com os efeitos do estresse, esse hábito é fundamental e ajuda a produzir neuro-hormônios que melhoram o humor e o bem-estar. - Mantenha uma alimentação saudável para ajudar a blindar seu sistema imunológico e não pule refeições, sobretudo o almoço, muitas vezes negligenciado em nome de múltiplas tarefas e reuniões. Lembre-se ainda de comer com calma para a manutenção de sua saúde gástrica.  - Aliás, aproveite parte desse intervalo de almoço para descansar da rotina por alguns minutos, mesmo que não consiga sair do ambiente de trabalho. - Ao terminar o expediente, resista à tentação de olhar e-mails, mensagens em grupos de WhatsApp e telefone comercial. Do contrário, as demandas profissionais não terminam e invadem seus momentos de descanso e lazer. - Evite o consumo de estimulantes, como café, energético, cigarro e álcool. - Tente fazer alguma atividade diferente, que proporcione relaxamento e bem-estar, como meditar, pintar, colorir, cozinhar, cantar, tocar um instrumento e praticar jardinagem, entre outras, à sua escolha.  - Durma bem. Apague o quarto, desligue eletrônicos e dedique-se a descansar mente e corpo. - Cerque-se de boas relações afetivas e não abra mão de usar uma parte do seu tempo para estar com familiares e amigos.  - Engaje-se no voluntariado. Ajudar as pessoas ou aderir a uma causa são iniciativas que mexem com o sistema de recompensa do cérebro, criando bons sentimentos.  - Experimente fazer terapia. Os estressores externos perdem força quando você passa a se conhecer melhor.

23/09/2019
Prevenção

Quem doa órgãos, promove a vida

Em 2012, a jovem britânica Jemima estava ajudando a preparar a festa de aniversário da mãe quando, subitamente, desmaiou. Levada ao Hospital de Bristol, na Inglaterra, foi diagnosticada com um aneurisma cerebral e veio a falecer quatro dias depois. Como ela não apresentou nenhum problema de saúde antes do ocorrido, vários de seus órgãos estavam em condições para ser doados. E assim foi feito. Seus pais autorizaram os procedimentos e, dessa forma, o coração, o pâncreas, os pulmões, os rins, o intestino delgado e o fígado, dividido em duas partes, mudaram o destino de oito pessoas – um recorde –, sendo cinco delas crianças. Hoje, a família da menina dirige a ONG The Jemima Layzell Trust, que tem como um de seus objetivos incentivar a doação de órgãos. A doação de órgãos da pessoa falecida ainda representa um tema controverso. De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o índice brasileiro de recusa, há anos, permanece na casa dos 40%. A situação é compreensível, já que envolve famílias que estão passando por um momento difícil e de sofrimento. A própria mãe de Jemima admitiu à imprensa do Reino Unido que hesitou muito para decidir, mas acabou sendo motivada por uma reportagem que mostrava a dificuldade e a baixa expectativa de vida das crianças que necessitavam de transplante de coração. No Brasil, para ser um doador basta avisar os familiares e não é necessário deixar algum documento por escrito. Por isso é tão importante conversar sobre o assunto naturalmente e expressar esse desejo, de modo a facilitar a decisão dos entes queridos num momento tão doloroso, já que a doação depende da autorização deles. Nem todos os países, no entanto, seguem a mesma legislação. A Holanda, por exemplo, aprovou há pouco tempo uma lei que torna todos os cidadãos automaticamente doadores, a não ser que a pessoa se registre como não doadora.   Remoção dos órgãos Evidentemente, os órgãos só podem ser retirados do doador após a constatação da morte encefálica, o que significa a perda completa e irreversível das funções do cérebro, sem nenhuma chance de recuperação. Regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina, o diagnóstico de morte encefálica no Brasil é feito por exames clínicos repetidos em determinados intervalos por médicos desvinculados da equipe de transplantes (a equipe que constata o óbito não faz parte daquela responsável pela retirada dos órgãos), associados a exames complementares, como eletroencefalograma, que mede a atividade cerebral, e angiografia cerebral, que verifica o padrão de fluxo sanguíneo no cérebro. Enquanto isso ocorre, o possível doador fica ligado a um ventilador, máquina que permite levar oxigênio para os órgãos, inclusive para o coração – o que possibilita que os batimentos cardíacos continuem –, de forma que todos eles permaneçam viáveis para doação. Além de rins, pulmões, fígado, intestino, coração e pâncreas, podem ainda ser aproveitados em outros pacientes os ossos, os tendões, as válvulas cardíacas, a pele e as córneas. Independentemente do caso, o órgão e/ou tecido são  retirados por meio de uma cirurgia como qualquer outra (a exemplo da remoção do apêndice ou da vesícula) e o corpo do doador não fica com deformidades relacionadas ao procedimento.   Espera ainda grande O Brasil tem avançado nesse cenário, muito embora ainda haja um número expressivo de indivíduos à espera de órgãos. De acordo com dados da ABTO, em 2018, a fila de transplantes tinha mais de 33,4 mil pessoas – a maioria aguardando rins ou córneas. Nem todos puderam ser atendidos, mas, segundo o Ministério da Saúde, foram realizados mais de 26,5 mil procedimentos – número menor que o de 2017, que contabilizou em torno de 27,4 mil procedimentos, porém significativamente superior ao de 2008, quando 18,9 mil transplantes foram realizados. Para os especialistas, o crescimento no número de doadores se deve, principalmente, ao treinamento das equipes dentro dos hospitais para a comunicação da possibilidade de doação à família do falecido. Segundo a Aliança Brasileira para a Doação de Órgãos e Tecidos, evidências científicas do mundo todo mostram que o aumento nas taxas de doação, quando as pessoas são abordadas de forma adequada, pode chegar a 500%. Mas há outros coadjuvantes nessa história. Desde junho de 2016, o Brasil mantém um avião da Força Aérea Brasileira reservado só para transportar órgãos. Além disso, um decreto de 2017 estabeleceu que qualquer médico qualificado pode notificar a morte encefálica – até então, apenas um neurologista era autorizado a fazê-lo e, na ausência dele, não raro se perdia a oportunidade do transplante.   Doação em vida Vale lembrar que esse ato nobre nem sempre ocorre num momento de dor: os órgãos provenientes de pacientes vivos também valem muito nesse contexto. Em 2018, dos 5.999 transplantes renais realizados, 17,6% foram possibilitados por pessoas vivas, que ainda podem doar parte do fígado, parte do pulmão e a medula óssea. Também existe uma legislação específica para esses casos no Brasil, que permite a doação para parentes de até quarto grau e cônjuges. Se não houver nenhum grau de parentesco entre doador e receptor, o transplante depende de autorização judicial – com exceção da medula óssea, que dispensa o aval da Justiça entre não aparentados e conta com um cadastro específico e uma gestão à parte. Para ser doador em vida, a pessoa precisa estar em bom estado de saúde, sem riscos de ter suas aptidões vitais comprometidas com o procedimento, além de ser maior de idade ou menor emancipado e juridicamente capaz. Finalmente, deve haver um receptor com indicação formal do transplante. Com esses critérios atendidos, o doador precisa fazer testes de compatibilidade com o paciente que aguarda o transplante. Se ambos forem compatíveis, uma equipe multidisciplinar acompanhará o caso para providenciar consultas e demais exames, agendando, a seguir, o dia do procedimento. Para saber mais, acesse: http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de-orgaos.

23/09/2019
Alimentação

Coração bem cuidado

Apesar dos avanços da ciência na hora de prevenir e identificar problemas de saúde, as doenças cardiovasculares, como o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral,  ainda apresentam as maiores taxas de mortalidade do planeta, especialmente nos países desenvolvidos e nas nações emergentes. No Brasil, causam 300 mil mortes por ano, segundo o Ministério da Saúde. Ocorre que, além dos riscos que já conhecemos – como o tabagismo –, o atual modo de vida, especialmente nas grandes cidades, está ajudando a deixar o coração mais vulnerável. As pessoas são mais sedentárias porque trabalham muito tempo sentadas e se deslocam em veículos automotivos; as crianças dificilmente vão e voltam da escola a pé e trocaram a brincadeira de rua pelos comandos do videogame; a comida caseira, não raro, é trocada por alimentos industrializados e por lanches de arrepiar as artérias. Mas com um pouco de vontade, todos esses hábitos podem ser mudados. Basicamente é preciso se exercitar com regularidade e comer direito, além de se manter longe do tabaco e do excesso de álcool e equilibrar as horas de trabalho ou de estudo com momentos de lazer, reduzindo o estresse.   O impacto do exercício A atividade física regular, quando feita cinco vezes na semana e pelo menos meia hora por dia, não apenas permite um melhor funcionamento do sistema circulatório, como também melhora o metabolismo, contribuindo para reduzir os níveis de colesterol e de glicose no sangue. Além disso, os exercícios ajudam a relaxar corpo e mente, diminuindo o estresse, e evitam o sobrepeso e a obesidade, também considerados fatores de risco cardiovascular por favorecerem o diabetes e a hipertensão arterial.    Prato do bem Já a alimentação deve ser rica em grãos integrais, frutas, vegetais, carnes magras e gorduras boas e, ao mesmo tempo, ter a redução de alimentos processados, gorduras saturadas, açúcar e sódio, inimigos declarados do peito. A grande quantidade de fibras presentes nessa opção confere saciedade por mais tempo, ajudando a manter o peso ideal, atrasa a entrada de glicose nas células e ainda reduz a absorção de gorduras e de colesterol pela corrente sanguínea.   Rotina organizada O controle do estresse é essencial porque esse estado, quando crônico, também agrava fatores de risco para doenças cardiovasculares, como a hipertensão arterial, e exerce influência negativa nas demais escolhas que ajudam a blindar o coração. Uma pessoa estressada nem sempre interrompe o trabalho para almoçar e nem acha tempo para se exercitar, por exemplo. Por isso é importante escolher atividades para desestressar – além dos exercícios – e organizar a rotina. Muitas vezes, acordar 15 minutos mais cedo pode ser a diferença entre um dia caótico e um dia tranquilo.   O papel do médico Essas mudanças estão ao alcance de qualquer pessoa, mas não custa lembrar que algumas condições que afetam o coração são silenciosas e requerem uma avaliação clínica para que sejam descobertas e tratadas. É o caso da hipertensão arterial, do colesterol elevado e do próprio diabetes. Pelo menos uma vez por ano, portanto, ainda que você não esteja sentindo nada, marque uma consulta para uma avaliação clínica geral e faça os exames laboratoriais solicitados na oportunidade. Com isso, o cerco às doenças cardiovasculares fica completo.

16/09/2019
Bem-estar

Doação em vida: como ajudar quem precisa de medula óssea

Entre os órgãos e tecidos que podem ser doados em vida, está a medula óssea, que se localiza no interior dos ossos e contém as células-tronco hematopoéticas (ou progenitoras), responsáveis por produzir os elementos que compõem o sangue – leucócitos, que fazem a defesa do organismo, hemácias, que levam oxigênio para todo o corpo, e plaquetas, que atuam na coagulação sanguínea. O transplante de medula óssea, muitas vezes, é a única esperança de cura de pacientes com doenças hematológicas como a anemia falciforme e as leucemias. A primeira alternativa, quando se busca um doador, é procurar dentro da própria família do indivíduo – o que tem uma probabilidade de sucesso de 25%, especialmente entre irmãos, uma vez que deve haver compatibilidade genética entre doador e receptor. Esgotadas as possibilidades, recorre-se aos não aparentados, quando a chance de encontrar uma pessoa compatível não passa de 1 em 100 mil. Por isso é tão importante contar com um vasto número de doadores. O Brasil mantém, desde 1993, o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea, o Redome, cadastro coordenado pelo Instituto Nacional do Câncer que hoje possui mais de 4,6 milhões de voluntários inscritos, segundo o Ministério da Saúde. Esse número fica atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha. Os pacientes que precisam de um transplante não se restringem aos doadores de seu Estado: podem usufruir da busca em todo o território nacional, assim como nos bancos internacionais, visto que o Brasil tem parceria com uma rede mundial, a Worldwide Network For Blood & Marrow Transplantation. Apesar desse bom desempenho, o Redome está sempre procurando novos voluntários para aumentar as chances de quem já não pode se dar ao luxo de esperar muito tempo. Para se cadastrar como doador, é necessário ter entre 18 e 55 anos e estar em boas condições de saúde, sem doenças infecciosas, hematológicas e do sistema imunológico, tampouco câncer e enfermidades incapacitantes. Com esses critérios atendidos, basta se dirigir ao hemocentro mais próximo, preencher uma ficha de identificação e coletar sangue para o teste de histocompatibilidade, também chamado de tipagem HLA, que fornece as características genéticas do voluntário. A partir do momento em que esses dados entram no sistema, as informações genéticas do doador são cruzadas com as de todos os receptores que aguardam o transplante. Uma vez encontrado o voluntário compatível, ele é imediatamente contatado para confirmar seu interesse em doar a medula óssea e convocado para fazer novos testes e para se submeter a uma avaliação de seu estado de saúde. Se tudo estiver bem, o médico decide, portanto, a melhor maneira de realizar o procedimento, levando em conta as necessidades do receptor e as características do doador.   Como é feita a doação? A coleta de células progenitoras da medula óssea pode ser feita por meio de quatro a oito punções com agulha nos ossos da bacia, sob anestesia geral ou peridural, em centro cirúrgico. Embora seja uma intervenção rápida (de cerca de 90 minutos), o doador permanece em regime de internação por 24 horas. Outra forma de doação é por aférese, na qual o voluntário toma uma medicação por cinco dias para aumentar o número de células-tronco na circulação. No dia do procedimento, que dura em torno de quatro horas, uma máquina colhe o sangue, separa essas células e devolve os demais elementos sanguíneos para o doador, usando exclusivamente o acesso venoso, sem necessidade de sedação nem de hospitalização. Em qualquer um dos casos, a medula do doador se recompõe totalmente em cerca de 15 dias e ele pode doar parte de suas células progenitoras de novo no futuro, caso apareça um outro receptor compatível. Os riscos da doação em centro cirúrgico são poucos e estão relacionados ao uso da anestesia. O voluntário também pode sentir algum desconforto no local das punções, o que cessa com analgésico, e é orientado a retomar suas atividades habituais somente após uma semana. A doação por aférese pode causar apenas dor no corpo durante o período de uso do medicamento, semelhante à provocada por uma gripe, mas libera a pessoa para suas atribuições já no dia seguinte. Para o paciente que vai receber a doação, o transplante é mais simples do que qualquer outro, bem parecido com o de uma transfusão de sangue, e leva apenas duas horas. As células injetadas circulam em seu organismo e se alojam na medula óssea, onde se espera que, algum tempo depois, comecem a produzir glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas normalmente e em quantidade suficiente. Até que a “pega” da nova medula ocorra (como os médicos costumam se referir ao sucesso do tratamento), o paciente permanece internado e isolado porque, nesse momento, fica suscetível a infecções e sangramentos, entre outras complicações.   Atualize seu cadastro Após o cadastro no Redome, podem se passar meses e até anos sem que nada aconteça, dada a chance pequena de encontrar um doador compatível entre não aparentados. Por esse motivo, é fundamental o voluntário atualizar o cadastro quando troca o número de celular ou muda de casa ou de emprego. Segundo os especialistas, um terço dos transplantes de medula óssea deixa de ocorrer por falta de atualização dos dados. Nada mais triste para o paciente e a família, inclusive para a equipe médica, em saber que existe um pessoa compatível em algum lugar e não conseguir localizá-la. Quem se torna um doador voluntário de medula óssea, portanto, deve estar sempre acessível. Quando menos se espera, o telefone pode tocar anunciando o convite para salvar uma vida. Para saber mais, acesse: http://redome.inca.gov.br/

16/09/2019
Prevenção

Prevenção do suicídio: há luz no fim do túnel

Na história contemporânea, diversos ícones da música, da literatura e da indústria do entretenimento foram parar nas manchetes dos meios de comunicação não só por suas obras, mas por terem decidido interromper a vida por conta própria. Não raro, estavam no auge de suas carreiras e saíram de cena, sem explicações e sem pistas de que fossem desistir. Muitas vezes, no entanto, essas pessoas tinham em comum histórias de transtornos como depressão e dependência química, ainda que pudessem estar abstêmias no momento do ato. Apesar de o suicídio já ser considerado um problema de saúde pública – no Brasil, são 32 mortes dessa natureza por dia, segundo o Ministério da Saúde –, não há melhor meio de preveni-las do que falar abertamente sobre saúde mental e mostrar rotas seguras de ajuda para a pessoa que está perdendo a vontade de viver e para seu núcleo afetivo. Até porque os especialistas estimam que nove entre dez casos podem ser prevenidos.   Sinais de alerta Em primeiro lugar, fique atento aos sinais de alerta. Frases de alarme – como “quero sumir”, “vou embora” e “não aguento mais” – devem ser valorizadas, especialmente no caso de adolescentes, entre os quais o número de casos vem crescendo muito nos últimos anos, apesar de os idosos serem o grupo de maior risco. Além disso, mudanças radicais de comportamento – como deixar de gostar de algo pelo qual havia grande interesse antes – também pedem atenção. Na outra ponta, uma melhoria súbita pode indicar apenas simulação e esconder uma decisão já tomada. Por fim, tentativas anteriores elevam o risco. Quem já tentou uma vez, está mais vulnerável. Se você perceber algum desses comportamentos, é importante não deixar a pessoa em risco sozinha, ouvi-la e levá-la para a avaliação de um psiquiatra. O Centro de Valorização da Vida, o CVV, que atende gratuitamente a todo o Brasil pelo número 188, também é um canal imediato para quem precisa de um ombro amigo com urgência. Treinados para escutar, acima de tudo, os voluntários do serviço estão capacitados para oferecer o que há de mais necessário nesse momento: apoio emocional e esperança.   O que fazer para ajudar? Outro ponto sempre importante, dentro ou fora desse contexto, é esclarecer a população sobre os problemas mentais e os perigos das drogas e do álcool numa mente em conflito, especialmente se essa mente ainda está em formação (como ocorre na adolescência). A depressão, o mais frequente transtorno por trás de tais casos, é doença e exige um tratamento multidisciplinar, que pode combinar medicação, psicoterapia, prática de atividade física e terapias alternativas. A mesma estratégia se aplica à dependência química. Por último, os especialistas recomendam não manter nada que seja letal por perto: venenos, pesticidas e estoque de remédios, tampouco armas brancas ou de fogo. Convém não facilitar. Isso vale ainda para estratégias de segurança em casa, como manter grades nas janelas e no espaço público. Não dá para levar uma pessoa nessas condições para um local externo que possa oferecer algum risco. Esses cuidados contribuem para dificultar o ato e ajudam a levar o indivíduo a repensar sua decisão. Não custa lembrar que, apesar de ter causas multifatoriais, o suicídio é uma atitude impulsiva. No dia seguinte, quase sempre tudo parece mais simples. Procure um profissional da área de saúde mental para conversar sobre a vida.

12/09/2019
Saúde do Homem

Linfoma, um câncer do sistema linfático

Nos últimos anos, o linfoma ganhou as manchetes da grande imprensa depois que algumas pessoas públicas anunciaram ter recebido tal diagnóstico. Mesmo assim, a condição ainda permanece desconhecida por muitos, apesar de não se tratar de uma doença rara. Apenas para dar uma ideia, em 2018, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) calculou uma estimativa de quase 13 mil novos casos por ano no Brasil, os quais incidem com maior frequência no sexo masculino e na população idosa. Grupo de diversos cânceres formados por células de defesa do organismo, o linfoma classicamente se divide em Hodgkin e não Hodgkin – nome do patologista inglês que primeiro descreveu a doença, em 1832, Thomas Hodgkin. A diferença está nas características das células que geram o tumor e também no prognóstico. Enquanto o primeiro envolve um tipo celular específico, conhecido como Reed-Sternberg, e tem um desfecho clínico melhor, o segundo pode surgir a partir de qualquer célula do sistema linfático e apresenta menor probabilidade de cura. Tanto é assim que o INCA contabilizou 4.394 mortes que tiveram como causa o linfoma não Hodgkin, em 2015, ante 562 mortes pelo linfoma de Hodgkin no mesmo ano. Nos dois casos, no entanto, o câncer se desenvolve da mesma forma. Uma célula de defesa, por razões desconhecidas na maioria das vezes, sofre transformação maligna passando a se dividir de maneira desordenada e a se multiplicar descontroladamente dentro dos gânglios linfáticos – também chamados de linfonodos ou de ínguas –, podendo afetar diferentes partes do corpo, já que a circulação linfática percorre todo o organismo. A principal manifestação clínica é o aumento indolor desses linfonodos, sobretudo nas laterais do pescoço, nas axilas, nas virilhas e acima da clavícula. Diferentemente daqueles gânglios que aparecem durante infecções, os do linfoma crescem rapidamente, têm consistência de borracha, muitas vezes podem ser vistos e sentidos pelo toque e persistem por semanas. Nem todos os pacientes relatam os mesmos sintomas mas, além dos linfonodos, há possibilidade da doença causar queixas comuns a outras enfermidades, especialmente febre, perda de peso inexplicável e sudorese noturna, que molha a roupa de cama. Como o linfoma pode acometer diversos órgãos, por vezes acontece também de ocorrerem manifestações específicas envolvendo, por exemplo, o sistema digestório (dor abdominal, náuseas e vômitos), a pele (manchas vermelhas e coceira) e o sistema nervoso central (dor de cabeça e alterações na visão, na coordenação motora e no comportamento). A origem do linfoma Embora o fator que explique o surgimento do linfoma não seja totalmente conhecido, o risco aumenta em fumantes, em indivíduos que passam muito tempo expostos a produtos químicos, sobretudo agrícolas, em portadores de doenças que afetam o sistema imunológico, como HIV/AIDS, e em pessoas que usam medicamentos imunossupressores. Alguns agentes infecciosos igualmente podem estar associados ao desenvolvimento desse câncer – apesar de o fato de ter tido infecções causadas por eles não determinar, necessariamente, a ocorrência da doença –, como o vírus Epstein-Barr, que está por trás da mononucleose, o vírus HTLV-1, uma espécie de primo do HIV, visto que se comporta de modo semelhante, e a bactéria Helicobacter pylori, envolvida em casos de gastrite e úlcera. A partir da história clínica, o diagnóstico é confirmado por meio de biópsia do linfonodo e do estudo anatomopatológico, que analisa a natureza de seus tecidos. Exames de imagem costumam ser pedidos para avaliar a extensão do linfoma. Até pouco tempo atrás, o tratamento não diferia do de qualquer câncer, com quimioterapia associada à radioterapia. Hoje, porém, os protocolos mais modernos usam agentes quimioterápicos combinados a fármacos mais inteligentes, que atuam exclusivamente sobre as células doentes, seja atacando-as diretamente, seja bloqueando vias que permitem a progressão da doença. A prevenção se restringe a evitar as situações que elevam o risco de linfoma, como o tabagismo, a exposição a produtos químicos e a prática de sexo sem proteção, que pode levar a infecções sexualmente transmissíveis associadas ao surgimento da condição. De qualquer modo, conhecer bem o próprio corpo ajuda a notar qualquer sinal diferente, suspeito de linfonodo aumentado, o que vale sobretudo para quem já tem problemas de saúde que comprometem o sistema imunológico ou toma remédios que minam as defesas.  Diante de qualquer dúvida, o mais importante é procurar um médico quanto antes para esclarecimentos, uma vez que o diagnóstico precoce sempre amplia as possibilidades de cura. Conheça o sistema linfáticoTrabalhando em conjunto com o sistema imunológico, o sistema linfático tem a função de combater infecções e de eliminar microrganismos e outras impurezas do organismo. Para tanto, conta com vasos linfáticos que percorrem o mesmo trajeto da circulação sanguínea, pelos quais passa a linfa, um fluido transparente resultante de uma pequena fração do plasma, a parte líquida do sangue. A linfa recolhe todo o lixo orgânico dos tecidos e o deposita nos linfonodos, onde as células de defesa podem, então, entrar em ação.  

09/09/2019
Bem-estar

Raiva humana: prevenção, sintomas, tratamento

Quando você leva seu pet para receber a vacina antirrábica, nem sempre se lembra que, antes de ser um cuidado indicado para o bem-estar do animal, a imunização contra a raiva configura uma medida de saúde pública bastante importante para a população geral. Afinal, a raiva é uma doença infecciosa muito grave e potencialmente letal. Por ser transmitida por mordedura de mamíferos contaminados, notadamente cães e morcegos, a raiva é considerada uma zoonose. O vírus do gênero Lyssavirus ingressa na pele por meio da lesão e passa a circular pelos nervos periféricos, sendo atraído pelas células do sistema nervoso central. Ao chegar ali, após um período de incubação e o surgimento de sinais inespecíficos, presentes em qualquer infecção, deflagra uma encefalite aguda que dificilmente tem cura, com sintomas neurológicos característicos, como salivação excessiva, delírios, convulsões e agressividade. Apesar da gravidade da doença, existem atualmente estratégias eficazes para combatê-la. Uma delas é a vacinação de pessoas que, de alguma forma, possam estar expostas ao vírus. No Brasil, dada a situação de controle da raiva animal, só se recomenda a imunização antirrábica para biólogos, veterinários, agrotécnicos, profissionais envolvidos na captura e no estudo de animais com suspeita de raiva, equipes de laboratórios de virologia e indivíduos que atuam com animais silvestres. Fora dessas situações, os demais brasileiros devem ser vacinados apenas se forem viajar para países que ainda não contornaram o problema, como a Índia.   Raiva: o que fazer após a mordida? Outra estratégia consiste na chamada profilaxia pós-exposição, feita depois do ataque, com um protocolo diferente para cada tipo de situação. Na dúvida, o paciente começa a receber o tratamento como se tivesse sido atacado por um bicho contaminado, pois o tempo, nesse contexto, é fator fundamental para impedir a infecção. Resumidamente, a profilaxia inclui, além de um esquema de vacinações, a infusão de anticorpos que ajudam o organismo a combater o vírus da raiva. Na prática, é fundamental se preocupar com qualquer mordedura ou arranhadura de animal. Em primeiro lugar, lave o local com água e sabão para reduzir o risco de contaminação local por bactérias presentes na saliva ou nas unhas do bicho e procure rapidamente um serviço médico para que o clínico geral, ou infectologista, possa avaliar a necessidade de iniciar o tratamento pós-exposição.  A importância da vacinação do seu pet contra a raivaA baixa prevalência da raiva em nosso país deve-se aos programas de imunização de cães e gatos, que fizeram despencar o número de casos da doença em pessoas e animais. E isso é relativamente recente. Enquanto, em 1999, o Brasil contabilizava 1.200 cães contaminados, não passamos de 13 casos de raiva canina em 2017, segundo o Ministério da Saúde. Em relação à raiva humana, foram 574 casos da doença de 1990 a 2009, contra 25 registros de 2010 a 2017. Das notificações feitas no ano passado, vale assinalar, todas envolveram morcegos. Ótima notícia para os mais de 52 milhões de cachorros e 22 milhões de gatos que vivem em domicílios brasileiros, de acordo com dados do IBGE.

26/08/2019
Comportamento

Psicólogo: especialista em promover saúde mental

Vivemos num mundo em que os avanços tecnológicos, por nos inundarem com informações sobre fatos e pessoas a todo momento, dão margem para suposições e preocupações que podem culminar em distúrbios emocionais e transtornos de humor ou, até mesmo, agravar os já existentes. Aí entra a figura do psicólogo, um profissional cada vez mais importante nesse cenário de superexposição e superinformação, na medida em que é capacitado para ajudar cada indivíduo a encontrar seu equilíbrio e a buscar as respostas dentro de si mesmo. No Brasil, segundo o Conselho Federal de Psicologia, temos cerca de 343 mil psicólogos atualmente. Mas é claro que nem todos trabalham na área clínica. Hoje esses profissionais estão em empresas, clubes desportivos, escolas, associações voltadas à educação de crianças com necessidades especiais, instituições ligadas ao trânsito e centros sociais, como abrigos e asilos, entre outros, sempre buscando extrair das pessoas suas melhores potencialidades. O fato é que, onde quer que atue, o psicólogo contribui diretamente para promover a saúde mental e, assim, melhorar o mundo.  Homenagem da DaVita ao Dia do Psicólogo, 27 de agosto.

26/08/2019
Prevenção

Os benefícios de parar de fumar

Que o cigarro faz mal, ninguém discute. Inclusive os 10,1% dos brasileiros que continuam fumando despreocupadamente, mesmo com as advertências médicas e os muitos senões da sociedade hoje em dia. Por isso mesmo, a DaVita Serviços Médicos quer explorar o lado bom de parar de fumar.  De acordo com um estudo feito no Reino Unido, quem abandona esse hábito comprovadamente ganha mais anos de vida, olha só que interessante. E quanto mais cedo a decisão é tomada, maior o incremento. Os pesquisadores britânicos constataram que, quem deixa o cigarro aos 60, conquista mais três anos na expectativa de vida. Já quem para aos 40, vive mais nove anos. O ganho resulta diretamente da melhora na saúde. Segundo dados do Ministério da Saúde, uma pessoa que cessa o tabagismo antes dos 50 anos tem uma redução de 50% no risco de morte por doenças associadas ao tabagismo, como câncer, derrame e infarto do miocárdio, após 16 anos de abstinência. Aliás, o risco de ser acometido por problemas cardiovasculares já cai pela metade após o primeiro ano sem fumar. Isso significa também menos gastos com medicações e procedimentos médicos. Há ainda outros benefícios, que impactam a qualidade de vida de forma mais sutil, mas não menos significativa, como a melhora da autoestima, do hálito, da pele e do aspecto dos dentes. A convivência com pessoas que não fumam ganha muito – pense num casal, por exemplo –, assim como o desempenho em atividades que envolvem algum condicionamento físico. Chega de ser o último da trilha!  Para que sua decisão seja bem-sucedida, não deixe de procurar um médico. Atualmente, existem estratégias terapêuticas interessantes para quem quer, de fato, parar de fumar. Como o corpo de um ex-fumante fica sem o cigarroO primeiro dia pode até ser difícil, uma vez que a dependência do tabagismo é química e psicológica. Mas, ao mesmo tempo em que o indivíduo doma a vontade de acender um cigarro no período mais crítico, seu organismo vai colhendo benefícios quase imediatos. Anote: Depois de 20 minutos sem fumarA pressão arterial e os batimentos cardíacos voltam ao normal.  Depois de duas horas sem fumarA circulação sanguínea fica livre da nicotina. Depois de oito horasO nível de oxigênio no sangue, antes reduzido, se normaliza. Depois de dois diasO paladar e o olfato melhoram, descortinando um mundo de sabores e odores. Depois de três semanasO sangue passa a circular melhor pelos vasos, favorecendo a circulação.  

19/08/2019
Alimentação

Conheça dez benefícios de amamentar

O leite materno tem tudo de que o bebê precisa para ficar saudável e bem alimentado. Mas os benefícios de amamentar vão ainda mais longe. A DaVita selecionou uma dezena de motivos para as mães se dedicarem com afinco a essa nobre tarefa, pelo maior tempo possível. Afinal, quanto mais meses de amamentação, melhores os resultados para todo o núcleo familiar. Não custa lembrar que a Organização Mundial de Saúde recomenda o aleitamento materno até 2 anos de idade ou mais, com exclusividade nos primeiros seis meses e, depois, com o complemento de outros alimentos. Permite que o bebê ganhe peso na medida certa e que a mãe perca peso. Segundo os especialistas, para produzir um litro de leite, o organismo da mulher gasta cerca de 700 calorias, o que contribui para a perda dos quilos adquiridos durante a gestação num ritmo acelerado. Já o bebê tem um ganho de peso adequado com o leite materno, nada a mais, nada a menos. Isso ocorre porque a quantidade de gordura do alimento varia durante a amamentação e chega a seu ponto máximo perto do fim de cada mamada, saciando a criança e levando-a a parar naturalmente, ao contrário do que ocorre com as fórmulas artificiais – a saciedade pode demorar mais para ocorrer, fazendo o bebê mamar além do necessário porque o nível de gordura é sempre o mesmo. Protege a criança contra alergias, infecções respiratórias e diarreias. Por conter inúmeros fatores imunológicos que atuam contra agentes infecciosos e ajudam a evitar respostas inflamatórias exageradas – as reações alérgicas –, o leite materno literalmente funciona como um elixir de prevenção para o bebê. Conforme um estudo da Organização Mundial de Saúde, a redução de diarreias em crianças amamentadas, em comparação com as não amamentadas, chega a 63% nas menores de 6 meses, enquanto a redução de pneumonias alcança um terço naquelas com menos de 2 anos. A chance de desenvolver rinite alérgica também cai 21% nos cinco primeiros anos de vida de quem mama no peito. Contribui com o desenvolvimento intelectual da criança. O leite materno é composto de substâncias que ajudam os neurônios a se desenvolverem e a fazerem conexões entre si, ou sinapses, nos três primeiros anos de vida – ocasião em que 90% das sinapses cerebrais de um indivíduo ocorrem. Estudos neozelandeses e irlandeses também mostram que crianças amamentadas exclusivamente até os 6 meses de idade apresentam melhor desempenho escolar. Semelhante conclusão foi encontrada em um trabalho publicado na revista científica Lancet, em 2015. Crianças e adolescentes que receberam leite materno demonstraram um resultado no teste de quociente de inteligência (QI) 3,4 pontos maior que o dos não amamentados.  Ajuda a prevenir diabetes tipo 2, sobrepeso e obesidade nas diferentes etapas da vida. Crianças que mamam no peito têm uma redução de 26% no risco de ficar com sobrepeso ou obesidade na infância, na adolescência e na vida adulta, assim como uma diminuição de 35% no risco de desenvolver diabetes tipo 2 ao longo dos anos, segundo um estudo publicado em 2015 no suplemento científico Acta Paediatrica. Quando submetido a aleitamento exclusivo até os 6 meses de idade, o bebê não ingere calorias extras, que são dispensáveis nessa fase do desenvolvimento infantil, e não ganha mais peso do que deveria. Ademais, o leite materno possui substâncias que contribuem para regular o apetite e o metabolismo dos alimentos por toda a vida. Ajuda a fortalecer a mandíbula e demais estruturas craniofaciais do bebê. A amamentação é essencial para o desenvolvimento oral e facial dos pequenos. Isso porque, ao sugar o leite, o bebê exercita a boca, os dentes, os músculos da face, a mandíbula e o maxilar. De acordo com um estudo publicado em 2015 no Acta Paediatrica, dois terços das irregularidades nos encaixes dos dentes de leite poderiam ser evitados apenas com o aleitamento materno. Em outro trabalho, que saiu no jornal BMC Public Health, em 2012, os pesquisadores observaram que crianças que receberam leite materno por 12 meses ou mais apresentaram melhor função da mastigação que as amamentadas por menos tempo. Ajuda a mulher a se recuperar no pós-parto e funciona como método anticoncepcional temporário. O aleitamento materno contribui para que o útero reassuma seu tamanho normal de forma mais rápida, evitando sangramentos muito intensos e uma consequente anemia. Como se não bastasse, ao amamentar exclusivamente e de forma regular nos primeiros seis meses, a mulher não ovula nem menstrua. Contudo, à medida que as mamadas vão sendo espaçadas, por conta da alternância com outros alimentos, os ciclos menstruais retornam, juntamente com a necessidade de usar um método contraceptivo caso não haja o desejo de uma nova gravidez. Vale pontuar que especialistas recomendam 18 meses de intervalo entre dois partos. Um parto antes desse período apresenta riscos de prematuridade, baixo peso ao nascimento e desenvolvimento abaixo do normal dentro do útero.  É fator de proteção contra o câncer de mama e outros tumores femininos. Uma vez que não tem ciclos menstruais durante a amamentação exclusiva, a mulher não fica exposta ao estrógeno, hormônio associado ao câncer de mama. Além disso, quando o bebê suga o leite, promove uma esfoliação do tecido mamário, contribuindo para a renovação celular local. De fato, conforme um grande estudo publicado pela Lancet em 2001, que envolveu mais de 146 mil mulheres de 30 países, o risco de desenvolver o tumor de mama cai 4,3% a cada 12 meses de aleitamento. Quanto mais filhos amamentados, portanto, maior a proteção. Em outro trabalho publicado pela Lancet em 2016, os autores calcularam que a amamentação evita 19 mil mortes por câncer de mama a cada ano em 75 países de média e baixa renda, além de terem estimado que mais 22 mil mortes poderiam ser prevenidas se o aleitamento se prolongasse por 12 meses, nas nações mais ricas, e por 24 meses, nas mais pobres. A prática ainda constitui um fator protetor contra o câncer de ovário – estima-se uma redução de 2% no risco da doença a cada mês de amamentação – e contra o câncer de endométrio (mucosa que recobre a parte interna do útero).  Reduz o risco de diabetes tipo 2 na mulher. Para fabricar o leite, o organismo retira diariamente 50 gramas de açúcar da circulação. A mulher que amamenta também tem um expressivo gasto calórico para amamentar. Por fim, existem evidências de que a prolactina, o hormônio que circula no corpo durante a fase de aleitamento, preservaria as células betapancreáticas, justamente as que fabricam insulina, o hormônio encarregado de captar a glicose da circulação e nutrir as células. A combinação desses mecanismos ajuda a explicar por que o risco de desenvolver diabetes tipo 2 cai quase pela metade nas mulheres que amamentam por pelo menos seis meses, de acordo com os achados de um estudo publicado no jornal Jama Internal Medicine, o qual acompanhou 1.238 mulheres por 30 anos. Constrói laços de afeto entre mãe e bebê. Durante a amamentação, o vínculo entre a mãe e bebê aumenta por conta do contato visual e da pele entre ambos. Como a criança tem dificuldade para focar imagens a distância, a posição em que fica na hora da mamada, a cerca de 30 centímetros do rosto materno, permite que contemple perfeitamente a mãe, o que contribui para fortalecer esse laço. O afeto cresce também porque, quando o bebê está mamando, o leite é ejetado por ação da ocitocina, o hormônio do amor, cuja liberação causa profundo relaxamento e boas sensações na mulher. Os especialistas afirmam que esse vínculo colabora para facilitar as relações dos pequenos com outras pessoas no futuro. Economiza dinheiro e recursos naturais. Já pensou nisso? Há pesquisas da Associação Americana de Pediatria que indicam que mães que amamentam exclusivamente nos primeiros seis meses de vida do bebê deixam de gastar mil dólares entre compra de fórmulas infantis e mamadeiras. Isso no âmbito pessoal. Mas, no público, um estudo publicado na Lancet em 2016, apontou que um aumento de apenas 10% nas taxas de aleitamento materno até os 6 meses de idade ou de amamentação continuada por até 12 ou 24 meses seria capaz de reduzir em 1,8 milhão de dólares os custos anuais dos tratamentos de doenças em crianças no Brasil. Além de fazer diferença nas contas da saúde pública, toda essa economia geraria impacto positivo ao meio ambiente, na medida em que os resíduos de latas de leite, mamadeiras, medicamentos e insumos médicos usados em internações deixariam de existir com a prática do aleitamento nessas condições. Portanto, amamentar também é uma prática sustentável.

05/08/2019
Alimentação

Hábitos saudáveis: mudanças na rotina para ganhar saúde

É verdade que a ciência caminha a passos largos no desenvolvimento de soluções para aumentar a saúde e conseguir a cura para enfermidades que, pouco mais de algumas décadas atrás, soavam como ameaças quase invencíveis. Contudo, ainda não saiu das bancadas dos laboratórios farmacêuticos ou das universidades uma pílula capaz de prolongar a vida do ser humano com qualidade e prevenir a maior parte das doenças. Uma das formas mais efetivas de fazer ao menos uma parcela desse aparente milagre é mesmo a adoção de hábitos saudáveis ou, para quem está longe de andar na linha, a mudança do estilo de vida. Tome-se o exemplo do câncer. Muito embora existam fatores de risco que não podemos mudar, como idade e histórico familiar, os demais são passíveis de modificação. Tanto é assim que a Sociedade Americana de Câncer atribui um terço das mortes por essa causa à manutenção de dietas desequilibradas e à falta de atividade física. Da mesma forma, diversos estudos já demonstraram a associação entre a redução de doenças do coração e a combinação de prática regular de exercícios físicos, adoção da dieta mediterrânea – rica em peixes, castanhas e azeite de oliva extravirgem –, controle do peso e, claro, distância do tabagismo.  Além desses hábitos, outras atitudes, algumas mais trabalhosas, outras menos, estão por trás da manutenção da boa saúde e da prevenção de enfermidades e desequilíbrios orgânicos, ainda que momentâneos. A boa notícia é que muitas vezes uma única mudança pode trazer múltiplos benefícios. Quando dormimos melhor, não só conseguimos ter mais disposição para enfrentar os desafios do dia seguinte, com diminuição do estresse, mas também ajudamos a melhorar o metabolismo e prevenir a obesidade, que, entre outros prejuízos, ocasiona o diabetes, doença associada a eventos cardiovasculares, como o infarto agudo do miocárdio. O fato é que a incorporação cotidiana de hábitos saudáveis tem um efeito positivo sistêmico no organismo. Converse com seu médico e comece agora mesmo a trabalhar pela sua saúde. Caso precise de ajuda, procure ainda apoio psicológico.   Dicas para manter a saúde Não fume.  O cigarro tem cerca de 4.700 substâncias nocivas e está implicado com problemas cardiovasculares, diversos tipos de câncer e afecções pulmonares, como a doença pulmonar obstrutiva crônica, entre outras.   Pratique exercícios físicos.  A Organização Mundial de Saúde recomenda um mínimo de 150 minutos de atividade física moderada por semana. Sempre que possível, vá até os lugares caminhando ou pedalando. Exercícios físicos regulares ajudam a perder peso, elevam a autoestima, evitam doenças e melhoram o humor.   Coma alimentos saudáveis. Opte por comida de verdade, preparada em casa, com alimentos in natura. Produtos processados, como preparações congeladas, macarrão instantâneo, mistura para sopas e bolos, molhos e temperos prontos, ou ultraprocessados, a exemplo de embutidos, linguiça e nuggets, carregam muito sal, açúcar e gorduras nocivas para o organismo.   Reduza o consumo de sal. O excesso de sódio, presente no sal, está relacionado com a hipertensão arterial e com a doença renal crônica. Leia os rótulos dos produtos, evitando levar os ricos em sódio, e troque parte do sal nas receitas por ervas. Importante: não leve o saleiro à mesa.   Beba água. Os especialistas preferem usar, como parâmetro, não quantidade de litros ou copos, mas um volume suficiente para deixar a urina amarelo-clara. Só evite a ingestão de água e outros líquidos durante as refeições para não dilatar o estômago e acabar comendo mais do que você realmente necessita.    Evite refrigerantes. Fuja mesmo dos que não levam açúcar e prefira comer as frutas a transformá-las em sucos. O organismo demora mais a metabolizar a sacarose das frutas em pedaços, postergando a sensação de saciedade, e as fibras ingeridas ajudam o intestino a funcionar.   Aliás, consuma fibras. Homens devem ingerir 34 gramas e mulheres, 28 gramas, segundo a Associação Nacional de Atenção ao Diabetes. Além das frutas, as fibras estão nos vegetais e nos grãos integrais. São importantes para a saúde do aparelho digestório, ajudam a baixar o colesterol e a controlar o peso e contribuem para prevenir o câncer de intestino.   Evite bebidas alcoólicas. Não dá para falar em sinal verde em matéria de álcool, dados os prejuízos do alcoolismo à saúde física e mental do dependente e de seu núcleo familiar, mas o vinho tem alguma qualidade nessa seara, uma vez que possui o resveratrol, um antioxidante que protege contra doenças cardiovasculares. Contudo, não ultrapasse um cálice por dia.    Lave as mãos. É imprescindível manter esse hábito, especialmente antes de comer e cozinhar, bem como após usar o banheiro, para evitar a contaminação com possíveis agentes infecciosos.   Controle o estresse.  Um dos fatores vitais nesse sentido é administrar bem o tempo, dividindo-o melhor entre atividades de trabalho, de lazer e da rotina em casa. Ademais, encontre uma válvula de escape. A atividade física costuma dar conta desse recado e ainda acrescenta outros benefícios.   Cuide de seus vínculos afetivos e sociais. Mantenha um círculo de pessoas, amigos e parentes, com quem possa contar para dividir seus problemas, comemorar suas conquistas e se distrair.   Durma bem.  A falta de sono altera o metabolismo e pode acabar resultando em sobrepeso e resistência à insulina, hormônio que coloca a energia para dentro das células, com consequente risco de evolução para o diabetes. Para se dar bem com o travesseiro, não coma demais à noite nem se exercite antes de dormir. Quando for para a cama, desligue todos os eletrônicos e diminua a luminosidade do quarto, bem como os ruídos.   Use filtro solar. O protetor deve ter FPS 30, no mínimo, para pessoas de pele clara, e FPS 15, no mínimo, para pessoas afrodescendentes. Além disso, a exposição ao sol deve ocorrer nos horários de menor radiação ultravioleta (antes das 10 horas da manhã e depois das 16 horas).   Vá ao médico periodicamente. Faça um check-up de saúde uma vez ao ano ou conforme recomendação médica. Caso tenha algum sintoma no intervalo entre uma consulta e outra, procure seu médico ou um serviço de emergência.

01/07/2019
Bem-estar

Mitos e verdades sobre a doação de sangue

Com a chegada das férias escolares, os estoques dos bancos de sangue caem cerca de 30%. Que tal tirar algumas horas do seu dia para reverter esse cenário e mudar o destino de até quatro pessoas?  Você pode ser doador se tiver entre 16 e 69 anos, pesar no mínimo 50 kg, encontrar-se em bom estado de saúde, estar alimentado e ter dormido bem.  Muita gente atende a esses requisitos, porém ainda hesita em tomar essa importante resolução por acreditar em alguns mitos que cercam a doação. Chegou a hora de conferir se eles procedem ou não. Será que o sangue doado não vai fazer falta ao corpo?Esqueça. A reposição começa naturalmente já nas primeiras 24 horas da doação. De qualquer modo, o volume doado, de 450 ml, corresponde a menos de 10% do volume total de sangue de um adulto, que é de cinco litros. Não dá para sentir a diferença. Há risco de contrair alguma doença infecciosa durante a doação?Nem pensar. A doação não oferece nenhum risco de contrair doenças infecciosas, uma vez que o material usado no procedimento é estéril e descartável. Se o doador for informado de que apresenta alguma enfermidade, deve entender que isso se refere aos resultados dos testes feitos com o material para a pesquisa de infecções antes do uso do sangue nos pacientes necessitados.  O sangue pode ficar diferente, mais grosso ou mais fino, depois de doar?Não. O procedimento não torna o sangue mais viscoso, tampouco mais fino ou mesmo mais fraco. Novamente, vale lembrar que o trabalho de reposição começa nas horas seguintes. É possível sentir dor no momento da coleta do sangue?Se considerarmos a picada da agulha, a resposta pode ser afirmativa para os mais sensíveis. A partir do momento em que o sangue começa a ser coletado, no entanto, tudo flui muito bem, sem incômodos. Ao doar sangue uma vez, tenho que voltar periodicamente ao hemocentro? Não. Mas quem gostou da experiência está sempre convidado a voltar. Homens podem doar até quatro vezes por ano, com dois meses de intervalo entre uma doação e outra, e mulheres, três vezes, com três meses de intervalo. No sexo feminino, a reposição dos estoques de ferro demora um pouco mais por conta da menstruação. Mulheres podem doar sangue durante a menstruação?Podem. A menstruação não constitui empecilho para a doação por se tratar de uma perda prevista pelo organismo e, além disso, num volume reduzido. Fumantes são aceitos como doadores de sangue?Apesar dos males do cigarro à saúde do fumante, o tabagismo não impede a doação. No entanto, é necessário ficar duas horas sem fumar antes do procedimento. Também não se recomenda que o doador acenda um cigarro logo após a coleta, sob o risco de desmaio ou tontura. Para saber mais, clique aqui.  

14/06/2019
Bem-estar

Doação de sangue, um ato de cidadania

No Brasil, as campanhas de doação de sangue costumam focar períodos que antecedem grandes feriados ou épocas de férias escolares, quando ocorre uma queda significativa nos estoques dos bancos de sangue, acompanhada paradoxalmente por uma demanda maior. Afinal, com a grande concentração de veículos nas estradas, há mais acidentes e, portanto, mais gente necessitando de transfusões de sangue ou hemocomponentes. A doação, no entanto, não beneficia apenas os acidentados. Uma única bolsa de sangue ajuda até quatro pessoas porque todos os elementos sanguíneos – glóbulos vermelhos, plaquetas e plasma – são aproveitados em diversas situações, tais como múltiplas cirurgias não decorrentes de traumas, transplantes de órgãos, quimioterapias, distúrbios da coagulação, anemias e queimaduras, entre outros. É vasta, portanto, a extensão desse ato de cidadania. Se você tem pretensão de protagonizá-lo, basta se dirigir ao posto de coleta mais próximo de sua residência ou local de trabalho, como os diversos hemocentros espalhados pelo Brasil, o Hemointo, ligado ao Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia do Ministério da Saúde, os postos da Fundação Pró-Saúde e o Serviço de Hemoterapia do Instituto Nacional do Câncer, só para citar alguns, desde que atendidos alguns requisitos básicos: Ter entre 16 e 69 anos (ou até 60 anos, se for a primeira doação); Pesar ao menos 50 kg; Estar alimentado (evitando-se, porém, alimentação gordurosa nas três horas anteriores); Ter dormido no mínimo seis horas na noite anterior; Encontrar-se em boas condições de saúde; Apresentar documento de identidade original com foto e, para menores de 18 anos, também o formulário de autorização de um responsável legal. Antes de dar esse passo, contudo, convém conferir a lista de impedimentos temporários e definitivos e, se houver alguma dúvida extra, ligar para o serviço de coleta para não perder a viagem. O uso crônico de medicamentos, por exemplo, precisa ser avaliado caso a caso.   Como doar sangue: o que acontece no hemocentro A doação de sangue é simples, segura e indolor, levando apenas cerca de 40 minutos. Esse período inclui o cadastro do candidato, a aferição de seus sinais vitais, como temperatura corporal, peso, pressão arterial e batimentos cardíacos, um teste de anemia – para a segurança do doador, que não pode ter seu estoque sanguíneo ainda mais reduzido se estiver anêmico – e a triagem clínica, que contempla uma entrevista sobre o histórico de saúde do indivíduo. Se não for detectado nenhum impedimento na triagem, o próximo passo é a coleta da bolsa de 450 ml e sangue para a doação e a realização dos exames para a pesquisa de hepatite B e C, sífilis, doença de Chagas, HIV/aids e infecção pelos vírus HTLV-I e II, conforme determina a legislação vigente. Evidentemente, o material coletado só é usado pelo banco após o resultado dos testes confirmar a ausência dessas doenças, mas existem outras condições que podem prejudicar o paciente que vai receber o sangue e não são flagradas por esses exames. Assim, é fundamental ser muito sincero na entrevista. Após a doação, o indivíduo recebe um lanche ainda no serviço de coleta, para que não sinta fraqueza ou tontura, e é orientado a não fazer grandes esforços por 12 horas, incluindo a prática de esportes radicais e de atividades profissionais ou não que impliquem algum risco. Além desses cuidados, o doador não deve fumar por duas horas nem tomar bebidas alcoólicas por 12 horas e ingerir bastante água para ajudar o corpo a repor seus estoques sanguíneos – o organismo dá conta disso cerca de 24 horas após a doação. O curativo no local puncionado precisa ser mantido por, pelo menos, quatro horas. O benefício para quem recebe o sangue é incalculável. Para o doador, fica no campo da satisfação de constatar que sua atitude ajudou alguém a sobreviver a uma cirurgia ou a um acidente ou, então, deu novo fôlego à saúde de tantas pessoas que dependem frequentemente de transfusões para terem qualidade de vida. O fato é que vale a pena abraçar essa causa. Caso tenha dúvidas pertinentes a seu estado de saúde e mesmo aos impedimentos, aconselhe-se primeiramente com um médico de sua confiança.   Impedimentos temporários: quando é preciso esperar para doar Condição/situação Tempo de espera antes da doação Gripes e resfriados 7 dias após o desaparecimento dos sintomas Gravidez 90 dias após parto normal180 dias após cesárea Amamentação Até 12 meses após o parto Ingestão de bebida alcoólica 12 horas Tatuagem ou piercing* 12 meses Extração dentária 72 horas Cirurgias diversas De 3 a 6 meses, conforme o tipo de intervenção Transfusão de sangue 12 meses após o recebimento de sangue e hemocomponentes Vacinação De 3 a 4 semanas após vacinas de vírus atenuados 48 horas após vacinas de vírus inativados Exposição de risco a infecções sexualmente transmissíveis (relações desprotegidas, múltiplos parceiros, parceiro portador de infecção sexualmente transmissível e outras situações afins) 12 meses Exames feitos com endoscópio (colonoscopia, endoscopia e outros) 6 meses *Se o piercing estiver na cavidade oral ou nos órgãos genitais, o impedimento é definitivo.   Impedimentos definitivos: quem não pode doar sangue Hepatite diagnosticada após os 11 anos de idade Diagnóstico clínico ou laboratorial de hepatite B ou C, HIV/aids, doenças ligadas aos vírus HTLV-I e II e doença de Chagas Malária atual ou pregressa Uso de drogas injetáveis Diagnóstico anterior de qualquer tipo de câncer Piercing na cavidade oral ou nos genitais Para mais informações, acesse o site do Ministério da Saúde.

03/06/2019
Bem-estar

É tempo de agir para proteger o meio ambiente

No desenho Wall-e, da Pixar-Disney, um robô vive sozinho numa Terra coberta de lixo e poluição depois de décadas de consumismo em massa. Na ficção, os seres humanos foram compulsoriamente transportados para uma nave, no espaço, depois que o ar se tornou irrespirável no ano de 2110. De fato, as coisas não caminham muito bem para planeta e humanidade. A poluição do ar mata anualmente 7 milhões de pessoas no mundo todo, segundo um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado no ano passado. Nove em cada dez indivíduos inalam cronicamente partículas com elevados teores de poluentes que penetram nos pulmões e no sistema cardiovascular, ocasionando problemas nas vias aéreas, como infecções respiratórias e a doença pulmonar obstrutiva crônica, câncer de pulmão, doenças do coração e acidente vascular cerebral. O relatório aponta ainda que, além da poluição ambiental, causada sobretudo pela queima de combustíveis por veículos automotores, por usinas termelétricas e por indústrias em geral, a poluição interna também contribui para a ocorrência dessas mortes. Ao redor do mundo, mais de 3 bilhões de pessoas – em especial, mulheres e crianças de países mais pobres – ficam expostos à fumaça proveniente do uso de carvão e da madeira para cozinhar, assim como do emprego de querosene para aquecer os ambientes. Tudo porque não têm acesso nem à eletricidade nem a soluções limpas de cozinha. Infelizmente não temos uma nave nos esperando. A solução, de acordo com a OMS, está no desenvolvimento de tecnologias não poluentes para moradias, indústrias e meios de transporte, no estímulo à construção de residências energeticamente mais eficazes e na melhoria do planejamento urbano, o que inclui, por exemplo, apostar em mais áreas verdes. Parece perfeito, mas tudo isso exige a criação de políticas públicas, além de muito investimento. Levará tempo, portanto. O cidadão comum pouco consegue interferir nesses macroproblemas, mas, por outro lado, pode cobrar iniciativas dos governantes e, claro, procurar não agravar a situação do planeta com seu estilo de vida e hábitos de consumo. Aqui, no Brasil, segundo um estudo conduzido pela Universidade de São Paulo, carros, ônibus e motocicletas respondem por 60% da poluição nas grandes cidades – com exceção daquelas que são polos industriais, nas quais as fábricas lideram o ranking de poluidores –, seguidos pelo lixo, que participa com 25%, e pelos poluentes emitidos pela indústria, que ficam com os 15% restantes. Esses números sinalizam, de modo prático, que existe espaço para a contribuição individual no sentido de melhorar a qualidade do ar e do ambiente como um todo. Comece agora mesmo.   O que fazer para reduzir a poluição? Menos lixo Aproveite bem todos os alimentos. Além de poderem entrar em diferentes receitas, talos, folhas, sementes e cascas, por exemplo, têm alto valor nutritivo. Só coloque no prato o que vai comer e não encha demais a geladeira com produtos perecíveis. Você não vai dar conta de prepará-los e os alimentos acabarão no lixo. Separe os resíduos orgânicos dos recicláveis e dê a estes uma finalidade. Em condomínios, há empresas que compram o material que pode ser reciclado, desde que esteja separado e limpo. Consuma menos, de modo geral. Reforme roupas e acessórios antigos e procure não comprar itens de que não precisa ou fazer compras por impulso. Prefira produtos de consumo que contenham menos embalagens ou que estejam embalados em recipientes que possam ser reaproveitados. Ao fazer supermercado, leve uma sacola ecológica ou um carrinho de feira Cuide do destino de móveis ou eletrodomésticos que queira descartar, os quais sempre podem ser consertados ou reformados para que sirvam a outras pessoas. Lembre-se de que o serviço de coleta de lixo não recolhe itens grandes. Descarte pilhas, baterias e medicamentos em locais próprios para recolher esses itens, que podem contaminar de forma importante o solo e lençóis freáticos.   Menos energia Evite usar muitos eletrodomésticos nos horários de pico de consumo de energia. Aproveite a iluminação natural, evitando acender luzes durante o dia. Não sobrecarregue tomadas com vários plugues ligados ao mesmo tempo. Além de gastar mais energia, isso ainda pode causar um curto-circuito. Tire da tomada os aparelhos que não estejam em uso. Prefira lâmpadas fluorescentes, que utilizam até cinco vezes menos energia. Verifique sempre se a porta da geladeira está bem vedada e não sobrecarregue as prateleiras. Junte roupas para lavar em uma única vez, conforme a capacidade da máquina, e ligue o ferro de passar também numa só oportunidade. Tome banhos rápidos e desligue o chuveiro para se ensaboar. Cozinhe mais com a panela de pressão, que abrevia o tempo do preparo e utiliza muito menos gás. Menos poluentes Deixe o carro na garagem tanto quanto for possível. Para pequenas distâncias, caminhe ou pedale, mesmo porque essa mudança só traz saúde para seu corpo. Caso não consiga utilizar transporte coletivo, qualquer que seja o motivo, experimente montar um sistema de carona solidária. A cada dia, um colega de trabalho faz as vezes de motorista de três ou quatro pessoas. Plante árvores e cultive plantas ornamentais, temperos, etc. No condomínio ou dentro de casa, esses aliados naturais melhoram a qualidade do ar.  

27/05/2019
Alimentação

Como ter uma boa digestão

O aparelho digestório processa tudo aquilo que ingerimos a fim de obter nutrientes para a manutenção da saúde do organismo. Para garantir uma digestão adequada, e atingir esse precioso objetivo, o primeiro passo é manter uma dieta balanceada, com alimentos de alto valor nutricional, incluindo vegetais, frutas, cereais e proteínas mais magras, como peixe e frango, além de tomar, no mínimo, seis copos de água por dia – de preferência longe das refeições principais, para não dilatar o estômago e gerar uma falsa sensação de saciedade. Isso não quer dizer que alimentos ricos em gorduras e açúcares devam ser totalmente excluídos do cardápio. Tudo depende da frequência, do tamanho da porção e do momento. Encher o prato de feijoada naquela horinha curta que temos para almoçar e voltar para trabalhar pode ser um desafio para o sistema digestório. Vale escolher um dia em que haja mais tempo para comer, sempre em quantidade moderadas.   Dicas para evitar problemas de digestão Outra medida essencial é prestar muita atenção ao que se come e na forma de comer. O almoço, o jantar ou o desjejum não devem ser automáticos, com o olho no celular, na televisão ou na tela do laptop, ou até mesmo durante o trabalho, como tanta gente faz hoje em dia. A digestão depende muito de uma refeição feita paulatinamente, de 20 a 40 minutos, num ambiente tranquilo. Uma das razões dessa necessidade está no fato de o processo digestivo já começar na boca. Portanto, quem engole a comida muito rápido já sai perdendo logo no início do jogo. Ocorre que a mastigação aciona a produção de enzimas presentes na saliva, as amilases salivares, que servem para digerir parcialmente o amido – encontrado em carboidratos, como pão, macarrão e batata, entre outros. Ainda que essas enzimas não digiram outros grupos de alimentos, a mastigação ajuda a triturar os demais alimentos e a facilitar a próxima etapa do processo digestivo, quando o estômago libera a enzima pepsina para quebrar as moléculas de proteína. Assim sendo, mastigar mal um pedaço de carne, por exemplo, dificulta bastante o trabalho da pepsina e prolonga a lembrança daquele suculento bife do almoço. Como, na prática, poucas pessoas pensam em contar as mastigadas em busca da meta de 30 a 50 vezes, de acordo com o que recomendam os especialistas, uma dica para encompridar esse processo é pousar os talheres no prato cada vez que a comida for levada à boca. Isso não só aumenta o tempo entre uma garfada e outra, como também permite prestar mais atenção ao sabor daquilo que está sendo ingerido.   Nada de pular refeições Juntamente com a alimentação e a mastigação adequadas, a manutenção de uma boa digestão ainda depende do fracionamento de refeições: além das principais, em porções reduzidas, deve-se fazer mais três lanchinhos no intervalo entre elas, com frutas in natura ou sementes oleaginosas, como castanhas. Isso ajuda a evitar aquela sensação cortante de fome, que nos leva a comer mais rápido e em maior quantidade do que precisamos na próxima refeição. Deixar de comer no desjejum, no almoço ou no jantar também é um péssimo hábito para a saúde. Sem ingestão alimentar, o estômago continua produzindo suco gástrico, que pode agredir a mucosa e gerar problemas como a gastrite. Como se não bastasse, o organismo entende que vive um período de restrição alimentar e, para poupar energia, diminui o metabolismo. Ainda que sejam reduzidas, portanto, é sempre mais indicado fazer todas as refeições. Tomando esses cuidados, o objetivo de ter uma boa digestão fica ao alcance de todos. Contudo, na presença de azia, empachamento e outras manifestações gástricas, mesmo que discretas, não use antiácidos ou outros remédios, nem se habitue a esses sintomas. Procure a orientação de um gastroenterologista.   O que fazer para seu estômago não reclamar Não fume. Além de prejudicar vários sistemas orgânicos, o cigarro atrapalha a digestão e aumenta o risco de doenças gástricas. Álcool em excesso igualmente ocasiona esses efeitos. Portanto, não fume e beba ocasionalmente, com moderação. Lave as mãos antes de se alimentar e após evacuar para evitar a contaminação por vírus, bactérias e protozoários que podem afetar o estômago e o intestino. Não ande descalço em lugares cujas condições sanitárias sejam desconhecidas, já que vermes podem ingressar em seu corpo pelos pés. E verminoses também cursam com sintomas de má digestão. Não compartilhe escovas de dente, canudos, copos, gargalos, talheres, que podem transmitir, de uma pessoa para outra, agentes patogênicos potencialmente causadores de problemas gástricos. A saúde do sistema digestório exige que outras doenças crônicas que causam impactos ao estômago e/ou intestino estejam controladas, como o diabetes, o hipotireoidismo, a insuficiência cardíaca e infecções, entre outras. Valorize qualquer incômodo gastrointestinal, sobretudo se tiver parentes diagnosticados com câncer de estômago ou câncer de intestino. Não tome nenhum remédio por conta própria. Anti-inflamatórios costumam ser nocivos às paredes gástricas e, quando realmente necessários, somente um médico pode prescrevê-los e orientar a forma correta de ingeri-los. Reduza o estresse na medida do possível, melhore a qualidade do seu sono e saia do sedentarismo. O descontrole desses fatores favorece maus hábitos alimentares e o consequente surgimento de queixas gástricas.

27/05/2019
Prevenção

Tabagismo tem remédio. É possível parar de fumar

Que fique bem claro: o tabagismo é uma doença crônica, causada pela dependência da nicotina, presente nos produtos feitos com tabaco, dos quais o cigarro é o mais consumido. Portanto, desconfie daquela conversa de que a pessoa não para de fumar porque não quer. Os fumantes que se lançam a essa empreitada de fato sofrem um desconforto não só psicológico, como também físico, e precisam de uma ajuda concreta para que se mantenham firmes em seu intento. Ocorre que a nicotina, quando inalada, altera o sistema nervoso central, modificando o estado emocional e o comportamento do usuário. Esse efeito gera abuso e dependência, que se caracteriza por tolerância ao cigarro, crise de abstinência quando o maço acaba e compulsão para fumar o próximo, criando-se um padrão de uso, muito embora o fumante conheça os riscos do tabagismo à saúde. Que não são poucos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o cigarro mata 428 brasileiros por dia, sobretudo em decorrência de doenças cardíacas, doença pulmonar obstrutiva crônica e, claro, vários tipos de câncer, além de estar por trás de outras diversas enfermidades. Os dados econômicos também são sombrios, observa o Inca. Cerca de 56,9 bilhões de reais se perdem a cada ano por conta de despesas médicas e improdutividade, culminando num grande problema de saúde pública, mas que tem solução.   Como é feito o tratamento para o tabagismo A rede pública oferece a todo interessado em deixar o cigarro um tratamento composto por terapia cognitivo-comportamental durante um ano, feita de forma individual e em grupo, combinada ao uso da bupropiona, um antidepressivo para reduzir os sintomas da abstinência, e da chamada terapia de reposição de nicotina (TRN), com adesivos ou goma de mascar, para ajudar o organismo a se desacostumar dessa substância paulatinamente. Uma pesquisa da Organização Pan-Americana de Saúde, de 2013, revelou que esse tipo de abordagem contribui para a cessação do tabagismo em um em cada três fumantes. Outra opção terapêutica, bem mais recente e não disponível no Sistema Único de Saúde, é o uso da vareniclina, um medicamento que interfere no funcionamento dos receptores de nicotina no cérebro, reduzindo a satisfação obtida com as tragadas – isso mesmo, a pessoa perde o prazer de fumar – e, paralelamente, os sintomas de abstinência, à medida que o número de cigarros fumados diminui. Como esse fármaco tem uma ação mais exuberante no sistema nervoso central, os especialistas recomendam tratar inicialmente eventuais transtornos do humor, como a depressão, antes de optar por essa linha terapêutica. Vale ainda lembrar que, enquanto o tratamento com vareniclina começa algum tempo antes de o indivíduo parar de fumar, a associação de bupropiona com TRN exige a interrupção do tabagismo, já que a combinação de produtos para substituir a nicotina com o cigarro pode ser perigosa para o organismo.   Parar de fumar: uma ação em várias frentes Qualquer que seja a escolha, que pode até combinar os tratamentos, sempre de acordo com indicação médica, não dá para esperar milagre dos medicamentos usados na abordagem antitabagista. É o usuário que vence o vício, não a medicação. Por isso mesmo, o remédio deve ser associado a outras frentes, incluindo, além da terapia, atividade física, alimentação adequada, apoio da família e dos amigos e seguimento profissional de uma equipe multidisciplinar. Atualmente, os especialistas que mais manejam o tratamento do tabagismo são pneumologistas, cardiologistas e psiquiatras, mas nada impede que você procure um médico de sua confiança para começar a conversar sobre o assunto. Já é um primeiro passo.

20/05/2019
Alimentação

Diabetes gestacional: diagnóstico, riscos, tratamento

Durante a gravidez, ocorrem diversas alterações hormonais que afetam o funcionamento do organismo da mulher. O metabolismo de carboidratos também se modifica nesse período e reduz a ação da insulina, hormônio encarregado de colocar dentro das células a energia proveniente dos alimentos. Na maioria das grávidas, o pâncreas consegue produzir mais dessa substância para compensar a redução. Contudo, numa parcela estimada pela Sociedade Brasileira de Diabetes em 3% a 25% das gestantes, sobra glicose na circulação, caracterizando o que se conhece por diabetes gestacional. O surgimento da condição, portanto, independe da vigência de diabetes antes da gravidez e pode acometer qualquer mulher, dizem os especialistas. Contudo, alguns fatores aumentam essa possibilidade, como ganho elevado de peso, sobrepeso ou mesmo obesidade na gestação em curso, idade acima de 35 anos, baixa estatura, parentes de primeiro grau diabéticos, crescimento fetal excessivo, pré-eclâmpsia, síndrome dos ovários policísticos e história de aborto espontâneo, malformações e diabetes gestacional em outras gestações. Sem diagnóstico e sem controle, essa forma de diabetes traz riscos para a mulher e para o bebê. A mãe adquire maior chance de se tornar diabética no futuro e de voltar a ter a condição em outra gravidez. Uma vez que a glicose em excesso na circulação atravessa a placenta, o bebê pode nascer com excesso de peso, o que já o predispõe à obesidade na adolescência e na vida adulta, e ainda apresentar complicações importantes ao nascimento, como a queda nos níveis de glicose, já que ele estava acostumado com índices elevados de açúcar no ambiente intrauterino, e dificuldades para passar pelo canal de parto devido ao encaixe do ombro fetal no osso púbico da mãe – a chamada distócia de ombro. Tais complicações, aliadas aos riscos trazidos por essa doença na vida adulta, levaram à criação de um consenso que prevê a investigação do diabetes gestacional já na primeira consulta de pré-natal, seja com um exame de sangue simples para verificar a taxa de glicose, seja com a curva glicêmica, teste em que se mede a glicemia em jejum e após a ingestão de uma solução de glicose, seja com ambos – depende do tempo de início do pré-natal. O fato é que esses testes permitem ao médico diagnosticar a condição ou mesmo saber se o excesso de glicose no sangue já ocorria previamente e, assim, adotar a conduta terapêutica mais adequada. Em geral, o diabetes gestacional pode ser controlado com uma alimentação balanceada e exercícios físicos, na maioria dos casos – aliás, as mesmas estratégias recomendadas para prevenir o diabetes na população geral. Se isso não bastar para manter a taxa de glicose em níveis seguros para a gestante e o bebê, o obstetra tem a opção de associar a tais medidas um tratamento medicamentoso. Faça a sua parte para evitar o diabetes na gestação no dia a dia e compareça assiduamente às consultas do pré-natal. Dicas para ficar longe do diabetes   Controle o ganho de peso, ingerindo, no máximo, de 200 a 300 calorias a mais que uma dieta normalmente recomendada, sobretudo no segundo e terceiro trimestres. Se você não tiver nenhuma contraindicação, pratique exercícios físicos regularmente, sempre com o aval de seu obstetra. Mantenha uma alimentação rica em fibras, que saciam e estabilizam os níveis de glicose no sangue. Elas estão presentes em vegetais, leguminosas (feijão, lentilha) e cereais integrais. Coma frutas ao natural. Como têm muita frutose, transformá-las em sucos ou cremes faz com que a energia desses alimentos seja absorvida muito rapidamente pelo organismo. Procure ingerir os carboidratos sempre com alguma proteína – torrada com queijo, cereal com leite e outras combinações assim – para retardar sua absorção.   Fontes: Sociedade Brasileira de Diabetes Ministério da Saúde

06/05/2019
Alimentação

Como manter uma alimentação saudável na gravidez

Foi-se o tempo em que o fato de estar grávida era desculpa para comer por dois. Com a epidemia de obesidade e de diabetes que assola o planeta, mais do que nunca as autoridades de saúde recomendam uma dieta saudável não desde o berço, mas logo após a concepção. Bebês gerados com alimentos inflamatórios, como o açúcar e a farinha refinada, que se convertem rapidamente em glicose no organismo da mãe, têm maior probabilidade de se tornar adultos obesos e diabéticos, alertam os especialistas, com risco aumentado de desenvolver doenças cardiovasculares no futuro. É claro que as necessidades de energia aumentam nesse período, mas, em termos calóricos, não mais do que algo em torno de 200 a 300 calorias por dia, em média, especialmente no segundo e terceiro trimestres – só para ter uma ideia comparativa, seria como acrescentar ao cardápio um copo de leite desnatado e uma porção de salada de frutas. Além disso, há pesquisas que sugerem que a alimentação da mãe pode alterar a função de genes responsáveis por reparar mutações, como um trabalho publicado em 2015 no periódico científico Genome Biology. A oferta de bons nutrientes, segundo esse estudo, garantiria a integridade do material genético do bebê, enquanto a falta deles silenciaria esses genes de proteção, elevando a predisposição a doenças na vida adulta. Em vez de pensar em quantidade, portanto, a gestante deve se preocupar com a qualidade dos alimentos para manter a própria saúde e permitir que o bebê tenha todos os nutrientes de que precisa para seu pleno desenvolvimento. Para tanto, deve ingerir boas fontes de energia, de proteínas, de gorduras boas – com destaque para o ômega-3 –, de vitaminas e de minerais, notadamente o cálcio, que ajuda a construir o esqueleto fetal, e o ferro, que forma a hemoglobina, proteína transportadora de oxigênio no sangue.   Coma sem exageros durante a gestação   De acordo com os especialistas em nutrição, com exceção das bebidas alcoólicas, nenhum alimento está proibido na gravidez, a não ser que o obstetra tenha dado orientações expressas. Contudo, além de reduzir o consumo de carboidratos simples, a gestante só tem benefícios ao excluir da dieta alguns itens. Entre eles, a carne seca e o bacalhau, por conterem muito sódio, bebidas gaseificadas, por estufarem, bebidas estimulantes, por serem ricas em cafeína, e embutidos, por terem muitos conservantes, bem como comidas e sobremesas processadas, pobres em nutrientes e repletas de sódio, açúcar e gorduras nocivas. Por outro lado, há de se ter cuidado para não exacerbar a preocupação com a alimentação, a ponto de transformar os nove meses num regime prolongado, com receio de engordar. Até porque isso vai acontecer de todo jeito. Para mulheres com peso normal ao engravidar, considera-se que um ganho de peso entre 10 e 12 quilos na gestação está dentro do esperado. Assim sendo, uma dieta demasiadamente restritiva, que não permite à gestante ganhar o peso adequado, pode impedir que o bebê receba o aporte necessário para uma vida intrauterina saudável. Na prática, o bom senso, que não significa abrir mão do prazer do comer, deve guiar as escolhas. Veja as dicas dos especialistas e não deixe de pôr esse assunto em discussão logo no início das consultas de pré-natal.   Cardápio da gestante   Divida as refeições ao longo do dia, de três em três horas, mantendo, evidentemente, o almoço e o jantar, sempre com porções moderadas e variedade de cores e sabores.   A mistura de arroz com feijão continua ótima na gestação. Fique com a versão integral do cereal e, para variar, substitua o feijão por outras leguminosas, como soja, grão-de-bico e lentilha, todas ricas em fibras e em proteínas.   Aposte nas frutas e nos vegetais, ótimos aliados dessa fase por conterem, em comum, água, fibras, vitaminas e minerais. Os verde-escuros são fontes de ácido fólico, essencial para a formação do tubo neural do bebê. As frutas ainda têm carboidratos de absorção mais lenta, desde que ingeridas in natura.   Prefira aves, peixes e cortes magros de carne vermelha e ingira-os sempre muito bem cozidos para impedir eventual contaminação por bactérias e protozoários. Especialmente no primeiro trimestre gestacional, convém não consumir preparações cruas da culinária japonesa.   Evite comida industrializada. Esse grupo abrange carnes processadas, como linguiça e salsicha, preparações congeladas, misturas para bolo, sopas em pó, bolacha recheada, macarrão instantâneo, gelatina em pó, sucos artificiais, salgadinhos de pacote e tantos outros desse naipe.   Por mais que o excesso de doce seja prejudicial na gestação, só troque o açúcar de mesa por algum adoçante com o aval de seu obstetra.   Maneire no café e no chocolate, por conta da presença de cafeína nesses alimentos, que deve ser limitada a 300 mg/dia – o equivalente a duas xícaras de expresso.   Consuma diariamente leite e derivados, como queijos e iogurtes, optando pelas versões magras ou desnatadas.   Tome por volta de dois litros de água por dia, mas evite fazê-lo durante as refeições, para evitar azia. A hidratação do corpo contribui para a manutenção da placenta e do líquido amniótico, assim como para o bom trânsito intestinal.   Por último, uma dica prática para reduzir os enjoos: coma alimentos secos assim que acordar, a exemplo de uma bolacha de água e sal ou uma torrada.   Fontes: Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica Genome Biology

29/04/2019
Criança

Cuidados com o sono das crianças

Os estímulos da vida moderna estão roubando nossas horas de descanso e também as das crianças. Se, há pouco menos de duas décadas, o sono competia com as atrações da tevê, com o surgimento dos canais com programação exclusiva infantil, agora há sempre uma tela à mão dos pequenos, com inúmeras possibilidades de entretenimento e interação. Some-se a isso o estilo de vida atual. Os pais trabalham até tarde e, quando retornam ao lar, querem compensar o tempo longe dos filhos. O fato é que o dia começa cedo e termina muito tarde para as famílias. Essa rotina tem um preço alto para as crianças. Os especialistas são unânimes em afirmar que a ausência de um sono reparador está associada ao desenvolvimento de problemas de saúde e de comportamento, incluindo baixo rendimento na escola e dificuldades de aprendizado, obesidade infantil, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, queda na imunidade, variações de humor e até depressão. Mas como evitar que a casa se transforme num verdadeiro palco de atrações à noite e a hora de dormir vire uma queda de braço? Diante das tentativas dos pais, a criançada reluta, qualquer que seja a idade. Um não termina a lição sem a ajuda materna; outro não desliga o celular mesmo quando está na cama; o mais novo esperneia ante a possibilidade de ficar sozinho no berço e, algumas horas de protesto depois, vai para a cama dos pais. O segredo para melhorar a quantidade e a qualidade do sono das crianças é apostar desde cedo na chamada higiene do sono, um conjunto de medidas comportamentais e ambientais que ajuda a proporcionar horas bem-dormidas. O processo já deve começar logo na segunda semana de vida do bebê, dizem os especialistas, a fim de prevenir problemas com o travesseiro mais tarde. O melhor é que os adultos insones também podem pôr essa estratégia em prática. Comece hoje mesmo e mantenha o pediatra informado dos resultados.   Higiene do sono: dicas para a criança dormir melhor   Determine um horário para a criança ir para a cama e siga essa rotina mesmo aos fins de semana, com uma variação máxima de 30 minutos.   Estabeleça também um horário para desligar todos os eletrônicos pelo menos 30 minutos antes da hora de dormir. Cuidado para não trocar os aparelhos por brincadeiras muito estimulantes.   Crie um ritual pré-soninho, que já ajuda a criança a entender que chegou a hora de diminuir o ritmo. Tomar banho, escovar os dentes, colocar o pijama e contar história, por exemplo.   Torne o ambiente propício ao descanso. Apague a luz principal do quarto, acenda o abajur e mantenha uma temperatura aconchegante, quentinho quando está frio e fresquinho quando está calor. A casa não precisa ficar em modo silencioso, mas vale baixar os volumes.   Não deixe a criança adormecer em qualquer lugar. Leve-a acordada ao quarto para que ela entenda que tem um cantinho seu só para isso. Assim, se despertar durante a noite, vai pegar no sono sozinha com mais segurança.   Não prolongue o sono da tarde daqueles que ainda fazem a sesta e, durante a noite, não acorde a criança para mamar, a não ser que ela seja muito pequena ou que o pediatra tenha feito essa recomendação.

15/04/2019
Outubro Rosa

Como reduzir o risco de câncer de mama

Diversos aspectos estão relacionados ao surgimento do câncer de mama, incluindo fatores biológicos, hormonais, genéticos e comportamentais. Muitos não podem ser modificados, como a idade. De cada cinco casos da neoplasia, quatro ocorrem em pacientes com mais de 50 anos. Contudo, naquilo que compete a cada mulher, há, sim, muito que fazer para evitar o desenvolvimento da doença – é o que médicos chamam de prevenção primária. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que seja possível reduzir o risco em até 30% com algumas mudanças no estilo de vida. Saiba como se prevenir contra o câncer de mama: Controle o pesoManter-se no peso ideal é uma estratégia de prevenção bastante importante, em especial na menopausa. As gorduras que sobram produzem estrógeno em excesso, numa fase em que as mulheres precisam menos dele porque os ovários já não funcionam. O estrógeno produzido pelo tecido gorduroso estimula a proliferação de células mamárias. Isso, somado ao estado inflamatório crônico gerado pela obesidade, cria um cenário próprio para a multiplicação desordenada de células mamárias malignas.   Faça atividade físicaExercitar-se beneficia todo o organismo e favorece a prevenção de diversas outras doenças, além do câncer de mama. A atividade física, quando feita regularmente e sob orientação, é essencial para a manutenção do peso ideal, impedindo a formação de um ambiente propício ao desenvolvimento de células mamárias malignas. Além disso, previne o envelhecimento celular. Evite bebidas alcoólicasO consumo de álcool está cada vez mais associado aos tumores de mama. Pesquisadores europeus e norte-americanos têm constatado que a ingestão de apenas uma dose por dia de qualquer bebida com mais de 10 gramas de álcool – por exemplo, uma taça de vinho – já aumenta o risco de câncer de mama em 5% e 9% na pré-menopausa e na menopausa, respectivamente. Especula-se que o fator por trás dessa relação também seja a produção estrogênica demasiada. Convém lembrar que o álcool ainda compromete outros órgãos, causa acidentes de trânsito e traz inúmeros prejuízos sociais quando usado de forma crônica. Mantenha uma alimentação balanceadaEstudos populacionais indicam que o consumo de uma dieta baseada em frutas, vegetais e grãos integrais reduz o risco de desenvolver câncer de mama, o que é maior quando esse hábito já vem da adolescência – mais um motivo para as garotas não rejeitarem a salada! Em comum, tais alimentos estão repletos de fibras, que contribuem para a saciedade e o controle do peso. Vale lembrar que esse cardápio também diminui o risco de outros cânceres, como de intestino, de esôfago, de próstata e de estômago, segundo o Inca. Diga sim à amamentaçãoSe você engravidar, faça o impossível para amamentar. Além de proporcionar inúmeros benefícios ao bebê, essa prática é considerada um fator protetor da saúde das mamas. De acordo com informações do Ministério da Saúde, o risco de ter câncer de mama cai 4,3% a cada ano de amamentação. O mecanismo de proteção não está bem esclarecido, mas se acredita que, pelo fato de não ovular nesse período, a mulher fica menos exposta à ação do estrógeno. Esse hormônio, afinal, guarda relação com a maioria dos casos de câncer de mama. Não fumeO cigarro está relacionado ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer e de problemas cardiovasculares. Em relação aos tumores de mama, há evidências da participação do tabagismo no aumento do risco, mas os resultados ainda são contraditórios, no entender do Inca. De qualquer forma, vale também ficar bem longe desse hábito no contexto da prevenção da doença.

15/04/2019
Criança

Criança e cachorro: benefícios da convivência com o pet

Qual seria o melhor presente para uma criança? Algo capaz de deixá-la entretida por dias a fio, proporcionar-lhe lições de afeto inesquecíveis, fazê-la se movimentar, desenvolver seu senso de responsabilidade... E que tenha também um impacto positivo sobre sua saúde. Definitivamente não é um joguinho novo nem um smartphone, tampouco uma boneca que interage. Mas o que pensar de um presente que sente fome, sede e sono, que é fiel a toda prova e, ainda por cima, adora uma bagunça? Segundo os especialistas em comportamento, o contato das crianças com animais de estimação – não só com os cães, vale sublinhar – contribui muito para seu desenvolvimento social, uma vez que permite que elas aprendam a expressar a afetividade e a lidar com regras de convívio. Mesmo as menores rapidamente percebem que não devem interferir quando o pet está comendo e que têm de respeitar o tempo do bicho quando ele está esgotado, precisa descansar e não quer mais brincar. Existem também diversas evidências do benefício dessa convivência para a saúde física das crianças. Embora haja associação entre animais e alergias na infância, pesquisas comprovam que, se o pequeno desde cedo for exposto a um bicho de estimação, terá menos chance de desenvolver não somente reações alérgicas a pelos, como também a pólen, poeira e outros alérgenos inaláveis. Um estudo americano recente, publicado num importante jornal de Pediatria, o JAMA Pediatrics, observou uma queda de 13% no desenvolvimento de asma em crianças que conviveram com cachorros no primeiro ano de vida. A presença do animal na casa também melhora a imunidade do organismo infantil, diminuindo a incidência de resfriados, assim como de dores de cabeça e problemas gástricos, de acordo com os especialistas. Os estudos disponíveis mostram que o contato com o pet faz aumentar os níveis de imunoglobulina A, um anticorpo presente nas mucosas que evita a proliferação de vírus e bactérias. Outros trabalhos científicos constataram que crianças doentes se recuperam mais rápido quando têm contato com um cãozinho, gatinho ou afim. Não por acaso, atualmente várias equipes de voluntários em todo o mundo visitam hospitais pediátricos acompanhadas de “cães-terapeutas”, com ótimos resultados. Cachorro em casa: as responsabilidades Tudo parece fazer muito sentido, mas, pensando igualmente no bem-estar do bicho, algumas ponderações de ordem prática devem ser feitas. O animal vive por volta de 13 a 18 anos e, durante esse período, demanda muita atenção dos donos. Precisa tomar banho periodicamente, ser vermifugado e vacinado – para a própria segurança das crianças –, ter comida e água fresca à disposição, passear com regularidade e ficar num local seguro quando a família viaja. Para que a criança cresça feliz com esse companheiro, os pais devem se perguntar, antes de tudo, se conseguem dar conta de tais cuidados. Por mais que estejam dispostos a dividir algumas responsabilidades com os filhos – como trocar a água, dar comida, escovar os pelos, etc. –, são os adultos que ficam com grande parte das atribuições nas mãos. Pense sobre essas questões práticas e converse com o pediatra a esse respeito.  

08/04/2019
Prevenção

Mamografia substitui o autoexame das mamas?

Quem já está na casa dos 30, 40 anos deve se lembrar dos folhetos explicativos que mostravam, há algumas décadas, o passo a passo do autoexame em campanhas sobre a prevenção do câncer de mama. Naquele momento, preconizava-se esse procedimento como uma estratégia essencial para a detecção precoce da doença. Mas vieram os avanços em Medicina Diagnóstica, especialmente na área de imagem. Com o surgimento da mamografia, capaz de flagrar tumores com milímetros, ainda em estágio inicial, por um baixo custo, as autoridades de saúde passaram a ser mais parcimoniosas com a recomendação do autoexame. Afinal, perto da mamografia, essa prática só consegue identificar sinais visíveis ou massas palpáveis, que, se confirmados como manifestações de um tumor maligno, já podem corresponder a um câncer num estágio mais avançado. Mas isso não significa que o autoexame tenha saído de cena. Os especialistas concordam em que a mulher deve reservar periodicamente um tempo para buscar qualquer alteração interna ou externa nas mamas, mesmo uma ligeira assimetria, fazendo uma palpação minuciosa e uma observação detalhada. Isso pode fazer diferença, por exemplo, no intervalo entre uma mamografia e outra – que geralmente é de um ano – ou mesmo numa região com pouca disponibilidade de serviços de saúde.   O fato é que o autoexame permanece importante, desde que integre um programa de rastreamento de câncer de mama. Quando isolado, não reduz a mortalidade pela doença, o que foi comprovado por estudos internacionais que envolveram milhares de mulheres. Assim, as sociedades médicas não desestimulam a estratégia, porém deixam claro que, para rastrear os tumores mamários, é indispensável realizar o exame clínico das mamas, durante a consulta com ginecologista ou mastologista, bem como os métodos de imagem indicados para cada mulher, notadamente a mamografia. Autoexame é válido, mas dentro desse pacote. Converse com seu ginecologista ou mastologista e saiba mais.

08/04/2019
Atividade Física

Anabolizantes: consequências e riscos à saúde

A musculação é hoje a segunda atividade física mais praticada no Brasil, segundo pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde. De fato, essa modalidade tem indicação para jovens, adultos e idosos, uma vez que promove uma melhora da força, da circulação e do equilíbrio. Como os músculos consomem muita energia, a prática de exercícios resistidos ainda leva a um gasto calórico e, para completar, resulta num aumento da massa muscular, também chamada de massa magra. De olho nesse último benefício, muitos homens não se contentam com os resultados obtidos com o treinamento e recorrem a esteroides anabolizantes, que são os mais comuns, assim como ao hormônio do crescimento. Para ter uma ideia da frequência desse uso, um em cada 16 estudantes já utilizou tais substâncias, de acordo com levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Feitos a partir do hormônio testosterona, os esteroides causam, sim, hipertrofia muscular, mas trazem uma série de efeitos paradoxais, ou seja, contrários ao que se esperaria de um hormônio masculino, como crescimento das mamas, redução dos testículos, disfunção erétil e diminuição dos espermatozoides. Isso ocorre porque, quando recebe muita testosterona artificial, o organismo a transforma em estrogênio, um hormônio feminino, por meio de um processo denominado aromatização, capitaneado por uma enzima. O excesso desse tipo anabolizante também bloqueia a secreção de dois hormônios que estimulam os testículos a produzirem espermatozoides e testosterona natural. Os efeitos, porém, não se restringem aos sistemas reprodutivo e endócrino, mas se espalham pelo organismo. Os esteroides ainda provocam acne importante, calvície e problemas no fígado, inclusive tumores, assim como efeitos que favorecem doenças cardiovasculares, como aumento da pressão arterial, elevação do colesterol, retenção de líquido no organismo e formação de coágulos, sem contar ainda as alterações de comportamento, a exemplo de agressividade e alucinações. Já os anabolizantes à base de hormônio do crescimento (GH) sintético, também conhecidos como somatropina, produzem aumento da massa magra e queima de gordura, mas igualmente à custa de riscos relevantes. Na prática, seus efeitos vão desde o surgimento do diabetes do tipo 2 e de reações alérgicas graves até o desenvolvimento de tumores malignos, alertam os especialistas. Uso clínico dos anabolizantes É importante salientar que a testosterona sintética tem uso clínico, mas em condições muito particulares. Entre elas, destacam-se os casos de deficiência do hormônio masculino, de desnutrição grave que causa emagrecimento muito rápido e no pós-operatório de grandes cirurgias que provocam desgaste físico, entre outras (poucas) situações. O GH, por sua vez, só é empregado em pacientes com deficiência na produção desse hormônio na infância e em determinadas síndromes genéticas em que podem promover um melhor crescimento para as crianças. Para a finalidade de hipertrofia muscular, vale o grifo, os médicos não prescrevem esteroides nem GH. É possível, no entanto, associar ao treinamento a ingestão de suplementos alimentares, que estimulam os músculos sem acarretar prejuízos ao organismo, desde que usados corretamente, ou mesmo seguir uma dieta com alimentos que comprovadamente ajudam a formar massa magra. Converse com um médico ou com um nutricionista e descubra o que fazer para atingir seus objetivos nos treinos de musculação.   Fontes:Sociedade Brasileira de Endocrinologia e MetabologiaMinistério da SaúdeEndocrinologistasMédicos do esporte

28/03/2019
Bem-estar

Epilepsia: dá para viver bem com a doença

O que o escritor brasileiro Machado de Assis, a heroína francesa Joana D’arc, o escritor russo Fiódor Dostoiévski, o pintor holandês Vincent van Gogh e o escritor francês Gustave Flaubert tinham em comum? Há relatos de que todos viviam com epilepsia, doença neurológica caracterizada por descargas elétricas anormais e em excesso no cérebro, que desencadeiam crises repentinas, com alterações ou perda da consciência, torpor, alucinações e convulsões – estas marcadas por contrações musculares e movimentos involuntários. Se estivessem entre nós, essas celebridades integrariam os 50 milhões de portadores da doença que existem no planeta, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 3 milhões dos quais no Brasil. E que procuram tocar suas vidas normalmente, não obstante o estigma que a epilepsia continua carregando. Desde a Antiguidade, afinal, a condição já foi associada a forças sobrenaturais e à possessão espiritual, à loucura e até a moléstias contagiosas. Nos Estados Unidos, acredite, até os anos 70 o acesso a restaurantes, teatros, centros recreativos e outros locais públicos não era permitido a esse grupo. E, ainda hoje, alguns países refletem o desconhecimento em leis e costumes. Segundo a OMS, China e Índia, por exemplo, permitem a anulação do casamento se um cônjuge alegar a epilepsia do esposo/esposa como motivo. Mas por que tudo isso? Ocorre que a doença mina a sensação de controle que julgamos ter sobre nós mesmos. Embora possa ser precipitada por alguns fatores, a crise é capaz de chegar a qualquer momento e subjugar completamente o portador. As pessoas em volta não raro se assustam, alimentadas pela ignorância em relação ao assunto, e muitas vezes não sabem o que fazer.   Outros tempos para o tratamento da epilepsia Hoje se sabe que a epilepsia é uma doença complexa, na verdade uma disfunção na comunicação entre as células nervosas, que ocorre devido a fatores como predisposição genética, traumas durante ou após o parto, malformações e até sequelas de acidente vascular cerebral e de infecções, como a meningite. Numa situação de normalidade, os neurônios se comunicam e se organizam usando suas propriedades excitantes e inibidoras. No momento da crise, porém, há um processo acelerado de excitação que se propaga de um neurônio para outro, sem interrupção, como se eles estivessem em rebelião. Se, no passado, havia escassas tentativas terapêuticas, as coisas melhoraram muito atualmente. Segundo a Liga Brasileira de Epilepsia, 70% dos casos podem ser tratados de forma bem-sucedida com medicamentos. A ponto de, depois de um tempo variável de tratamento, a medicação poder até ser suspensa em alguns casos, dependendo do tipo de epilepsia. O diagnóstico também evoluiu, muito embora o clássico eletroencefalograma – exame que capta o ritmo das ondas cerebrais – continue sendo o método de escolha para avaliar esses pacientes. A questão é que, graças às descobertas da ciência, os neurologistas já sabem que cada tipo de epilepsia responde melhor a determinado fármaco, o que permite individualizar a prescrição, que pode ser selecionada dentre mais de duas dezenas de anticonvulsivantes existentes. De qualquer forma, ainda persistem os casos resistentes aos medicamentos, nos quais a cirurgia costuma ser uma opção. O fato é que algum caminho sempre pode ser tentado quando se procura ajuda médica especializada. Inaceitável, nos dias atuais, é se isolar e deixar de aproveitar a vida por causa da condição.   Dá para fazer de tudo com epilepsia? O portador de epilepsia bem controlada pode fazer tudo que qualquer um faz: estudar, trabalhar, praticar esportes, namorar, constituir família... Apenas deve evitar o que favorece crises, como privação de sono, luzes estroboscópicas – utilizadas em danceterias – e uso de álcool, mesmo durante o tratamento. A condução de veículos de passeio é permitida pelo Detran, desde que se corrobore, com laudo médico, que a pessoa está há 12 meses sem crises na vigência de anticonvulsivante ou, quando já não toma mais remédio, que se encontra há dois anos sem crises após a suspensão da medicação. Nesse último caso, a retirada do medicamento deve contar com, no mínimo, seis meses – e, claro, não pode ter havido nenhuma crise nesse período. A gravidez também está liberada, mas deve ser planejada, segundo os especialistas, com antecedência de um ano e contar com uma ampla interação entre obstetra e neurologista. Ocorre que alguns anticonvulsivantes têm potencial de causar malformações fetais e, para reduzi-lo, pode haver necessidade de troca da medicação ou redução de sua dose, o que precisa ser feito sempre antes da concepção. Da mesma forma, o uso do ácido fólico, que previne defeitos do tubo neural no bebê, costuma ser implementado nessa fase prévia à gestação. Praticar atividade física é mais do que recomendado para portadores da doença. Uma pesquisa da Universidade Estadual de Campinas concluiu que os exercícios aumentam a autoestima, a resiliência e a qualidade de vida desses indivíduos, além de reduzirem sintomas depressivos, comuns em pessoas com epilepsia (link para matéria de Atividade física e humor). Apenas as modalidades aquáticas devem ser praticadas ao lado de um instrutor. Já os esportes radicais são pouco incentivados porque, mesmo em dupla, há risco de acidentes em caso de crise. Para outros esclarecimentos, procure um neurologista. Epilepsia: o que fazer ao presenciar uma crise - Mantenha a calma e procure tranquilizar quem estiver por perto.- Se possível, evite que a pessoa caia bruscamente no chão e a coloque num local onde ela não possa se machucar, mas não tente impedir os movimentos involuntários.- Coloque alguma peça macia sob a cabeça do indivíduo.- Procure acomodar o paciente de lado, de forma que não haja risco de aspiração de excesso de saliva ou vômito.- Não coloque a mão na boca da pessoa para desenrolar a língua. Isso é mito e pode acabar em mordida.- Quando o episódio cessar, conte o que ocorreu e se ofereça para chamar um familiar.

19/03/2019
Outubro Rosa

Conheça Mitos E Verdades Sobre A Mamografia

Uma vez que o câncer de mama é o segundo mais frequente entre as mulheres, a campanha Outubro Rosa surgiu na década de 1990 com o objetivo de falar sobre a doença e incentivar a população feminina a procurar serviços de saúde para fazer consultas e exames de rastreamento. Entre eles, o destaque fica por conta da mamografia, que comprovadamente reduz a mortalidade pelo câncer de mama por conseguir detectar o tumor em estágio inicial, numa fase em que as chances de cura são maiores. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer e o Ministério da Saúde recomendam a realização do exame a partir de 50 anos para mulheres sem histórico da doença na família, enquanto o Colégio Brasileiro de Radiologia sugere fazer a primeira avaliação mamográfica a partir dos 40 anos. Na prática, porém, vale a indicação de seu médico. Apesar de a mamografia ser um exame simples, não invasivo, o assunto ainda gera dúvidas, que a DaVita ajuda a esclarecer nesta oportunidade. Não tenho nódulos nem alterações nas mamas, então estou dispensada da mamografia.Mito. A mamografia procura justamente alterações milimétricas, que podem corresponder ao câncer de mama em estágio inicial, quando tem maiores chances de cura. Quando o nódulo está palpável ou a mama se encontra visivelmente alterada, existe a possibilidade de se tratar de um tumor em estágio mais avançado e, por conseguinte, mais difícil de tratar. Não preciso fazer o exame porque ninguém da minha família teve câncer de mama.Mito. A maioria dos casos de câncer de mama não é hereditária. Portanto, toda mulher pode vir a desenvolver a doença e, dessa forma, deve fazer o estudo mamográfico para rastreá-la quanto antes. Mantenho um estilo de vida saudável e não preciso me preocupar com o risco desse câncer.Mito. Apesar da importância de bons hábitos de vida para diminuir o risco de qualquer tumor, isso não basta para prevenir a neoplasia de mama, cujo surgimento está relacionado também a fatores genéticos e hormonais, sobre os quais temos pouco ou nenhum controle. A radiação emitida pelo exame pode fazer mal.Mito. Só há contraindicações em caso de gravidez, condição mais difícil na faixa etária em que se indica a mamografia. Fora dessa circunstância, o exame está liberado, pois a radiação que emite é muito baixa e insuficiente para causar problemas em outros órgãos do corpo. A mamografia causa desconforto.Verdade. Mesmo não sendo invasivo, o exame comprime as mamas entre duas placas, o que, para determinadas mulheres, gera incômodo, embora tolerável. De qualquer forma, é possível tornar a mamografia menos desconfortável, marcando-a no começo do ciclo menstrual, quando as mamas estão menos sensíveis. Há médicos que recomendam a ingestão de um analgésico simples antes do exame. Converse com o seu e veja o que ele também pode sugerir nesse sentido. Como tenho mamas pequenas, o exame será doloroso.Mito. O eventual desconforto com a compressão das mamas não está relacionado a tamanho, mas à sensibilidade individual de cada mulher. A prótese mamária torna a mamografia menos eficaz.Verdade. Mas não significa que o exame não deva ser feito, e, sim, eventualmente complementado com outro método de imagem, se assim for indicado pelo médico. Se você tem mais dúvidas, não deixe de esclarecê-las com um ginecologista ou mastologista antes da próxima mamografia.

13/02/2019
Bem-estar

Aproveite a folia sem descuidar da saúde

Se, por um lado, o carnaval é uma das festas mais alegres do mundo, por outro, a aglomeração de pessoas, o calor intenso do verão, as chuvas torrenciais e os excessos de toda a sorte acabam predispondo as pessoas a adoecerem durante e, especialmente, após esse período. Pensando no seu bem-estar, a DaVita selecionou algumas dicas para você começar e terminar a folia com saúde e alto-astral. Água e companhiaQualquer que seja seu destino, praia, campo ou blocos na cidade, hidrate-se de forma abundante a qualquer hora do dia. Para quem não abre mão das bebidas alcoólicas, é imperativo intercalar os drinques com água ou bebidas hidratantes, como água de coco e isotônicos. Como se não bastasse o calor intenso de fevereiro, o álcool também desidrata rapidamente o organismo. Uma boa opção para complementar a hidratação é consumir frutas como melancia, laranja, melão e abacaxi, ricas em água, optar por sorvetes de frutas ou, ainda, fazer sucos que combinem vegetais e frutas, ótimos para repor sais minerais. AlimentosNão saia sem se alimentar de verdade, especialmente se for enfrentar uma maratona de blocos e desfiles. O cardápio pré-folia, segundo especialistas, deve conter carboidrato na versão integral, que sacia e confere energia por mais tempo, combinado com uma proteína e vegetais. Um macarrão integral ao sugo, acompanhado de frango grelhado e salada, agrada ao paladar e dá conta do recado. Frituras e alimentos gordurosos, de difícil digestão, são más escolhas. Leve ainda uma fruta ou barrinha de cereais para comer durante a festa. Sanduíche, só se for com recheios que não se deterioram facilmente, como atum ou sardinha em conserva. Procure não comer alimentos preparados por ambulantes, que podem estar contaminados por causa das más condições de higiene e mesmo do calor. SolAinda que esteja longe da praia, não vá para a folia durante o dia sem protetor solar – FPS 30, no mínimo, para peles claras, e FPS 15, no mínimo, para peles escuras. Use também acessórios como chapéu ou boné e óculos de sol, bem como roupas leves. Um único dia de exagero pode minar o restante da festa. Evite ainda a exposição solar nos horários de maior incidência dos raios ultravioletas, ou seja, das 10 às 16 horas. Doenças causadas por mosquitosContra a febre amarela, é possível e recomendado vacinar-se dez dias antes da viagem – hoje, apenas alguns Estados do Nordeste não são considerados áreas endêmicas da doença. Portanto, a maioria dos destinos no Brasil requer esse cuidado. Existe uma vacina que previne a dengue, mas tem indicação limitada e está sujeita à prescrição médica. Vale conversar com seu médico com antecedência. Na prática, as estratégias contra a dengue, a febre chikungunya e a infecção pelo vírus zika, as três causadas pelo Aedes aegypti, infelizmente ainda se restringem à aplicação de um repelente potente nas áreas expostas do corpo e à utilização de telas nas janelas. Sexo É imprescindível usar métodos de barreira física em todas as relações sexuais para prevenir infecções sexualmente transmissíveis, como gonorreia, sífilis e HIV/aids, entre outras. Nesse período, o Ministério da Saúde sempre aumenta a distribuição de preservativos femininos e masculinos não só nos postos de saúde, como também em locais de grande afluxo de pessoas. Mas isso não basta. De acordo com o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, o álcool e outras substâncias que prejudicam a capacidade de julgamento também configuram fator de risco para a aquisição de doenças como HIV/aids. Leve em conta mais esse aspecto para moderar o consumo de bebidas alcoólicas e ficar longe de drogas ilícitas. Viagem Quem vai pegar estrada deve fazer uma revisão no automóvel e nos pneus antes de partir, além de planejar a viagem, com paciência e sem pressa de chegar. É imprescindível se programar para dirigir sem sono ou cansaço em demasia e respeitar as placas de sinalização e a velocidade permitida, bem como manter distância do veículo da frente. Convém ainda lembrar que álcool e volante não combinam, tampouco olhar o celular no trânsito. Se houver alguma urgência para resolver por telefone ou por mensagem, vá para o acostamento. Para quem tem, como destino, locais muito afastados ou exóticos, é interessante levar uma farmacinha para situações mais comuns, como picadas de insetos, alergias, ferimentos leves, diarreias e resfriados. Peça orientações para seu médico.